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MIRACEMA
RIO DE JANEIRO
15/05/2021
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SUMÁRIO
1 RELATÓRIO 1 ................................................................. 02
1.1 Introdução .............................................................. 03
1.2 Perfil institucional ............................................................ 04
3 A Aula .................................................................................. 19
4 A avaliação ...................................................................................... 19
5 Conclusão ..................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ................................................................. 30
3
Relatório 01
Introdução
Nessa perspectiva, não podemos perder de vista tais obstáculos, tais limites e também
as novas formas de se fazer educação que nos foram apresentadas nesse momento tão triste e
particular que vivemos. Sendo assim, a partir de agora irei discorrer sobre o andamento do meu
estágio e as decisões que foram tomadas em conjunto com o professor responsável pela
disciplina. Este relatório irá abarcar o perfil institucional da escola onde o estágio foi feito,
analisando o quadro profissional, o quadro de alunos, as condições físicas da escola e as
relações sociais que nela acontecem. Aqui também será exposto a proposta de desenvolvimento
do estágio onde irei discorrer acerca das experiencias em sala de aula, o contato com os alunos,
o contato com o professor responsável e também quais as funções pude exercer durante esse
período.
contrarreforma da Igreja Católica e a correção de uma atividade realizada pelos alunos, vale
ressaltar que em todos os momentos do presente trabalho irei buscar dialogar com as
experiencias com bibliografias que já tive contato no decorrer da graduação.
Perfil institucional
A escola antes da pandemia contava com cerca de 500 alunos, entretanto com esse
período de pandemia e as incertezas que ela carrega o número de alunos diminuiu para
aproximadamente 380 alunos, vale aqui ressaltar que a direção da cidade autorizou e suspendeu
as atividades escolares por diversas vezes durante o ano de 2021 aumentando ainda mais a
sensação de incertezas que já era um sentimento muito forte desde o ano de 2020. A escola é
localizada na principal rua da cidade, bem no centro. É uma escola que já possui 21 anos de
existência e a pelo menos uma década figura no posto de principal escola do município, com
uma grande taxa de aprovação nos vestibulares e com um quadro profissional muito capacitado,
contando com mestres e doutores.
optaram pelo ensino presencial. A escola funciona em dois turnos, o da manhã e o da tarde, e
as turmas não possuem mais que 35 alunos cada.
Como falado anteriormente a instituição escolhida é uma instituição privada e com uma
mensalidade que gira em torno de quinhentos reais para o ensino fundamental e seiscentos e
cinquenta reais para o ensino médio. – Esse valor é passível de questionamento haja vista que
a escola é situada em um pequeno município no interior do estado do Rio de Janeiro. Logo
podemos deduzir que em sua grande maioria, os alunos veem de famílias de classe média ou
alta. A política de bolsas não é muito bem explicita, sendo uma negociação pessoal entre futuro
aluno e direção, a única política de bolsas explicitadas é para no caso de irmãos, onde a cada
irmão matriculado é recebido um desconto de dez por cento da mensalidade. Problemas como
falta de materiais eletrônicos para estudo ou falta de internet não foram relatados por esses
alunos, o que contrasta com grande parte da realidade brasileira.
Podemos assim deduzir que os alunos dessa escola, em sua grande maioria, estão em
uma posição muito mais privilegiada do que a grande maioria dos estudantes brasileiros. A
escola conta com reforços escolares a tarde e pré-vestibular gratuito, na parte da tarde, para os
alunos matriculados no terceiro ano do ensino médio. O material didático utilizado pela escola
é o sistema ph de ensino, apostilas essas que precisam ser compradas individualmente pelos
alunos, por um preço bem elevado, entre 1200 e 1500 reais anuais pagos em apostilas, além de
uma lista de materiais que é entregue pela escola aos pais no momento de matrícula do aluno.
Aqui deixo minha opinião acerca do material didático adotado e da política educacional da
escola, tanto o material quanto a política educacional são voltados única e exclusivamente para
o ingresso em universidades, são materiais tecnicistas e práticas educacionais que visam única
e exclusivamente a aprovação dos alunos no ENEM, para levantar o nome da escola. Uma vez
que por ser uma cidade pequena, existe publicação em jornais e faixas nas ruas com os nomes
dos aprovados em cada escola particular, em uma espécie de competição por mais aprovações.
Sendo assim, a formação do senso crítico, a formação de cidadãos atuantes fica para segundo
plano, não quer dizer que essas ideias não estão lá, mas não são o foco da formação, o foco é a
aprovação para fazer o nome da instituição na cidade e na região. O ensino médio como dito
acima, possui dois professores de história, um responsável pela História Geral e outro
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exclusivamente para a história do Brasil, o que também é passível de críticas uma vez que essa
divisão pode reforçar uma ideia de que essas histórias são coisas distintas e separadas, causando
um certo distanciamento dos alunos da compreensão e da ligação entre os conteúdos ensinados.
