Você está na página 1de 87

Patogenia das Doenças Infecciosas

Mecanismos de Patogenicidade e Fatores de Virulência


em bactérias

Profa. Dra. Flávia Pellegrino


UEZO
2018
Bibliografia Básica

1. Microbiologia para as Ciências da Saúde. Burton. Engelkirk/Duben-Engelkirk. Guanabara Koogan.

2. Microbiologia Médica. Murray/Rosenthal/Pfaller.


Mosby.

3. Microbiologia. Trabulsi & Alterthum.


Atheneu.

4. Diagnóstico Microbiológico. Texto e Atlas: Konemam/Allen/Janda/Schrekenbecerger/Winn.


Guanabara Koogan.

5. Imunologia Celular e Molecular. Abbas, Lichtman & Pillai.


Saunders Elsevier.

6. Introdução à Virologia Humana: Santos/Romanos/Wigg.


Guanabara Koogan.

Bibliografia Complementar
Artigos Científicos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


WHO publishes list of bacteria for which new antibiotics are urgently needed
News release
27 FEBRUARY 2017 | GENEVA - WHO

OMS publicou lista


antibiotic-resistant "priority pathogens"
Catálogo de 12 famílias de bactérias que representam a maior ameaça à saúde humana
Objetivo: Orientar e promover a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos

Contexo: Resistência bacteriana

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Lista
Dividida em 3 categorias: crítica, alta e média prioridade
Urgência da necessidade de novos antibióticos

Priority 1: CRITICAL
•Acinetobacter baumannii, carbapenem-resistant
•Pseudomonas aeruginosa, carbapenem-resistant
•Enterobacteriaceae, carbapenem-resistant, ESBL-producing

Priority 2: HIGH
•Enterococcus faecium, vancomycin-resistant
•Staphylococcus aureus, methicillin-resistant, vancomycin-intermediate and resistant
•Helicobacter pylori, clarithromycin-resistant
•Campylobacter spp., fluoroquinolone-resistant
•Salmonellae, fluoroquinolone-resistant
•Neisseria gonorrhoeae, cephalosporin-resistant, fluoroquinolone-resistant

Priority 3: MEDIUM
•Streptococcus pneumoniae, penicillin-non-susceptible
•Haemophilus influenzae, ampicillin-resistant
•Shigella spp., fluoroquinolone-resistant

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Aspectos da resistência
Patogenicidade
Aspectos da virulência

Plasticidade genética de Acinetobacter baumannii

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Genética da Virulência

Transferência Horizontal de genes de virulência por


elementos genéticos (plasmídeos, transposons, integrons)

Ilhas de patogenicidade

Regulação da expressão de genes de virulência


(sinais para induzir ou reprimir a expressão gênica)

Ex. Controle da transcrição: em resposta a condições ambientais


[sinal químico ambiental + repressor (alteração conformacional) + liberação do operador + transcrição do
gene de virulência]

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Genética da Virulência

Ex. Quorum-sensing

Comunicação celular entre bactérias da mesma espécie ou de espécies diferentes


Sinal produzido pela bactéria por autoindutores (moléculas sinalizadoras)/repressão e ativação de genes
Autoindutores variam de acordo com o grupo ou espécie de bactérias

Comportamento baseado na densidade populacional bacteriana


Crescimento bacteriano/produção e liberação de autoindutores em determinado nível
/ativação ou inibição da expressão de genes de interesse/comunicação celular

Alterações fenotípicas importantes para a sobrevivência da bactéria

Exs.
Produção de fatores de virulência
Produção de antibióticos
Competência
Transferência gênica
Etc.

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Patogenicidade

Virulência

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Infecção
e
Doença infecciosa

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Tipos de Infecção

Localizada
Permanece em determinado local do corpo
Exs. Abcesso; Furúnculo

Sistêmica
Se espalha por todo o corpo (generalizada)
Ex. Tuberculose miliar

Latente
“latens” = escondido
O agente permanece latente até ser ativado
Ex. Herpes

Associada aos cuidados com a saúde


Adquirida no período em que a pessoa está hospitalizada ou relacionada à hospitalização ou local de assistência à saúde

Iatrogênica
Associada ao tratamento médico

Comunitária
Adquirida fora das unidades de saúde

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Uma infecção pode surgir depois de outra

Ex. Infecções respiratórias virais e pneumonias bacterianas

Infecção Primária
Aquela que surge primeiro

Infecção Secundária
Surge após a infecção primária por um patógeno diferente

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Etapas na Patogenia das Doenças Infecciosas

Entrada do patógeno (portas de entrada)

Fixação do patógeno ao(s) tecido(s)

Multiplicação do patógeno

Invasão ou disseminação do patógeno

Evasão das defesas do hospedeiro

Dano ao(s) tecido(s) do hospedeiro

Obs. Nem todas as doenças infecciosas envolvem todas as etapas

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Por que razão nem sempre ocorre infecção do organismo humano?

