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SUMÁRIO
RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO .......................................................................................................... 2
AS CRUZADAS ................................................................................................................................................ 2
SURGIMENTO DA BURGUESIA ....................................................................................................................... 3
MUDANÇAS CULTURAIS ................................................................................................................................ 4

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RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO


A Baixa Idade Média foi o segundo período da
Idade Média, compreendido entre os séculos XI e XV,
que correspondeu à desagregação do sistema feudal e
a consequente transição para o sistema capitalista. O
sistema feudal de exploração de braços humanos
entrou em decadência devido aos avanços no setor
agrícola, como a invenção do moinho hidráulico, que
facilitava a irrigação, e a atrelagem dos bois nas
carroças, o que possibilitou viagens com mais carga e,
consequentemente, aumento na produção.
Na Baixa Idade Média, ocorreu o apogeu da
civilização medieval, ou, em outros termos, o apogeu da Cristandade – ou civilização cristã
europeia. Se até meados do século IX predominou o sistema econômico feudal, com uma
estrutura rígida e isolada – com cidades fortificadas, que necessitavam de defender-se das
ondas de invasões bárbaras –, na Baixa Idade Média irromperam fenômenos como o
renascimento comercial e urbano, decorrentes da abertura que o movimento das Cruzadas
provocou contra o domínio muçulmano do Mar Mediterrâneo.

AS CRUZADAS
As Cruzadas foram movimentos militares cristãos em sentido à Terra Santa,
com a finalidade de ocupá-la e mantê-la sob o domínio cristão.

As Cruzadas possibilitaram a retomada intensa do fluxo comercial com as regiões do


Oriente e da África, o que exigiu uma reforma na estrutura das cidades, que deveriam comportar
mercadorias e pessoas de várias regiões do mundo. Foi nessa época que, em decorrência dessa
mudança, começou a destacar-se um novo grupo social: a burguesia. O renascimento
comercial e urbano teve seu início na Europa, naquela época, Gênova e Veneza eram as
principais cidades portuárias e foram elas que impulsionaram as atividades comerciais na
Europa. Por terem o controle sobre o Mediterrâneo, eram as responsáveis pelo fornecimento
de especiarias vindas do Oriente.

Outras finalidades das Cruzadas:


• Muitos mercadores das cidades italianas de Gênova e Veneza viam no movimento
a possibilidade de reabertura do mar Mediterrâneo ao comércio com os ricos
centros do Oriente.

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• Para as camadas mais pobres e marginalizadas da população europeia, a


expansão para o Oriente representava novas expectativas de sobrevivência, como
trabalho, terras e fortuna.
• Havia também um interesse externo à Europa: o Império Bizantino esperava que
as Cruzadas pudessem ajudar a impedir o crescimento de forças muçulmanas que
ameaçavam Constantinopla.
• Para a Igreja Católica, abria-se a possibilidade de expandir sua influência com a
conquista de novos seguidores no Oriente, além de uma possível reunificação
com a Igreja Ortodoxa, que havia sido criada em 1054 pelo Cisma do Oriente.
Esse processo teve um resultado tão bom que alavancou, juntamente com a produção
agrícola, o desenvolvimento e o crescimento das feiras-livres. O grande fluxo que esse comércio
proporcionava, facilitou o surgimento e a estruturação de novas rotas que ligavam as cidades
aos pontos de comércio. Cidades estas, que cresciam e se desenvolviam economicamente.
Os comerciantes se reuniam nas feiras, pontos de comércio temporário onde acontecia a
negociação de mercadorias. Entre os séculos XIII e XIV, a principal feira ocorria em Champagne,
na França. O retorno das transações financeiras resultou no reaparecimento da moeda, no
impulso à atividade creditícia e na criação das letras de câmbio, iniciando a atividade bancária.
Nesse contexto, a terra deixa de constituir a única expressão de riqueza e a sociedade é cada
vez menos estamental (sociedade estamental – que não prevê mobilidade social).

