Você está na página 1de 16

MINICURSO INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS

Data: 26/09/2023 – 28/09/2023 Turno: noite

ANOTAÇÕES

LITERATURA

O que é literatura?

Literatura é uma forma de arte que se utiliza da linguagem escrita para se expressar;
entretanto não há uma definição específica para ela, já que é uma arte que abrange diversos
elementos conceituais e históricos, como: textos literários e textos não literários,
manifestações populares e eruditas, gêneros literários etc.

Porém, literatura vai muito mais além que isso, é transmitir ideias, emoções e experiências
humanas de maneira estética através da escrita. Ela também é composta por uma ampla
variedade de gêneros, como romances, poesia, contos, teatro, ensaios, entre outros. Então,
podemos entender que literatura é uma forma de expressão da arte, através da linguagem.

Origem da literatura
O origem de literatura remonta aos primeiros tipos de expressões de linguagem da
humanidade, quando as civilizações começaram a registrar suas histórias e tradições por meio
de símbolos e pictogramas em tabuletas de argila ou papiro. Com o passar do tempo, esses
sistemas de escrita evoluíram para o uso de símbolos alfabéticos, e logo após veio o
desenvolvimento do primeiro alfabeto, o fenício, juntamente com o grego e o romano.

Funções da literatura

A Literatura não tem uma função absoluta e definitiva. Na verdade, em cada leitor, a
Literatura atus de um jeito diferente. A apreciação e interpretação podem variar de indivíduo
para indivíduo, tornando-se uma experiência pessoal e subjetiva. Entretanto, aqui estão
algumas perspectivas onde a literatura pode ser transmitida.

Reflexão e questionamento: Através de histórias e temas complexos, a literatura pode


incentivar os leitores a refletirem sobre questões sociais, morais e filosóficas, levando-os a
questionar suas próprias crenças e valores.
Transmissão cultural: A literatura desempenha um papel fundamental na preservação e
transmissão de tradições, mitos, lendas e valores de uma determinada cultura ao longo das
gerações.

Educação e aprendizado: Por meio da literatura, os leitores podem adquirir conhecimento


sobre diferentes assuntos, culturas e períodos históricos, enriquecendo seu repertório
intelectual e cultural.

Empatia e compreensão: Através das histórias, os leitores podem se colocar no lugar dos
personagens e desenvolver empatia, o que pode levar a uma melhor compreensão das
experiências humanas.

Entretenimento: A literatura pode proporcionar prazer e entretenimento aos leitores,


permitindo que eles escapem para mundos imaginários ou vivam experiências vicárias através
dos personagens. Um exemplo disso também são os filmes e séries que assistimos, onde
muitos são adaptações ou inspirações de livros já escritos. Enquanto outros nasceram da
escrita de uma ideia totalmente nova.

Uma pequena ressalva, mesmo que entretenimento seja uma das funções da literatura, ainda
assim é uma arte bastante importante e séria. A literatura é tão desvalorizada atualmente na
sociedade, que quando é se citada como “entretenimento”, transmite mais a impressão de uma
arte que não deve ser levada a sério.

Importância da literatura atualmente

A literatura exerce um importante papel na sociedade, como preservar a cultura e a história de


um povo, através de narrativas e poemas, que transmitidos ao longo das gerações ajudam a
manter viva a identidade cultural e as tradições.

Outra grande importância da literatura na atualidade é no incentivo à expressão pessoal.


Muitas vezes, a literatura inspira os leitores a escreverem por si mesmos. Poesia, ficção e
ensaios pessoais são formas de expressão que podem ajudar as pessoas a processar suas
próprias experiências e sentimentos.

Em resumo, a literatura continua sendo uma ferramenta poderosa para a compreensão


humana, o crescimento pessoal, a conscientização social e o enriquecimento cultural. Ela
desempenha um papel fundamental na formação de indivíduos críticos, empáticos e
pensadores criativos em um mundo em constante evolução.
LINGUAGEM LITERÁRIA

O que é linguagem literária?

