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HISTÓRIA – LICENCIATURA
POLO NATAL
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: GESTÃO EDUCACIONAL
NATAL/RN
2021
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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER
HISTÓRIA – LICENCIATURA
POLO NATAL
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: GESTÃO EDUCACIONAL
NATAL/RN
2021
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................4
A INSTITUIÇÃO ESTAGIADA...................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................13
REFERÊNCIAS.............................................................................................................14
ANEXOS.........................................................................................................................15
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INTRODUÇÃO
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trabalho tem como finalidade apresentar o resultado das visitas ao prédio da escola para
que fossem observados a sua estrutura física, seu histórico, a quantidade de alunos e
professores, o projeto político pedagógico, o material didático disponível para as aulas de
história, entre outras coisas.
Por fim, pode-se dizer que o estágio supervisionado para a gestão educacional é
importante para que o licenciando compreenda os processos que estão por trás das aulas
e do funcionamento da escola, de forma geral, desde a organização dos funcionários até
a relevância do PPP. Atenta-se para o fato de que não deixa de ser curioso observar a
forma como as atividades escolares estão ocorrendo no presente momento de pandemia
do novo coronavírus, obrigando todas as escolas do país a se reinventarem em suas
didáticas e no uso de novas tecnologias.
A INSTITUIÇÃO ESTAGIADA
Figura 1 – Documento do arquivo da secretaria da escola a respeito da criação da mesma, seu Decreto
de Criação e Portaria de Autorização. O número do CNPJ, porém, foi alterado recentemente.
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A equipe gestora da instituição é formada por duas diretoras (uma pedagógica e
outra administrativa) e uma vice-diretora, que são eleitas pelo voto direto da comunidade
escolar, para um mandato de três anos consecutivos de acordo com a Lei complementar
087/2008 do município de Natal/RN. Além disso, conta com a presença de coordenadores
pedagógicos que tem a função de assessorar a equipe gestora no cumprimento das ações
educativas.
No quadro de funcionários, há sessenta e dois professores, todos eles
concursados, devidamente licenciados em disciplinas especificas ou em pedagogia. Há
também dois professores de libras. Além destes, o quadro também conta com quinze
funcionários e mais vinte e três terceirizados que estão distribuídos nas funções de
auxiliares de sala de aula, secretaria, biblioteca, merenda, limpeza e portaria.
A escola oferece os níveis III e IV da educação infantil no período matutino e,
no período vespertino, oferece do 6º ao 9º ano do ensino fundamental II, com cerca de
duzentos e trinta e oito alunos nesta faixa de ensino, que estão tendo aulas remotas/online.
Está inserida no sistema de educação integral por meio do Programa Mais Educação, do
Ministério da Educação, com atividades voltadas para oficinas de letramento, taikendô,
banda, capoeira e ginastica rítmica. Porém, em virtude da pandemia do novo coronavírus,
essas atividades presenciais estão suspensas.
A escola possui sala multifuncional para atender aos alunos deficientes. Segundo
a coordenadora pedagógica, Maria Verônica Fonseca Medeiros, há um aluno com baixa
visão, um com surdez e outro usuário de cadeira de rodas. A escola também oferece aulas
de reforço para os alunos com dificuldade no rendimento.
A instituição está próxima a comunidades carentes e, por isso, vivencia algumas
histórias de pobreza, violência e tráfico de drogas. Todavia, de acordo com a
coordenadora pedagógica Maria Verônica, a violência e o tráfico não fazem mais parte
do cotidiano da instituição. Em anos anteriores, a direção chegou a pedir a transferência
de alguns alunos que causavam problemas semelhantes, como a violência e a baderna.
Para a coordenadora pedagógica, os alunos são, predominantemente,
pertencentes às classes mais simples da sociedade, sendo a maioria moradora da zona
norte. Para ela, o bairro do Alecrim é majoritariamente comercial, correspondendo a
poucos alunos para a grande quantidade de escolas disponíveis na região. Portanto, antes
da pandemia, a prefeitura de Natal disponibilizava dois ônibus para trazer os alunos da
zona norte.
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Ainda de acordo com a coordenadora, o poder público é ausente na vida social
dos alunos, com o agravante da desestruturação familiar, onde muitos não têm
acompanhamento dos pais. Para ela, estes são os que apresentam piores rendimentos em
comparação aos que tem um acompanhamento mais próximo da família em parceira com
a escola. Para ela, hoje, o maior problema da instituição é o desinteresse de parte desses
alunos, pois, em termos de estrutura física e de funcionários, a escola não apresenta
grandes dificuldades.
