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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

DE CONSELHEIRO LAFAIETE

ENGENHARIA DE MINAS

VERIDIANA DE SOUZA PAIVA

PLANEJAMENTO MENSAL, SEQUENCIADO POR PLANOS


SEMANAIS DE LAVRA: Estudo de Caso da Mineração Casa de Pedra -
CSN

Conselheiro Lafaiete
2014
VERIDIANA DE SOUZA PAIVA

PLANEJAMENTO MENSAL, SEQUENCIADO POR PLANOS


SEMANAIS DE LAVRA: Estudo de Caso da Mineração Casa de Pedra -
CSN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia de Minas da
Faculdade Presidente Antônio Carlos de
Conselheiro Lafaiete, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia de Minas.

Orientador: Prof. Me. Manoel Lopes

Conselheiro Lafaiete
2014
VERIDIANA DE SOUZA PAIVA

Planejamento Mensal, Sequenciado por Planos Semanais de Lavra: Estudo de Caso da


Mineração Casa de Pedra - CSN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Presidente Antônio Carlos de


Conselheiro Lafaiete, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia de Minas.

Aprovado em ____/____/______

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________
Prof. Me. Manoel da Conceição Lopes – Orientador(a) – FUPAC

_________________________________________________________________
Prof. Dr. MSc. Me. Esp. MBA Nome – Avaliador(a) – FUPAC

_________________________________________________________________
Prof. Dr. MSc. Me. Esp. MBA Nome – Avaliador(a) – FUPAC

Conselheiro Lafaiete
2014
Dedico este trabalho a toda minha família e em especial minha

mãe e ao meu amor Fabrício por cuidarem tanto de mim nessa

caminhada em busca desse grande sonho.


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora por iluminar meus caminhos com muita saúde, paciência,
discernimento, humildade.

Ao Prof. Manoel Lopes, meu orientador pelos ensinamentos, pela sua atenção, toda ajuda
durante a preparação do trabalho.

À minha mãe por tanta dedicação, paciência, disposição para sempre me ajudar.

Aos meus irmãos, meu pai pelo carinho e incentivo.

Ao Fabrício pela motivação e apoio constante, por se orgulhar tanto de mim na conquista
desse grande sonho, obrigada por tudo.

Aos amigos da Mineração Casa de Pedra pelo incentivo e apoio, em especial os amigos do
Planejamento de Lavra que dividiram comigo momentos de grande aprendizado.

A todos que fizeram parte dessa longa jornada de estudos.


Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos
para o sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as
dificuldades. Se estamos possuídos de uma inabalável
determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente
das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e
despidos de orgulho.
(Dalai Lama)
RESUMO

O planejamento de lavra é fundamental no desenvolvimento de uma mina. Deve ser


conduzido de forma a garantir os objetivos que a empresa almeja, dentro dos parâmetros da
legislação vigente para mineração incluindo os aspectos ambientais e de qualidade. É
considerada uma das etapas mais importantes para o sucesso do empreendimento de
mineração, por isso é constante a busca pela melhoria contínua e aos altos níveis de
excelência. Um dos maiores desafios para o planejamento é garantir que o plano elaborado
seja exequível e que leve em consideração todas as variabilidades operacionais, geológicas e
de qualidade do Run Of Mine. O planejamento é um setor que preza por uma interface com
todos os clientes acreditando que essa rotina e troca de experiências pode levar a confecção de
um plano com garantia de atendimento. O estudo de caso em questão propõe uma
metodologia que visa sequenciar o plano mensal de lavra em semanas em busca de uma visão
das frentes de lavra em um curto período de tempo, sinalizando as principais dificuldades no
sequenciamento. Os resultados obtidos retratam a comprovação da utilização dessa
metodologia por apresentar resultados bastante significativos nos comparativos entre o
planejamento proposto e a execução.

Palavras-chave: Planejamento de Lavra. ROM (Run Of Mine). Plano Mensal de Lavra.


ABSTRACT

The mine planning is critical in the development of a mine. It must be conducted to ensure the
goals the company aims, within the parameters of the existing mining legislation, including
environmental and quality aspects. It is considered one of the most important steps for
successful mining venture, so the search for continuous improvement and high levels of
excellence is constant. One of the major challenges for planning is to ensure that the plan is
feasible and developed taking into account all operational, geological and quality variabilities
of Run Of Mine. Planning is an industry that values an interface with all customers believing
this routine and experience sharing can lead to making a plan with guaranteed service. The
case study in question proposes a methodology that aims to sequence the monthly mine plan
for weeks in search of a vision of the mining fronts in a short period of time, signaling the
main difficulties in sequencing. The results depict the evidence of using this methodology for
presenting significant results in comparison between the proposed planning and execution.

Key words: Mine planning. ROM (Run Of Mine). Monthly Mine Plan.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Figuras

Figura 01 – Frente de Lavra Mineração Casa de Pedra: Corpo Norte ..................................... 22


Figura 02 – Vista da Usina Presidente Vargas – Volta Redonda/RJ ........................................ 26
Figura 03 – Mapa de localização da Mineração Casa de Pedra ............................................... 27
Figura 04 – Mapa de localização e Logística da Mineração Casa de Pedra ............................. 27
Figura 05 – Mapa Geológico do Quadrilátero Ferrífero........................................................... 28
Figura 06 – Mapa de Localização do Quadrilátero Ferrífero e do Município de Congonhas .. 29
Figura 07 – Macro fluxo da Mineração Casa de Pedra ............................................................ 30
Figura 08 – Macro fluxo do processo de planejamento da Mineração Casa de Pedra ............. 31
Figura 09 – Modelo Casca da Mineração Casa de Pedra ......................................................... 33
Figura 10 – Modelo Geológico da Mineração Casa de Pedra .................................................. 34
Figura 12 – Amostragem de Frente de Lavra ........................................................................... 36
Figura 13 – Mapa com a localização das cavas na Mineração Casa de Pedra ......................... 38
Figura 14 – Fluxo do processo de Lavra na Mineração Casa de Pedra .................................... 39
Figura 15 – Projeção do polígono de lavra visualizando o modelo de blocos ......................... 43
Figura 16 – Programação das frentes de lavra sequenciada por semanas ................................ 44
Figura 17 – Visualização do modelo de blocos (Modelo Casca) na frente de lavra ................ 44
Figura 18 – Visualização do modelo de blocos (Modelo Casca) na frente de lavra ................ 45
Figura 19 – Fechamento da qualidade ROM por semanas ....................................................... 45
Figura 20 – Ilustração da marcação topográfica do avanço na frente de lavra ........................ 47

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Comparativo do Teor de Fe (%) no Granulado ..................................................... 49


Gráfico 2 – Comparativo do Teor de Fe (%) no Sinter Feed ................................................... 51
Lista de Quadros

Quadro 01 – Tipos de Indicadores de Planejamento ................................................................ 19

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Teor Fe (%) no Granulado JUL/2014 ..................................................................... 48


Tabela 2 – Teor Fe (%) no Granulado AGO/2014 ................................................................... 49
Tabela 3 – Teor Fe (%) no Granulado SET/2014 ..................................................................... 49
Tabela 4 – Teor Fe (%) no Granulado OUT/2014.................................................................... 49
Tabela 5 – Teor Fe (%) no Sinter Feed JUL/2014 ................................................................... 50
Tabela 6 – Teor Fe (%) no Sinter Feed AGO/2014 .................................................................. 50
Tabela 7 – Teor Fe (%) no Sinter Feed SET/2014 ................................................................... 50
Tabela 8 – Teor Fe (%) no Sinter Feed OUT/2014 .................................................................. 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CSN Companhia Siderúrgica Nacional