A linguagem literária é uma forma de expressão que busca transcender a mera comunicação
factual e objetiva. Ela se caracteriza por utilizar recursos estilísticos, como metáforas e
simbolismo, para criar um impacto emocional e sensorial no leitor. Através da linguagem
literária, os escritores podem explorar profundamente as emoções, pensamentos e
ambiguidades dos personagens e situações. Essa abordagem detalhada da linguagem permite
aos leitores uma experiência mais rica e complexa, estimulando a reflexão e a interpretação.

Características da linguagem literária

A linguagem literária é conhecida por sua riqueza e expressividade. Ela frequentemente utiliza
figuras de linguagem, metáforas e símbolos para transmitir significados mais profundos e
complexos. Além disso, tende a ser mais elaborada e cuidadosamente estruturada do que a
linguagem cotidiana, visando a criar uma experiência estética para o leitor. A linguagem
literária também pode variar em estilo, tom e ritmo, adaptando-se ao gênero e ao propósito do
texto. É importante lembrar que as características exatas da linguagem literária podem variar
dependendo do autor, do período histórico e do contexto cultural.

A liberdade de expressão também está presente na linguagem literária, que isenta os escritores
de restrições ao abordar temas, ideias ou opiniões por meio de sua escrita. Isso permite
explorar questões controversas e desafiar convenções, contribuindo para a diversidade de
perspectivas na literatura. No entanto, essa liberdade também vem com responsabilidade,
considerando o impacto que as palavras podem ter. A linha entre expressão artística e discurso
prejudicial pode ser delicada, exigindo um equilíbrio entre criatividade e consideração ética. A
liberdade de criação também se refere à ruptura de tradições linguísticas e de técnicas de
composição

Gêneros onde a linguagem literária se encontra:

Romance: No gênero do romance, a linguagem literária desempenha um papel crucial na


criação de cenários, desenvolvimento de personagens e transmissão de emoções. Os escritores
frequentemente utilizam metáforas, descrições detalhadas e uma prosa elaborada para
enriquecer a narrativa e envolver os leitores. A linguagem literária no romance pode variar
desde um estilo mais simples e direto até um estilo mais elaborado e poético, dependendo da
abordagem do autor e do tema da história. Ela ajuda a criar uma atmosfera única e aprofundar
a conexão entre o leitor e a trama.

Conto: No contexto do conto, a linguagem literária é frequentemente utilizada de maneira


econômica e precisa para transmitir emoções e ideias em um espaço limitado. Os escritores de
contos muitas vezes se concentram em escolher palavras cuidadosamente, empregando
imagens vívidas e simbolismo para transmitir significados mais profundos de forma concisa.
A linguagem literária nos contos pode ser sutil, sugerindo muito com poucas palavras e
deixando espaço para interpretação por parte do leitor. Isso ajuda a criar um impacto
emocional e a provocar reflexões dentro de um espaço narrativo mais curto.

Poesia: Na poesia, a linguagem literária atinge um nível elevado de expressividade e


criatividade. Os poetas frequentemente fazem uso de figuras de linguagem, como metáforas,
metonímias, aliterações e rimas, para criar uma musicalidade e uma textura únicas no texto. A
escolha cuidadosa das palavras, ritmo e estrutura contribui para a emoção e o significado
subjacentes ao poema. A linguagem literária na poesia permite que os poetas explorem a
profundidade das emoções, capturando nuances e sensações que podem não ser facilmente
expressas em outras formas de escrita. Ela convida os leitores a uma interpretação subjetiva e
a uma conexão mais íntima com as palavras e as imagens apresentadas.

Drama: No contexto do drama, a linguagem literária é usada para criar diálogos entre
personagens, estabelecer atmosfera e desenvolver a trama. Os dramaturgos empregam
técnicas literárias para transmitir as emoções e os conflitos dos personagens de maneira
poderosa. A linguagem nos diálogos pode variar, dependendo da personalidade e da situação
de cada personagem, contribuindo para a construção das relações entre eles. Além disso,
monólogos e solilóquios podem ser usados para explorar os pensamentos internos dos
personagens e revelar suas motivações mais profundas. A linguagem literária no drama é uma
ferramenta essencial para criar tensão, humor, tragédia e conexão emocional entre os
personagens e o público.