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Por que razão nem sempre ocorre infecção do organismo humano?

✓ Microrganismo é incapaz de se multiplicar em determinado local

✓ Ausência de receptores para fixação do patógeno

✓ Presença de antimicrobianos no local de alojamento do patógeno

✓ Presença de microbiota normal

✓ Estado nutricional

✓ Imunidade ao patógeno por contato ou vacinação

✓ Destruição do patógeno por mecanismos de defesa do hospedeiro

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Considerações a respeito das Doenças Infecciosas

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Doenças

❖ Aguda: de início repentino e recuperação rápida


Ex. Caxumba

❖ Crônica: tem início lento e duração longa


Ex. Tuberculose

❖ Subaguda: início repentino com evolução duradoura


Ex. Endocardite bacteriana subaguda

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Fases da Doença Infecciosa

Período de incubação
Chegada do patógeno e aparecimento dos sintomas

Período prodrômico
Início de sintomas inespecíficos

Período da doença
Aparecimento de sintomas específicos

Período de convalescença
Paciente se recupera

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Sintomas e Sinais da Doença

Sintoma
Evidência percebida pelo paciente
Evidência subjetiva
Ex. dor, náusea, tontura, calafrio, etc.

Doença Sintomática e Doença Assintomática

Sinal
Evidência objetiva da doença
Achados clínicos evidentes
Resultados de testes laboratoriais
Ex. hepatomegalia, anormalidades radiográficas

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Patógenos

 Primários
Capazes de causar infecção em indivíduos normais
Ex. Streptococcus pyogenes

 Oportunistas
Capazes de causar infecção em indivíduos com defesas
imunes comprometidas
Ex. Pseudomonas aeruginosa

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Patogenicidade e Virulência

➢ Difteria
Corynebacterium diphtheriae
Cepas toxigênicas e atoxigênicas

➢ Pneumonia
Streptococcus pneumoniae
Cepas encapsuladas e não-encapsuladas

➢ Diarréia bacteriana
Shigella é considerada mais virulenta que Salmonella

➢ Escarlatina
Cepas de Streptococcus pyogenes produtoras de toxina eritrogênica

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Fatores de Virulência

Características fenotípicas
que capacitam o microrganismo a ser virulento

Estruturas
Produtos
Estratégias

Contribuem para aumentar a capacidade microbiana


de causar infecção

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Exemplos de Fatores de Virulência

Adesinas

Invasinas

Cápsula

Flagelos

Enzimas
Exoenzimas
Enzimas Necrosantes
Coagulase
Quinases
Hialuronidases
Colagenase
Hemolisinas
Lecitinase

Toxinas

Evasinas
Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
o Fatores de Virulência envolvidos com a Colonização (I)

o Fatores de Virulência envolvidos com a Lesão (II)

o Fatores de Virulência envolvidos com a Evasão (III)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Fatores de Virulência envolvidos com a Colonização

Adesão

Invasão

Sideróforos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Adesão

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Adesão é uma Estratégia

Fixação do microrganismo
às células e tecidos do organismo

Mediada por Adesinas

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Adesinas ou Ligantes

Estruturas de superfície do patógeno

Interagem com receptores no organismo

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Bactérias produtoras de Adesinas
(fimbriais ou não fimbriais):

Escherichia coli: Fímbria P


Neisseria gonorrhoeae: Fímbria tipo IV
Vibro cholerae: Fímbria tipo IV
Streptococcus pyogenes: Proteínas M e F

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Onde estão os receptores para adesinas?

Onde patógeno se fixa?

✓ Na superfície da célula do hospedeiro

✓ Na matriz extracelular

OBS. Em nível molecular (receptor/integrina)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Exemplos de Receptores para Adesinas

Gram-negativas:
moléculas de glicoproteínas e glicolipídeos

Gram-positivas:
proteínas de matriz extracelular

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Por que a bactéria adere à célula do hospedeiro?