MES Manufacturing Execution Systems
ROM Run Of Mine
DMT Distância Média de Transporte
SIG Sistema de Informação Gerencial
LIMS Laboratory Information Management System
GIM Geoscientific Information Management
BLENDS Nomenclatura das pilhas formadas para alimentação da britagem
IRB Itabirito Rico Brando
IPB Itabirito Pobre Brando
IIB Itabirito Intermediário Brando
HBA Hematita Branda
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1 Objetivos ............................................................................................................................ 14
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 14
1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 14
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 15
2.1 Planejamento estratégico ................................................................................................. 16
2.2 Planejamento de Lavra de Minas ................................................................................... 16
2.3 Planejamento de lavra de médio e longo prazo ............................................................. 17
2.4 Planejamento de lavra de curto prazo ............................................................................ 18
2.5 Sequenciamento da lavra no curto prazo ....................................................................... 19
2.6 Modelo de Blocos .............................................................................................................. 20
2.7 Variabilidade geológica nas características dos minérios ............................................. 21
2.8 Variabilidade operacional ................................................................................................ 23
3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 24
3.1 Delineamento da Pesquisa ............................................................................................... 24
3.2 Coleta e Análise dos Dados .............................................................................................. 24
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 25
4.1 A História da Empresa Companhia Siderúrgica Nacional ........................................... 25
4.2 Mineração Casa de Pedra ................................................................................................ 26
4.2.1 Localização da Mina ........................................................................................................ 26
4.3 Geologia Regional ............................................................................................................. 27
4.4 Planejamento de lavra da Mineração Casa de Pedra ................................................... 29
4.5 Topografia ......................................................................................................................... 31
4.6 Geologia ............................................................................................................................. 32
4.6.1 Modelo de blocos de curto prazo da Mineração Casa de Pedra – Modelo Casca ... 32
4.6.1.1 Amostragem de canaletas ............................................................................................. 34
4.6.1.2 Amostragem de frentes de lavra ................................................................................... 35
4.7 Controle de Frentes de Lavra .......................................................................................... 36
4.8 Despacho Eletrônico – Controle de dados dos equipamentos da mina ....................... 37
4.9 Operações de lavra na Mineração Casa de Pedra ......................................................... 37
4.9.1 Lavra ............................................................................................................................... 38
4.9.2 Pilha de Estéril ............................................................................................................... 39
4.9.3 Pilha de Material de oportunidade .............................................................................. 40
4.10 Elaboração do Plano Mensal de Lavra Sequenciado por Semanas ........................... 40
4.10.1 Coletas dos Dados – Inputs ........................................................................................... 40
4.10.2 Prévia do plano mensal de lavra .................................................................................... 41
4.10.3 Projeção semanal dos avanços e programação das frentes de lavra por equipamento .. 42
4.10.4 Apresentação do plano mensal de lavra ........................................................................ 46
4.10.5 Revisões do plano de lavra sequenciado por semanas .................................................. 46
4.10.6 Marcação topográfica dos avanços ................................................................................ 46
4.10.7 Acompanhamento diário na execução da lavra pela equipe de planejamento .............. 47
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ..................................................... 48
6 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 53
ANEXOS ................................................................................................................................. 55
13

1 INTRODUÇÃO

O planejamento de lavra em atendimento ao plano de produção de uma mina tem por


objetivo gerar um sequenciamento que compreende desde a situação atual da mina até a
exaustão da cava, considerando um melhor aproveitamento de todos os recursos disponíveis e
buscando minimizar o custo, gerando condições ideais de segurança e estabilidade dos
taludes. É uma etapa de extrema importância para as operações de lavra em uma mina.

No decorrer da vida útil da mina o planejamento de lavra está presente em diversas


etapas desde estudos da viabilidade econômica do empreendimento até o fechamento da mina.
Ele será subdividido em longo, médio e curto prazo, estes serão classificados de acordo com a
visão que se pretende obter em um horizonte de tempo.

A mina Casa de Pedra possui hoje uma variedade de litotipos de minério de ferro, os
quais são todos cartografados com diversas nomenclaturas de diferentes tipos de minérios,
sendo os itabiritos pobres, ricos e intermediários, as hematitas compactas, brandas, brechadas,
as cangas, entre outras.

Conhecendo previamente a variabilidade geológica dos litotipos de minério de ferro


dos depósitos da Mina Casa de Pedra, faz-se necessário um planejamento que atenda todas as
particularidades das frentes de lavra, de forma que se mantenha uma produção constante e
uma proporcionalidade no aproveitamento do ROM (Run of Mine) objetivando o atendimento
às especificações dos principais produtos gerados.

O estudo de caso desenvolvido mostra uma estratégia de lavra adotada, pelo Setor de
Planejamento de Lavra de Curto Prazo, na elaboração e acompanhamento do plano mensal
sequenciado por planos semanais de lavra.

Buscando manter uma aderência do programado em relação ao realizado esse


método, de planejamento de lavra, busca uma visão das frentes em um curto período de
tempo, sinalizando as principais dificuldades no sequenciamento e possibilitando através das
simulações manter o desenvolvimento contínuo da lavra dentro dos parâmetros estabelecidos
anteriormente.

O estudo em questão trata da importância do planejamento de lavra de curto prazo na


assertividade das informações referente à produção e qualidade do minério de ferro da
Mineração Casa de Pedra que são destinados ao mercado externo e interno incluindo a Usina
Siderúrgica Presidente Vargas, localizada em Volta Redonda.
14

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Demonstrar a metodologia adotada na Mineração Casa de Pedra para elaboração do


plano mensal de lavra sequenciados por semanas, como forma de garantir um direcionamento
das frentes de lavra e uma previsibilidade da qualidade do ROM, com assertividade, no
decorrer do desenvolvimento da mina.

1.1.2 Objetivos Específicos

➢ Verificar a importância do fornecimento das informações de qualidade do ROM (Run


of Mine) na formação das pilhas blends e consequentemente o direcionamento para a
usina e suporte ao processo de vendas referente à expectativa de formação dos
produtos;
➢ Demonstrar como é essencial prever com antecedência as principais dificuldades e
interferências existentes nas frentes de lavra para garantir o cumprimento do plano
conforme as metas estabelecidas para o período.

1.2 Justificativa

O estudo em questão visa contribuir com um conhecimento relativo ao processo de


planejamento de lavra sequenciado por semanas. Sabendo-se da importância de se elaborar
um plano que busca atender todas as exigências operacionais no desenvolvimento da mina e
por se tratar de um processo de elaboração dinâmico, iterativo, todo o sequenciamento irá
garantir um programa de produção que retrate com mais credibilidade a real situação da mina,
atendendo assim às mudanças da qualidade do minério, remoção de estéril e mantendo todas
as condições de utilização, produtividade e segurança no decorrer da lavra.
15

2 REVISÃO DA LITERATURA

O exercício do planejamento por sua própria natureza é uma atividade considerada


complexa. Por ser um processo contínuo de pensamentos sobre as questões futuras e todas as
ações implicam num processo decisório permanente.
O propósito do planejamento é definido segundo (OLIVEIRA,
2006) como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes, as quais proporcionam uma
situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos
objetivos que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente,
eficiente e eficaz. A partir desse raciocínio pode-se afirmar que o planejamento tem como
principal objetivo tentar minimizar as incertezas envolvidas em todo o processo decisório, e
como consequência maximizar a probabilidade na conquista em sua totalidade dos principais
desafios e metas estabelecidos pela empresa.
Com base na atitude e visão interativa diante do planejamento, Ackoff (1974) apud
Oliveira (2006) apresenta quatro princípios de planejamento que podem ser considerados
como específicos:
➢ Planejamento participativo: o principal objetivo do planejamento não é seu resultado
final, ou seja, o plano, mas o processo desenvolvido. Nesse sentido, o papel do
responsável pelo planejamento não é, simplesmente, elaborá-lo, mas facilitar o
processo de sua elaboração pela própria empresa e deve ser realizada pelas áreas
pertinentes ao processo.
➢ Planejamento coordenado: todos os aspectos envolvidos devem ser projetados de
forma que atuem interdependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de uma
empresa pode ser planejado eficientemente se o for de maneira independente de
qualquer outra parte ou aspecto.
➢ Planejamento integrado: os vários escalões de uma empresa devem ter seus
planejamentos integrados. Nas empresas voltadas para o mercado, nas quais os
objetivos empresariais dominam os de seus membros, geralmente os objetivos são
escolhidos de cima para baixo e os meios para atingi-los, de baixo para cima, sendo
esse último fluxo usualmente invertido em uma empresa cuja função primária é servir
a seus membros.
➢ Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria turbulência do
ambiente empresarial, pois nenhum plano mantém seu valor com o tempo.
16

2.1 Planejamento estratégico

De acordo com Oliveira (2006), o planejamento estratégico é “o processo


administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor
direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e
atuando de forma inovadora e diferenciada”.
Segundo ele, a alta gerencia e os níveis mais altos da empresa que se responsabilizam
pelas ações e metas a serem traçadas avaliando as condições oferecidas pela empresa e todos
os fatores internos e externos. Devem também considerar as premissas básicas para que todo o
processo estratégico tenha sustentação decisória e coerência.
Os autores (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003) descrevem que o planejamento
estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos das organizações de médio e longo
prazo, sendo que estes objetivos afetam diretamente o direcionamento dos negócios, e ainda, a
viabilidade dos mesmos.
Da mesma forma, para Drucker apud Chiavenato e Sapiro, 2003: [...] planejamento
estratégico é o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível
do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as
atividades necessárias à execução dessa decisão e, através de uma retroalimentação
organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas
alimentadas.