Ensaio: No gênero do ensaio, a linguagem literária é empregada para articular argumentos de


maneira persuasiva e reflexiva. Os ensaístas usam uma linguagem cuidadosamente elaborada
para explorar ideias, analisar questões e oferecer insights sobre temas variados. A linguagem
literária nos ensaios pode incluir a utilização de exemplos, analogias, metáforas e citações
para enriquecer o conteúdo e tornar a argumentação mais impactante. Além disso, a prosa é
frequentemente estruturada de forma atraente, combinando clareza com elementos estilísticos
para manter o interesse do leitor. A linguagem literária nos ensaios não apenas informa, mas
também provoca reflexões e convoca o leitor a ponderar sobre os tópicos apresentados.

Gêneros onde a linguagem literária não está presente:

A linguagem literária geralmente não está presente em textos técnicos, manuais, relatórios
científicos, documentos legais e outras formas de escrita que têm o objetivo principal de
transmitir informações de maneira objetiva e direta. Nessas situações, a linguagem é mais
voltada para a clareza e precisão, em contraste com a linguagem literária, que muitas vezes
enfatiza a expressão artística e emocional.

O que diferencia a linguagem literária dos outros discursos?

A linguagem literária se diferencia dos outros discursos pela sua utilização criativa e estilizada
da linguagem. Ela tende a explorar a estética das palavras, as emoções, os simbolismos e as
metáforas de maneira mais intensa do que a linguagem comum. Além disso, a literatura
muitas vezes busca transmitir significados mais profundos e subjetivos, permitindo ao leitor
uma experiência mais reflexiva e interpretativa.

Movimentos Literários

A literatura sempre foi mudando e se alterando com o passar do tempo. Por isso é dividida em
movimentos literários de acordo com cada época. Cada um deles tem características e
especificidades de períodos históricos diferentes. Esses movimentos muitas vezes refletem
mudanças sociais, políticas e culturais da época e têm uma grande influência na produção
literária. Existem diversos movimentos literários através da história, cada um sua influência
específica. Com base nisso, iremos discutir um pouco sobre os principais movimentos, e a
influência que cada um teve na literatura.

Arcadismo: O Arcadismo foi um movimento literário e cultural que surgiu no século


XVIII(18), também conhecido como Neoclassicismo. Ele valorizava a simplicidade, a razão, a
natureza e buscava inspiração nos modelos clássicos greco-romanos. Algumas características
importantes do Arcadismo incluem o uso de linguagem mais simples, o retorno à natureza e a
idealização do campo como local de paz e harmonia.

Os poetas árcades, também chamados de neoclássicos, usavam pseudônimos baseados em


nomes de pastores da mitologia greco-romana e se reuniam em academias literárias, chamadas
Arcádias. O movimento valorizava a ética, a moral e a busca pela felicidade através do
equilíbrio e do bom senso.

O Arcadismo teve grande impacto na literatura ao trazer mudanças estilísticas e temáticas. As


principais influências foram: a busca por linguagem simples e clara, o enfoque na natureza e
vida rural, valorização da razão e equilíbrio, críticas sociais e a defesa da virtude. Sua
influência também se estendeu ao movimento romântico posterior, inspirando novas
perspectivas e gerações de escritores.

Entre os principais autores do Arcadismo destacam-se Cláudio Manuel da Costa e Tomás


Antônio Gonzaga no Brasil, e Bocage e Almeida Garrett em Portugal. Suas obras
frequentemente retratavam o amor idealizado, a fugacidade da vida e a crítica à vida urbana e
ao luxo.

Romantismo: O romantismo foi um movimento artístico, cultural e literário que surgiu no


final do século XVIII (18) e teve seu auge durante o século XIX(19). Ele valorizava a
emoção, a subjetividade e a individualidade. Ele também apresenta uma visão de mundo
centrada no ser humano com destaque para as sensações humanas e a liberdade de
pensamento.

Suas principais características incluem a valorização das emoções e sentimentos individuais, a


busca pela liberdade de expressão e individualidade, ênfase na natureza e na valorização da
vida simples e bucólica, exaltação do amor, do sonho e do idealismo, preocupação com o
passado histórico e folclórico, fuga da realidade cotidiana e interesse pelo sobrenatural e
misterioso, crítica à sociedade, e o uso de temas trágicos e melancólicos.

