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3.

Da materialidade - Testemunhas
                        Diante da gravidade dos relatos prestados, considerando a coerência e harmônia das
falas da vítima, bem como da possibilidade de existência de outras vítimas do mesmo investigado
do mesmo grupo familiar, esta Especializada tomou diversas providências visando propiciar
elementos suficientes de autoria e materialidade buscando a satisfação da persecutio criminis in
juditio. Abaixo, pontuamos:
3.1 Da testemunha Naira Kelly de Souza Gregório
                         A declarante recorda da primeira vez em que José foi inconveniente e ela tinha
apenas 7 (sete) anos de idade e tinha, momento em que ele apareceu com alguns preservativos e por
curiosidade, a vítima teria lhe perguntado se eram balinhas, o qual o mesmo respondeu que “ERAM
CAMISINHAS E QUE DEPOIS LHE MOSTRARIA COMO QUE USAVA”.
Em outro momento, a vítima que a época tinha 8 (oito) anos teria ido até a residência
de sua tia Antonilda para ajudar nos cuidados do filho dela que havia acabado de nascer e mesmo
sendo de manhã, José teria lhe mostrado o pênis e colocou a camisinha para que ela visse. Em
seguida, já quando era mais a noite, ele teria ido até a sala no sofá, onde a vítima dormia, tirou a sua
calcinha e feito sexo oral, e que acredita ter durado por volta de dez a vinte minutos. No outro dia,
Antonilda teria saído para o trabalho e deixado a vítima e o investigado a sós, sendo que lhe
abusado com toques, mostrava o pênis e tentou penetração, porém, a declarante sentia muitas dores
e chorava muito. Informou que José sempre que tinha uma oportunidade, praticava abusos em face
da vítima, sempre quando não havia ninguém por perto.
3.2 Da testemunha Jessica Lopes da Silva
                         A declarante não soube informar com exatidão, com quantos anos teria começado os
abusos contra ela, porém, acredita ter sido por volta dos 9 (nove) anos de idade, quando a mesma
estava dormindo no sofá da casa de sua tia Antonilda, momento em que ela acordou com o
investigado por cima dela fazendo movimentos de ‘vai e vem’ e logo quando tomou ciência da
situação, José teria parado os seus atos como se nada tivesse acontecido. A vítima, após ter se
levantado e ido ao banheiro, percebeu que suas calças estavam mais abaixadas e com suas pernas
‘meladas’, entretanto, não sentiu que houve penetração, pois estava deitada de bruços.
Após o fato anterior, a declarante relatou que aconteceram episódios de José ir até a
casa dela e a olhava tomar banho pela fresta da porta, assim também como ele falava obscenidades
para ela, fato este que perpetuou até seus 12 (dose) anos de idade.
3.3 Da testemunha Mikaelle Lopes da Silva
                         A declarante contou que no ano de 2006, ela estava brincando no quintal da casa
onde morava e José teria se aproximado com um aparelho de se barbear e lhe disse: “OLHA O QUE
EU TROUXE PARA VOCÊ SE DEPILAR PARA FICAR DO JEITO QUE EU QUERO”. A vítima
não teria feito nada depois do ocorrido, mas ele começou a persegui-la, sendo que sempre que ela
passava por perto, ele conseguia passar as mãos em seus seios e em suas nádegas.
Em outro momento, no ano de 2008, quando tinha 12 (doze) anos de idade, Mikaelle
estava na casa de sua tia Antonilda, esposa de José, e ao se direcionar para a cozinha, o investigado
teria agarrado-a por trás e tentava despi-la, contudo, após ela resistir ao ato, ele desistiu.
Entrentanto, sempre que a vítima via José, ele lhe dizia: “VOCÊ É GOSTOSA, VOU TE PEGAR A
FORÇA”.
Por fim, a declarante aduz que quando tinha 16 (dezesseis) anos, José teria tentado
lhe agarrar novamente, porém, como ela já tinha força, acabou por empurrá-lo e alegou que se ele
fizesse qualquer coisa contra sua pessoa, ela iria matá-lo.
3.4 Da testemunha Cicera Amanda Lopes da Silva
                         Informou que lembra da primeira vez em que ela foi molestada por José, foi quando
ela tinha 6 (seis) anos de idade e que ele teria colocado o pênis para fora da calça, pegar sua mão e
colocar em seu órgão. Aduz que toda oportunidade que José tinha, ele passava as mãos em seus
seios e suas nádegas.