É fato conhecido que a mineração é tipicamente um empreendimento que demanda


níveis importantes de investimento, além de apresentar significativos riscos
relacionados a incertezas diversas. Em contrapartida, pode oferecer recompensas
extraordinárias para empresas, acionistas e a sociedade. Com o intuito de maximizar
estas recompensas ao longo da vida útil da mina, um planejamento estratégico de
lavra consistente necessita ser sistemática e cuidadosamente desenvolvido,
incorporando e avaliando de forma apropriada as incertezas, e consequentemente os
riscos, potencialmente envolvidos, de modo a assegurar que o empreendimento de
mineração possa ser conduzido segundo as expectativas originalmente projetadas
(SILVA, 2008 apud SOUZA, 2013).

2.2 Planejamento de Lavra de Minas

O planejamento da mina deve representar o primeiro passo do processo de


planejamento de lavra, é uma etapa que serve de subsidio para as grandes tomadas de decisões
estratégicas para o desenvolvimento da mina.
17

Segundo Curi (2014) o planejamento da lavra de minas pode ser considerado como um
roteiro para a elaboração da evolução operacional na mina, desde a implantação do
empreendimento até o fechamento quando exaurida, além de passar por diversas fases ao
longo de seu desenvolvimento. O planejamento de minas tem em seu objetivo prever com
antecedência devida os meios necessários à consecução de todo o processo.
Ele ainda descreve o planejamento correspondente ao avanço da lavra de mina
envolvendo a previsão dos recursos e a determinação dos custos relacionados a esses avanços.
Os recursos são os equipamentos, insumos em geral e quadro de funcionários. Trata-se de um
planejamento muito dinâmico, ou seja, à medida que a mina vai sendo lavrada, novas
informações sobre a reserva vão sendo obtidas.
Para CURI (2014) o planejamento cumprindo a finalidade de roteiro das operações
mineiras, baseia-se em planos diferenciados pelas suas finalidades e em termos gerais se
classificam em planos a longo, médio e curto prazos.

2.3 Planejamento de lavra de médio e longo prazo

O planejamento de longo prazo enquadra num modelo de planejamento estratégico. É


no longo prazo que obtemos os planos até a exaustão da mina. A elaboração desse plano visa
à cubagem da reserva tecnicamente lavrável, aponta a quantidade de estéril a ser removida,
define por consequência a REM (relação estéril /minério), obtêm-se o limite de cava final, que
delimita a área de lavra impedindo que haja a construção de obras permanentes dentro desses
limites. A seleção do método de lavra, associada com o sequenciamento e a projeção do
dimensionamento de equipamentos de carga e transporte também são previstos (AMARAL,
2008).
Além do cálculo de reserva, nessa etapa, também é necessário o planejamento da
disposição nas pilhas de estéril, estoques de material de oportunidade e projeções de pit final
da mina. Outro aspecto relevante é em relação aos aspectos ambientais os quais estão
inseridos: área de desmate, áreas de revegetação, necessidade de desvio de córregos para
avanço da cava, etc (CHIMUCO, 2010).
Ao longo do tempo o plano de longo prazo pode sofrer mudanças como consequência
de mudanças na economia de mercado, aumento do conhecimento do corpo de minério e
melhoria na tecnologia de mineração (CURI, 2014).
O planejamento de longo prazo tem como principal objetivo sequenciar a lavra
buscando sempre o menor custo combinado com a melhor produtividade e utilização dos
18

recursos existentes, focando os aspectos de segurança e meio ambiente. Os planos de lavra


são feitos atendendo horizontes e objetivos distintos, considerando os parâmetros econômicos,
geotécnicos e modelo geológico.
O enfoque principal do planejamento de longo prazo é garantir uma estratégia de lavra
e operação visando maximizar o retorno financeiro para os principais investidores e
principalmente minimizar os riscos, além de garantir a maior vida útil possível para a mina
(SOUZA, 2013).
Considerando a etapa do planejamento de médio prazo, seus objetivos são parecidos
com os de longo prazo só que com uma escala menor de tempo. Os avanços de lavra
estabelecidos no plano de longo prazo são divididos em etapas menores. Normalmente são
trabalhados os planos semestrais e trimestrais de lavra. Com esses planos é possível repassar
uma maior visibilidade de todas as demandas, interferências, para que cada equipe envolvida
na execução do plano comece a enxergar os prazos e as prioridades no desenvolvimento das
ações que garantirão o sucesso no cumprimento do plano proposto.
A partir dos planos de longo prazo são elaborados planos de curto prazo.

2.4 Planejamento de lavra de curto prazo

No planejamento de lavra de curto prazo desenvolvem-se os planos trimestrais,


mensais, diários de lavra a partir do plano de lavra anual repassado pela equipe de longo prazo
(SOUZA, 2013). Essa divisão de planos por períodos pode variar de uma mina para outra.
Para garantir que todas as programações serão exequíveis em campo, são projetadas
diversas geometrias com análises das praças operacionais e vias de acesso, considerando todas
as premissas geotécnicas para o corpo a ser lavrado.
Nessa etapa do planejamento são feitas as programações das frentes de lavra
objetivando atingir metas de qualidade requeridas pela usina de beneficiamento, programação
da disposição de estéril, controle de qualidade de produtos, controle de pilhas de ROM,
atualização topográfica da mina, estudos de acessos temporários, estudos estatísticos da
qualidade e ritmo da produção, entre outras atividades (AMARAL, 2008).
A equipe de planejamento de curto prazo vivencia na sua rotina uma interface muito
significativa com diversas equipes envolvidas na produção como, por exemplo, infraestrutura
(construção de acessos, terraplanagem, perfuração e desmonte, drenagem, rede e linhas),
operação, controle de qualidade, topografia, usina, geologia, manutenção, enfim todas as
19

equipes que participam efetivamente no desenvolvimento da mina. Essas equipes discutem


meios indispensáveis ao cumprimento do programa proposto.
Para que se tenha um planejamento de curto prazo efetivo, o foco dessa área é garantir
que as pilhas de ROM (Run Of Mine) ou pilhas de homogeneização formadas, satisfaçam os
seguintes objetivos: minimizar os desvios da programação por tonelada de cada litologia
requerida para um determinado período, minimizar os desvios dos objetivos específicos das
blendagens, minimizar o fechamento da qualidade com os teores discrepantes das metas de
especificação do material a ser alimentado na usina e maximizar a vida útil da mina. Deve-se
garantir a execução do que foi estudado e programado no plano para obter com sucesso a
movimentação desejada (CURI, 2014).
A área de planejamento de curto prazo é a responsável por direcionar e fiscalizar o
desenvolvimento da mina garantindo o melhor aproveitamento dos recursos minerais da
empresa.
Abaixo os principais indicadores que contribuem para o controle e sucesso no
cumprimento dos planos de lavra:

Quadro 01 – Tipos de Indicadores de Planejamento


Item de Controle Descrição Forma de Cálculo
DF= [(HC-HM)/HC] x 100
Disponibilidade Percentual de tempo em que o equipamento ou sistema HC= horas calendário
Física (%) esteve disponível para operar
HM=horas de manutenção (preventivas e corretivas)

Percentual do tempo utilizado em relação ao tempo Utilização = tempo de operação/tempo disponível


Utilização (%)
disponível

Produtividade Unidade de Produção por hora trabalhada

A= PR/(PR+RNP)
Aderência Índice que mede se a área de lavra demarcada foi
PR=Programado Realizado
Geométrica lavrada dentro dos seus limites geométricos
RNP=Realizado não programado
C=PR/(PR+PNR)
Cumprimento Mede o cumprimento em massa
PNR= Programado não realizado

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

2.5 Sequenciamento da lavra no curto prazo

Segundo Halatchev (2002) apud Souza (2013) ele comenta que do ponto de vista
tecnológico o sequenciamento de lavra está diretamente relacionado a dois fatores – o espaço
e o tempo.
20

Sequenciar a lavra é determinar uma sequencia adequada de extração dos blocos de


forma a garantir o desenvolvimento pré-estabelecido em sequenciamentos anteriores de longo
prazo. É um parâmetro muito importante no desenvolvimento da mina. Sabemos que a
complexidade do sequenciamento pode atingir maiores proporções se houverem tipologias
diferentes perante as exigências do processo de beneficiamento.
Nessa etapa trabalha-se para que as variáveis físicas, químicas e mineralógicas das
frentes de lavra resultem para o controle de qualidade da mina, com uma programação com a
maior confiabilidade das informações do minério a ser lavrado no período e as proporções dos
tipos de minério para o blending na alimentação da britagem (CHIMUCO, 2010).
O sequenciamento minimiza a variabilidade do ROM (Run Of Mine) melhorando a
previsibilidade do comportamento do minério simulado, ampliando as possibilidades de sua
utilização no plano que está sendo elaborado com o sequenciamento proposto (CURI, 2014).
O sequenciamento da lavra é dado em razão do plano de produção da mina através dos
projetos dos avanços operacionais, os quais se aproximam da situação real, com flexibilidade
às mudanças da qualidade do minério e levando em consideração a relação estéril/minério
para os quantitativos de produção que se deseja obter.
Para se elaborar um sequenciamento favorável é necessário levar em consideração a
capacidades de lavra dos equipamentos de carga e transporte, processamento, teores conforme
o especificado pelo processo de beneficiamento, condições de segurança, geotécnicas,
ambientais, operacionais como praça mínima de trabalho, entre outras.
Todas as informações do material a ser lavrado são obtidas através do modelo de
blocos de curto prazo, modelo casca.