O romantismo teve uma influência significativa na literatura, impactando a forma como as


obras eram escritas e percebidas. Entre suas principais influências estão a valorização das
emoções e sentimentos humanos, o individualismo encorajando os escritores a expressarem
suas visões pessoais, a ênfase na natureza como fonte de inspiração e refúgio, a exaltação do
amor e do idealismo em histórias de amor trágicas, o resgate de elementos históricos e
folclóricos, a presença de elementos fantásticos e sobrenaturais nas narrativas, a crítica social
refletindo preocupações com a sociedade e novos estilos literários como poemas líricos e
prosa poética. Essas influências moldaram a literatura da época e seu legado continua a
inspirar escritores e leitores até hoje.
Modernismo: O modernismo foi um movimento cultural e artístico que ocorreu no início do
século XX(20), com um impacto significativo nas artes, literatura, arquitetura, música e outras
expressões criativas. O modernismo valoriza a inovação, a ruptura com as formas tradicionais
e a expressão individualista dos artistas e escritores, valoriza experimentação formal, a
liberdade criativa e a busca por novas formas de expressão nas diversas áreas artísticas, como
a literatura, a pintura, a música e a arquitetura.

No modernismo, os artistas procuraram romper com as normas estabelecidas, tanto no


conteúdo quanto na forma, buscando representar a realidade de uma maneira mais subjetiva e
pessoal. Valorizaram-se a reflexão da psicologia humana, a desconstrução da linguagem, a
crítica social e cultural e a representação da fragmentação e ambiguidade da vida moderna.

Na literatura, o modernismo representou uma ruptura com as formas tradicionais de escrita,


buscando inovação e liberdade criativa. Os escritores modernistas rejeitaram as estruturas e
temas clássicos do passado, buscando novas maneiras de expressar a complexidade da
experiência humana e a realidade em constante mudança.

Esses foram alguns dos movimentos literários apresentados, é muito importante ressaltar que
esses não são os únicos movimentos literários existentes, existe uma variedades deles, e cada
um teve seus próprios aspectos e uma influência importante na sociedade, e que eles não
influenciaram apenas a área da literatura, mas como também na arte, dança, música e todas as
formas de expressões artísticas.

ELEMENTOS DA NARRATIVA

O que são os elementos da narrativa?

Os elementos da narrativa são componentes essenciais que compõem uma história. Eles
incluem personagens (indivíduos na história), enredo (sequência de eventos), espaço
(ambiente onde a história acontece), narrador ( a voz que conta a história) e tempo ( a
velocidade e o método que os acontecimentos da história se desenrolam).

Personagem:

Uma personagem é um elemento crucial da narrativa. Ela é uma entidade fictícia criada pelo
autor para desempenhar um papel na história. As personagens podem ter diversas
características, como personalidade, aparência física, motivações, desejos e conflitos internos.
Elas podem ser protagonistas (personagens principais) ou secundários, e suas interações e
desenvolvimento ao longo da trama contribuem para a evolução do enredo. As personagens
também podem representar arquétipos, símbolos ou metáforas que enriquecem o significado
mais amplo do conto.

Protagonista: O protagonista é a personagem central da história, em torno da qual a trama se


desenrola. É a personagem principal, cujas ações e decisões impulsionam a narrativa.

Antagonista: é o oposto do protagonista e muitas vezes é o responsável pelos conflitos e


obstáculos que o protagonista precisa superar. Eles podem ser vilões ou simplesmente
representar forças que se opõem aos objetivos do protagonista. E vale ressaltar que muitas
personagens antagonistas também podem ser protagonistas em outras histórias.

Personagens Secundárias: Essas personagens desempenham papéis importantes na história,


mas não são os focos principais. Eles podem ser aliados, amigos, familiares ou inimigos do
protagonista. Mesmo sendo secundárias, elas podem ter profundidade e contribuir
significativamente para a trama.

Personagens Estáticas: Essas personagens não passam por mudanças significativas ao longo
da história. Elas mantêm suas características e personalidades consistentes do início ao fim,
servindo muitas vezes como apoio para as personagens dinâmicas.