Os alunos recebem por parte da prefeitura o fardamento completo e os livros
didáticos. A entrada do aluno só é permitida trajando o fardamento, com algumas
exceções onde há comunicação prévia do motivo pelo qual o estudante não está
devidamente fardado.
A instituição ainda dispõe de doze salas de aula, sendo duas utilizadas para
biblioteca e sala de artes. Há também sala de informática, sala multifuncional, sala dos
professores, sala da coordenação pedagógica direção, secretaria, arquivo, cozinha com
dispensa, banheiro para deficientes físicos, quatro banheiros para professores, dois
banheiros para alunos (com chuveiros e privadas). Possui oito turmas do ensino
fundamental II, quadros de pincel e uma lousa digital.
A escola recebe vários recursos financeiros para a sua administração, dentre eles,
destacam-se o Programa de Desenvolvimento da Escola – PDE, que é de responsabilidade
dos governos federal e municipal e visa a modernização da gestão escolar; Programa de
Dinheiro Direto na Escola – PDDE, que é de responsabilidade do governo federal e visa
as despesas de material, capital e serviços; Programa Nacional de Alimentação Escolar –
PNAEE, que que visa comprar merenda para os alunos do ensino fundamental; Recursos
do Orçamento Municipal – ROM, destinado para material de limpeza e pequenos
consertos.
Durante as visitas para a observação da escola, as impressões foram, em sua
maioria, positivas. Quanto ao espaço físico, é amplo, com salas de aula espaçosas e uma
quadra de esportes extensa. A estrutura física mostra-se conservada, não havendo
pichações ou rabiscos nas paredes, carteiras em bom estado de conservação, bem como
as mesas do refeitório, portas e janelas. A biblioteca é ampla, com várias prateleiras cheias
de livros e mesas para que os alunos possam sentar e realizar suas leituras. Conta também
com equipamento adequado para a exibição de vídeos e um Datashow. A limpeza dos
espaços da escola também chamou a atenção. As lixeiras são voltadas para a coleta
seletiva, sendo separadas pelo material a ser descartado.
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CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DA INSTITUIÇÃO
OBJETIVOS GERAIS
Encaminhar de forma descentralizada e
democrática os trabalhos que serão
desenvolvidos, fazendo com que a
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Os objetivos específicos são voltados para o estreitamento das relações entre a
família e a comunidade escolar; realização de encontros de formação continuada para os
professores e equipe de apoio; oferecer momentos significativos e diversificados de
aprendizagem da leitura e escrita; priorizar as atividades da sala de leitura, no sentido de
estimular o prazer e a curiosidade no ato de ler; melhorar o processo de avaliação
diagnostica e formativa utilizadas para acompanhar o desempenho do processo de
aprendizagem; investir nas atividades culturais objetivando o desenvolvimento
participativo dos alunos; dinamizar o conselho escolar; promover encontros de formação
tentando contribuir para combater a violência e orientar quantos aos direitos e deveres.
As ações que o projeto político-pedagógico da escola prevê para que sejam
atingidos os objetivos citados acima dizem respeito a intenção de promover encontros
com as famílias dos alunos visando a aproximação das mesmas com as atividades da
escola para o melhor acompanhamento de seus filhos; elaboração de projetos específicos
na área de língua portuguesa para os alunos com dificuldade na aprendizagem da leitura
e da escrita; criação de espaços que promovam e estimulem a leitura, além da utilização
de oficinas pedagógicas que estimulem o tema, inclusive com a possibilidade de
utilização do teatro; promoção de encontros culturais; registrar fichas de
acompanhamento do desempenho dos alunos; desenvolvimento de seminários com
membros do conselho escolar para que façam parte das tomadas de decisão quanto a
aplicação dos recursos financeiros destinados a instituição.
O projeto político-pedagógico da escola mostra intenções de criação de um
Boletim Informativo para que sejam divulgadas as atividades escolares durante o
bimestre.
De acordo com o projeto político-pedagógico, é por meio da avaliação que “o
professor fica sabendo como está a aprendizagem dos alunos e obtém indícios para refletir
e melhorar a sua prática pedagógica”. Portanto, a escola busca adotar um método de
avaliação “formativo, processual, cumulativo e diagnóstico”.