2.6 Modelo de Blocos

Segundo Pinto (2006) o modelo de blocos atualmente é uma ferramenta indispensável


para o setor de planejamento de lavra. A representação dos corpos de minério e estéril no
modelo de blocos é uma maneira de discretizar o domínio a ser analisado e/ou estudado. Ele é
concebido através de um modelo matemático e os conjuntos de blocos são organizados de
forma sistemática no espaço.
Um modelo pode ser simplesmente definido como uma simplificação da realidade
(Booch et al., 1999 apud SOUZA, 2013).
21

Em um modelo de blocos são armazenados os seguintes parâmetros técnicos do


depósito: coordenadas, teores estimados, densidade, umidade, recuperação além de
informação sobre interpretações geológicas dos furos de sonda. Incorporando essas
informações aos parâmetros econômicos (preço de venda do produto e custos de
lavra e beneficiamento) torna-se possível encontrar o valor de cada bloco através da
utilização de uma função benefício (SOUZA, 2013).

A atribuição de valores para cada bloco pode ser feita por meio de várias técnicas de
interpolação dos dados, Pinto (2006) cita que as principais e as mais utilizadas são a
geoestatística usando a Krigagem, o inverso da potência e o método dos polígonos.
Sendo a Krigagem a técnica mais utilizada CURI (2014) a define como “um processo
geoestatístico para estimar valores de parâmetros no espaço quando considerados
interdependentes pela análise variográfica”.
A Krigagem na geoestatística é um dos meios mais avançados de estimar os valores
nos blocos contidos no modelo de blocos. Esse método refere-se à forma de ponderar as mais
diversas amostras disponíveis, atribuindo pesos maiores para amostras mais próximas e pesos
menores a amostras mais distantes (CURI, 2014).
Curi (2014) ressalta que a principal vantagem da Krigagem é a minimização do erro de
estimação e a completa utilização das informações disponíveis no banco de dados da reserva.
Os erros sistemáticos são menores, evitando assim, que o teor médio de um bloco seja
superestimado ou subestimado dentro da avaliação do bloco.
Em uma mina a constante atualização e implementação do modelo de blocos se dá a
partir de uma equipe que é composta por geólogos e engenheiros de minas.
O modelo de blocos é amplamente utilizado nos setores da geologia de mina e pelo
planejamento de lavra nos estudos das cavas e projetos que se referem ao desenvolvimento da
mina.

2.7 Variabilidade geológica nas características dos minérios

Sabemos que a geologia e as informações contidas no modelo de blocos são de


extrema importância para se analisar todas as características dos litotipos em uma mina.
Tradicionalmente verificamos um único modelo determinista para o corpo mineralizado
(SOUZA, 2013).
Apesar de se ter várias maneiras de verificar a características do minério, é importante
salientar que diversos fatores intrínsecos como a escala, manuseio, tamanho e a caracterização
mineralógica dos materiais fazem parte desse processo.
22

Atualmente um dos principais problemas no sequenciamento da lavra é a variabilidade


geológica dos depósitos minerais. Comumente o sequenciamento pode ficar comprometido,
ou seja, os resultados bem diferentes do esperado quando comparado com as informações do
modelo de blocos x realizado em campo. Essas alterações podem ser detectadas tanto nos
trabalhos de atualização de canaletas nas frentes de lavra ou quando acontece algum desvio no
fechamento da qualidade das pilhas de ROM que serão utilizadas alimentadas na usina.
Quando ocorre esse evento indesejado há um grande risco de comprometimento das
projeções determinadas em um plano de lavra. Muitas das vezes é necessária bastante
flexibilidade e mobilidade para um novo direcionamento nas frentes de lavra em busca das
litologias que atendam as especificações de qualidade desejada.

O problema em derivar todo um planejamento da lavra baseado num único modelo,


está principalmente relacionado ao fato de que este será incapaz de reproduzir a
variabilidade intrínseca à realidade do depósito mineralizado. Uma vez que é
amplamente reconhecido ser impossível conceber uma representação perfeita do
depósito mineralizado [...] (SILVA, 2008 apud SOUZA, 2013).

Na Mineração Casa de Pedra ocorre uma grande variabilidade do minério em uma


mesma frente de lavra. Como podemos observar na figura 01 abaixo a presença de diversos
litotipos diferentes como, por exemplo: (IPB - Itabirito Pobre Brando), IPC (Itabirito Pobre
Compacto), IIB (Itabirito Intermediário Brando), HBA (Hematita Branda).

Figura 01 – Frente de Lavra Mineração Casa de Pedra: Corpo Norte


Litotipos: IRB, IPB, IIB

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


23

2.8 Variabilidade operacional

Um dos maiores desafios ao desenvolver um plano de lavra é que ele seja um plano
exequível e que todas as diretrizes operacionais ofereçam condições de trabalho seguro e que
seja condizente com a realidade da mina MARIN, 2009 apud SOUZA, 2013. É extremamente
importante que se leve em consideração as variabilidades operacionais da mina para garantir
confiabilidade e previsibilidade no plano de lavra.
Quando determinadas variáveis não são mapeadas e/ou identificadas no ambiente de
lavra no decorrer da confecção do plano, ocorre à transferência e tomada de decisão no
momento de execução da lavra, que inúmeras vezes não são as melhores, além de poder gerar
um comprometimento no sequenciamento de curto e em longo prazo (SOUZA, 2013).
Podemos citar como exemplo de variabilidade operacional a DMT (distância média
de transporte), capacidade dos equipamentos de carga e transporte, abertura da bancada em
cava ou lavra em nível, largura operacional da praça de lavra, retirada das interferências
(redes e linhas, rebaixamento de poços e piezômetros), demandas de infraestrutura, entre
outras.
Essas variáveis não tratadas acabam gerando conflitos entre as equipes de operação e
planejamento por nem sempre ser possível atingir o plano de produção e a qualidade desejada
conforme plano de lavra.
24

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo são descritos os conceitos da pesquisa desenvolvida e todo o contexto


que envolve o desenvolvimento do trabalho.

3.1 Delineamento da Pesquisa

O estudo de caso foi desenvolvido na Mineração Casa de Pedra uma empresa do grupo
da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, no setor de planejamento de lavra de curto prazo
tendo como abrangência os meses de julho a outubro deste ano.
Segundo Trujillo (1974) apud Gil (2008), “a pesquisa tem como objetivo tentar
conhecer e explicar os fenômenos que ocorrem no mundo existencial”, ou seja, como esses
fenômenos operam, qual a sua função e estrutura, quais as mudanças efetuadas, por que e
como se realizam, e até que ponto podem sofrer influências ou ser controlados.
Para Gil (2008) o estudo de caso é um tipo de pesquisa quanto aos procedimentos
técnicos, é um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento.

O estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua delimitação, mas é possível
definir quatro fases que mostram o seu delineamento: a) delimitação da unidade-
caso; b) coleta de dados; c) seleção, análise e interpretação dos dados; d) elaboração
do relatório (GIL, 2008).

3.2 Coleta e Análise dos Dados

O embasamento do referencial teórico foi caracterizado através de livros, publicações


de teses de mestrado e doutorado, dissertações, artigos científicos, assuntos relacionados ao
planejamento de lavra de uma mina.
Os dados para o desenvolvimento da pesquisa foram fornecidos pelos setores de
planejamento de lavra, geologia, controle de frente de lavra da Mineração Casa de Pedra.
Foram extraídas informações de relatórios do plano de lavra e dos controles de qualidade do
ROM (Run Of Mine) da mineração.
A análise dos dados foi referente ao comportamento do teor de ferro no ROM que
alimenta a britagem primária, fazendo um comparativo entre os dados programados no plano
mensal de lavra versus a formação da pilha versus os resultados da qualidade na britagem.
25