Personagens Dinâmicas: Ao contrário das estáticas, essas personagens passam por


transformações e mudanças ao longo da narrativa. Suas experiências e os eventos da história
os levam a evoluir emocional, mental ou moralmente.

Personagens planos: Personagens planas, também conhecidos como personagens


unidimensionais, são figuras literárias que têm características limitadas e não passam por
mudanças significativas ao longo da história. Eles tendem a representar um único traço de
personalidade ou estereótipo e não possuem a profundidade emocional ou desenvolvimento
que as personagens redondas exibem. Personagens planas geralmente são utilizadas para
cumprir funções específicas na trama, como alívio cômico, antagonismo simples ou para
fornecer informações aos protagonistas. Eles não costumam ser tão complexas ou
interessantes quanto os personagens redondas, mas podem ser eficazes para determinados
propósitos narrativos.

Personagens redondos: Também conhecidos como personagens complexas, são figuras


literárias que possuem profundidade e realismo. Elas são multifacetados, exibem uma
variedade de emoções e características, e muitas vezes têm conflitos internos e externos que
os tornam mais humanos e verossímeis. Essas personagens tendem a evoluir ao longo da
história, enfrentando desafios e mudando suas perspectivas, o que os diferencia das
personagens planas, que são mais unidimensionais e previsíveis. Personagens redondas são
frequentemente mais cativantes para os leitores, pois sua complexidade reflete a riqueza da
natureza humana.

Personagens arquétipos: são tipos de personagens que representam padrões recorrentes e


universais encontrados em diferentes culturas e histórias. Elas desempenham papéis
simbólicos e muitas vezes personificam características ou traços específicos. Aqui estão
alguns exemplos de personagens arquétipos na narrativa, detalhadamente:

O Herói: O herói é o protagonista principal da história, frequentemente enfrentando desafios


e obstáculos para atingir um objetivo nobre. Ele representa a busca pelo bem, coragem e
determinação.

O Mentor: O mentor é uma personagem sábia e experiente que orienta e aconselha o herói
em sua jornada. Ele oferece sabedoria e conhecimento, ajudando o herói a superar
dificuldades.

A Donzela em Perigo: Este arquétipo representa a personagem feminina que precisa ser
resgatada ou protegida. Ela simboliza vulnerabilidade e pureza. No entanto, muitas histórias
contemporâneas reinterpretaram esse papel de maneira mais empoderada.

O Vilão: O vilão é o antagonista da história, o oposto do herói. Ele representa o mal, o


conflito e muitas vezes tem motivações egoístas.

O Tolo ou Bobo da Corte: Esse personagem fornece alívio cômico e perspectiva, muitas
vezes trazendo leveza à trama. Ele pode ser ingênuo ou engraçado e geralmente não é levado
a sério pelos outros personagens.

A Sombra: A sombra é uma representação dos aspectos obscuros e reprimidos de um


personagem, muitas vezes personificada por um antagonista interno. Ela pode representar
medos, desejos ocultos ou impulsos negativos.

O Rebelde: Esse personagem desafia as normas e convenções estabelecidas, muitas vezes


atuando como contraponto ao sistema. Ele busca mudança e liberdade, representando a busca
por individualidade.
O Amante: O amante é movido pela paixão e pelo desejo, muitas vezes desempenhando um
papel romântico na história. Ele pode representar o amor, a luxúria e as complexidades dos
relacionamentos.

O Rival: O rival é um competidor direto do herói, muitas vezes representando um desafio ou


obstáculo ao objetivo do protagonista. Sua presença adiciona tensão e motivação à história.

Essas personagens arquétipos desempenham papéis fundamentais na construção da narrativa,


ajudando a transmitir temas, emoções e mensagens mais amplas de maneira simbólica. Eles
podem evoluir e ser reinterpretados, mas suas características essenciais persistem ao longo das
histórias.

Enredo:

Enredo é o termo usado para se referir à sequência de eventos e ações que compõem a
estrutura central da narrativa, ele descreve como os personagens interagem e como os eventos
se desenrolam ao longo do tempo, criando uma progressão lógica e coerente.

