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Medicina legal

FASE EXTERNA DA CADEIA DE CUSTÓDIA

 Reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial


interesse para a produção da prova pericia
 Fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime
ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias,
filmagens e/ou croqui;
 Coleta: recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando suas
características e natureza;
 Acondicionamento: acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio
coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e
nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
 Transporte: transporte: consiste no ato de transferir o vestígio de um local para o outro,
utilizando as condições adequadas.
 Recebimento: recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve
ser documentado com, no mínimo, as seguintes informações: número de procedimento
e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou
o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
assinatura e identificação de quem recebeu;

LESÕES

 Rubefação: Simples vermelhidão causada pela vasodilatação. Dura até 1 ou 2 hs. É


causada pela ação contundente contra a pessoa
e é mais visível quanto mais claro for o tom de
pele. Não se fixa na pele.

 Equimose; Causada por trauma contundente


sobre o corpo, vai resultar no rompimento de
pequenos vasos sanguíneos e extravasamento
de sangue na malha dérmica, se fixando lá. Essa
“mancha” vai mudando de cor com o tempo,
permitindo estimar quando foi causada.

 HEMATOMA; O trauma contundente causa uma bossa ou tumoração (-oma) causada


por extravasamento e coleção de sangue no local. Também marca a pele como a
hequimose, mas percebe-se o abaulamento. Pode indicar grave lesão vascular.

 Decapitação: separação do segmento cefálico do resto do corpo;

 Degola: Ferimento na região cervical posterior. Característico de


homicídio;

 Esgorjamento: A lesão localiza-se na região anterior ou antero-lateral


cervical (suicida / homicida).

1-Agentes mecânicos ou instrumentais: denominam-se como conjuntos de objetos,


agidos de uma mesma maneira, produzem lesões semelhantes, sendo divididos em:

a) Instrumento perfurante
b) Instrumento cortante
c) Instrumento contundente
d) Instrumento perfuro-cortante
e) Instrumento corto-contundente
f) Instrumento perfuro-contundete

A) Instrumento perfurante:

Ação: por pressão, por meio de sua ponta, empurrados por uma força cujo sentido
corresponde ao seu eixo longitudinal. Objetos longos e de pontas afiladas.
Ex. Pregos, alfinetes, agulhas, estiletes, etc.
Ferimento: punctório ou puntiforme
Características: a ferida apresenta uma forma da projeção da secção transversa do
objeto. Profundidade sobre a superfície externa, que é muito pequena.
Atravessa-se o instrumento um segmento ou órgão do corpo, chama-se punctório
transfixaste.

B) Instrumento cortante:

Ação: por pressão e deslizamento sobre o seu fio ou gume. O aprofundamento


depende da pressão ou fio, mas a extensão da lesão depende do deslizamento do
instrumento. Deverá ser forte o bastante para vencer a resistência da pele. Objetos
que apresentem um bordo longo e fino.
Ex. Navalhas, lâminas de barbear, bisturi, faca, estilhaço de vidro, papel, capim-
navalha, etc.
Ferimento: Inciso
Características: a ferida apresenta forma linear reta ou curvilínea, com predomínio do
comprimento sobre a profundidade, margens nítidas e regulares; ausência de
contusão em torno da lesão, devido gume se limitar a secção dos tecidos, sem
mortificação; predomínio sobre a largura e a profundidade, extremidade mais
superficial e em forma de cauda de escoriação, ao qual é produzida na epiderme no
instante que precede a ação final do instrumento sobre a pele; corte perpendicular,
aspecto angular em formato de um “v” de abertura externa, se o instrumento cortante
agiu linearmente; hemorragia abundante.

Tipos de lesões produzidas por instrumentos cortantes: Nos instrumentos cortantes


provocados por lesões no pescoço, podemos classificar em:
1) Esgorjamento,
2) Degolamento e
3) Decapitação

C) Instrumento contundente: é todo agente mecânico, liquido gasoso ou sólido, rombo,


que, atuando violentamente por pressão, explosão, flexão, torção, sucção, percussão,
distensão, compressão, descompressão, arrastamento, deslizamento, contragolpe, ou
mesmo de forma mista, traumatiza o organismo (CROCE: 272).
Ação: por pressão e/ou deslizamento sobre uma superfície mais ou menos plana.
Ex. tijolos, pedras, mãos, pés, cassetetes, etc. Tais ferimentos podem ter como
conseqüência ações como explosão, compressão, descompressão, tração, torção,
contragolpe, ou, formas mistas.
Tipos de lesões:
Contusão: é a denominada como genérica do derramamento de sangue nos
interstícios tissulares, sem qualquer efração dos tegumentos, conseqüente a uma
lesão traumática sobre o organismo. Trata-se de uma lesão fechada com
comprometimento do tecido celular subcutâneo e integridade real ou aparente na pele
e nas mucosas.
Ferida contusa: é a contusão que adveio da continuidade pela ação traumática do
instrumento vulnerante; é a contusão aberta.
Características: apresenta forma irregular, por vezes estrelada, com bordos
irregulares, anfractuosos e macerado, fundo irregular, com pontes de tecido unindo
uma borda à outra. Os tecidos próximos apresentam-se também como traumatizados,
como às vezes esmagados, conforme o caso.