4 ESTUDO DE CASO

4.1 A História da Empresa Companhia Siderúrgica Nacional

A Companhia Siderúrgica Nacional foi fundada em 9 de abril de 1941 e iniciou suas


operações em 1º de outubro de 1946. Como primeira produtora integrada de aço plano no
Brasil, a CSN é um marco no processo de industrialização do Brasil. O seu aço viabilizou a
implantação das primeiras indústrias nacionais, núcleo do atual parque fabril brasileiro.
Privatizada em 1993, e após sete décadas de atividade, continua a fazer história.
Com capacidade de produção anual de 5,6 milhões de toneladas e cerca de dezenove mil
empregados, a CSN concentra suas atividades em siderurgia, mineração e infraestrutura.
A estratégia integrada e alinhada ao negócio principal assegura posição de liderança
no setor siderúrgico brasileiro. A aquisição dos ativos da Heartland Steel, constituindo a CSN
LLC, nos Estados Unidos, em 2001, marcou o início do processo de internacionalização da
CSN. Atualmente, entre seus ativos a empresa conta com uma usina siderúrgica integrada,
seis unidades industriais, sendo três delas no exterior (Estados Unidos, Alemanha e Portugal),
minas de minério de ferro, calcário e dolomita, uma forte distribuidora de aços planos,
terminais portuários, participações em estradas de ferro e em duas usinas hidrelétricas. Com
uma gestão firme e inovadora, a empresa acredita na força empreendedora do capital nacional
e no enorme potencial brasileiro de competitividade no setor siderúrgico.
O aço da CSN está presente em diversos segmentos, entre os quais se destacam o
Automotivo, Construção Civil, Embalagem, Linha Branca e OEM, fornecidos para clientes no
Brasil e no exterior.
As Minerações Casa de Pedra, em Congonhas, e Arcos, no município do mesmo
nome, ambas em MG, são incorporadas à CSN, assegurando-lhe autossuficiência,
respectivamente, em minério de ferro e em fundentes, calcário e dolomita.
26

Figura 02 – Vista da Usina Presidente Vargas – Volta Redonda/RJ

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.2 Mineração Casa de Pedra

A Mina Casa de Pedra, uma das maiores do mundo, tem capacidade de produção de 20
milhões de toneladas de minério de ferro ao ano. Com 100 anos completos em 2013, é
responsável pelo suprimento integral de minério de ferro da Usina Presidente Vargas/CSN,
em Volta Redonda (Rio de Janeiro), e ainda comercializa seus produtos nos mercados interno
e externo.
A mina produz minério de ferro de elevado teor e com ótimas propriedades físicas,
sendo os produtos classificados em granulado, sinter feed e pellet feed.
Casa de Pedra tem grandes reservas minerais, com alto teor de pureza (de até 68%),
ótimas propriedades físicas. A área total da mina é de 3.448 ha e as reservas auditadas (em
2006) são de 1,6 bilhão de toneladas. A capacidade de beneficiamento da planta é de 29
milhões de t/ano. A mina de Casa de Pedra foi uma das primeiras a receber a certificação ISO
14001 no Brasil, no final de 2001.

4.2.1 Localização da Mina

A Mineração Casa de Pedra está localizada a aproximadamente 13 quilômetros, a


noroeste da cidade de Congonhas/MG, e a 80km da capital mineira Belo Horizonte, distante
27

aproximadamente 7 km da rodovia BR-040. A malha ferroviária MRS passa por Casa de


Pedra, a 4 quilômetros da mina, e liga Casa de Pedra diretamente à Companhia Siderúrgica
Nacional - Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro.

Figura 03 – Mapa de localização da Mineração Casa de Pedra

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Figura 04 – Mapa de localização e Logística da Mineração Casa de Pedra

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.3 Geologia Regional

O depósito de Casa de Pedra está localizado no estado de Minas Gerais, na região


geológica conhecida como Quadrilátero Ferrífero. Essa região de montanhas de 7.000 Km²
28

forma o divisor de águas entre dois grandes sistemas de drenagem brasileiros, a bacia do rio
São Francisco e do Rio Doce. A região tem elevação que varia de 650 metros acima do nível
do mar a 1.500 metros e tem um clima relativamente ameno.
O Quadrilátero Ferrífero está localizado na parte sul do craton do São Francisco no
maciço de Belo Horizonte e é o hospedeiro de depósitos de ferro e ouro em rochas do
Arqueano e Neoproterozóico. Como resultado desses extensivos depósitos minerais, essa é a
região Pré-cambriana mais bem estudada do Brasil. Gnaisses e Granitos Arqueanos
constituem a maior parte do embasamento cristalino na região, e essas rochas são sobrepostas
as rochas supracustrais do Paleoproterozóico e Arqueano. As rochas do Quadrilátero Ferrífero
são altamente deformadas e metamorfizadas.

Figura 05 – Mapa Geológico do Quadrilátero Ferrífero

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


29

Figura 06 – Mapa de Localização do Quadrilátero Ferrífero e do Município de Congonhas

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.4 Planejamento de lavra da Mineração Casa de Pedra

O planejamento de lavra de Casa de Pedra está subdividido em planejamento de lavra


de Longo, Médio e Curto prazo. Compostos pela mesma gerência atuam de forma integrada
com o objetivo de desenvolver planos de lavra que resultem no melhor aproveitamento dos
recursos existentes. Retratando a situação atual da mina, são projetados planos que sejam
exequíveis e principalmente seguindo todos os padrões operacionais e de segurança. O setor
visa desenvolver todos os planos com a maior responsabilidade ambiental e sustentabilidade
que são exigidas dentro das normas regulamentadoras para mineração.
Para o desenvolvimento das geometrias, projetos e sequenciamentos de lavra é
utilizado o software MineSigth que possui um extenso conjunto ferramentas que podem ser
utilizadas desde projetos de exploração a fechamento de mina, atuando em todos os níveis de
geologia, engenharia, topografia e operação de mina. De uma forma bastante ágil, interativa e
otimizada, o software possibilita a visualização da cava, modelo geológico em 3-D.
Baseado na rotina de trabalho a equipe de longo prazo é responsável pelo
desenvolvimento dos planos de lavras plurianuais que vão até as cavas de pit final da mina. O
30

médio prazo desenvolve os planos, anual, semestral e trimestral de lavra. Já o planejamento de


curto prazo fica responsável pelo desenvolvimento dos planos mensais de lavra sequenciados
por semanas.
A equipe de planejamento de curto prazo segue as diretrizes dos planos de longo e
médio prazo. É necessário o acompanhamento efetivo com todas as equipes envolvidas no
desenvolvimento da mina para que ocorra a execução em campo conforme o planejado e
consequentemente haver o cumprimento do plano de produção proposto.
O planejamento é um setor que preza por uma interface com todos os clientes
acreditando que essa rotina e troca de experiências pode levar a confecção de um plano com
excelência e garantia de atendimento.

Figura 07 – Macro fluxo da Mineração Casa de Pedra

MINERAÇÃO CASA DE PEDRA - MACRO FLUXO

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


31

Figura 08 – Macro fluxo do processo de planejamento da Mineração Casa de Pedra

MODELO Cava Final


GEOLÓGICO
Plurianual
Anual
Semestral
PARÂMETROS PLANOS
ECONÔMICOS DE LAVRA Trimestral
Mensal
Semanal
PARÂMETROS
GEOTÉCNICOS

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.5 Topografia

Com o objetivo de fornecer informações atualizadas para seus clientes, a equipe de


topografia de mina trabalha para garantir uma visibilidade da mina atualizando duas vezes na
semana as frentes de lavra e pilhas de oportunidade e de estéril. Com essa rotina ela fornece
subsídio para o planejamento de lavra, geologia, controle de frentes de lavra, infraestrutura e
produção para trabalhar da melhor maneira e buscando resultados mais assertivos.
São responsáveis também por efetuar medições de estoques, estoques de produtos,
barragem, levantamento dos primitivos, marcação dos avanços de lavra, marcação de diversos
limites (cava final, licença operacional, reserva legal, cavidades), marcação de canaletas,
cadastramento dos contatos geológicos, marcação dos pontos de drenagem, rampas, estradas,
projetos de retaludamento, monitoramento de taludes, entre outras atividades.
A equipe de topografia exerce um papel fundamental para o planejamento de lavra de
curto prazo, pois através das marcações topográficas dos avanços de lavra e manutenções das
mesmas, é possível garantir que o desenvolvimento do avanço de lavra seja aderente ao que
está programado no plano. Juntas as equipes buscam obter os melhores resultados no
acompanhamento diário em campo.
32

4.6 Geologia

A equipe de geologia em Casa de Pedra tem uma grande importância no


direcionamento e aproveitamento de todo o recurso mineral da jazida existente. É através dos
trabalhos de identificação e classificação dos minerais que ela fornece subsidio para o
planejamento de lavra trabalhar sempre maximizando o aproveitamento dos materiais e
gerando possibilidades de maior seletividade no processo produtivo da empresa.
Todos os estudos realizados pela equipe de geologia baseiam-se em estudos
geoestatísticos em softwares específicos, modelamentos matemáticos, mapeamentos
geológicos superficiais, amostragens de canaletas, amostragens nas frentes de lavra, análises
laboratoriais, entre outros.
A equipe de geologia juntamente com a equipe de controle de frentes de frente de
lavra fornecem indicações referentes aos principais destinos dos minerais lavrados (britador,
estoques, pilha de oportunidade, pilha de estéril, unidades de peneiramento móvel).