O enredo inclui elementos como a introdução da situação inicial, o desenvolvimento dos


conflitos e desafios enfrentados pelos personagens, o clímax onde a tensão atinge o ponto
mais alto e as decisões ou resoluções que levam ao desfecho ou conclusão da história. O
enredo geralmente é organizado em uma estrutura de começo, meio e fim, com momentos de
virada que mantêm o interesse do público e impulsionam a narrativa para a frente.

Além disso, o enredo pode ser influenciado por elementos como as escolhas dos personagens,
os obstáculos que enfrentam, os dilemas morais que precisam resolver e as transformações
emocionais pelas quais passam. O enredo é a espinha dorsal da narrativa, fornecendo uma
linha de eventos conectados que dão forma e significado à história contada.

Outro detalhe bastante importante de lembrar, é que o enredo pode ser em formato linear,
seguindo a ordem cronológica dos acontecimentos ou em forma fragmentada, que é quando a
narrativa não faz o uso de uma ordem cronológica, mas que ainda sim, conte uma história
coesa com começo meio e fim.

Espaço: O elemento espaço ou cenário em uma narrativa refere-se ao ambiente físico e


geográfico em que a história se desenrola. É a descrição detalhada do espaço, dos lugares, das
paisagens e das características que compõem o mundo em que os personagens interagem. O
espaço não apenas fornece um pano de fundo visual, mas também desempenha um papel
crucial na atmosfera, no humor e no contexto geral da história.
A criação de um espaço envolve detalhes sensoriais, emocionais e culturais. Isso permite que
os leitores se imerjam no mundo ficcional de uma forma mais rica e significativa. Descrever
elementos como a arquitetura dos edifícios, a flora e a fauna local, as condições climáticas e
as características geográficas pode ajudar a dar vida ao cenário.

Além disso, o espaço pode influenciar as ações e as emoções dos personagens. Um ambiente
sombrio e enevoado pode criar uma sensação de mistério ou perigo, enquanto um cenário
ensolarado e vibrante pode sugerir alegria e otimismo. A interação entre os personagens e o
cenário também pode ser explorada, com elementos do ambiente influenciando as decisões
que eles tomam.

O espaço é muito mais do que apenas um fundo estático; é uma parte fundamental da
narrativa que ajuda a criar uma experiência mais rica e envolvente para os leitores,
contribuindo para o desenvolvimento da trama, dos personagens e do clima emocional da
história.

Tempo:

O elemento tempo desempenha um papel importante na narrativa, pois ele influencia a


maneira como a história é contada e percebida pelos leitores. O tempo pode ser manipulado
de várias maneiras para criar diferentes efeitos e impactos emocionais.

Detalhar o tempo na narrativa envolve escolhas cuidadosas, como a ordem cronológica dos
eventos, o ritmo da história e a duração de cada cena. O tempo pode ser utilizado de inúmeras
maneiras diferentes em uma narrativa como por exemplo em flashback para desenvolver
personagem, em um romance, um personagem principal está enfrentando um dilema. Em um
flashback, os leitores são levados ao passado do personagem, revelando eventos que
moldaram suas crenças e ações atuais. Isso ajuda os leitores a entenderem melhor as
motivações do personagem.

Ao descrever um ambiente, personagem ou ação, você pode usar o tempo para transmitir
nuances, criando uma atmosfera ou destacando momentos significativos. Por exemplo, o uso
de descrições lentas e detalhadas pode amplificar um momento de tensão, enquanto descrições
mais rápidas podem aumentar o ritmo da narrativa.

É importante lembrar de que a percepção do tempo é subjetiva, variando entre personagens e


leitores. O tempo pode ser usado para criar suspense, simbolismo ou para refletir o
desenvolvimento dos personagens ao longo da história. Portanto, o uso cuidadoso do
elemento tempo pode enriquecer a experiência do leitor e dar profundidade à narrativa.

