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Cascavel
2003
MARCOS AURÉLIO DA COSTA FREIRES
Cascavel
2003
MARCOS AURÉLIO DA COSTA FREIRES
BANCA EXAMINADORA
------------------------------------------------------------------------------------------
Gustavo Kiyosen Nakayama – Orientador – Unioeste
------------------------------------------------------------------------------------------
Celeide Pinto Aguiar Peres – Co-orientadora – Unioeste
------------------------------------------------------------------------------------------
Juliana Cristina Frare – Banca – Unioeste
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado vida, saúde e o privilégio de
terminar este trabalho.
Agradeço a Profª Celeide Pinto Aguiar Peres por ter me apoiado na realização
deste trabalho.
Agradeço aos meus colegas de turma por estar me ajudando e incentivando durante os 4 anos
de Universidade.
LISTA DE FIGURAS
Figura 13. Levantamento de pesos deve ser com as pernas e evitara a rotação de
tronco............................................................................................................................43
RH – Recursos humanos.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................12
2 O TRABALHO...................................................................................................14
4 A AERONÁUTICA...............................................................................................24
5 FUNDAMENTOS DA ERGONOMIA...................................................................26
7 POSTURAS E MOVIMENTOS.......................................................................34
8 CONDIÇÕES DE TRABALHO........................................................................46
8.4 Iluminação.......................................................................................................49
10 METODOLOGIA..............................................................................................54
11 RESULTADOS.................................................................................................56
12 DISCUSSÃO....................................................................................................68
13 CONCLUSÃO..................................................................................................72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................73
ANEXO 1........................................................................................................75
ANEXO 2........................................................................................................76
ANEXO 3........................................................................................................89
ANEXO 2
Questionário
Dados pessoais:
Nome: Data:
Setor de trabalho:
Objetivos.
Geral: Analisar as condições ergonômicas dos postos de trabalho dos militares da
Aeronáutica.
Específicos: Identificar os procedimentos de trabalho que exigem carga aos militares,
identificar posturas corporais comprometedoras nas atividades profissionais dos
militares e identificar as regiões corporais com maior relato de queixa de dores
músculo-esqueléticos.
2 O TRABALHO.
3
SANTOS, N. Fundamentos de Ergonomia. Disponível na internet. http://www.eps.ufsc.br/ergon. 19
setembro 2000. apud DUTRA, Ana Regina de Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
essência era fundamentalmente a de um ser racional (ARANHA et all, 1986 apud
DUTRA4, _).
Segundo Santos e Fialho (1995), os gregos já utilizavam duas palavras diferentes
para designar o termo trabalho: ponos que faz referência ao esforço e a penalidade, e
ergon que designa a criação, a obra de arte. A diferença entre trabalhar no sentido de
penar e trabalhar no sentido de criar deve ser uma das primeiras tarefas de alguém que
pretende analisar o trabalho.
O trabalho tem sido considerado de formas diversas, não encontrando ainda uma
definição unânime. Vários são os pontos de vista a partir dos quais se pode
compreendê-lo. Alguns deles estão a seguir:
Fisiológico – Tem a ver com a transformação de energia pelo ser humano. Um
trabalho pode realizar-se enquanto se consome certa quantidade de energia (térmica,
química e elétrica).
Econômico – Visa uma finalidade, uma utilidade, produção de bens econômicos
para a satisfação de necessidades humanas.
Ético – Dignifica o ser humano, confere sentido à vida, cria bens e valores morais.
Estético – Atividade, esforço em busca do que é belo. Algumas profissões, tais
como a odontologia, têm na questão estética um foco bastante forte.
Filosófico – Atividade do “ser” que está na essência dos ser humano; expressão
do originário poder criador do ser humano, que se constitui a si mesmo e ao mundo
histórico em que vive (PIRES, 2001).
Muito evoluíram os estudos de trabalho e inúmeros conceitos foram propostos.