4.6.1 Modelo de blocos de curto prazo da Mineração Casa de Pedra – Modelo Casca

O modelo de blocos utilizado pela equipe de planejamento de curto prazo na


Mineração Casa de Pedra é o Modelo Casca. Ele possui variáveis químicas e faixas
granulométricas definidas de acordo com os principais produtos gerados: lump ore
(granulado), sinter feed e pellet feed. Ele visa fornecer uma informação geológica atualizada
ao planejamento de lavra de curto prazo mais especificamente ao plano mensal de lavra,
consequentemente as pilhas de homogeinização, possibilitando a lavra da mina orientada por
produtos.
Utiliza-se o modelo de longo prazo para gerar uma casca de três bancos abaixo da
superfície topográfica atualizada, discretizada em blocos de 12,5m x 12,5m x 13m.
Posteriormente, os blocos que tocam a superfície, ora representada pela geologia da
superfície, são carimbados com a litologia aflorante. Os demais bancos preservam as
informações litológicas do modelo de longo prazo. Os blocos deste novo modelo,
considerados como minérios, são submetidos a um tratamento geoestatístico em
software específico. Após krigados, esses blocos de minério são adicionados aos
blocos de estéril, compondo o modelo casca (BORGES, SOUZA, 2008).

O Modelo Casca é um modelo de blocos (12,5m x 12,5m x 13m) com três bancos
abaixo da superfície topográfica da mina, sendo carimbado semanalmente pelo mapa
geológico e fornece informações granuloquímicas por produto para cada litologia.
33

Figura 09 – Modelo Casca da Mineração Casa de Pedra

Fonte: Relatório Geologia da Mineração Casa de Pedra – CSN

O mapa geológico é atualizado semanalmente por meio das informações das canaletas,
mapeamentos geológicos feitos nas frentes de lavra, a fim de atingir os níveis de detalhes
necessários para avaliação da qualidade do minério em superfície, influenciando de forma
direta no Planejamento de Lavra Mensal.

O banco de dados de geologia de curto prazo é alimentado por todas as amostras de


mina como canaletas, frentes de lavra, composit (controle de qualidade) e amostras
especiais (estudos de crepitação, formação de pilhas especiais, testes de peso
específico, empolamento, etc) que são analisadas quimicamente em seis faixas
granulométricas, além do global. As amostras dos furos de sonda também são
tratadas e inseridas no banco de dados com as mesmas análises. Para cada amostra,
classifica-se litologicamente o minério pelo teor de ferro no global analisado,
verifica-se o fechamento estequiométrico e pondera-se as faixas granuloquímicas em
produtos (lump ore, sinter feed e pellet feed). O arquivo de dados usado para
krigagem possui para cada amostra a sua respectiva identificação, as coordenadas
(X, Y e Z), a litologia e os produtos gerados (BORGES, SOUZA, 2008).

A coleta de amostras de canaletas e/ou frentes de lavra ocorre de acordo com a


programação do geólogo, sempre obedecendo às condições operacionais de segurança da área.
E ainda, quando houver solicitação pelo responsável das áreas de Planejamento de Lavra,
Processo e Controle de Qualidade.
34

Figura 10 – Modelo Geológico da Mineração Casa de Pedra

Fonte: Relatório Geologia da Mineração Casa de Pedra – CSN

4.6.1.1 Amostragem de canaletas

De acordo com a programação estabelecida, a equipe de topografia realiza a locação


das canaletas em campo. São repassadas para a equipe de topografia as coordenadas iniciais e
finais de cada canaleta, as mesmas são retiradas do software DataMine nas seções com Az
78° e espaçamento entre si de 25m. Utilizam-se duas estacas para delimitar o início e o
término da canaleta. Em locais com grande heterogeneidade litológica ou lavras de altos
teores, são realizadas canaletas de 12 em 12 metros.
A canaleta é aberta por uma retro escavadeira. A largura da canaleta será a mesma da
concha da retro escavadeira, cerca de 60 cm. Após as canaletas serem abertas, inicia-se o
processo de amostragem. O Geólogo de Mina e/ou Técnico de Geologia mapeia o canal
delimitando as amostras respeitando o tipo litológico e o intervalo de amostragem
compreendido entre 6.25m (medida capaz de se fazer uma seletividade na lavra) e 13,0m
(medida determinada pela altura máxima de cada banco). O comprimento das amostras é
medido com uso de trena.
Após a definição dos intervalos a serem amostrados, é colocado no início de cada
amostra uma estaca. Com o uso de uma pá específica para essa amostragem, as amostras são
35

coletadas, acondicionadas em sacos plásticos e identificadas com etiquetas, possuindo cada


uma cerca de 30 kg. Apenas material considerado minério é amostrado.
A identificação das amostras deverá ser da seguinte forma: AA-CANXX-YYYY, onde
AA - cava, CAN - tipo de amostra (canaleta), XX ano e YYYY o número da amostra.
Exemplo: CP-CAN13-0001 (CP - Cava Principal, canaleta realizada no ano de 2013, amostra
1). Os dados que devem ser inseridos na caderneta de campo intitulada de “Amostragem de
Canaletas” são os seguintes: local, nível (cota do local), data, croqui das canaletas com os
intervalos amostrais e litotipos e descrição geológica.
Após o término da coletada, com a orientação do técnico e/ou geólogo responsável, a
equipe de topografia realiza o cadastramento de todas as amostras. As estacas usadas na
delimitação das amostras são utilizadas como referência e as coordenadas são repassadas a
equipe de geologia no Datum Sirgas2000 zona 23S via e-mail.
O envio de amostras ao laboratório para análise granuloquímica ocorre diariamente,
sendo a cota diária de 10 amostras. Os resultados são liberados via sistema LIMS (Laboratory
Information Management System, Sistema de Gestão do Laboratório CSN), os quais passam
por validação do Geólogo responsável e posteriormente são integrados ao banco de dados de
canaletas no software AcQuire GIM.

4.6.1.2 Amostragem de frentes de lavra

A amostragem de frente de lavra é uma atividade que auxilia na caracterização e


ratificação litológica em mapeamentos geológicos. Ela somente ocorrerá se ao inspecionar a
área alvo, o geólogo e /ou técnico de geologia constatar se há condições de segurança.
Após a limpeza do afloramento, utiliza-se uma pá e uma picareta na abertura de um
canal na face do talude de interesse procurando representar a maior parte do afloramento,
levando em consideração a altura de alcance do ferramental. O canal deve ser orientado
perpendicular ao bandamento do minério. A coleta deve ser feita de baixo para cima, afim de
não gerar contaminação.
As amostras são coletadas, acondicionadas em sacos plásticos e identificadas com
etiquetas, possuindo cada uma cerca de 30 kg para análise granuloquímica e cerca de 15Kg
para análise global.
A identificação das amostras deverá ser da seguinte forma: AA-FRLXX-YYYY, onde
AA - cava, FRL - tipo de amostra (frente de lavra), XX ano e YYYY o número da amostra.
Exemplo: CP-FRL13-0001 (CP - Cava Principal, amostra de frente de lavra realizada no ano
36

de 2013, amostra 1). Após a coleta das amostras, cadastrar com GPS as coordenadas do ponto
de coleta. Devem ser inseridos na caderneta de campo intitulada de “Amostragem de Frente
de Lavra” as seguintes informações: cava, nível (cota local), praça de trabalho, data,
coordenada do ponto amostrado, litologia.
O envio de amostras ao laboratório devem estar dentro da cota de 10 amostras diárias.
Os resultados também são liberados via sistema LIMS, validados e inseridos no banco de
dados referente a amostras de frente de lavra no software AcQuire GIM.

Figura 11 – Amostragem de Canaleta em Campo

Fonte: Relatório Geologia da Mineração Casa de Pedra – CSN


Figura 12 – Amostragem de Frente de Lavra

Fonte: Relatório Geologia da Mineração Casa de Pedra – CSN

4.7 Controle de Frentes de Lavra

O Plano de Lavra, elaborado pelo Planejamento de Curto prazo, é utilizado como premissa
para o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de Controle de frentes de lavra. São
responsáveis pela programação diária de produção através da formação das pilhas blends,
37

formação dos estoques de atendimento às unidades de peneiramento móvel e fornecimento de


ROM para Namisa.
Os técnicos da equipe de controle de frentes de lavra rotineiramente turno a turno
acompanham todas as frentes de lavra em operação e juntamente com o direcionamento da
geologia auxiliam na destinação dos materiais para os respectivos destinos de acordo com o
plano de lavra.
No decorrer do mês são acompanhados os resultados de qualidade e gerados diversos
relatórios a partir das formações e retomadas das pilhas, além do controle da qualidade dos
principais produtos gerados.