D) Instrumento pérfuro-cortante:
Ação: predomínio de profundidade sobre o comprimento; os bordos nítidos e lisos e as
margens não apresentam traumas de contusão. A lesão provocada chama-se
“ferimento em botoreira”, por apresentar-se um ângulo agudo e outro canto
arredondado, nos instrumentos de gume só, ou ambos os ângulos agudos, como
instrumentos com dois gumes, mas se houver três gumes, a forma de ferimento
poderá reproduzir a forma do instrumento quanto ao número de gumes.

E) Instrumento corto-contundente:

Ação: contunde por pressão devido a animação e corta pelo fio ou gume grosseiro.
São objetos pesados com superfície romba e gume pouco afiado.
Ex. Facão, machado, enxada, dentes, etc.
Tipo de ferimento: Corto-contundente
Características: apresentam bordos pouco regulares, sem cauda, fundo anfractuoso e
presença de equimose e edema traumático junto às margens. São ferimentos
extensos, profundos e provocados por fraturas, conforme o peso do instrumento e da
força com que conduziu o instrumento.

F) Instrumento perfuro-contundente:
Ação: inicialmente “amassa” e afasta o os tecidos por ação de sua ponta romba devido
sua extremidade, porém de diâmetro pequeno.
Ex. espeto sem ponta, chaves de fenda, ponteira de guarda-chuva e, classicamente,
projéteis de arma de fogo (balas)
Ferimento: Pérfuro-contuso
Características: apresentam bordos irregulares, com maior predomínio da
profundidade sobre a superfície e caráter penetrante ou transfixante.
Normalmente, as lesões tidas típicas são armas de fogo, ao qual, agem por impulsão e
rotação, determinando a formação de um orifício e de zonas de contorno junto à pele
em que depende da incidência do tiro, portanto, se for obliquo, perpendicular, ou
mesmo tangencial, como também sua distancia.
Podemos analisar uma breve classificação, quanto aos tipos de zona, como:

• Zona de contusão: caracteriza-se por uma aréola apergaminhada, escura, de poucos


milímetros de largura, que circunda o bordo do orifício, resultante do impacto e da
pressão rotatória feita pelo projétil contra a pele.
• Zona de equimose: é uma aréola violácea, originada durante a passagem do projétil
através da pele, quando pequenos vasos sanguíneos e capilares são tracionados e
rompidos, formando equimoses em torno do ferimento. Somente podem ser
produzidos quando a vitima estiver com vida.
• Zona de tatuagem: trata-se de disparos à queima-roupa ou apoiados, pelos grânulos
de pólvora combusta ou incombusta, que acompanham a bala de perto, incrustando-
se mais ou menos profundamente na pele da região atingida. Além disso, é uma
incidência de que o orifício de entrada de tiro ser de curta distancia.
• Zona de esfumaçamento: Também conhecida pela doutrina, como zona de tatuagem
falsa, resulta do depósito de fumaça e de partículas de carvão, muito leves, que se
acumulam sobre a epiderme, mas tem ter força suficiente de penetração. Pode ser
removida simplesmente pela lavagem da pele.
• Zona de queimadura ou chamuscamento: decorre da ação do calor e dos gases
quentes que saem do cano da arma, queimando pelos e a epiderme. Se localizado na
região da pele, apresenta a aparência enrugada e seca, de aparência vermelho-
escura, e com cheiro característico. Já nos pelos, apresentam-se queimados e
quebradiços.