Segundo FIALHO5, (1995 apud PIRES, 2001) um deles afirma que “todo trabalho é um
comportamento adquirido por aprendizagem e tendo de se adaptar às exigências de
uma tarefa”. Acrescentando-se a esse conceito a participação ativa do ser humano na
interação com os meios de trabalho, com o ambiente físico imediato e com o ambiente
4
ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M.H.P. Filosofando: Introdução à filosofia. SP: Moderna,1986 apud
DUTRA, Ana Regina de Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
5
FIALHO, F. , Santos, N. Manual de análise ergonômica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1995.
apud PIRES, Licínia. Fundamentos da Prática Ergonômica. 3ª ed. SP: LTR, 2001.
psicossocial de trabalho, pode-se fazer uma aproximação do que a ergonomia entende
por trabalho (PIRES, 2001).
Através dos tempos, o homem tem buscado métodos e processos de trabalho que
minimizem o esforço e aperfeiçoem o resultado na produção de bens que necessita.
Assim, se no início da atividade laboral o trabalho era executado com as mãos, a
evolução ocorreu no sentido da utilidade de ferramentas, máquinas de acionamento
mecânico e, atualmente, equipamentos automatizados. A tecnologia pode ser
considerada, então, como uma potente força no sentido de poder estender as
capacidades humanas (GONÇALVES et all, 1996 apud DUTRA6, _).
A revolução industrial utilizou a tecnologia para estender a capacidade física de
realizar o trabalho, já na revolução da informática ela está estendendo as nossas
capacidades mentais.
Segundo Rodrigues et all (1987), as mudanças tecnológicas nos processos
produtivos apresentam pelo menos três metas básicas: a redução do esforço de
trabalho, o aumento da produtividade e a melhoria da qualidade do produto(DUTRA, _).
Mas antes mesmo de continuarmos a falar em tecnologia e em evolução
tecnológica, é preciso definir o termo tecnologia.
Para Goldemberg (1978), a tecnologia é o conjunto de conhecimentos de que uma
sociedade dispõe sobre ciências e artes industriais, incluindo os fenômenos sociais e
físicos, e a aplicação destes princípios à produção de bens e serviços.
A evolução tecnológica do trabalho pode ser dividida em quatro fases:
1) A instrumentalização: da mão à ferramenta.
Esta fase se caracteriza pelo desenvolvimento de ferramentas fabricadas pelo
homem para lhe servir de mediador entre sua mão e o objeto de trabalho. A ferramenta
6
GONÇALVES, J.E.L; GOMES, C.A. A tecnologia e a realização do trabalho. Revista de
administração de empresas, SP, v. 33, n. 1, p. 106-121. apud DUTRA, Ana Regina de Aguiar.
Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
substitui os membros do homem na ação direta sobre a matéria prima a ser trabalhada
e permite uma ampliação da capacidade humana de transformação da matéria e uma
redução dos esforços físicos.
2) A mecanização: da ferramenta à máquina.
Nesta fase ocorre a integração progressiva das ferramentas às máquinas, assim
como pelo deslocamento de determinadas ações sobre o objeto de trabalho que,
anteriormente, eram realizadas pelo homem. O homem aciona os comandos em
funções das informações que ele recebe do objeto de trabalho, traduzindo-se na
atividade de condução do processo ou da máquina.
3) A automação: da máquina ao robô.
Nesta fase se caracteriza pela introdução maciça da micro-eletrônica nos
dispositivos técnicos de produção, onde a introdução dos computadores na condução
do processo/das máquinas modifica de forma considerável os sistemas de produção.
Neste, o trabalho humano se reduz, essencialmente, a uma atividade de
supervisão/controle do sistema de produção. Temos como exemplo o controle de
tráfego aéreo (Aeronáutica), de trens, metrôs, processos químicos e siderúrgicos, onde
os trabalhadores supervisionam/controlam variáveis do processo, corrigindo-as quando
for necessário. Os trabalhadores entram em ação quando houver um erro ou defeito.
4) A interconexão: dos robôs aos sistemas inteligentes de apoio à decisão.
Esta fase caracteriza-se pelo diagnóstico, pela introdução de sistemas inteligentes
de apoio à decisão na gestão de processos.
A QVT tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência.