4.8 Despacho Eletrônico – Controle de dados dos equipamentos da mina

Atualmente a Mineração Casa de Pedra utiliza o software Modular Mining que


gerencia o controle de tráfego e monitora todos os equipamentos de transporte e carga da
mina. O principal objetivo da sua utilização é a otimização das operações de lavra e
maximização da produtividade geral da mina, desta forma, reduzindo custos operacionais.
O sistema acompanha em tempo real a situação de todos os equipamentos através de
informações via rede wireless, utilização de GPS e computador de bordo embarcado em cada
equipamento.
O controle é feito sem interrupção, adequando todas as ações referentes à
produção/operação/manutenção, e também há o monitoramento feito pela grande quantidade
de relatórios que o sistema pode gerar.
Todas as áreas podem acompanhar o desempenho e status da produção na mina Casa
de Pedra a qualquer momento, visualizando o posicionamento de cada equipamento de carga,
a litologia que está lavrando e o destino do material.
Após definida as áreas de lavra em cada mês a equipe de planejamento repassa para o
despacho eletrônico o posicionamento de cada equipamento de carga e as respectivas
litologias.

4.9 Operações de lavra na Mineração Casa de Pedra

Atualmente a divisão da lavra ocorre nos Corpos Principal, Oeste, Entre Corpos, Norte
e Mascate, que, futuramente, formarão um pit integrado, utilizando escavadeiras hidráulicas e
38

pás carregadeiras. O transporte do material para a britagem, estoques, pilhas de estéril é feito
por caminhões de grande porte, de até 240t.

Figura 13 – Mapa com a localização das cavas na Mineração Casa de Pedra

Entre
Corpos

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.9.1 Lavra

No processo de operações de lavra há uma participação bastante efetiva das equipes de


geologia, planejamento, topografia e projetos, hidrogeologia, hidrologia, geotecnia, controle
de qualidade de frente de lavra, produção, infraestrutura, dentre outras.
O minério da mina é lavrado pelo método a céu aberto, em bancadas de 13 metros,
sendo desenvolvida a lavra em nível, lavra em encosta e cava.
39

Figura 14 – Fluxo do processo de Lavra na Mineração Casa de Pedra

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

4.9.2 Pilha de Estéril

A Mineração Casa de Pedra possui hoje duas áreas de disposição de estéril franco, a
pilha de estéril “Vila” atualmente em sua capacidade máxima de disposição e a principal pilha
em desenvolvimento “Batateiro”, localizadas a leste e a oeste dos pits da lavra.
O material estéril é constituído predominantemente por lateritas, filitos, quartzitos.
Toda área programada para disposição do estéril é conforme projeto específico e são
considerados todos os aspectos ambientais, drenagem e estabilidade das pilhas.
Toda a execução desse empilhamento é acompanhada diariamente pelas equipes
responsáveis (geotecnia, infraestrutura, planejamento de lavra, dentre outras).
40

4.9.3 Pilha de Material de oportunidade

Atualmente as litologias de itabiritos pobres e compactos não utilizados na


alimentação da britagem são depositadas na cava oeste como material de oportunidade. Esses
materiais serão utilizados e processados após a entrada da planta de beneficiamento de
itabiritos, obras de instalações da expansão em Casa de Pedra.

4.10 Elaboração do Plano Mensal de Lavra Sequenciado por Semanas

Um bom planejamento e execução do sequenciamento das frentes de lavra influenciam


diretamente na programação de produção e as metas que se desejam alcançar.
É importante conhecer os teores do material que irá compor as programações de lavra,
pois as variabilidades de teores podem afetar a planta de beneficiamento e até mesmo a
qualidade dos produtos que se pretende formar.
Sendo as frentes de lavra da Mineração Casa de Pedra fonte de materiais bastante
variados até mesmo por particularidade das minas de ferro principalmente nas frentes de
itabirito, atualmente são desenvolvidas pelo setor de planejamento de lavra de curto prazo as
programações mensais de lavra sequenciadas por semanas.
Anteriormente eram confeccionados os planos de lavra mensais e a previsão da
programação era repassada num horizonte de 31 dias, ou seja, um fechamento global para o
mês.
No decorrer da execução desses planos, a equipe de planejamento detectou que a
programação de lavra poderia fornecer informações mais detalhadas e atualizadas para as
equipes responsáveis pelo controle de qualidade e para equipe da execução.
Foi a partir da necessidade de se ter um plano com maior previsibilidade,
confiabilidade em relação à programação das respectivas qualidades pretendidas e a forma de
execução, que todas as equipes envolvidas para fornecer os dados para a elaboração do plano
foram acionadas e a partir daí começaram-se a divisão dos planos em semanas.

4.10.1 Coletas dos Dados – Inputs

➢ Definir a divisão do mês em semanas;


➢ Plano Anual e Plano Trimestral de Lavra para embasamento do sequenciamento da
lavra;
41

➢ Programa de Produção e movimentação da mina (estéril, minério, REM, entre outros);


➢ Programa de Vendas de Produto contendo os dados diários de alimentação da
britagem e fornecimento de ROM para as plantas móveis;
➢ Dados da programação das parada nas britagens;
➢ Dados de disponibilidade física dos equipamentos de carga e transporte que indicará o
quanto o equipamento estará disponível no mês, descontando o percentual de horas de
manutenção preventiva;
➢ Cálculo das distâncias médias de transporte (DMT) por origem e destino;
➢ Produtividade prevista para os equipamentos de carga e transporte;
➢ Cálculo da capacidade da frota de carga e transporte;
➢ Metas de qualidade para o Run of Mine (ROM);
➢ Parâmetros geotécnicos por corpo, como ângulo geral, ângulo de face do taludes por
litologias;
➢ Topografia da mina atualizada;
➢ Modelo de Blocos de Curto Prazo (Modelo Casca) atualizado;
➢ Plano com o sequenciamento de disposição de estéril;
➢ Mapeamento de todas as interferências nas frentes de lavra e demandas de rede
elétrica e serviços de infraestrutura;
➢ Programações das frentes são feitas de acordo com os padrões operacionais e
considerando as questões ambientais.

4.10.2 Prévia do plano mensal de lavra

A etapa da prévia do plano mensal de lavra, trata-se de uma reunião onde são
convocadas as equipes envolvidas na elaboração e execução do plano de lavra
(planejamento, geologia, manutenção, infraestrutura, hidrogeologia, entre outras).
Nesta reunião não são discutidos dados de qualidade do material a ser extraído. A
equipe de planejamento tem como principal objetivo repassar um horizonte do
sequenciamento da lavra baseado no plano trimestral, mostrar o direcionamento dos
equipamentos nas frentes de lavra, possíveis deslocamentos desses equipamentos, e
principalmente fazer um mapeamento de todas as interferências para execução da lavra
levando em consideração os aspectos operacionais.
42

O trabalho realizado em conjunto com essas equipes, possibilita uma visão integrada
das dificuldades e/ou facilidades na execução das atividades que serão programadas, e em
conjunto buscam a melhor solução em prol de um único objetivo que é reunir esforços para
garantir a execução do plano com excelência e dentro dos parâmetros de segurança e de
responsabilidade ambiental.

4.10.3 Projeção semanal dos avanços e programação das frentes de lavra por equipamento

Com a definição da capacidade das frotas de carga e transporte e dados de


movimentação prevista com as respectivas metas para cada semana, inicia-se a projeção dos
avanços de lavra por corpo, por frente e por equipamentos.
Através do software MineSigth são desenhadas e cubadas as geometrias, ou seja, os
polígonos em cada frente visualizando tanto o sequenciamento quanto o modelo de blocos
para se ter um direcionamento das litologias que serão lavradas.
Com o apoio de uma planilha de Excel para fechamento da qualidade do ROM por
faixa granulométrica (granulado, sinter feed e finos) os resultados das cubagens são dosados e
direcionados de forma que as quantidades distribuídas sejam as médias ponderadas dos
materiais das várias frentes de lavra. Essa distribuição de toda a movimentação busca garantir
a qualidade e a quantidade prevista conforme o programa de produção.
Interessante ressaltar que semana a semana é possível verificar qual a disponibilidade
de material rico em relação aos materiais de baixo teor, buscando manter uma proporção e um
equilíbrio desses frentes, programando uma blendagem das mesmas. A partir desse blend os
diferentes litotipos de minérios são aproveitados ao máximo e principalmente é considerada a
singularidade de cada corpo mineralizado.
É um grande desafio essa tarefa e exige uma atenção muito especial da geologia de
curto prazo, pois nesse momento o modelo de blocos (modelo casca) deve fornecer as
informações litológicas com a maior precisão possível. Essas informações devem representar
a realidade que vamos encontrar nas frentes programadas.
É importante um mapeamento minucioso para detectar todas as possíveis
interferências na frente de lavra (realocação de rede elétrica, desvio de acesso, rebaixamento
de poço ou piezômetro, necessidade de perfuração e desmonte, etc.) para que não ocorra uma
paralisação do equipamento comprometendo a disponibilidade do material.
O Plano de Lavra é utilizado como premissa para o desenvolvimento dos trabalhos da
equipe de Controle de frentes de lavra. Após o fechamento da qualidade, as programações por
43

frente são importadas através de uma tabela de Excel para o sistema MES (Manufacturing
Execution Systems), no qual o engenheiro responsável elabora o programa de produção das
pilhas que serão alimentadas na britagem primária.

