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PROGRAMAS DE QUALIFICAÇÃO
DE MÃO DE OBRA
Diretoria 2020
1º Vice-presidente: Eng. Agr. Osvaldo Danhoni
1º Diretor Administrativo: Eng. Civ. José Carlos Dias Lopes da Conceição
2º Diretor Administrativo: Eng. Eletric. Marco Antonio Ferreira Finocchio
1ª Diretora Secretária: Eng. Agr. Adriana Baumel
2º Diretor Secretário: Eng. Mec. Carlos Alberto Bueno Rego
3º Diretor Secretário: Eng. Civ. Rafael Fontes Moretto
1º Diretor-Financeiro: Eng. Civ. Gerson Luiz Carneiro
2º Diretor-Financeiro: Eng. Eletric. Gilson Branco Garcia
Crea-PR
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Boa leitura!
06 06
01 02
Objetivo Problema demanda e
Justificativa
08 11
03 04
Conceituação Técnica Fundamentação Legal
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05 06
Estrátégia de Conclusão
Implementação para
Municipios
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Referências Autor
01 02
OBJETIVO PROBLEMA/DEMANDA/
JUSTIFICATIVA
Atualmente a indústria da construção civil A mão de obra, considerando leis
trabalha para atender as necessidades sociais, chega a representar 52% dos
de infraestrutura e moradia da população. custos da edificação. Mas este número
Contudo, as empresas têm aplicado pode tornar-se maior quando a mão de
produtos e sistemas construtivos obra não possui qualificação. Assim,
novos para suprir esta necessidade de construir com qualidade e baixo custo
forma rápida e com bom desempenho não depende somente das técnicas ou
construtivo. dos tipos de materiais empregados, mas
também da união de pessoas qualificadas
Uma das consequências da implantação para as respectivas funções a serem
de novos sistemas construtivos tem sido desenvolvidas. Um dos problemas
a escassez de mão de obra qualificada enfrentados com relação à qualificação de
para atender demanda do setor, e neste mão de obra é que, salvo as empresas de
caso a oferta de cursos e treinamentos grande porte que possuem funcionários
de capacitação torna-se peça-chave para próprios, as empresas de pequeno e médio
que a indústria possa aplicar as novas porte trabalham em sua maioria com a
técnicas e ferramentas. terceirização dos serviços e o empreiteiro,
por sua vez, possui pouco interesse
Este trabalho tem como objetivo levantar em qualificar o funcionário devido à alta
algumas considerações sobre o tema e rotatividade no setor e porque no geral
discorrer sobre iniciativas de capacitação seu lucro depende da produção obtida
de mão de obra da construção civil, na execução dos serviços. Desta forma,
de forma a obter bom desempenho e ao se retirar um funcionário da função
qualidade construtiva. para instruí-lo reduz-se (inicialmente) a
produtividade. Este fato contribui para um
menor investimento em treinamentos no
funcionário. Em contrapartida um grande
número de empresários aponta como as
principais causas do baixo rendimento
no trabalho o baixo nível de instrução e
a falta de compromisso com a qualidade
do produto final. Villar, L. F de Souza
et al. (2004), aponta o assunto como
controverso, já que uma das soluções
para o problema dos empregadores
seria realmente capacitar e melhorar a
educação do seu funcionário.
De acordo com Villar et al. (2004) a
implantação de cursos de treinamento
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nas empresas, juntamente com a divisão Observa-se que cada entrevistado podia
da responsabilidade pela educação com responder mais de um item, não tendo
o governo foi um dos artifícios mais sido dado um peso para cada resposta.
citados para melhoria da qualificação dos Desta forma, os dados apresentados,
operários. Porém, ainda é considerado indicam os fatores com maior incidência
alarmante o percentual de empregadores em todos os questionários. No entanto foi
que acham que não fazer nada ou possível traçar o perfil da mão de obra na
simplesmente exigir do operário sem construção civil.
uma contrapartida pode ser uma solução.
O resultado desta pesquisa pode ser
averiguado na Tabela 1.