Como instrumento avaliativo, a escola utiliza diversos métodos, entre eles:
trabalhos em grupo, estudos dirigidos, seminários e pesquisas. A avaliação é feita
bimestralmente e seus rendimentos são registrados em relatórios e notas.
Com relação ao processo educação da Escola Municipal Juvenal Lamartine, é
importante que sejam trazidos alguns dados fornecidos pela coordenação pedagógica: de
acordo com os dados do IDEB e da Prova Brasil de 2013, a Escola Municipal Juvenal
Lamartine apresenta 26% dos seus alunos de língua portuguesa no 6º ano do ensino
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fundamental com aprendizado considerado adequado. No 9º ano, este percentual sobe
para 38%. Em matemática, no 6º ano, o percentual de aluno com aprendizado adequado
é de 24%. Já no 9º ano, este percentual despenca para 5% apenas.
Alguns dados apresentados chamam a atenção: para os anos finais do ensino
fundamental I, no IDEB de 2013, a nota era de 4.1; em 2015, era de 4.5; em 2017, era de
5.0; e em 2019 era de 4.9; enquanto o MEC projetava metas de 3.6, 3.9, 4.2 e 4.5 para os
respectivos anos, mostrando que a escola ficou acima do desejável em todos os anos de
avaliação.
As notas do IDEB para os anos finais do ensino fundamental II caíram de 4.1 em
2013 para 3.0 em 2015 (quando a meta projetada pelo MEC era de 4.3), para 3.3 em 2017
e para 4.1 novamente em 2019 (quando o MEC projetava metas de 4.5 e 4.8 para os
respectivos anos), mostrando que não só houve um decréscimo nas notas finais do ensino
fundamental II, como também ficaram abaixo do desejável pelo Ministério da Educação.
Com relação aos resultados da Prova Brasil de 2017, último ano em que as
pontuações foram divulgadas pelo INEP, os alunos do 5º da Escola Municipal Juvenal
Lamartine obtiveram pontuação 205.89 em língua portuguesa, e 210.56 em matemática,
enquanto as médias das escolas municipais de Natal foram de 193.22 e 198.77, nas
respectivas disciplinas. As pontuações subiram consideravelmente quando comparadas
com a da Prova Brasil de 2015, quando os alunos do 5º ano da instituição obtiveram as
pontuações 182.34 em língua portuguesa, e 197.46 em matemática.
Os alunos do 9º ano, por sua vez, em 2017, obtiveram as pontuações 223.19 em
língua portuguesa, e 242.85 em matemática, enquanto as médias das escolas municipais
de Natal foram de 244.93 e 241.97, nas respectivas disciplinas, mostrando que a Escola
Municipal Juvenal Lamartine está aquém do esperado, assim como nas notas do IDEB
para essa faixa escolar. Por sinal, as pontuações dos anos finais do fundamental II vêm
decrescendo desde a Prova Brasil de 2015, quando já mostrava resultados inferiores já
com relação às provas de 2013.
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Os três primeiros dias foram dedicados a análise do PPP e realização de
entrevistas com a coordenadora pedagógica. Durante o quarto e o quinto dia, as
entrevistas tiveram como base os assuntos tratados nas seções anteriores deste relatório,
onde discutimos sobre a comunidade onde a instituição está inserida, bem com o perfil
socioeconômico dos alunos, as questões envolvendo o funcionamento da escola em um
contexto normal (sem a pandemia), além dos números do IDEB e da Prova Brasil.
De acordo com a equipe pedagógica, o desempenho abaixo do esperado no IDEB
e na Prova Brasil diz respeito, principalmente, a difícil situação familiar de boa parte dos
alunos, o que impede um melhor acompanhamento dos pais com relação a vida escolar
dos seus filhos. A ausência da família foi uma das principais queixas da coordenadora da
escola. Segundo ela, quando havia reunião de pais, cerca de apenas 10% deles
compareciam, antes da pandemia. A ausência dos responsáveis na vida cotidiana ou
escolar dos estudantes é provocada por inúmeros fatores: desde divórcios, jovens que
moram com outros parentes, pais que tem seus cotidianos atribulados pelo trabalho, ou
mesmo em virtude de situações de vulnerabilidade social.