Os alunos em sua grande maioria são oriundos da própria cidade, Miracema, mas a
escola também possui muitos alunos de cidades vizinhas, ainda menores e com menos
condições educacionais. É de se deduzir que a grande maioria dos alunos possuem alguma
condição financeira, uma vez que tudo é pago nessa instituição e não é por um valor barato,
sendo assim, salvo os alunos que possuem bolsa, que são bem poucos e são bolsas de
percentuais muito pequenos de desconto, podemos dizer que as famílias são ao menos de classe
média para cima e podemos também, ao explorarmos a questão do perfil dos alunos da
instituição, entrarmos em um debate ainda mais profundo, pois se compararmos o número de
estudantes brancos e o número de estudantes pretos fica gritante o grau de desigualdade social
e racional presente na cidade.
ser empregada no decorrer da aula, como as relações aluno-professor são construídas dentro
desse espaço e como é a relação dos alunos com a questões das atividades.
Pude perceber que a escola e os professores estão se esforçando muito para tornar essa
nova forma de educação, online e a distância, mais interessante e fortuita para os alunos, através
de atividades e dinâmicas que incentivam os alunos a participar e a buscar informações.
Infelizmente como já apontado a cima, o principal objetivo da escola é a aprovação no
vestibular, logo a disciplina de história fica muito presa aos métodos tradicionais e o foco
principal é a resolução de questões que já caíram em vestibulares como forma de preparação.
É perceptível um esforço por parte do professor para trazer as novas ideais sobre história para
dentro da sala de aula, uma nova visão sobre fontes históricas, sobre a própria noção de
acontecimento histórico e a forma como a história é encarada na sociedade foram temáticas
que já surgiram nas falas desse professor no decorrer das aulas, entretanto ele fica um pouco
engessado para aprofundar mais essas questões pela necessidade de seguimento do livro
didático e pela necessidade de preparação excessiva através de questões para os vestibulares.
Aqui abro um parêntese para a explicação de como está sendo a relação de diálogo com
a escola e com o professor responsável, como já informado em e-mail e aqui mesmo nesse
relatório minha cidade está um caos em relação a covid e a escola optou por fazer um ensino
hibrido no começo do semestre letivo, entretanto diversas vezes as atividades foram
interrompidas e depois autorizadas novamente e logo em seguida interrompidas novamente,
nesse sentido tudo ficou atrasado e em diversos momentos a comunicação com o professor e
ou a escola foi impossibilitada.
Nesse sentido ainda não ficou totalmente decidido quais serão os caminhos que irei
seguir dentro do estágio, no que diz respeito às atividades por mim ministradas. O que ficou
mais ou menos conversado é que seria disponibilizado um tempo, mais ao final do estágio
(onde eu já estaria mais acostumado tanto ao ambiente, tanto aos alunos quanto à prática
docente propriamente dita) para que seja por mim ministrada uma aula. E eu também conversei
com o professor e solicitei a possibilidade de corrigir algumas atividades feitas pelos alunos,
uma vez que eu nunca tive contato com essa parte da prática docente dentro da universidade e
acredito que seria de extrema valia para minha formação profissional. Mas como dito, não
existe nada ainda totalmente combinado e isso está sendo analisado e estou procurando de todas
as formas um posicionamento mais efetivo por parte da instituição e do professor.
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A ideia aqui seria ministrar uma aula de 50 minutos, onde a temática central seria ou o
renascimento italiano ou a reforma protestante e também a correção de um bloco de avaliações
da turma (eles fazem 3 avaliações e um simulado com todas as disciplinas por bimestre) em
conjunto com o acompanhamento via Meet das aulas ministradas pelo professor titular. Na
realização da minha aula irei procurar desenvolver um caminho que supere essas questões
postas aqui por mim, de superação da narrativa tradicional, de superação de uma mecanicidade
de resolução de questões, talvez aproveitar a finalização do assunto e dar uma aula passando
pelos pontos gerais e trazendo algumas ideias e conceitos que não foram trabalhadas, trazendo
historias ignoradas pelo consenso do livro didático, sempre pautado em uma teoria crítica,
pensando bastante o lado político dos processos e preparando os alunos para uma atuação mais
ativa fora do universo escolar.
Minha outra proposta é a correção de atividades feitas pelos alunos, atividades aqui
encaradas como uma ferramenta de orientação da aprendizagem e não como uma medição do
que foi apreendido ou medição da capacidade do aluno. A ideia seria através da análise dessas
avaliações tecer comentários individuais acerca dos pontos que foram acertados pelos alunos e
direcionar ou orientar aqueles pontos em que não houve acertos, sem julgar ou diminuir o
aluno, pelo contrário, buscando através desses comentários incentivar esses alunos a chegarem
ainda mais longe, reconhecendo seus esforços e suas lutas individuais (que não podem ser
ignoradas em momento nenhum, mas principalmente no caos que vivemos hoje no brasil).
No geral, sei que o relatório não está muito completo e não atinge todos os objetivos
propostos na apresentação da atividade, entretanto ele serve como um aporte geral do andar do
estágio e uma projeção do que espero ainda conseguir fazer dentro desse processo. De qualquer
forma, já está sendo uma experiencia muito enriquecedora (mesmo com todos esses percalços
1
OLIVEIRA, Rosane Machado de. História: A Necessidade de Repensar o Ensino
de História no Âmbito Educacional e Social. Revista Científica Multidisciplinar
Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol. 01. P. 02
, Julho de 2017
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no caminho) e tem tudo pra ser ainda mais proveitoso daqui pra frente, com uma maior
participação, maior analise e maior diálogo entre estagiando, professor e instituição.
2
Idem.
3
Idem.