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Obs.: a Tabela 2 se refere apenas a um De acordo com a Tabela 2 é possível notar
item de uma construção (concreto), no que o respeito às normas é importante para
entanto, a mesma tabela poderia ser que se evitem problemas, e demonstra
reproduzida para projetos, processos e com isso que não apenas o treinamento
todos os demais materiais envolvidos em prático é importante como também os
uma obra. de cunhos teóricos. É importante que
o aluno perceba que o cumprimento às
Normas Técnicas constitui-se sinônimo
de qualidade e economia, enquanto a falta
de qualidade pode significar desperdício
e custo extra.
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criada através do Decreto-Lei 5.452, de
04 1º de maio de 1943 e sancionada pelo
então Presidente Getúlio Vargas durante
FUNDAMENTAÇÃO o período do Estado Novo, unificando
toda legislação trabalhista então existente
LEGAL no Brasil. Seu objetivo principal é a regu-
lamentação das relações individuais e
coletivas do trabalho, nela previstas.
Do Código de Defesa do Consumidor
Sob ponto de vista das empresas, dois
A Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990,
fatores legais podem servir de obstáculos
dispõe sobre a proteção do consumidor
para o incentivo a treinamentos pelas
e também confere outras providências.
empresas:
Em um dos artigos, a lei discorre sobre a
importância ao cumprimento as normas
1) De acordo com a CLT, as empresas
técnicas como pode ser observado
não podem obrigar seus colaboradores
abaixo:
a participar de cursos, treinamentos,
fora da jornada de trabalho contratual e
É vedado ao fornecedor de produtos ou
caso o façam podem ter que pagar horas
serviços, dentre outras práticas abusivas:
extras na Justiça do Trabalho. Da mesma
(...)
forma não se pode obrigar o funcionário a
fazer um curso ou treinamento durante as
VIII – colocar, no mercado de consumo,
férias, tendo em vista que estas são um
qualquer produto ou serviço em
direito do empregado, e o seu objetivo é
desacordo com as normas expedidas
promover o descanso e a recuperação
pelos órgãos oficiais competentes ou,
físico-mental do trabalhador, além de
se normas específicas não existirem,
proporcionar o gozo da vida social e
pela Associação Brasileira de Normas
familiar.
Técnicas ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia,
2) As vinculações positivas que os
Normalização e Qualidade Industrial
cursos e treinamentos proporcionam
(CONMETRO).
podem gerar maiores custos nas folhas
de pagamento por majoração de salário,
Assim, o atendimento as normas técnicas
promoções e ou bonificações.
da ABNT, torna-se imprescindível para
se obter as boas práticas construtivas,
Para evitar possíveis condenações ao
demonstram o conhecimento do
pagamento de horas extras provenientes
profissional e também podem se constituir
de tais situações, é recomendável
em um instrumento legal.
que as empresas deixem claro que a
participação dos seus empregados em
Da Lei Trabalhista
cursos, treinamentos, quando realizados
fora da jornada de trabalho contratual, é
A Consolidação das Leis do Trabalho
facultativa e sem qualquer consequência
(CLT) é a principal norma legislativa
profissional aos mesmos.
brasileira referente ao Direito do trabalho
e o Direito processual do trabalho. Ela foi
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Vale ressaltar que embora alguns
treinamentos não sejam obrigatórios a lei e) capacidade de comunicação.
obriga o emprega-dor a oferecer treinamentos
iniciais (na admissão) de seis horas relativos Das Diretrizes para Treinamentos de Acordo
à segurança do trabalho. com a Norma IS0 10015 (ABNT, 2001)
A Lei 8.666/93 das licitações e contratos a) o projeto e o planejamento das ações que
públicos considera que as contratações de devem ser adotadas para eliminar as lacunas
professores, conferencistas ou instrutores de competência identificadas quando da
para ministrar cursos de treinamento ou comparação das competências existentes
aperfeiçoamento de pessoal, bem como a com aquelas re-queridas, identificadas na
inscrição de servidores para participação fase de levantamento e diagnóstico das
de cursos abertos a terceiros, enquadram- necessidades de treinamento;
se na hipótese de inexigibilidade de licitação
prevista no inciso II do artigo 25, combinado b) a definição dos critérios de avaliação dos
com o inciso VI do artigo 13 da Lei. resultados do treinamento, objetivando a
monitoração do processo de treinamento.
Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal
é serviço técnico profissional especializado, Segundo a NBR ISO 10015 (ABNT, 2001),
previsto no artigo 13, inciso VI, da mesma antes de se iniciar o planejamento, convém
Lei 8.666/93. Em princípio, é de natureza que sejam determinados e listados alguns
singular, porque é conduzido por uma ou itens relevantes que possam vir a restringir
mais pessoas físicas, mesmo quando a processo de treinamento. Esses itens
contratada é pessoa jurídica. A singularidade devem ser usados na seleção dos métodos
reside em que dessa ou dessas pessoas a serem adotados no treinamento, na
físicas (instrutores ou docentes) requer-se: escolha do fornecedor do treinamento e na
elaboração da especificação do programa
a) experiência; de treinamento. Algumas das restrições são
exemplificadas a seguir:
b) domínio do assunto;
• Requisitos da política organizacional,
c) didática; incluindo aqueles relativos a recursos
humanos;
d) experiência e habilidade na condução
de grupos, frequentemente heterogêneos • Requisitos regulamentares impostos por
inclusive no que se refere à formação lei;
profissional;
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• Considerações financeiras; desenvolvidas; e
1 – apoio pré-treinamento:
2 – apoio ao treinamento:
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para atendimento da demanda. Alguns
06 exemplos como a criação de programas
como Jovem Aprendiz, desenvolvido
CONCLUSÃO pela PUCPR em parceria com diversas
empresas, e as iniciativas de órgãos e
empresas já citadas, constituem-se numa
A escassez de mão de obra qualificada importante contribuição para a formação
na construção civil é um dos problemas de equipes de trabalho qualificadas e ao
enfrentados pelo setor. Em paralelo, a mesmo tempo coloca jovens no mercado
falta de pessoas capacitadas em canteiros de trabalho.
de obras resulta em baixa qualidade
construtiva que por sua vez constitui- Existem diversas oportunidades de
se em problemas socioeconômicos e treinamentos no mercado, que vão desde
ambientais para municípios e sociedade, cursos de pouca duração até os de longa
sejam pela necessidade de reparos na duração, além de cursos técnicos que
pós-obra, atrasos nas entregas das obras, podem ser oferecidos.
e o risco de ruína destas edificações.
É importante observar que para
Vale lembrar que uma obra durável, alguns treinamentos mais abrangentes
requer uma boa construção. Com são necessários pré-requisitos ou a
relação ao quesito dura-bilidade das comprovada experiência do treinando.
edificações, sabe-se que quanto maior for Disciplinas como, matemática e
a durabilidade de uma edificação menor português, para estes treinamentos,
será seu efeito negativo com relação ao são de fundamental importância que o
meio ambiente e sustentabilidade, uma treinando domine, já que a compreensão
vez que quanto melhor construída, mais destas disciplinas básicas pelo aluno
durável é a obra e menor probabilidade promoverá um melhor aproveitamento do
de demolição ou reconstrução evitando- curso pelo aluno.
se assim desperdício de verba pública
e privada e melhor aproveitamento de De forma genérica, um treinamento
recursos. eficiente para o colaborador da construção
civil deve pro-ver ao aluno conhecimentos
Desta forma entende-se que o processo quanto à tarefa a ser executada, ao uso de
de treinamento de mão de obra na ferramentas e equipamentos necessários
construção civil co-labora com questões para desenvolver a tarefa na obra, bem
sociais, econômicas e ambientais como, conhecimentos teóricos acerca de
por promover melhores práticas de sua área de atuação.
construção e aumentar a vida útil das
edificações. Para Chiavenato (1994: 126), treinar é: “O
ato intencional de fornecer os meios para
Para colaborar com este processo, proporcionar a aprendizagem, é educar,
a integração e parceria com escolas ensinar, é mudar o comportamento, é
técnicas e entidades de classe é fazer com que as pessoas adquiram
ponto fundamental para se evoluir a novos conhecimentos, novas habilidades,
questão de treinamentos específicos é ensiná-las a mudar de atitudes”.
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REFERÊNCIAS _____. Decreto-Lei n. 8.666, de 21 de
junho de 1993. Regulamenta o art. 37,
inciso XXI, da
ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas, NBR 6118/2007. Projeto de Constituição Federal, institui normas para
Estruturas de licitações e contratos da Administração
Concreto – Procedimento. Pública e dá outras providências.
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AUTOR
Carlos Gustavo Nastair Marcondes
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