Sob o ponto de vista deste autor, outro fator que contribui para o desempenho
aquém do esperado é o fato da escola adotar uma didática tradicional, ultrapassada, com
uso apenas do livro didático, da lousa e de aulas expositivas, pouco conectadas com a
realidade dos alunos, o que gera desconforto e desinteresse por parte dos discentes. Há o
temor de que, com a pandemia, o desempenho nas atividades venha a ser ainda mais
abaixo do esperado, pois nem todos possuem acesso a computador em casa para
acompanhar as aulas remotas que acontecem através da plataforma Google Meet.
Por causa da inexistência das aulas presenciais, a escola não está realizando as
provas tradicionais. Os professores são responsáveis por desenvolver atividades
impressas que devem ser buscadas na instituição pelos alunos ou por seus responsáveis.
Ao fim do semestre, aquelas atividades devem ser entregues, para que juntas contabilizem
a nota média de cada disciplina. Sobre esse ponto, faz-se necessário destacar que aqueles
que não possuem computador em casa, são avisados pelos colegas ou por telefonemas da
coordenadora de que existem atividades impressas disponíveis para entrega.
Em virtude do calendário estabelecido pela prefeitura de Natal, que encerra as
atividades escolares no dia 16/06, a última semana do estágio foi destinada ao
recolhimento das atividades para contabilização das notas para o fim do semestre letivo.
Foi observada uma quantidade considerável de alunos que entregaram algumas atividades
em branco ou incompletas, com mais de uma dezena de casos de estudantes que
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entregaram todas as atividades em branco. Esse fato é uma amostra da falta de
acompanhamento adequado pelos alunos com relação as aulas remotas e do prejuízo
educacional causado pela ausência das aulas presenciais em virtude da pandemia. Em um
dos dias da entrega das atividades, uma aluna relatou que “não vê a hora de voltar a
frequentar a escola”, pois já não aguenta mais assistir as aulas remotas, além de se sentir
sozinha e sem ocupação em casa. Segundo ela, nem sempre os áudios das aulas são de
boa qualidade, e os sinais de internet dos professores e dos alunos nem sempre estão bons,
o que dificulta o bom funcionamento das atividades. Além do mais, se nas salas de aula
havia Datashow e quadro/lousa, no Google Meet as explanações se desenvolvem
basicamente pela oralidade do professor ou pela leitura coletiva de atividades ou do livro
didático, o que tem tornado as aulas bastante maçantes, sob o ponto de vista da jovem.
As equipes pedagógica e administrativa da escola se reúnem também por meio
do Google Meet, plataforma que permite o estabelecimento de chats de vídeo online. As
reuniões com os pais também são realizadas da mesma forma, mas com a mesma baixa
adesão das reuniões presenciais que ocorriam antes da pandemia. Segundo a
coordenadora, existe um grupo com pais dos alunos no Whatsapp para informar a respeito
das reuniões.
A segunda semana de estágio foi dedicada basicamente ao recebimento das
atividades. O estagiário, junto com a coordenadora pedagógica, ao fim do dia, separava
as atividades por disciplina e guardavam em pastas separadas para posteriormente serem
entreguem aos professores para a correção. Nos anexos do presente relatório, há uma foto
do dia 07/06 que mostra o trabalho de separação dessas atividades, feito na sala dos
professores.
Por fim, pode-se dizer que a instituição tem buscado meios de realizar suas
atividades dentro do possível, no contexto da pandemia do novo coronavírus, não
deixando de atender a nenhum pai ou responsável que se faça presente, assim como não
deixa de entregar a todos os alunos as atividades impressas. Infelizmente, com relação a
falta de computadores de alguns estudantes, a equipe pedagógica lamenta, mas não
encontram solução para que esses alunos possam assistir as aulas remotas assim como os
outros, pois não há disponibilidade, por causa dos decretos estaduais e municipais a
respeito do funcionamento das instituições de ensino básico e superior, de oferecer os
computadores da própria escola para que esses jovens possam acompanhar as atividades.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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ANEXOS
Figura 1: Fachada da Escola Municipal Juvenal Lamartine, situada na Rua Presidente Sarmento.
Figura 2: Lavatório móvel instalado nas escolas da rede municipal como medida sanitária de prevenção ao novo
coronavírus.
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Figura 3: Refeitório dos alunos.
Figura 4: Sala dos professores, durante separação por disciplina das atividades impressas, entregues pelos alunos
no dia 07/06/2021 para contabilização das notas.
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