4
Ibidem. P.22
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Assim sendo, esse texto contribuiu para uma maior reflexão a cerca o ensino da história
dentro do universo das escolas e quais as maiores dificuldades encontradas pelos professores
para realizar tais tarefas, a autora também aponta caminhos para que se consiga superar tais
barreiras e em meu ponto de vista, suas posições são muito válidas para colocar em prática um
ensino de história que cative os alunos, que os formem criticamente e que dialogue com o
presente, formando assim pessoas capazes de agir no meio e se referenciarem com
conhecimentos já passados.
Relatório 02
analise presente nesse trabalho será do Caderno 1, do primeiro ano do ensino médio,
correspondente ao primeiro bimestre escolar – que compreende o período de estágio.
Vale aqui ressaltar que existe um ambiente online, muito bem organizado, pelo sistema
PH que fica disponível tanto para professores, quanto para alunos. Onde são encontrados os
cadernos didáticos, um banco de questões com mais de quinze mil questões, locais para envio
de provas e atividades, entre outras funcionalidades. Ou seja, existe um ambiente escolar
completo, de forma online dentro dessa plataforma. A plataforma chama-se PLURALL. É
através dela que estou tendo acesso aos cadernos didáticos e as atividades feitas pelos alunos.
O caderno didático logo em seu início possui uma relação de todas as competências e
habilidades que se espera serem desenvolvidas no decorrer do bimestre, seguindo o indicado
na BNCC. São seis módulos que compõem o primeiro caderno. Sendo eles Idade Antiga:
Grécia e Roma, Idade Média, Europa Moderna: Absolutismo, Mercantilismo e Expansão
Marítima, Humanismo e Renascimento, as Reformas e Sistema Colonial: América espanhola
e América Inglesa. Esses assuntos estão divididos ao longo de 121 páginas. Divididos de forma
mais ou menos iguais. Os assuntos são rapidamente explanados em poucas páginas, na
sequencia existe uma apresentação de dois ou três pequenos textos que relacionam o tema com
assuntos atuais e na sequencia uma grande quantidade de questões, todas de bancas
universitárias, o que vai de encontro ao exposto no primeiro relatório sobre a questão do foco
quase total em preparação para vestibulares através da repetição excessiva de questões.
O segundo módulo é sobre a Idade Média e de cara já me chamou a atenção uma citação
de Le Goff, bem na página introdutória ao módulo. Uma citação que quebra o senso comum
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da idade média como uma idade das trevas e ressalta diversos pontos que se desenvolveram na
Idade Média e que são de extrema importância para a sociedade até os dias de hoje. Os assuntos
tratados são o surgimento do feudalismo, a descentralização política nesse período, o conceito
de servidão (que é central para entendermos a Idade Média e o próprio feudalismo), a sociedade
feudal, a influência da Igreja durante o período, as Cruzadas, a relação entre Igreja e cultura
medieval, a baixa Idade Média com seu crescimento demográfico e o ressurgimento das
cidades e do comercio e a crise do século XIV. O ponto central que o módulo se propõe é a
quebra do paradigma de que a Idade Média foi um período de trevas, demonstrando que esse
senso comum foi algo construído posteriormente pelo renascimento e pelo iluminismo,
demonstrando que diversas instituições, práticas e costumes da Idade Média ainda hoje se
fazem presentes e são importantes dentro da sociedade, como as universidades. Segue-se a
mesma configuração do módulo um no sentido de uma lista de exercícios extensa e composta
por questões discursivas e de múltipla escolha.
O terceiro modulo trata da Europa moderna, os assuntos tratados são o Estado moderno,
o Absolutismo e poder dos reis, o mercantilismo e a expansão marítima e comercial. Após essa
explanação é apresentada ao aluno uma situação problema relacionando esses assuntos às
atualidades e em sequência vem a lista de questões, na mesma forma que nos módulos
anteriores. O foco aqui é o entendimento das relações entre a expansão comercial e marítima
e a formação do estado moderno, contribuindo para a transformação da Europa no “centro do
mundo” nas palavras do próprio caderno didático.
diversos pontos de vista acerca das reformas e em sequência é apresentada a situação problema
em que o assunto é relacionado a atualidade através de um texto que trata da adequação das
igrejas ao mercado. O ponto central aqui é entender como as transformações passadas pela
Europa entre Idade Média e Idade Moderna impactar a até então mais importante instituição
do mundo ocidental e como essas transformações causaram uma ruptura com o pensamento
medieval, até então dominante no seio da igreja católica. A lista de exercícios, mais uma vez,
segue o mesmo padrão das anteriores.
Em um primeiro momento o ensino de história nas escolas não tinha outro papel que
não o de educação cívica, uma educação que buscava formar os sentimentos nacionais e criar
cidadãos- súditos. Com o fim da segunda guerra mundial e a consequente vitória da
Democracia, o ensino de história muda de direção, visando agora a formação de cidadãos
participantes e não mais cidadãos súditos. Nessa perspectiva a ideia de educação para a
instrução nacional é substituída pela educação para a cidadania.