Nos disparos de arma de fogo, o projétil ocasiona o orifício de entrada e elementos de


vizinhança ou zona de contornos, independente do tipo de tiro. Assim, há três
situações:

TIRO ENCOSTADO

 Distância:
 junto ao alvo
 Características:
 buraco de mina
 bordos evertidos
 queimadura junto ao orifício
 pólvora no trajeto inicial

TIRO PRÓXIMO

 Distância:
 40 - 50 centímetros
 Características:
 orla de contusão e enxugo
 orla de equimose
 zona de tatuagem (70 cm)
 zona de esfumaçamento (50 cm)
 orla de queimadura (15 cm – Queima-Roupa)

TIRO A DISTANCIA

 Distância:
 acima de 50 centímetros
 Características:
 orla de contusão e enxugo
 orla de escoriação

Protocolo de Tanatologia:
Objetivos
 Uniformizar os procedimentos do IMLNR
 Aprimorar a qualidade dos laudos
 Evitar realização de exames desnecessários
 Promover a entrega dos laudos no prazo legal
 Agilizar a liberação dos corpos para a família
 Tornar os laudos mais acessíveis a Autoridade

QUEIMADURAS

 1° Grau: vermelhidão localizada ou difusa (hiperemia) e dor, sem lesão da pele. Cura
em 3 a 6 dias;
 2° Grau: formação de bolhas, dor. Podem ser superficiais ou mais profundas, porém
sempre preservam os anexos dérmicos (raízes capilares e glândulas sudoríparas) que
darão origem à regeneração. Podem deixar cicatrizes;
 3° Grau: a espessura total da pele é destruída. A ferida é seca, geralmente sem dor
devido à destruição dos nervos no local. Normalmente exigem enxertos ou retalhos de
pele;
 4° Grau: Carbonização.
A eletricidade NATURAL

 – Agindo letalmente sobre o homem: FULMINAÇÃO

 – Quando apenas provoca lesões corporais: FULGURAÇÃO

 – Lesões com aspecto arboriforme:

Sinal de Lichtenberg

Marca de Jellinek (marca elétrica)


 Verifica-se, visualmente, que a vítima sofreu eletroplessão, pela marca de Jellineck,
que resulta da faísca elétrica que salta do condutor para a pele, antes de se
estabelecer o perfeito contato entre esta e aquele.
 Às vezes aparece como lesão em sacabocado, indolor, asseptica
A marca de Jellineck denuncia que a vítima foi afetada pela eletricidade industrial.

Rigidez cadavérica

 É resultante da supressão de oxigênio às células e, conseqüente acúmulo de ácido


lático;
 Começa entre 1 e 2 horas após a morte e completa de 6 a 12 horas depois;
 Inicia-se na mandíbula e na nuca e progride no sentido crânio-caudal (excessão em
afogados e enforcados);
 Desaparece após 24 a 36 horas, na mesma ordem;
 Espasmo cadavérico: contração instantânea que pode ocorrer no momento da morte;
 A rigidez pode ser “quebrada’ por manobras que forcem a musculatura. Feito isso, o
rigor não retorna, a não ser que ainda não estivesse completamente instalado.

Livores

 São manchas que se formam nas partes em declive do cadáver, por conseqüência da
ação da gravidade sobre o fluxo sanguíneo;
 Habitualmente têm tonalidade violácea;
 Surgem em 30 min a 2 horas após a morte;
 Fixam-se em torno da 10ª hora;
 Pressionando-se o local e sumindo o livor, indica a não fixação;

Fenômenos Transformativos: Destrutivos e conservadores – FAZER ANOTAÇÕES

Destrutivos

 Autólise *

 Putrefação *

 Maceração *

Conservadores
 Mumificação

 Saponificação

 Calcificação

 Corificação

 Congelação

 Fossilização

Asfixias

 Puras: Gases irrespiráveis; Obstrução à passagem do ar pelas narinas(sufocação


direta ou indireta), transformação do meio gasoso em líquido ou sólido(afogamento ou
soterramento)
 Complexas: Interrupção do fluxo sanguíneo cerebral: passiva ou ativa (enforcamento
ou estrangulamento)
 Mistas: Esganaduras

Enforcamento: Constrição cervical causada pelo peso do corpo (com suspensão


completa ou incompleta: pés tocando ou não o solo)
Forma um Sulco:
 Oblíquo ascendente
 Incompleto
 Geralmente uma volta
 Profundidade variável
 Geralmente acima da cartilagem tireóide

Estrangulamento: principal forma de asfixia homicida. Usa-se a força do agressor para a


asfixia.
Sulco Cervical:
 Horizontal
 Completo
 Geralmente mais de uma volta
 Profundidade regular
 Geralmente abaixo da cartilagem tireóide

Esganadura

 Força das mãos, antebraços ou outros membros para compressão cervical (Nos EUA:
Estrangulamento manual);
 Age por oclusão da passagem do sangue para o cérebro mas também pode comprimir
vias aéreas e nervos;
 Quase sempre homicida;
 Frequentemente são crimes passionais e mulheres são a maioria das vítimas.

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