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Congresso Nacional, Senado Federal, vêm, respeitosamente, nos termos dos arts. 5º, XXXIV,
"a", 37, 4º e 129 da Constituição Federal, além da Lei n. 13.869/19, formalizar
6. Como reconhecido pela auditoria, Moro não foi contratado pelo ramo de
administração judicial da Alvarez & Marsal no Brasil, mas pela sede americana na área de
investigações e disputas — sem qualquer relação com o caso Odebrecht.
8. Em síntese, a auditoria da Corte de Contas ressaltou que não havia nos autos
indícios de dano ao erário ou de ato irregular que envolva a gestão de recurso público no
caso, não cabendo ao TCU, portanto, qualquer avaliação de conduta da Alvarez & Marsal.
Harmônico com essa noção, em dezembro de 2020, o Ministério Público de Contas junto ao
TCU
[...] em aderência ao devido processo legal na esfera do controle externo, que passa pela
necessária observância do princípio do procurador natural e pelo sistema de freios e
contrapesos, a AMPCON e a ANTC se posicionam em defesa da necessária observância do
princípio do procurador natural no âmbito do MPC junto ao TCU, neste e nos demais
processos, em conformidade com o regulamento vigente editado pela instituição, assim como
apoiam a atuação do Procurador Júlio Marcelo de Oliveira como Procurador natural do
feito, no legal e legítimo exercício de suas funções,
12. Anteriormente, Júlio Marcelo, procurador de direito do caso, recorreu da decisão
do Ministro Bruno Dantas, o qual rejeitou a petição em que o procurador questionava as
inobservâncias protagonizadas pelo Representado, subprocurador-geral Lucas Furtado.
15. As acusações contra Sérgio Moro e o procurador formam parte de uma latente e
contínua estratégia de assédio judicial direcionado
16. O caso deveria ter sido arquivado sumariamente. E, de fato, foi o que o
subprocurador Lucas Rocha Furtado, aparentemente premido pelas circunstâncias, acabou
por solicitar posteriormente, conforme Ofício 4/2022, datado de 31 de janeiro do corrente.
18. O ex-Ministro, em medida da mais alta transparência e sem que fosse necessária
nenhuma determinação nesse sentido, revelou espontaneamente o montante de recursos
recebidos por serviços prestados pela consultoria americana, onde trabalhou de novembro de
2020 a outubro de 2021.
19. É diante dessa fala – que, repita-se, revela grande decoro, abertura e inocência –
que se coloca a atuação descabida do subprocurador-geral. Utilizando-se abusivamente dos
meios jurídico-administrativos à sua disposição, pretendeu responder à atuação política do
ex-juiz, requisitando à corte de contas providência completamente descabida, qual seja: a
indisponibilidade de bens de Sergio Moro.
20. Ora, trata-se de medida da mais alta gravidade. Trata-se de providência
escandalosamente inadequada para o caso, no qual, a propósito, falece completa e absoluta
competência do Tribunal de Contas da União e, neste tribunal, a do Representado.
21. O procurador chega mesmo a dizer que os recibos mostrados naquela ocasião por
Sergio Moro não comprovam a inexistência de outros pagamentos. Ora, se não comprovam a
inexistência (o que é coisa impossível!), muito menos provam ou indicam a existência. E uma
medida dessa gravidade – ainda que fosse tomada pelo órgão competente – precisaria de
fortes e robustos indícios.
22. A declaração e a tributação da renda devem ser apuradas pela Receita Federal do
Brasil e, se for o caso de indícios de crimes, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público
Federal. Jamais pelo Tribunal de Contas, que é um órgão de controle externo voltado à
atuação sobre a administração pública.
24. Frise-se: ainda que houvesse competência do Tribunal de Contas da União (o que
absolutamente não há), uma medida cautelar fiscal que determinasse a indisponibilidade de
bens dependeria, dentre vários outros requisitos legais, no mínimo da própria constituição de
crédito tributário. Não é o caso. O procurador está supondo que, talvez (!), exista imposto a
pagar. Ainda que houvesse dívida tributária, não seria suficiente para justificar o pedido de
bloqueio de bens. E mesmo que o fosse, não o seria pelo Tribunal de Contas da União.
27. Para punir o uso indevido das prerrogativas de cargos públicos foi editada a Lei
de Abuso de Autoridade (no 13.869/2019), que tipificou uma série de condutas criminosas
que poderiam ser levadas a cabo pelo abuso de poder de membros de diversos poderes de
Estado.
31. Esse cenário precisa de devida e regular apuração, de modo a apurar a ocorrência
do crime de abuso de autoridade.
32. Trata-se de atitude gravíssima que afeta a honra e o próprio patrimônio moral e
físico de pré-candidato à Presidência da República.
33. Não pode haver qualquer justificativa para uma atuação tão inesperadamente
indevida de uma autoridade pública como o Subprocurador-Geral junto ao Tribunal de Contas
da União. Não se trata de um advogado qualquer atuando frente a um tribunal que
desconhece, com uma legislação que lhe é estranha. Trata-se de membro do Ministério
Público, instituição da mais alta credibilidade, conhecida pela alta formação e qualificação
dos seus membros; e trata-se de atuação com a legislação que lhe é comezinha, junto ao
tribunal em que oficia permanente e exclusivamente.
35. Os atos praticados pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União,
submetem-se, como o de todos os agentes públicos, aos princípios da moralidade e da
legalidade. Ao atuar de maneira destoante da ordinária em relação a determinado cidadão,
com o intuito de prejudicá-lo, fere-se gravemente a impessoalidade, pela diferença no
tratamento, e a moralidade, pela busca de objetivos dissociados do interesse público.
36. Nenhuma autoridade pública pode abusar dos poderes que lhe tenham sido
atribuídos para prejudicar ou beneficiar outrem ou por mero capricho ou satisfação pessoal. E
uma atitude tão idiossincrática como a relatada só pode representar o cúmulo da pessoalidade.
37. E, como já se disse, mais do que mero desvio administrativo, pela gravidade que
encerra, a conduta pode indicar crimes, como previsto na referida Lei de Abuso de
Autoridado. De fato, prevê a referida lei:
(...)
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:
39. Diante do exposto, requerem a adoção das providências legais com o objetivo de
apurar as potenciais infrações perpetradas pelo Representado, adotando-se, posteriormente, as
sanções cabíveis.