De maneira geral, desse ponto em diante era preciso tornar os jovens capazes de
participar democraticamente da sociedade e desenvolver neles as capacidades intelectuais e
afetivas necessárias para tal. Os conteúdos fatuais passavam a ser menos determinados de
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O autor destaca que mesmo tendo a maioria dos países ocidentais seguido esse caminho,
as guerras de narrativas agora encontram-se centradas nos conteúdos factuais ensinados, em
uma guerra de o que deve ser ensinado e o que deve ser silenciado. O autor também destaca
que mesmo tendo sido superado a ideia de história como auxiliar na formação da identidade
nacional, sempre que o questionamento acerca da disciplina volta ao jogo dos debates é nessa
ideia que sempre é evocado.
O autor nos apresenta cinco situações em que esse paradoxo é encontrado: para lutar
contra estados, para manter a ordem estabelecida, quando os estados se reconstituem, e para
definir uma identidade supranacional.
Por fim, o autor destaca que essa noção de a narrativa histórica controlar os sentimentos
e as noções de identidade, nos dias de hoje, pode não passar de uma ilusão, tendo os meios de
comunicação, a família e as relações sociais muito mais poder do que o próprio ensino da
história.
Entretanto o autor destaca que não podemos perder de vista a ideia de uma história que
busque formar indivíduos autônomos e críticos e levá-los a desenvolver as capacidades
intelectuais e afetivas adequadas, fazendo com que trabalhem com conteúdos históricos abertos
e variados, e não com conteúdos fechados e determinados como ainda são com frequência as
narrativas que provocam disputas.
Esse texto é muito interessante para pensarmos a produção dos materiais didáticos, que
são, em via de regra, o maior difusor das narrativas históricas e serve como uma base para
trabalharmos com os alunos dentro de sala de aula a ideia de que o que está ali no livro didático
não é uma verdade absoluta, mas sim uma visão, selecionada e escrita por uma pessoa ou
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empresa específica que possui objetivos e ideias para com a finalidade desse escrito. É nessa
perspectiva que busquei trabalhar a minha aula dentro desse estágio e irei buscar trabalhar
sempre enquanto docente.
É interessante pensarmos esse ponto, uma vez que como já mencionado tanto o livro
didático quanto a forma de guiar a aula são totalmente focados no Enem e demais processos
seletivos universitários, nesse sentido não existe muito espaço para a problematização dos
conteúdos e discussões de demais pontos de vistas acerca dos assuntos tratados, o foco aqui é
somente a preparação e a repetição através de exercícios, para uma melhor preparação visando
única e exclusivamente a aprovação. Questões como a formação de cidadãos ativos e
conscientes do processo de produção historiográfica e ou conscientes de outras formas de
enxergar um mesmo assunto passam batidos.
A autora inicia o texto nos dizendo que a Educação é um processo pelo qual a cultura
se perpetua nas gerações futuras, porque a cultura tem um caráter conservador e a educação
também, e que por isso os livros didáticos são instrumentos da efetivação deste processo. E
assim, como todos os instrumentos da cultura, os livros didáticos não estão isentos de
intencionalidade; eles não são, nem poderiam ser, intrinsecamente imparciais.
O texto nos apresenta o processo capitalista que domina e interfere na produção do livro
didático. Isso se aguça no texto quando nos é apresentado o livro didático como um produto e
também um reprodutor cultural complexo, que mobiliza diversos setores da sociedade,
abrigando e reproduzindo todas as contradições da classe dominante, instrumento que permite
ao poder se manter mesmo nas gerações futuras, por meio do currículo e do professor.
Em relação à questão da formulação dos livros, Bittencourt identifica que os seus usos
pelos professores podem servir para transformá-lo em ferramenta a serviço de uma educação
autônoma e não como ferramenta de manutenção do status quo como muitas vezes é feito. Aqui
entrando em outra questão bastante discutida no texto, que fala sobre os usos da iconografia
dentro dos livros didáticos e quais os papéis que ela pode trazer para a criação de uma educação
mais libertadora. Destacando que as imagens não podem ser vistas como concorrentes dos
textos, mas como complementares ou então como uma forma de questionamento ao discurso
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dominante. As imagens permitem aos alunos que não têm tanta facilidade com a leitura ter,
eles também, algum contato com a História. Diversificar o quanto possível as formas de
compreensão da realidade significa garantir que uma quantidade maior de alunos se conectará
com os conteúdos que o professor que abordar. As imagens não são inimigas do livro didático,
nem da educação, elas são instrumento da educação. Elas se tornam problemas quando são
reduzidas à categoria de exemplificadoras do texto. Mas ao serem abordadas como gatilhos
para questões, elas são sim capazes de mobilizar o interesse, a criatividade e a curiosidade dos
alunos, fazendo uma espécie de aproximação entre aluno e objeto de ensino.
Nessa perspectiva, de acordo com o que foi apresentado acerca do material didático do
primeiro ano do ensino médio da escola Centro Educacional São José, o texto de Circe nos
ajuda a pensar a produção do livro didático e nos ajuda a pensar a quais interesses esse livro
didático totalmente voltado para a aprovação em vestibulares responde e a quais tipos de alunos
esse livro pretende formar. Como dito anteriormente o livro utilizado da escola é composto por
uma breve apresentação das temáticas exigidas pela BNCC, e é composto por uma ampla gama
de questões, todas de bancas de vestibulares federais, com um foco totalmente voltado para a
resolução de questões e a preparação para a aprovação nos mais variados processos seletivos.
A questão da utilização de iconografias complementares, também trata por Bittencourt, está
presente no material didático, mas falta uma proposta de problematização dessas imagens
dentro do livro didático, ficando esse papel a cargo do professor, que por muitas vezes,
conforme acompanhei as aulas não foi feita.