Exemplo disto, é à busca do aprimoramento dos instrumentos primitivos dos quais
decorriam suas condições de trabalho. Ao longo do tempo o termo qualidade de vida no
trabalho, vem recebendo diferentes conotações, sendo a mais objetiva e clara a de
facilitar e satisfazer as necessidades dos trabalhadores no desenvolver de suas
atividades profissionais (RODRIGUES, 1994).
A definição do termo Qualidade de Vida no Trabalho, na visão de diversos autores
é apresentada a seguir:
Guest (1979) – “...um processo pelo qual uma organização tenta relevar o
potencial criativo do seu pessoal, envolvendo-os em decisões que afetam suas vidas no
trabalho. Uma característica marcante do processo é que seus objetivos não são
simplesmente intrínsecos no que diz respeito ao que o trabalhador vê como fins de
autorealização e autoengrandecimento”.
Davis (1981) – “Condições favoráveis ou desfavoráveis de um ambiente de
trabalho para os empregados”.
Fernandes e Becker (1988) – “Para reagrupar todas as experiências da
humanização do trabalho e que orientam em função do que se tem convencionado
denominar democracia industrial”.
Fernandez (1989) – Relaciona os fatores motivacionais ligados ao desempenho.
Existe QVT quando os indivíduos podem satisfazer suas necessidades pessoais
importantes, através da organização em que atuam.
3.2 – Modelos de QVT.
Segundo Huse et all (in Rodrigues, 1998), a QVT pode ser definida como uma de
pensamento envolvendo pessoas, trabalho e organização, onde se destacam dois
aspectos muito importantes:
Bem estar do trabalhador e eficácia organizacional e participação dos
trabalhadores nas decisões e problemas do trabalho.
Os aspectos que diferenciam um programa de QVT de um outro aplicado a alguma
organização radicam em quatro pontos fundamentais:
A participação dos trabalhadores (pode ser através dos ciclos de controle de
qualidade de vida, grupos de trabalhos cooperativos dentre outros);
Projeto do cargo (devendo atender as necessidades tecnológicas dos
trabalhadores, este deve incluir enriquecimento do trabalho – variedades da tarefa,
juntamente com os grupos de trabalhos autoregulados);
Inovação no sistema de recompensa (plano de cargo e salário, visando minimizar
diferenças salariais e de nível entre trabalhadores);
Melhoria no ambiente de trabalho (mudanças físicas ou tangíveis nas condições
de trabalho: flexibilidade no horário, lay-out, etc. À medida que melhora o ambiente de
trabalho, os trabalhadores tornam-se mais satisfeitos com seus serviços).
ATIVIDADE
MUSCULAR
ATIVIDADE
AERÓBICA
SER ATIVO
QUALIDADE DE SONO
ALIMENTAÇÃO
ALONGAMENTO
Segundo afirma da Silva et all (1997), para o empregado, as razões são obvias:
uma vida melhor e provavelmente mais longa, com melhor saúde física e principalmente
mais feliz. Este estado de felicidade não advém única e exclusivamente de um bem
estar físico, mas principalmente de um bem estar interior decorrente das melhorias das
relações pessoais que mantém no trabalho, além de passar a vivenciar o trabalho não
como tortura e fonte de problemas, mas como algo prazeroso e desejável.
Porque é tão importante o bem estar e a saúde no trabalho? A resposta é simples,
é só lembrarmos da quantidade de tempo que passamos em nossas atividades de
trabalho, sem exagero podemos dizer que é a maior parte de nossas vidas, quando
estamos acordados, e por meio dele (trabalho), é que realizamos grande parte das
nossas aspirações.
Para as empresas, segundo o mesmo autor, os benefícios advindos deste novo
estado de espírito dos seus empregados são óbvios.
4 A AERONÁUTICA.
Historicamente, o termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo
polonês W. JASTRZEBOWSKI, que publicou um artigo intitulado “ensaio de ergonomia
ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”.
Quase cem anos mais tarde, a ergonomia veio a se desenvolver como uma área
de conhecimento humano, quando, durante a II Guerra Mundial, pela primeira vez,
houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências
humanas e biológicas. Filósofos, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros,
trabalharam juntos para resolver os problemas causados pela operação de
equipamentos militares complexos. Os resultados desse esforço interdisciplinar foram
tão frutíferos, que foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra (DUTRA, _).
