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SUMÁRIO
LINGUAGEM LITERÁRIA ..................................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO A LINGUAGEM LITERÁRIA....................................................................................................... 2
LINGUAGEM LITERÁRIA ................................................................................................................................. 2
LINGUAGEM NÃO LITERÁRIA ......................................................................................................................... 2
CARACTERÍTICAS DA LINGUAGEM LITERÁRIA ............................................................................................... 3
FIGURAS DE LINGUAGEM .............................................................................................................................. 3
FIGURAS DE SINTAXE OU CONSTRUÇÃO ....................................................................................................... 4
FIGURAS DE PALAVRAS OU SEMÂNTICAS ..................................................................................................... 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
LINGUAGEM LITERÁRIA
INTRODUÇÃO A LINGUAGEM LITERÁRIA
Os textos podem ser divididos conforme a linguagem escolhida para a construção do
discurso. São dois grandes grupos, que privilegiam a linguagem literária e a linguagem não
literária. Apesar de os textos literários e não literários apresentarem pontos convergentes em
sua elaboração, existem alguns aspectos que tornam possível a diferenciação entre eles. Saber
identificá-los e reconhecê-los conforme o tipo de linguagem adotado é fundamental para a
compreensão dos diversos gêneros textuais aos quais estamos expostos no nosso dia a dia.
Nessa questão, não existe uma linguagem que seja superior à outra: ambas são
importantes e estão representadas pelos incontáveis gêneros textuais. As diferenças nos tipos
de linguagem estão ancoradas pela necessidade de adequação do discurso, pois para cada
situação escolhemos a maneira mais apropriada para elaborar um texto. Se a intenção é
comunicar ou informar, certamente adotaremos recursos de linguagem que privilegiem o
perfeito entendimento da mensagem, evitando assim entraves linguísticos que possam
dificultar o acesso às informações. Se a intenção é privilegiar a arte, através da escrita de
poemas, contos ou crônicas, estarão à nossa disposição recursos linguísticos adequados para
esse fim, tais como o uso da conotação, das figuras de linguagem, entre outros elementos que
confiram ao texto um valor estético.
Dessa maneira, confira as principais diferenças entre a linguagem literária e a linguagem
não literária:
LINGUAGEM LITERÁRIA
Pode ser encontrada na prosa, em narrativas de ficção, na crônica, no conto, na novela, no
romance e também em verso, no caso dos poemas. Apresenta características como a
variabilidade, a complexidade, a conotação, a multissignificação e a liberdade de criação. A
Literatura deve ser compreendida como arte e, como tal, não possui compromisso com a
objetividade e com a transparência na emissão de ideias. A linguagem literária faz da linguagem
um objeto estético, e não meramente linguístico, ao qual podemos inferir significados de acordo
com nossas singularidades e perspectivas. É comum na linguagem literária o emprego da
conotação, de figuras de linguagem e figuras de construção, além da subversão à gramática
normativa.
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar
a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza,
traduzindo particularidades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem
exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o sentido não literal
das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações,
afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum
de seus elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som,
figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas. Para dominarmos o uso das figuras
de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo sintetizado, os conceitos de denotação
e conotação.
Denotação
Ocorre denotação quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal,
referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.
Já é a quinta vez que perco as chaves do meu armário
Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei.
Conotação
Ocorre a conotação quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo,
possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de
atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original.
A chave da questão é você ser feliz independente do momento
Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor.
Podemos perceber que as palavras chave e azeda ganham novos sentidos além dos quais
encontramos nos dicionários. O sentido das palavras está de acordo com a ideia que o emissor
quis transmitir. Sendo assim, a conotação é um recurso que consiste em atribuir novos
significados ao sentido denotativo da palavra.
Figuras de som ou sonoras
As figuras de som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem
para reproduzir os sons presentes nos seres. São as seguintes: aliteração, assonância,
paronomásia e onomatopeia.
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança doido, dá de duro, dá de
dentro, dá direito”. (Guimarães Rosa)
Assonância: consiste na repetição ordenada de mesmos sons vocálicos.
“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa)
Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de
significados distintos.
“Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e
Renato Teixeira)
Onomatopeia: consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura
que procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.
Chega de blá-blá-blá-blá!
É importante destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Em
um mesmo texto podemos encontrar aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.
EXERCÍCIOS
1. Sobre a linguagem não literária é correto afirmar, exceto:
a) É utilizada, sobretudo, em textos cujo caráter seja essencialmente informativo.
b) Sua principal característica é a objetividade.
c) Utiliza recursos como a conotação para conferir às palavras sentidos mais amplos do
que elas realmente possuem.
d) Utiliza a linguagem denotativa para expressar o real significado das palavras, sem
metáforas ou preocupações artísticas.
2. Leia
SOBRE A ORIGEM DA POESIA
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual
a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as
coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que
parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências,
discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas,
impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo
a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo
[...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas,
assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se dasapegou da vida. Mas
temos esses pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
(Texto 2) O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)
GABARITO
1. B
2. B
3. C
4. D
5. C
6. C