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Agora será apresentado o escopo do plano de aula elaborado e que foi buscado colocar
em prática no momento da aula ministrada durante o estágio. Em sequência seguirá um relato
de como se deu realmente a aula, com todas as dificuldades e experiencias vivenciadas.
Plano de aula
O guia central das temáticas abordadas será o livro didático, mas em hipótese nenhuma,
a aula será exclusivamente pautada por ele. . A ideia é para além dos conteúdos centrais,
apresentar aos alunos os livros Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdan e Queijos e Vermes
de Carlo Guinzburg, visando através da apresentação dessas obras aguçar o interesse dos alunos
para além do livro didático e também e principalmente através do livro de Carlo Guinzburg
trabalhar a temática pautando-se na experiencia individual de Menocchio. Uma vez que
entendo ser uma ferramenta de maior aproximação entre o assunto tratado e que sirva muito
bem de ilustração para mostrar aos alunos como se dava o processo inquisitório. A ideia aqui
era a apresentação de literatura complementar também buscando aguçar aos alunos o gosto
tanto pela historiografia como pela literatura em geral. Entretanto com a pouca experiencia em
sala que ainda possuo, percebi que é uma tarefa mais difícil do que a imaginada, essa questão
de tratar a temática central e também uma literatura que acrescenta ao assunto central. O tempo
foi pouco para que todas as ideias ficassem amarradas e a comunicação com os alunos não foi
a melhor possível, julgo muito que pela falta de experiencia e também pela condição específica
que vivemos agora de ter que ser uma aula remota.
Público alvo:
Ferramentas utilizadas:
Tema:
A contrarreforma católica
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Objetivos:
Entender o contexto em que se deu a contra reforma, o que foi a contra reforma e quais
as medidas adotadas pela Igreja Católica dentro desse processo de contra reforma. Buscar
demonstrar as torturas dirigidas pela Igreja Católica e a perseguição imposta aos supostos
hereges. Sempre pensando em trazer a discussão para a atualidade, fazendo um paralelo com o
que hoje é ser herege e quais os grupos ainda hoje são perseguidos, mesmo que de forma
mascarada, pela Igreja.
Metodologia:
Através da exibição de slides, contendo um resumo dos principais pontos sobre a contra
reforma, trabalhar o tema e buscar a participação dos alunos no processo. Dentro dos slides
estarão imagens que retratem a época e a exibição de uma bibliografia/ filmografia para os
alunos buscarem outros conhecimentos fora da sala de aula. (levando em consideração o
contexto da escola em questão, pode se julgar que esse exercício é mais possível do que em
outros contextos.)
Avaliação:
Para além da participação em aula, será pedido aos alunos a construção de um pequeno
texto em que relacionem um ou mais pontos principais das reformas (previamente tratadas pelo
professor responsável) com as respostas dadas pela Igreja através da contra reforma.
Bibliografia:
ERASMO, Desidério. Elogio da loucura. Trad. Paulo Neves, Porto Alegre: L&PM).
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/contra-reforma.htm
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A ideia aqui foi dialogar com as aulas anteriores, introdutórias para o assunto em
questão, e explorar pontos para além do que está contido no livro didático, explorando um
pouco de análise de iconografias (mais para ilustrar alguns processos de tortura, presentes no
próprio livro didático dos alunos) e também a apresentação da obra de Guinzburg visando uma
maior aproximação entre aluno e tema tratado. A disponibilização de bibliografias
complementares também será feita, visando incentivar outras leituras para os alunos e quem
sabe dessa forma criar um maior interesse para com a historiografia. A discussão de fontes
documentais e do processo de produção historiográfica também se encontra no horizonte dessa
aula proposta. Além do mais, não podemos perder nunca de vista a questão do contexto de
pandemia que estamos vivendo e o que esse contexto implica de diferente no fazer pedagógico.
Uma vez que a aula online implica em uma maior distância entre aluno e professor e como
estamos lidando com alunos do primeiro ano do ensino médio essa situação tende a ser ainda
mais delicada, haja vista que mesmo nós, terminando a graduação encontramos inúmeras
dificuldades de manter a participação e até mesmo o engajamento com as matérias. Nessa
perspectiva, esse momento específico em que o estágio está sendo feito nos trará outros
horizontes sobre a atuação profissional nos mostrando outros caminhos e outras relações a
serem construídas.
A Aula
A aula foi ministrada de maneira remota, haja vista que no momento em questão a
escola não estava em funcionamento hibrido, somente funcionando de maneira remota. Iniciei
a aula fazendo uma breve apresentação minha, falando sobre o estágio e que essa aula que seria
apresentada pelos alunos fazia parte das atividades propostas pelo estágio. Após essa breve
apresentação, deu-se início ao desenvolvimento do conteúdo propriamente dito. Apresentei,
via slide, as principais características da contrarreforma, buscando sempre um diálogo para
com os alunos. Em determinado momento foram apresentadas imagens de utensílios de torturas
utilizados pela inquisição. Em sequência comecei uma rápida explanação acerca do livro de
Guinzburg, na tentativa de ilustrar o momento estudado a partir dos relatos da vida de
Menocchio que o texto nos traz. Ao fim da aula foi apresentado também o livro de Erasmo
Carlos, como uma indicação de leitura para aqueles que se interessassem.
