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Dandara, heroína que preferiu


morrer a ser escrava

Yvonne P. Mascarenhas
yvonne@ifsc.usp.br

Para celebrar em novembro 2021 o mês da


consciência negra escolhemos a figura de
Dandara, uma grande heroína negra que lutou ao
lado de Zumbi, seu marido contra a escravidão no
Brasil. Não há registros que comprovam se
Dandara nasceu no Brasil ou no continente
africano, porém se sabe que ela chegou ainda
menina no Quilombo dos Palmares. Desempenhou
muitas funções dentro da comunidade: era ela que
ajudava a criar estratégias para impedir a invasão
das forças repressoras, além de participar das
atividades cotidianas, como caça e agricultura.

Trazidos da África para trabalharem como


escravos. principalmente nas plantações de cana
de açúcar, muitos negros não se conformavam
com essa terrível situação e fugiam das fazendas e
se refugiavam com outros escravos fugitivos em
locais bem escondidos e fortificados no meio das
matas. Estes locais eram conhecidos como
Quilombos (palavre africana banta que significa
acampamento ou fortaleza). Nestas comunidades
eles viviam de acordo com sua cultura africana,
plantando e produzindo em comunidade.

Devido à invasão holandesa em Pernambuco


ocorrida em 1630, muitos senhores de engenho
abandonaram suas terras e isto propiciou a fuga de
muitos escravos que procuraram abrigo no
Quilombo dos Palmares já existente em Alagoas, e
que se estima chegou a ter uma população de
cerca de 50.000 escravos fugitivos. Esse estado
de coisas contrariava, por várias razões, os
interesses tanto dos holandeses como dos
portugueses que tentaram muitas vezes combatê-
los, mas encontrando forte resistência da
população quilombola chefiada por Zumbi dos
Palmares foram sistematicamente derrotados.

Nestas lutas teve grande destaque a participação


feminina na figura de Dandara, mulher de Zumbi,
que dominava técnicas da capoeira e lutou ao lado
de homens e mulheres nos muitos ataques
portugueses e holandeses para acabar com os
quilombos e reconquistar os escravos fugitivos,
principalmente do Quilombo de Palmares,
estabelecido no século XVII na Serra da Barriga,
situada na então Capitania de Pernambuco, região
do atual estado de Alagoas, cujo acesso era
dificultado pela geografia e também pela
vegetação densa.

Dandara teria tido um importante papel no


rompimento do marido com seu antecessor,
Ganga-Zumba, primeiro grande chefe do Quilombo
de Palmares e tio de Zumbi. Em 1678, Ganga-
Zumba assinou um tratado de paz com o governo
de Pernambuco. O documento previa que as
autoridades libertassem palmarinos que haviam
sido feitos prisioneiros em um dos confrontos e
também concedessem liberdade a todos os
nascidos em Palmares, além de permissão para
realizar comércio. Em troca, a partir dali os
habitantes do quilombo deveriam entregar
escravos fugitivos que ali buscassem abrigo.
Dandara, ao lado de Zumbi, teria sido contrária ao
pacto por entender que se tratava de um acordo
que não previa o fim da escravidão. Ganga-Zumba
acabou sendo morto por um dos palmarinos
contrários à sua proposta e Zumbi tornou-se chefe
do Quilombo de Palmares.

Em vista das sucessivas derrotas lideradas por


chefes portugueses locais o governo de
Pernambuco solicitou os serviços do bandeirante
Domingos Jorge Velho, que tinha grande
experiência em lutas com os indígenas em suas
aldeias no interior das matas, para organizar a
invasão do Quilombo. Com o apoio desse chefe
bandeirante em 6 de fevereiro de 1694 a capital de
Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Após ser
presa, cometeu suicídio em 06 de fevereiro de
1694 se jogando de uma pedreira ao abismo para
não retornar à condição de escrava.

Seu nome consta do Livro dos Heróis e Heroínas


da Pátria através de acordo com a Lei n.º 13.816,
de 24 de abril de 2019, que inscreveu o nome de
Dandara dos Palmares no Livro dos Heróis e
Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da
Pátria e Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

Referências​

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dandara

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares

https://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p2.p
hp

https://todosnegrosdomundo.com.br/a-forca-de-
dandara-dos-palmares/

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