Segundo Ilda (1990), “com a eclosão da II Guerra Mundial, foram utilizados
conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis para construir instrumentos
bélicos relativamente complexos. Estes exigiam habilidade do operador, em condições
ambientais bastante desfavoráveis e tensas, no campo de batalha. Os erros e
acidentes, muitos com conseqüências fatais, eram freqüentes. Tudo isso fez redobrar o
esforço de pesquisa para adaptar esses instrumentos bélicos às características e
capacidade do operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os
acidentes” (PIRES, 2001).
Em 1959, a recomendação n° 112, da OIT – Organização Internacional do
Trabalho, dedica-se aos serviços de saúde ocupacional, definido como serviços
médicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades, com as seguintes
finalidades:
Proteger o trabalhador contra qualquer risco à saúde e que decorra do trabalho ou
das condições em que ele é cumprido.
Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas atividades na
empresa, através da adaptação do trabalho ao ser humano e pela colocação deste em
setor que atenda às suas aptidões.
Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau possível de
bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
Nessa conceituação de serviços de saúde ocupacional, verifica-se a presença do
conceito de ergonomia: adaptação do trabalho ao ser humano (DUTRA, _).
A partir de então, a ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente,
pode ser considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da
sua relação com o ambiente de trabalho, estendendo-se aos ambientes informatizados
e seu entorno, incluindo usuários e tarefas.
Hoje, a ergonomia difundiu-se em praticamente todos os países do mundo.
Existem muitas instituições de ensino e pesquisa atuando na área e anualmente se
realizam muitos eventos de caráter nacional ou internacional para a apresentação e a
discussão dos resultados das pesquisas (DUTRA, _).
A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade produtiva.
Em princípio, sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração e, sobretudo, na
indústria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada no emergente setor de
serviços e, também, na vida cotidiana das pessoas, nas atividades domésticas e de
lazer.
A ergonomia na indústria: melhoria das interfaces dos sistemas ser humano/tarefa;
melhoria das condições ambientais de trabalho; melhoria das condições
organizacionais de trabalho.
A ergonomia na agricultura e na mineração: melhoria do projeto de máquinas
agrícolas e de mineração; melhoria das tarefas de colheita, transporte e armazenagem;
estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos.
A ergonomia no setor de serviços: melhoria do projeto de sistemas de informação
(ergonomia da informação); melhoria do projeto de sistemas complexos de controle
(sala de controle); desenvolvimento de sistemas inteligentes de apoio à decisão;
estudos diversos sobre: hospitais, bancos, supermercados,...
A ergonomia na vida diária: consideração de recomendações ergonômicas na
concepção de objetos e equipamentos eletrodomésticos de uso cotidiano (DUTRA, _).
6 FUNDAMENTOS DE FISIOLOGIA DO TRABALHO.
Figura 3: Espaço mínimo para as pernas abaixo da superfície de trabalho na posição sentada.
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1995. p. 31.
Figura 6: Especificações de desenho para altura adequada de trabalho para operador em pé.
Fonte: PIRES, Licínia e Rodrigo. Fundamentos da Prática Ergonômica. São Paulo: LTR LTDA,
2001. p. 166.
Figura 7: O desvio ulnar do punho causado por um Figura 8: Punho para pistola com dupla
alicate(A) pode ser eliminado adotando-se um cabo pega.
encurvado como em (B). Fonte: COUTO, Hudson de Araújo.
Fonte: COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada Ergonomia aplicada ao trabalho. MG:
ao Trabalho. MG: Ergo LTDA, 1996. p. 52. Ergo LTDA, 1996. p. 70.
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia – Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher LTDA,
p.374.
Figura 10: Objetos de bordas e quinas vivas podem comprimir os delicados tecidos dos
membros superiores.
Fonte: COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao Trabalho. MG: Ergo LTDA,
1996. p. 26.
Figura 11: A postura com mãos e cotovelos para trás do corpo deve ser evitada.