Conseguir manter a atenção e participação dos alunos não foi uma tarefa muito fácil e
por muitos momentos não foi da forma como eu imaginava, mas precisei ter jogo de cintura
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para prosseguir a aula e tentar terminar o trabalho da melhor maneira dentro das circunstancias
possíveis. Pude perceber que no momento da exibição das imagens acerca dos processos de
tortura que ocorriam durante a inquisição foi o momento em que os alunos mais ficaram
participativos e interessados na aula.
Outro ponto que me chamou a atenção positivamente foi que eles realmente se
interessaram na parte em que utilizei da aula para falar sobre o Livro Queijos e Vermes, onde
eu achei que seria a maior dificuldade da aula, na verdade se mostrou uma alternativa bastante
interessante e de muita valia para ser utilizada no futuro enquanto docente de história, com toda
certeza me mostrou também a necessidade, bem grande, de maior pesquisa e aprofundamento
nas questões pedagógicas e de um melhor planejamento sobre o que realmente fazer em sala
de aula, mas acredito que tudo isso é justamente o que esse processo de estágio busca nos
mostrar e desenvolver.
Nessa perspectiva, acredito eu que foi de muita valia a aula, mesmo não saída
totalmente como planejado e também com as diversas dificuldades encontradas em guiar a aula
da melhor maneira, serviu como uma grande experiencia. Uma forma de melhor comunicação
com os alunos e de melhor amarra entre os assuntos tratados, em minha visão, ficou clara essa
necessidade.
Outro ponto que pra mim saltou aos olhos é a questão de que se tivéssemos a
oportunidade de outros momentos de estágios mais prolongados assim em outras disciplinas
pedagógicas, chegaríamos nesse ponto final do curso muito melhores preparadas para o
universo da sala de aula, pois o sentimento que fica é de que muita teoria foi aprendida e
passada, mas a colocação em prática dessas teorias, pelos mais variados motivos ficou em
segundo plano. Ainda mais no meu caso, que comecei o curso em 2016 e a configuração das
disciplinas era diferente da atual.
A avaliação
múltipla escolha que abarcava os assuntos das Reformas religiosas europeias. Aqui cabe uma
reflexão acerca do modelo de prova, composta somente por questões de múltipla escolha, mais
uma vez ressaltando o foco da preparação na aprovação de vestibulares, e ressaltando que a
falta de questões discursivas prejudica o desenvolvimento do senso crítico e do
desenvolvimento da argumentação dos alunos.
Por ter sido uma prova composta somente por questões de marcar, a questão da
atribuição de uma nota foi tornada muito mais fácil do que realmente é, uma vez que nesse tipo
de questão só existe o certo e o errado. Mais fácil para o professor atribuir nota, mas não tão
válido para pensar a qualidade do ensino que está sendo apreendido pelos alunos e por muitas
vezes essa nota pode desmotivar totalmente um aluno que se dedicou, mas não pode alcançar
o desempenho desejado por ficar engessado em suas respostas.
O desempenho da turma foi de maneira geral bom, com 80% dos alunos tirando nota
acima da média e 15% dos alunos com nota na risca, os outros 5% por cento obtiveram nota
menor que a média. Vale aqui ressaltar que não foi somente eu que corrigi as provas, depois o
professor responsável também as corrigiu e nós comparamos nossos resultados, tendo sido
iguais.
A avaliação se faz valer tanto para professores quanto para alunos, servindo para que
se tenha uma noção de como está o processo de ensino e aprendizagem, mas também guiando
para os aspectos que precisam ser melhorados, mostrando caminhos que precisam ser
reforçados e através das principais dificuldades observadas na correção das atividades, bolar
estratégias pedagógicas para um melhor reforço dos assuntos em questão.
Vale ressaltar que não existe somente um modelo de avaliação. As avaliações podem
ser a participação dos alunos nas aulas, pode ser uma autoavaliação, pode ser através de uma
prova (como no caso em questão), pode ser um trabalho em grupo, um trabalho escrito e
diversas outras formas.
Os autores defendem que a escolha de determinados conceitos para guiar sua prática
pedagógica traz consigo problemas e silenciamentos de outros conceitos que também seriam
de grande valia para a prática docente. Escolher o conceito de avaliação por exemplo, significa
silenciar outros métodos e processos que trariam as mesmas informações e talvez até mais
benefícios do que a forma como as avaliações são entendidas em grande parte do campo
educacional, como são entendidas não - mas sim como são aplicadas.
Os autores defendem que para além de problematizar o real papel da avaliação nos
programas educacionais, faz-se necessário também investigarmos as concepções pedagógicas
que tais programas se fundamentam. Nesse ponto os autores postulam que pesquisadores
defendem a discussão acerca das questões do campo de avaliações relacionados aos currículos,
uma vez que ambos andam de mãos dadas, nas mais variadas concepções educacionais.
Podemos assim perceber algumas das dificuldades que são encontradas dentro do
processo avaliativo e o quão complexo esse assunto é, estando relacionado às mais variadas
tendencias e concepções dentro do processo docente, tendencias e concepções essas que não
podem ser ignoradas quando o professor buscar ser efetivo no emprego dos processos
avaliativos.