Figura 15 – Projeção do polígono de lavra visualizando o modelo de blocos

Fonte: Planejamento de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN


44

Figura 16 – Programação das frentes de lavra sequenciada por semanas

Fonte: Relatório Plano de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN

Figura 17 – Visualização do modelo de blocos (Modelo Casca) na frente de lavra

Fonte: Relatório Plano de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN


45

Figura 18 – Visualização do modelo de blocos (Modelo Casca) na frente de lavra

Fonte: Relatório Plano de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN

Figura 19 – Fechamento da qualidade ROM por semanas

Fonte: Relatório Plano de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN


46

4.10.4 Apresentação do plano mensal de lavra

A apresentação do plano mensal de lavra é realizada de acordo com o calendário anual


previamente definido, sendo que não ultrapasse o terceiro dia útil de cada mês.
O objetivo é fazer um alinhamento do fechamento do mês anterior, e fornecer todas as
informações que envolvem a programação do plano mensal do mês em vigor para todas as
equipes envolvidas.
São extremamente detalhadas as programações e ações para cada frente de lavra, na
apresentação são incluídos slides com registro fotográfico e imagens geradas no software
MineSigth representando o sequenciamento proposto, litotipos esperados e possíveis
interferências.
Após a apresentação o material é disponibilizado no portal SIG (Sistema de
Informação Gerencial) para consulta e download.

4.10.5 Revisões do plano de lavra sequenciado por semanas

A partir da execução do plano da primeira semana corrente do mês e em função dos


atrasos e déficits no cumprimento da programação estabelecida, é necessário à reprogramação
da semana subsequente para possibilitar uma maior previsibilidade para o período.
Para alinhamento e manutenção da visibilidade nas frentes de lavra a revisão é
necessária para não comprometer as programações futuras.
A revisão contempla a topografia atualizada da mina, novas previsões dos índices dos
equipamentos de carga e transporte, modelo de blocos atualizado.
Os parâmetros estabelecidos para a revisão das semanas são os mesmos para
elaboração do plano de lavra.

4.10.6 Marcação topográfica dos avanços

A equipe de planejamento de lavra disponibiliza os avanços semanais para serem


marcados em campo pela equipe de topografia.
Essas marcações em campo são respeitadas pela equipe da produção, infraestrutura e
são através delas que o operador se orienta juntamente com o direcionamento das equipes de
controle de frente de lavra e geologia.
47

Figura 20 – Ilustração da marcação topográfica do avanço na frente de lavra

Fonte: Relatório Plano de Lavra da Mineração Casa de Pedra – CSN

4.10.7 Acompanhamento diário na execução da lavra pela equipe de planejamento

Após o fechamento do plano é gerado um mapa para consulta contemplando todas as


frentes de lavra, com nomenclatura das áreas para localização e o respectivo equipamento.
De posse do plano semanal de lavra são discutidas através da reunião diária de
direcionamento das atividades de produção, todas as ações e prazos com os respectivos
responsáveis para o cumprimento do plano proposto.
Ao término de cada reunião as ações são registradas em ata e enviadas para todas as
equipes envolvidas. Esta ata possibilita o acompanhamento e serve como meio de consulta
para os supervisores que trabalham nos turnos.
É realizado diariamente o acompanhamento em campo dando suporte e
esclarecimentos necessários para garantir a execução da tarefa.
48

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

No período de julho a outubro de 2014 foram analisados os planos semanais de lavra e


feito o acompanhamento semanal em relação ao teor de ferro nos minérios granulado e sinter
feed a fim de verificar a aderência em relação ao plano de lavra versus formação das pilhas
blends para alimentação da britagem primária versus os resultados das amostras coletadas no
amostrador da britagem primária.
Os resultados obtidos só foram possíveis devido ao comprometimento das equipes de
geologia que conseguiram manter a atualização do modelo de blocos sendo a principal
ferramenta para o fechamento do plano, de manutenção com as programações de paradas dos
equipamentos, de produção que juntamente com o controle de qualidade respeitaram o
sequenciamento e as marcações topográficas em campo trabalhando conforme os avanços
propostos para cada semana e os respectivos direcionamentos.
A equipe de planejamento de forma bastante engajada e buscando o sucesso na
execução do plano semanal teve um papel fundamental para garantir o controle junto às
equipes envolvidas no desenvolvimento da lavra na tratativa de todas as interferências que
poderiam ocasionar algum desvio no direcionamento do plano.
Sendo o plano semanal composto por programações que englobam um período menor
em relação ao plano mensal, observa-se que desta maneira trabalhamos com uma maior
previsibilidade e assertividade da qualidade do ROM para formação das pilhas que
alimentaram o britador. Baseado nos resultados obtidos, podemos afirmar que o atendimento
da qualidade do ROM é um grande indicativo que o produto que se pretende obter após o
processamento do material está mais garantido dentro dos limites pré-definidos.

Tabela 1 – Teor Fe (%) no Granulado JUL/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


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Tabela 2 – Teor Fe (%) no Granulado AGO/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Tabela 3 – Teor Fe (%) no Granulado SET/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Tabela 4 – Teor Fe (%) no Granulado OUT/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Gráfico 1 – Comparativo do Teor de Fe (%) no Granulado

Comparativo do Teor de Fe no Granulado


68,0

65,0

62,0

59,0
(%)

56,0

53,0

50,0
1ª S/07

2ª S/07

1ª S/08

2ª S/08

1ª S/09

2ª S/09

3ª S/09

2ª S/10

3ª S/10

4ª S/10
3ª S/07

3ª S/08

4ª S/08

4ª S/09

1ª S/10
4ªS/07

Formação Prevista Formação Real Britagem Formação Real Pilhas

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


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Tabela 5 – Teor Fe (%) no Sinter Feed JUL/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Tabela 6 – Teor Fe (%) no Sinter Feed AGO/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Tabela 7 – Teor Fe (%) no Sinter Feed SET/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN

Tabela 8 – Teor Fe (%) no Sinter Feed OUT/2014

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


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Gráfico 2 – Comparativo do Teor de Fe (%) no Sinter Feed

Comparativo do Teor de Fe no Sinter Feed


68,0

65,0

62,0

59,0
(%)

56,0

53,0

50,0
1ª S/07

2ª S/07

1ª S/08

2ª S/08

1ª S/09

2ª S/09

3ª S/09

2ª S/10

3ª S/10

4ª S/10
3ª S/07

3ª S/08

4ª S/08

4ª S/09

1ª S/10
4ªS/07

Formação Prevista Formação Real Britagem Formação Real Pilhas

Fonte: Mineração Casa de Pedra – CSN


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6 CONCLUSÕES

Desenvolver um plano de lavra que atenda todas as exigências de produção de uma


mina, considerando as particularidades e dificuldades encontradas no dia a dia é um grande
desafio.
A equipe de planejamento que está envolvida nesse processo tem a responsabilidade
de prevê com antecedência todas às formas para obter um melhor desenvolvimento da mina,
criando situações ou manobras que minimizem os impactos e interferências e garantir um bom
desenvolvimento de acordo com as premissas previamente programadas para o período.
A metodologia de elaboração do plano mensal de lavra sequenciado por semanas
evidenciado no estudo de caso tem o intuito de mostrar como é significativa a busca constante
em prol de melhorias, de um melhor atendimento aos clientes internos, de uma visão mais
técnica sem desconsiderar o contexto operacional.
Levando em consideração todos os aspectos que envolvem um planejamento de lavra,
a pesquisa realizada contribui para elucidar como um sequenciamento e acompanhamento dos
planos de lavra são importantes a fim de se manter uma aderência do programado em relação
ao realizado.
Espera-se que o processo adotado para elaboração do plano de lavra na Mineração
Casa de Pedra sirva de subsidio para a implantação em outras empresas com o objetivo de
proporcionar maior credibilidade e assertividade no desenvolvimento dos planos de lavra.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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operações de lavra em minas a céu aberto. Dissertação do Mestrado do Departamento de
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LEITE, J.; FRANCO, L.; TAVARES, V.; MORAES, P. FUPAC: Manual de Normalização
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Conselheiro Lafaiete, 2014.

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PINTO, Cláudio Lúcio Lopes. Planejamento de Lavra e Métodos de Lavra. Trabalho


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2006.

SOUZA, Rafael Alvarenga. Análise e controle dos índices de aderência e cumprimento


para planos de lavra. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia
de Minas da Universidade Federal de Goiás, 2013.
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ANEXOS
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