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1995. p.39.
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1995. p. 43.
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1995. p. 49.
Áreas de alcance: A área de alcance ótimo sobre a mesa pode ser traçada,
girando-se os antebraços em torno dos cotovelos com os braços caídos normalmente.
A parte central situada em frente ao corpo, fazendo interseção com os dois arcos, será
a área ótima para usar as duas mãos. A área de alcance máximo será obtida fazendo-
se girar os braços estendidos em torno do ombro. O espaço de alcance vertical
corresponde ao raio de ação dos braços, estando as mãos em posição de preensão. A
altura de alcance em que uma pessoa pode alcançar é proposta por uma fórmula: altura
máxima de alcance= 1,24 x estatura. Um dado importante é a profundidade das
prateleiras, principalmente no que se refere à necessidade de as pessoas visualizarem
nitidamente objetos a serem apreendidos, assim como para evitarem posturas e
movimentos forçados (PIRES, 2001).
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia – Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher
LTDA, 1998. p. 137.
8 CONDIÇÕES DE TRABALHO.
A área de trabalho deve ser organizada de tal forma que o produto tenha um fluxo
crescente ao longo da mesma, em uma direção, evitando-se ao máximo o retorno do
mesmo no contrafluxo. Deve-se tomar cuidados para evitar que o corpo humano atinja
partes de máquinas ao se movimentar, ou que partes móveis de máquinas atinjam o ser
humano ao se movimentarem (COUTO, 1996).
8.4 – Iluminação:
7
LAMBERTS, R. ; DUTRA, L. ; PEREIRA, F.R. Eficiência energética na arquitetura. SP: PW, 1997.
apud DUTRA, Ana Regina de Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
Algumas orientações:
No campo visual de uma pessoa trabalhando não deve encontrar-se nenhum
corpo luminoso. A visão direta do corpo luminoso durante o trabalho deve ser evitada
por todos os meios.
Todas as luminárias devem ter quebra-luz.
O ângulo entre a direção horizontal da visão e olho-luminária deve ser maior que
30 graus. Se em um ambiente grande, um ângulo de menos de 30 graus é inevitável, as
luminárias devem ter quebra-luzes eficazes.
Um número maior de luminárias com pequenas densidades luminosas é melhor do
que poucas luminárias com grandes densidades.
As luminárias devem ficar acima da cabeça ou lateralmente (dos dois lados),
evitando assim o reflexo e diminuindo a produtividade do trabalhador.
Figura 19: As luminárias devem ficar acima da linha de visão e atrás do trabalhador
Fonte: IIDA, Itiro. Ergonomia- Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1998.
p. 260.
8
LAMBERTS, R. ; Conforto Térmico. UFSC, Florianópolis. Noras de aula, 1994. apud DUTRA, Ana
Regina de Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
9 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO.
9
WISNER, A. Situated cognition and action: implications for ergonomic work analysis and
anthropotechnology. Ergonomics, v. 38, n.8, p. 1542-1557, 1995. apud DUTRA, Ana Regina de
Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
10
SANTOS, N. Ergonomia e Organização do trabalho. UFSC, Fpolis, 1992. apud DUTRA, Ana
Regina de Aguiar. Introdução à Ergonomia. PR. Unioeste.
Segundo Guerin et all (1991), a transformação do trabalho é a finalidade primeira
da intervenção ergonômica, sendo que esta transformação deve ser realizada visando a
dois objetivos, quais sejam:
A concepção de situações de trabalho que não alterem a saúde dos trabalhadores,
nas quais os mesmos possam exercer suas competências em um plano ao mesmo
tempo individual e coletivo e encontrar possibilidades de valorização de suas
capacidades.
A consideração de objetivos econômicos que a empresa tenha fixado, levando em
conta investimentos passados e futuros.
10 METODOLOGIA.
Foi utilizada uma amostra de 35 militares, sendo que inicialmente a proposta era
de 45 militares, não sendo possível devido alguns estarem em missões e em período
de férias.
O presente estudo foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
CCBS/Unioeste, segundo protocolo CR. 007056/2002 de 15 de Outubro de 2002.