Mesmo muito já tendo sido pesquisado e discutido acerca do tema, a verdade é que
muitas escolas ainda entendem a avaliação como um fim em si mesma, existindo de forma
autônoma e sem vínculos com o projeto político pedagógico da escola. O resultado dessa noção
acaba sendo por muitas vezes desgastante tanto para a escola quanto para o aluno: a
proliferação de autoritarismos e da exclusão. O capítulo introdutório concentra boa parte da
visão do autor, pois é ali que são apresentados os contextos de produção de cada um dos artigos,
vinculados ao próprio percurso de investigação dele sobre o tema. E é nesse primeiro capitulo
que foquei para me ajudar a pensar os processos avaliativos, sendo incentivado pela atividade
que tive que cumprir dentro do estágio.
Luckesi destaca que Raph Tyler, depois de séculos em que o sistema de exames
escolares já estava consolidados, preocupou-se com o fato de que com esse sistema de
avaliação, a cada cem crianças que ingressavam na escola, somente trinta eram aprovadas, e
Tyler achou esse número muito alto.
Nessa perspectiva Tyler propôs então um modelo de avaliação que buscasse ensinar
alguma coisa, diagnosticasse sua consecução, no caso de uma aprendizagem satisfatória - segue
em frente, e no caso de uma aprendizagem não satisfatória houvesse uma reorientação, tendo
em vista a obtenção do resultado satisfatório, destino evidente da atividade pedagógica escolar
Entretanto Luckesi afirma que essa proposta, por mais simples e correta que nos pareça,
ainda não foi totalmente colocada em prática. O autor postula que o nosso sentimento comum,
na vida escolar, enquanto educadores tem sido o de examinadores e não de avaliadores, mesmo
nós tendo sofrido na pele a mesma coisa e já enquanto alunos percebermos que esse não era o
caminho adequado. Nesse sentido vale diferenciar as duas condutas, examinar se caracteriza
pela classificação e pela seletividade e o ato de avaliar se caracteriza pelo diagnóstico e pela
inclusão, na visão do autor.
Luckesi explica que o educando não vai para a escola para ser submetido a um processo
seletivo; e, sim, para aprender. Interessa, portanto, ao sistema escolar que o educando aprenda,
e não aquele em que ele seja meramente reprovado.
mas por outro lado a avaliação também serve para isso, para vermos os pontos que estão em
falta e melhorarmos eles, e não somente atribuir uma nota.
O autor finaliza dizendo que a mudança virá de nós, libertando-nos de amarras que a
muito nos acompanham na vida escolar e docente e também buscando sempre ser melhores e
mais interativos com os alunos e com os indicadores que eles nos oferecem.
Nessa perspectiva, a escolha por pedir a oportunidade de corrigir uma avaliação dos
alunos do primeiro ano do Ensino Médio se fez muito proveitosa e válida. Me levou a retomar
alguns textos e temáticas que eu já havia tido contato na graduação, mas que não estavam tão
frescas mais em minha memória e me trouxe um contato que até então não tinha existido, no
sentido de corrigir uma avaliação.
Trazendo também diversos aprendizados que serão de grande valia para a futura prática
docente, como por exemplo a necessidade de pensar formas avaliativas fora do padrão comum
e a necessidade de uma nova forma de se portar frente as avaliações, levando em consideração
questões para além somente da nota e do julgamento. Pelo contrário, o principal papel da
avaliação deve ser o de orientação da aprendizagem, no sentido de entendermos quais os pontos
foram bem aprendidos pelos alunos e aqueles que ficaram com uma defasagem e precisam ser
revistos, a avaliação também avalia o desempenho do professor, e não só dos alunos,
demonstrando ao docente quais pontos ele está acertando e quais pontos ele ainda precisa
melhorar em sua prática e em sua didática.
Realmente foi uma atividade que me trouxe muitas expectativas e abriu meus horizontes
acerca do fazer educacional e com toda certeza me ajudou a já no começo de minha caminhada
pensar formas de avaliação que fujam do padrão ao qual estamos acostumados, pelo menos nas
escolas. No sentido de pensarmos uma avaliação que nos ajude a identificar os processos de
aprendizagem, que nos ajudem a direcionar as próximas questões tratadas em sala de aula, a
necessidade de retorno a um assunto já tratado e até mesmo a necessidade de produção de uma
nova avaliação sobre a mesma temática na exceptiva de mensurar uma possível melhora na
aprendizagem após a tomada dessas outras atitudes.
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Conclusão.
Quero deixar aqui registrado o quão gratificante foi retornar à escola onde estudei por
toda minha vida de aluno e ainda mais, estagiar com um professor que me deu aula no ensino
fundamental e médio. Tudo isso me despertou sentimentos dos mais diversos possíveis, mas
em sua maioria sentimentos bons e como já dito anteriormente, uma sensação de ter acertado
na escolha da graduação e futura carreira profissional.
Os assuntos tratados nessa apostila são Idade Antiga: Grécia e Roma, Idade Média,
Europa Moderna: Absolutismo, Mercantilismo e Expansão Marítima, Humanismo e
Renascimento, as Reformas e Sistema Colonial: América espanhola e América Inglesa. Esses
assuntos estão divididos ao longo de 121 páginas. Divididos de forma mais ou menos iguais.