SURGIMENTO DA BURGUESIA
As novas cidades surgiram, na maioria das vezes, próximas às terras de algum senhor.
Essas terras eram chamadas de senhorio. Com o renascimento urbano, várias atividades se
desenvolveram nas cidades, movimentando a economia local – uma dessas atividades foi o
artesanato. A partir de então, organizou-se o processo de produção e surgiram máquinas para
atender a demanda do mercado.
A atividade artesanal que se destacou inicialmente foi a produção têxtil, ou seja, a
produção de tecidos de lã e seda, principalmente. Toda produção era organizada pelas
chamadas Corporações de Ofício. Nessas corporações se encontravam pessoas de uma mesma
profissão, de uma mesma religiosidade e que mantinham uma relação de proteção mútua.
As Corporações de Ofício eram administradas e controladas por um mestre artesão,
responsável pela produção e manutenção de um mesmo padrão (normas e regras) em todas as
oficinas de artesãos. Os funcionários ou trabalhadores das oficinas eram chamados de
jornaleiros e geralmente viviam na casa do mestre. Nas oficinas também existiam os aprendizes,
jovens que queriam seguir uma profissão relacionada ao artesanato.
A organização das oficinas artesanais em corporações tinha como principal objetivo uma
articulação política e econômica, a fim de enfrentar os mercadores, que passaram a viver nas
cidades com o interesse estritamente comercial. Os mercadores tornaram-se homens ricos e
poderosos – muitos foram os precursores das atividades bancárias.
Os mercadores impulsionaram as atividades comerciais a partir do século XI, transitando
de cidade em cidade, negociando suas mercadorias. No século XII, os mercadores passaram a
organizar as feiras (importantes locais comerciais). As principais feiras do século XII foram a
de Champagne e Brie, que se encontravam nos territórios da atual França. As atividades
comerciais e bancárias e as feiras levaram ao rápido desenvolvimento urbano; assim, criou-se
uma estrutura de segurança que garantiu a realização dos negócios comerciais.
Algumas das principais características das cidades medievais eram as muralhas, as torres
e os portões que proporcionavam uma maior segurança para moradores e comerciantes. A
maioria das cidades não chegava a ter 20 mil habitantes – a maior cidade do mundo ocidental
era Paris, que tinha uma população que não ultrapassava 100 mil habitantes.

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Com a acentuação das atividades comerciais, as cidades, a partir do século XI, tiveram um
enorme crescimento, o que transformou bastante suas feições, ampliando-as para os espaços
além-muros – crescimento proveniente das feiras e das atividades comerciais realizadas pelos
mercadores nas beiras das estradas.
A partir da ampliação das cidades além-muros, criaram-se muros, com os quais novas
cidades foram delineadas, além das que já existiam. Os burgos (cidades com muros) se
desenvolveram economicamente e ampliaram de tamanho. Dos burgos surgiram os burgueses
(a nova classe social, chamada burguesia), importantes comerciantes que foram fundamentais
para o desenvolvimento da mentalidade capitalista.

MUDANÇAS CULTURAIS
No plano religioso e cultural, a Baixa Idade Média caracterizou-se por ser também o
período da Reforma Gregoriana da Igreja Católica, da filosofia escolástica, da construção das
universidades e das imponentes catedrais góticas. A Reforma Gregoriana foi responsável por
elaborar uma série de medidas que solidificou a Igreja Católica como instituição. Dentre tais
medidas, podemos citar: a distinção entre o poder secular e o poder espiritual (da Igreja), a
distinção dos papéis entre clérigos e leigos católicos, a instituição dos sacramentos e a
regularização da ação das ordens religiosas.
A filosofia escolástica teve como principal representante São Tomás de Aquino,
que construiu um sistema teológico e filosófico que revisava toda a tradição patrística
e ancorava se no pensamento de Aristóteles.

Na segunda metade do século XIV, a realidade de prosperidade foi bruscamente


interrompida com o terrível advento da Peste Negra (Peste Bubônica). Em pouco tempo,
milhares de europeus foram dizimados por uma terrível epidemia que se alastrou graças às
péssimas condições de higiene daquela época. Além de causar tantas mortes, essa doença
também foi responsável por um grande declínio populacional. Alguns estudiosos estimam que
mais de um terço da Europa foi vitimada.
A morte de tanta gente acabou provocando um enorme desordenamento ao processo
produtivo daquela época. As atividades comerciais retraíram, bem como as propriedades
feudais desaceleraram a sua capacidade de produção. Temendo a escassez de alimento, que
de fato aconteceu, vários nobres dificultaram ao máximo a saída dos servos de suas
propriedades. Nesse contexto de escassez e enrijecimento, as tensões entre servos e nobres
logo se evidenciaram.
Não por acaso, a Peste Negra veio logo a conviver com os levantes organizados por servos
de toda a Europa. Em regiões da Bélgica, França e Inglaterra observamos os camponeses
envolvidos em grandes revoltas que ficaram conhecidas pelo nome de “jacqueries”. Tanta
instabilidade demonstrou que os antigos hábitos e instituições que definiam a ordem feudal
não mais se manteriam inalterados. Por tal razão, observamos que essas últimas décadas do
período medieval foram marcadas por guerras, a centralização do poder político e a
reorganização das atividades econômicas.

JOANA D’ARC
Nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431
(época medieval). Foi uma importante personagem da história
francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando
seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana d’Arc foi canonizada
(transformada em santa) no ano de 1920.

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