Tempo cronológico O tempo cronológico na narrativa refere-se à ordem linear dos eventos
conforme ocorrem na história. É a sequência de eventos do passado, presente e futuro de
acordo com a linha do tempo da história. Geralmente, a maioria das histórias segue uma
progressão cronológica, onde os eventos são apresentados na ordem em que acontecem. No
entanto, em algumas narrativas, os autores podem usar técnicas como flashbacks (cenas que
retornam ao passado) ou flashforwards (cenas que antecipam o futuro) para criar
complexidade na estrutura temporal da história. Essas técnicas podem adicionar profundidade
e interesse à narrativa.

Um exemplo do tempo cronológico é quando um autor inicia uma história começando em


uma manhã de segunda-feira, descrever eventos ao longo de uma semana inteira, indicando os
momentos precisos em que as ações ocorrem, e, eventualmente, concluir a narrativa na sexta-
feira à noite. Isso cria um senso de linearidade temporal e ajuda os leitores a seguir a
progressão dos eventos de maneira detalhada.

No entanto, é importante notar que nem todas as narrativas exigem esse nível de detalhe no
tempo cronológico. A escolha de como apresentar o tempo depende do estilo do autor e das
necessidades da história. Às vezes, a simplificação do tempo pode ser mais eficaz para manter
o ritmo narrativo.

Tempo psicológico: O tempo psicológico refere-se à percepção subjetiva do tempo pelos


personagens e leitores. Isso significa que o tempo na história não necessariamente
corresponde ao tempo real. Pode ser estendido ou comprimido para criar tensão, suspense ou
para explorar a psicologia dos personagens. Autores usam técnicas como flashbacks,
monólogos interiores e descrições detalhadas para transmitir o tempo psicológico. Isso
permite que os leitores mergulhem mais profundamente na mente dos personagens e
compreendam melhor suas emoções e pensamentos.

O exemplo do uso do tempo psicológico por exemplo Um personagem lembra-se de eventos


do passado, e a narrativa mergulha profundamente nesse momento, fazendo com que o tempo
pareça passar mais devagar enquanto explora as emoções e pensamentos do personagem.
Ou na suspense, em um momento tenso da história, a narrativa pode desacelerar para enfatizar
a ansiedade e a antecipação dos personagens e leitores. Cada segundo parece durar mais
tempo à medida que o suspense se acumula.

Esses são apenas alguns exemplos de como o tempo psicológico pode ser usado para
enriquecer a experiência de leitura, aprofundando a conexão emocional com os personagens e
a história.

Narrador: O narrador desempenha um papel fundamental em uma narrativa, pois é ele quem
conta a história e guia os leitores ou ouvintes por meio dos acontecimentos e emoções dos
personagens. O narrador é a voz por trás da história, moldando a perspectiva e influenciando a
forma como os eventos são percebidos. Existem diferentes tipos de narradores, cada um com
suas próprias características e impactos na história.

Aqui estão exemplos dos três tipos de narradores em uma narrativa.

Narrador personagem:

Narrador-personagem é quando a história é contada a partir da perspectiva e voz de um dos


personagens da trama. Isso significa que o narrador é também um personagem ativo na
história, com seus próprios sentimentos, pensamentos e visões sobre os eventos que ocorrem.

Esse tipo de narrador fornece uma visão íntima e subjetiva dos acontecimentos, permitindo
que os leitores compreendam os acontecimentos através das lentes desse personagem. Isso
muitas vezes cria uma conexão mais profunda entre o leitor e a história, pois eles podem
experimentar os eventos e emoções de forma mais direta.

No entanto, é importante lembrar que o narrador-personagem tem suas próprias limitações.


Ele só pode relatar aquilo que vê, ouve e percebe, o que pode resultar em uma visão parcial ou
enviesada dos acontecimentos. Além disso, a personalidade e pontos de vista do narrador-
personagem podem influenciar a forma como os eventos são interpretados e apresentados.

Narrador observador:

O narrador observador é uma entidade externa à história que observa e relata os eventos que
acontecem com os personagens. Esse tipo de narrador não faz parte da trama e não possui
acesso direto aos pensamentos e emoções dos personagens, transmitindo apenas o que pode
ser visto e ouvido.
O narrador observador mantém uma perspectiva neutra, oferecendo uma visão objetiva dos
acontecimentos, sem emitir opiniões pessoais. Ele descreve ações, diálogos e cenários,
permitindo que os leitores interpretem e compreendam as situações por meio das interações
dos personagens e das pistas visuais e auditivas fornecidas.