Os assuntos são rapidamente explanados em poucas páginas, na sequencia existe uma
apresentação de dois ou três pequenos textos que relacionam o tema com assuntos atuais e na
sequencia uma grande quantidade de questões, todas de bancas universitárias, ressaltando o
que já foi mencionado anteriormente em relação ao foco da preparação quase que total na
questão da aprovação em vestibulares.
O material pode ser considerado de extrema qualidade, haja vista que apresenta de uma
forma bem sucinta os assuntos, busca relacionar esses assuntos com a atualidade e apresenta
um amplo questionário ao final de cada assunto. Uma bibliografia que muito me ajudou a
pensar esse material foi o texto de Laville, que discorre acerca da guerra de narrativas na
produção historiográfica. Em minha visão, essa questão da guerra de narrativas pode e deve ser
apresentada aos alunos quando se faz uso do material didático, deve –se apresentar aos alunos
que aquele material é fruto de escolhas e interesses e não representa uma verdade absoluta. O
livro didático deve ser ao professor como um suporte e não como um guia, que deve ser levado
ao pé da letra.
Uma das atividades por mim cumpridas no decorrer do estágio foi a de dar uma aula de
50 minutos com a temática da contrarreforma católica. Essa experiencia foi muito
enriquecedora, haja vista os desafios enfrentados e as conquistas alcançadas com essa aula. A
atividade me mostrou o quão difícil é colocar o planejamento do plano de aulas em prática da
forma como imaginamos enquanto o fazemos, me mostrou também o quão difícil é conseguir
estabelecer uma comunicação para com a turma que se faça entendível por todos e que além
disso, consiga prender a atenção dos alunos e os faça participar da aula. Entretanto a estratégia
do uso de iconografias históricas para a ilustração e questionamento do assunto se mostrou
muito fortuita, uma vez que foi um dos momentos da aula em que mais aconteceram
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A questão de corrigir as avaliações foi outro ponto muito interessante dentro desse
processo de estágio. Como já dito anteriormente, essa era uma atividade que eu ainda não havia
tido contato enquanto graduando e foi uma solicitação minha para o professor responsável pela
disciplina. Foi uma experiencia válida, entretanto como foi uma avaliação inteiramente de
múltipla escolha a correção dessas avaliações ficou muito engessada e não proporcionou todas
as experiencias que uma prova aberta poderia ter trazido, como por exemplo o contato com o
desenvolvimento escrito do raciocínio dos alunos, no que seria uma forma muito melhor de
aferir os caminhos que estavam sendo percorridos na produção do conhecimento entre
professor e alunos.
Outro ponto que não podemos deixar de falar é a questão do momento pandêmico que
o mundo está passando, momento esse que transformou todas as relações sociais e que não
poderia ser diferente em relação a educação. A necessidade de isolamento social mudou os
moldes da educação de como conhecíamos. Aulas totalmente online, necessidade de produção
de conteúdo totalmente online, formas de dar aula e passar atividades totalmente diferentes dos
convencionais. Isso só para falarmos do básico. Pensarmos também as dificuldades que isso
implica para os alunos, de ter uma boa internet, ter um bom equipamento para acompanhar as
aulas, entre outras questões que o ensino a distância implica. No caso do meu estágio em
específico, por ser uma escola particular, e consequentemente contar com alunos com uma
condição financeiro um pouco melhor do que a maioria dos brasileiros, os alunos não relataram
problemas de estrutura para o acompanhamento das aulas, mas é uma temática que jamais pode
ser perdida de vista, sabendo-se que estamos falando de Brasil, um país extremamente desigual.
Nessa perspectiva, os alunos que fizeram estágio durante esse período pandêmico
podem se considerar sortudos e azarados. Azarados no sentido de que não tiveram contato com
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o universo escolar da forma como todos conhecemos, mas sortudos por poderem experenciar
de dentro, e antes de serem docentes, as novas formas e ferramentas para se fazer educação.
Sem essa bibliografia, acredito eu que esse caminho teria sido ainda mais difícil de ser
percorrido e principalmente no momento em que lecionei a aula e corrigi a atividade, se eu não
tivesse todo um suporte de conhecimentos trazidos da graduação, com toda certeza as coisas
não teriam sido do mesmo jeito. Durante o período de estágio eu retornei a diversas dessas
bibliografias a fim de pensar a cerca de momentos que apareciam nas aulas e eu enquanto
observador ficava me questionando o que eu faria se estivesse no lugar do professor, ou então
qual seria a minha forma de apresentar tais conteúdos. Me questionava se seguiria esses
mesmos caminhos ou se escolheria outras formas.
Claro que nem tudo são flores, e as dificuldades da docência também foram a mim
apresentadas. Dificuldades essas que podem ser lidas a cima sendo citadas como
aprendizagens. Não podemos negar que é muita responsabilidade que nossa profissão carrega
consigo. A relação com os alunos, a relação com a direção da escola e com os outros
professores. A cobrança por estar em dia com os conteúdos, não importe a que custo, a cobrança
por resultados nos vestibulares. As dificuldades de muitas vezes controlar os alunos e fazer
com que a aula renda. Mas são nas dificuldades que aprendemos e mais uma vez o estágio só
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O estágio foi muito válido, me lembrou diversas coisas, me mostrou outras que ainda
precisam ser melhoradas e foi uma ótima experiencia de contato com o universo escolar, por
mais difícil que o caminho tenha sido, valeu a pena.
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BIBLIOGRAFIA