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Resposta da bactéria ao processo de adesão

Influência da adesão no comportamento da bactéria

✓ O crescimento bacteriano pode ser estimulado ou inibido

✓ A expressão de certas fímbrias é induzida pelo contato da bactéria com a


célula

✓ Certas proteínas somente são secretadas depois que a bactéria adere


às células do organismo hospedeiro

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Resposta da célula do hospedeiro ao processo de adesão

Varia de acordo com o tipo de célula e de bactéria

✓ Produção de citocinas

✓ Incorporam a bactéria em um processo de fagocitose

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Biofilmes

Microcolônias ou agregados de bactérias


envolvidos em uma película de exopolissacarídeos
produzida pela bactéria

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Locais de formação de Biofilme

• Superfícies dos diferentes dispositivos plásticos


usados em medicina
Ex. Cateter, tubulações

• Mucosas de pacientes com fibrose cística

• Dentes (placa dentária)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Bactérias formadoras de biofilme:

Staphylococcus epidermidis
Streptococcus agalactiae
Pseudomonas aeruginosa

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Invasão

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Exemplos de Bactérias
Extracelulares
Intracelulares Facultativas e
Intracelulares Obrigatórias

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Invasão também é uma Estratégia

Patógeno penetra nas células

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Invasão

Cada bactéria é dotada de um mecanismo próprio de invasão

As células epiteliais são os principais alvos das bactérias invasoras

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Como as bactérias invadem as células?

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Fagocitose Natural
ou
Fagocitose Induzida

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


1. Fagocitose Natural

Processo natural exercido pelas células fagocitárias


Participação de anticorpos e do sistema complemento

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


2. Fagocitose Induzida

Processo induzido pela bactéria


Exercido pelas células epiteliais e por outras células não-fagocitárias
Participação das Invasinas

Invasinas
Proteínas localizadas na membrana externa da bactéria
ou injetadas no citosol

Protegem a bactéria das defesas do organismo

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Formas de Fagocitose Induzida

Mecanismos de “trigger” (gatilho ou disparo)


Interação de ligantes bacterianos
com receptores celulares
A bactéria é inteiramente envolvida pela célula
Listeria e Yersinia

Mecanismos de “ruffling” (ondulações)


Bactéria emite sinais para a célula epitelial
Produção de ondulações e rearranjos do
citoesqueleto de actina
Salmonella e Shigella
Captação passiva: macropinocitose

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Bactérias produtoras de invasinas:

Salmonella spp.
Shigella spp.
Yersinia enterocolitica
Listeria

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Pós fagocitose induzida

Destino e comportamento bacterianos

Variáveis

• Rompem vacúolo, passam para citoplasma e se disseminam de


célula-a-célula (Listeria e Shigella)
• Permanecem dentro do vacúolo e proliferam (Salmonella)
• Permanecem dentro do vacúolo mas não proliferam (Yersinia)
• O vacúolo as transportam para o tecido subepitelial (Salmonella e
Yersinia)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Resposta da bactéria à invasão:

✓ Necessidade de regular a expressão de seus genes de virulência


para adaptação e sobrevivência em microambientes

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Resposta da célula do hospedeiro à invasão:

✓ Produção de citocinas e prostaglandinas

✓ Morte celular por necrose (depleção de nutrientes, efeito de


substâncias tóxicas)

✓ Morte por apoptose (morte celular programada)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Sideróforos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Sideróforos:

Substâncias que apresentam alta afinidade pelo ferro

São capazes de retirá-lo de proteínas carreadoras

Ferro retirado é transferido para receptores que o transportam


para o citoplasma da bactéria

Exs.
Catecolaminas (fenolatos)
Hidroxamatos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Bactérias produtoras de sideróforos:

Pseudomonas aeruginosa
Bactérias da rizosfera: rizobactérias (Hipomeia sp., Eritrina sp.,
Mimosa sp., Cecropia sp. e Tefrosia sp.)
Burkholderia spp.

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Fatores de Virulência envolvidos com a Lesão

Toxinas

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Toxina

Qualquer substância de origem microbiana


capaz de causar danos ao organismo animal

Efeitos das toxinas:

o Interrupção da síntese proteica

o Destruição de células do sangue e de vasos sanguíneos

o Alteração do sistema nervoso (espasmos)

Toxemia
presença de toxinas no sangue

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Duas categorias de toxinas:

Exotoxinas ou Endotoxinas

Em relação à sua posição na célula microbiana

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Características das Exotoxinas

Produzidas no interior de algumas bactérias e secretadas pela


bactéria no meio circundante ou liberadas após a lise

Bactérias Gram-negativas ou Gram-positivas

Solúveis nos líquidos corporais

Produzem sinais e sintomas das doenças

Altamente específicas para cada doença

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Três grupos de Exotoxinas:

I. Atuam na superfície celular

II. Danificam a membrana celular

III. Atuam interrompendo a síntese proteica celular

Em relação à interação com as células do hospedeiro

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Grupo I
Atuam na superfície das células

Superantígenos
Toxinas ST

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Superantígenos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Toxinas ST

Toxinas termoestáveis

Família de pequenos peptídeos não imunogênicos

Produzidos por E. coli e outras bactérias

Ex. ST de ETEC (E. coli enterotoxigênica)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Grupo II
Danificam a membrana citoplasmática

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Ação
➢ Formam poros

➢ Retiram o fosfato de fosfolipídeos desestabilizando a


membrana

Efeitos

➢ Rompem a membrana dos fagossomos

➢ Levam a lise de hemácias para obter ferro da hemoglobina

➢ Levam à morte celular

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


➢ Formação de poros

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


➢ Retirada de fosfato

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Toxinas que danificam a membrana citoplasmática

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Grupo III
Inibem síntese proteica

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Toxinas A-B

Maior número de toxinas

As mais importantes como fatores de virulência

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Toxinas A-B

Molécula com 2 tipos de subunidades:

Subunidade A:
Porção enzimaticamente ativa
Penetra na célula
Exerce os efeitos biológicos da toxina

Remove ADP-ribose do NAD


Transfere para diferentes proteínas da célula

Subunidade B:
“binding”
Componente de ligação
Responsável pela ligação da toxina ao seu receptor celular

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Toxinas A-B

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Características das Endotoxinas

São parte da porção externa da parede celular de bactérias Gram-


negativas

São lipopolissacarídeos (LPS)

Liberadas quando a bactéria morre (lise da parede celular) ou na


multiplicação bacteriana

Ação
Induzem liberação de citocinas em concentrações muito altas

Efeitos
Calafrios, febre, fraqueza, dores generalizadas, choque e morte
Mesmos sinais e sintomas em intensidades diferentes

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
LPS
Pequeno número de açúcares
Ex. ácido deoxioctanóico (KDO) e heptose

Resíduos oligossacarídeos
Cadeias recobrem a superfície da célula
Parte tóxica Proteção contra a ação de substâncias hidrofóbicas,
Glicolipídeo composto de como a bile
dissacarídeos aos quais se
encontram ligados ácidos
graxos de cadeia curta e
grupos fosfato

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Bactérias produtoras de toxinas:

Clostridium tetani
Clostridium botulinum
Bacillus cereus
Corynebacterium diphtheriae
Streptococcus pyogenes
Salmonella typhi
Shigella spp.
Staphylococcus aureus

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Fatores de Virulência envolvidos com a Evasão

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Evasinas

Fatores e Estratégias

Função
Contornar ou vencer as defesas do organismo

Defesas:
✓ Fagocitose
✓ Complemento
✓ Citocinas
✓ Anticorpos
✓ Linfócitos T citotóxicos

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Como escapar da Fagocitose?
Como escapar da Morte por fagócitos após a fagocitose ter ocorrido?

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


1. Evitar o contato com os fagócitos
Bactérias se instalam em regiões inacessíveis aos fagócitos
Bactérias impedem a quimiotaxia
Bactérias produzem cápsula, proteína de superfície ou toxina

2. Mascarar a superfície bacteriana com substâncias próprias do


organismo
Mimetismo molecular

3. Ocorrido o contato entre a bactéria e o fagócito, a bactéria pode:

Provocar a morte do fagócito


Impedir a sua digestão
Inibir a fusão do fagossoma com o lisossoma
Escapar do fagossoma
Resistir ao conteúdo do fagolisossoma

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO
Como escapar da ação do SC?

✓ Evitar sua ativação:

Cápsula (encobre LPS)


Ex. Streptococcus pneumoniae

Resíduos de ácido siálico (modificam LPS)

Ex. Haemophilus influenzae

✓ Destruição do SC:
Ex. Elastase de Pseudomonas aeruginosa

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Como escapar da ação de Citocinas?

Controle
Em nível de transcrição
Em nível de síntese

Como escapar dos anticorpos e linfócitos citotóxicos?

1. Variação de fase e variação antigênica


2. Estilo de vida intra-celular
3. Destruição enzimática do anticorpo (IgA proteases)

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO


Bactérias produtoras de evasinas:

Cápsula:
Streptococcus pneumoniae
Klebsiella pneumoniae
Neisseria meningitidis
Haemophilus influenzae

Enzimas:
Clostridium perfringens
Streptococcus pyogenes
Pseudomonas aeruginosa
Staphylococcus aureus

Profa. Dra. Flávia Pellegrino-UEZO

Você também pode gostar