Ao contrário de outros tipos de narradores, como o narrador em primeira pessoa ou o narrador


onisciente, o narrador observador não compartilha seus próprios pensamentos ou
conhecimentos internos. Ele pode ter diferentes graus de conhecimento sobre os personagens
e eventos, dependendo do grau de distância que mantém em relação à história.

Narrador onisciente:

O narrador onisciente é uma técnica de narração em que o narrador tem conhecimento total e
ilimitado sobre os eventos, pensamentos, emoções e motivações de todos os personagens na
história. Esse tipo de narrador atua como um observador imparcial e conhece todos os
detalhes do enredo, mesmo que essas informações não sejam explicitamente compartilhadas
com os personagens ou com o leitor.

O narrador onisciente pode mergulhar nos pensamentos internos de cada personagem, revelar
informações que os personagens desconhecem e proporcionar uma visão ampla da história.
Isso permite uma compreensão profunda dos conflitos, das relações e dos eventos que
ocorrem na trama.

Existem duas formas principais de narrador onisciente: o onisciente intruso e o onisciente


limitado. No caso do onisciente intruso, o narrador pode intervir na história, compartilhando
observações pessoais ou comentários diretos com o leitor. Já no onisciente limitado, o foco é
em um único personagem por vez, mas o narrador ainda possui conhecimento privilegiado
sobre tudo que envolve essa figura.

Essa técnica narrativa oferece flexibilidade ao autor para explorar diferentes perspectivas e
criar uma narrativa rica em camadas, proporcionando uma visão ampla do mundo fictício e
das complexidades dos personagens.

Narrador heterodiegético:

O narrador heterodiegético é um conceito proposto por Gérard Genette. Ele se refere a um


tipo de narrador que está fora da história que está sendo contada. Em outras palavras, o
narrador heterodiegético não é um personagem dentro da narrativa, mas sim uma entidade
narrativa externa que observa e narra os eventos da história.
Um exemplo clássico de narrador heterodiegético é aquele que fornece uma perspectiva
objetiva e imparcial sobre os personagens e eventos, sem participar ativamente da trama ou ter
acesso aos pensamentos e emoções dos personagens. Esse tipo de narrador é comumente
encontrado em narrativas de terceira pessoa, onde o narrador não faz parte da história, mas
apenas a conta.

Narrador homodiegético:

Um narrador homodiegético é um tipo de narrador que faz parte da história que está sendo
contada. Em outras palavras, é um narrador que é um personagem dentro da narrativa e que
possui conhecimento limitado aos eventos e informações que ele mesmo vivenciou ou
testemunhou dentro da história.

Isso significa que o narrador homodiegético está inserido na trama e não possui um
conhecimento onisciente dos acontecimentos, como um narrador heterodiegético. Esse tipo de
narrador oferece uma perspectiva mais limitada e subjetiva da história, pois só pode relatar o
que ele mesmo experimentou ou presenciou.

Narrador autodiegético:

Um narrador autodiegético, também conhecido como narrador em primeira pessoa, é um tipo


de narrador que conta a sua própria história e relata os eventos a partir de sua própria
perspectiva, sendo o protagonista das ações.

Esse narrador usa da sua própria visão para contar a história e tem um conhecimento limitado
aos seus próprios pensamentos, sentimentos e experiências. Isso permite que o leitor tenha
acesso direto aos pensamentos e emoções do narrador, mas também limita o que o narrador
pode saber sobre outros personagens e eventos que ocorrem fora de sua própria experiência.

Referências:

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel de. Teoria da Literatura. 8. ed. Coimbra: Almedina,
2007.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/movimentos-literarios/ Acesso em:
30/08/2023
Disponível em: https://www.google.com/amp/s/m.brasilescola.uol.com.br/amp/literatura/
linguagem-literaria-naoliteraria.htm Acesso em: 02/09/2023.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/amp/literatura Acesso em: 22/08/2023.
Disponível em: https://www.google.com/amp/s/www.portugues.com.br/amp/literatura/tipos-
de-narrador.html Acesso em: 05/09/2023.

Você também pode gostar