(anexo 1).
A análise foi realizada incluindo questionário, estágio de observação, palestras e
orientações.
Primeiramente foram utilizados quatro questionários. O primeiro questionário é
constituído de questões abertas sobre os dados pessoais e setor de trabalho do militar.
O segundo questionário (o ergonômico) foi baseado nos livros de Couto (1996), de
Pires (2001) e Iida (1995) e (1998), sendo composto por perguntas que caracterizam o
ambiente de trabalho. Ele compõe 58 perguntas dicotômicas onde o militar optava por
sim ou não. As perguntas mesclavam 4 assuntos: posicionamento (34), fator de risco
(16), ambiente de trabalho (10) e pausas (10), sendo que algumas questões poderiam
ser interpretadas como mais de um assunto, explicando a soma das questões por
assunto ter dado 70 questões e não 58. Ao optar por sim ou não, estas respostas
poderiam ser interpretadas como positivas (situação prejudicial ou não ao militar) ou
como negativas (também situação prejudicial ou não ao militar). Como exemplo
podemos citar o seguinte: as alturas do assento e do encosto são ajustáveis? Se a
resposta fosse sim, seria interpretada como positiva e não prejudicial ao militar e se
fosse não, seria negativa e prejudicial ao militar. Ao contrário da seguinte pergunta: o
assento induz a má postura? Se a resposta fosse sim , seria interpretada como
negativa e prejudicial ao militar e se fosse não, seria positiva e não prejudicial ao militar.
O terceiro questionário é o de lombalgia (dor nas costas) proposto por Roland
Morris (NUSBAUM et all, 2001), questionário este composto por 23 questões
dicotômicas onde o militar optava por sim ou não. Os resultados foram analisados por
setores e obtidos por uma média de 0 a 10 (na escala de dor).
O quarto questionário é o Genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36
(CICONELLI, 1997). Este foi composto de 11 questões sendo 9 categóricas e 2
dicotômicas, onde abrange questões de capacidade funcional, aspecto físico, dor,
estado geral de saúde, vitalidade, aspecto social, aspecto emocional e saúde mental.
Estas respostas foram colocadas no programa SF-36 que analisava e dava o resultado
quanto aos parâmetros acima citados.
Estes questionários foram entregues para os militares responderem, recolhido
posteriormente. (anexo 2).
ADM
100%
81%
80% 68%
59% 58%
60%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
SVG
80%
80%
58% 61%
60% 51%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
ESC
75% 71%
70%
65% 64% 64%
60%
60%
55%
50%
P FR PA A
Fonte: do setor.
SUP
97%
100%
80% 75% 73%
69%
60%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
No setor de manutenção (MAN), das 102 questões referentes a posicionamento,
possíveis de serem respondidas positivamente pelos militares, 58 questões (57%)
foram respondidas. Das 48 questões referentes a fator de risco, 27 questões (56%)
foram respondidas. Das 30 questões referentes a pausas no trabalho, 21 questões
(70%) foram respondidas e das 30 questões referentes a ambiente de trabalho, 21
questões (70%) foram respondidas positivamente.
MAN
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
Fonte: Do autor.
ADM
100% 88%
78%
80% 70%
55%
60%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
SVG
77%
80% 70%
66%
60% 53%
40%
20%
0%
P FR PA A
ESC
80% 70%
61% 61%
60% 56%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
SUP
Fonte: do setor.
MAN
100% 90%
80% 68% 70%
60%
60%
40%
20%
0%
P FR PA A
Fonte: do setor.
Fonte: do autor.
DA SILVA, M. et all. Saúde e Qualidade de Vida no trabalho. SP: Editora Best Seller,
1997.
IIDA, Itiro. Ergonomia – Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1998.
IIDA, Itiro. Ergonomia Prática. São Paulo: Edgard Blucher LTDA, 1995.
WISNER, A. Situated cognition and action: implications for ergonomic work analysis and
anthropotechnology. Ergonomics, v. 38, n.8, p. 1542-1557, 1995.
WISNER, A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: Método e Técnica. SP, Oboré/ FTD,
1987.