Aduz que no ano de 2004, ela teria sido encostada contra parede por José, mas ela
teria conseguindo sair, entretanto as abordagens por parte do investigado eram frequentes, pois ele
sempre lhe abordava e dizia que “iria pegá-la, tirar seu cabaço e etc”. Com o passar dos anos, a
declarante adquiriu mais forças, e disse que ficou mais complicado de José lhe segurar, mas que os
atos obscenos continuavam, quando ele passava as mãos em seu corpo ou fazia gestos com a boca.
3.5 Da testemunha Gabrielli Ferreira Lopes
                         Relatou que foi vítima também de José e que os abusos começaram quando ela tinha
por volta de 7 (sete) anos de idade e que sempre ocorriam quando ela estava presente da residência
da tia Antonilda. Os abusos aconteciam em vários cômodos da casa, sendo que ele sempre passava
as mãos em seus seios, nádegas, vagina, com carícias por cima da roupa e por baixo também,
porém, ele nunca chegou a fazer introdução dos dedos em sua parte íntima, ademais, ele tentava
também beijá-la, mas ela não deixava.
Informou que os abusos aconteceram até os seus 15 (quinze) anos de idade, mas que
nunca ocorreu conjunção carnal, apenas situações de carícias.
3.6 Da testemunha Cicera Maria de Souza
                         A declarante aduz que a primeira situação de abuso por parte de José, foi no ano de
2002, quando tinha 7 (sete) anos de idade, quando ela estava brincando de pique esconde e o
investigado teria lhe agarrado e esfregado o seu corpo ao dela e falou palavras obscenas. Informou
que estas situações eram frequentes, que sempre que a via, lhe puxava e agarrava. Informou que os
toques eram por dentro das roupas e também por fora.
Aduz que se lembra de um momento, em que tinha 12 (doze) anos de idade e ela
teria ido até a casa de sua tia Antonilda para ajudar o filho dela de 6 (seis) anos, com as tarefas
escolares, mas que quando José teria lhe agarrado e a beijado na boca, usando força física.
Narrou que quando tinha 13 (treze) anos de idade, ela teria gritado com José e que
desde então ele teria parado de importuná-la.
Ressaltou que ao tomar ciência dos fatos acontecidos com as vítimas, ela percebeu
que o investigado molestava apenas crianças, ou seja, menores de 12 (doze) anos e quando as
vítimas chegavam a fase de puberdade ele parava.
3.7 Da testemunha Wendel José Alves da Silva
                         O depoente relatou que conhecia José há vinte anos, porém, soube recentemente
qual era o seu nome por conta das acusações. Relatou que ele possuía o apelido de “Darinho”,
sendo que este é “mascate” e vai de porta em porta vender os seus produtos. O depoente teve por
conhecimento que José tinha fama de mulherengo, galanteador e que se insinuava para mulheres
casadas nas oportunidades que tinha, mas o depoente afirma que não sabia que ele tinha costume de
abusar menores.
Aduz que no ano de 2019, houve um fato envolvendo Isadora, que é maior de idade,
mas que também teria sido vítima de José, e em uma reunião familiar, Mauro Gregório, tio da
vítima, teria dado 24 horas para que o investigado sumisse e que de fato ele ficou sumido até os dias
de hoje.
O depoente relatou que ao conversar com Mylena, ela disse: “TIO, ELE ME
ESTUPROU”, e após isso, perguntou quantas vezes teria acontecido, sendo que ela apenas chorava.
3.8 Da testemunha Marilan Gregório Lopes Alves
                         Após tomar ciência da situação, Marilan, mãe de uma das vítimas, teria descoberto
por sua sobrinha Cícera Amanda Lopes da Silva, que a filha teria sido abusada sexualmente pelo tio
José Ferreira Lima Filho, e que este teria tirado a virgindade de Mylena quando ela teria 6 (anos) de
idade e por conseguinte vinha molestando a menor obrigando-a praticar masturbação no mesmo.
Informou que José teria estuprado mais outras 6 (seis) vítimas dentre elas, a própria sobrinha Cícera
Amanda, também teria sido estuprada dos 7 (sete) anos até os 10 (dez), ocasião em que José
passava as mãos nos seios e nádegas dela.

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