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Direito Comercial I (29/04/2009)

 Espécies de sociedades: - simples


- empresária
 Atividades elencadas no § único do art. 966
 Adoção da forma de sociedade por ações - § [único, art. 982 e § 1º, art. 2º da Lei
6.404/76
 Holding
 Sociedade rural – art. 984
 Efeitos de aquisição da condição de empresária
 Tipos/Formas societárias
 Papel da sociedade simples

As sociedades são especializadas em razão do objeto ou da forma adotada.


Quanto à espécie, a sociedade pode ser simples e empresária (antigamente, sociedades civis e
comerciais/mercantis).
Podemos dizer que as sociedades simples são uma nova roupagem das sociedades civis? E as
empresárias são uma nova roupagem das sociedades comerciais? Não, porque existe um
tratamento novo dado a essa matéria. Algumas sociedades civis passaram a ser empresárias
no novo regime; já, todas as sociedades comerciais passaram a ser empresárias (art. 2037/CC).

Como eu especializo as sociedades quanto à espécie? Em razão do objeto ou da forma/tipo


adotado. Alguns autores (Paulo Lôbo) defendem que se pode especializar as sociedades em
função do modo pelo qual exercem atividade econômica: se for uma atividade
economicamente organizada, ela seria uma sociedade empresária,, se for uma atividade
economicamente não organizada, ela seria uma sociedade simples.
Contudo, é muito difícil distinguir se a atividade está sendo organizada ou não, pois toda
atividade econômica tem um grau mínimo de organização e por isso, não tem uma maneira
segura de distinguir uma espécie da outra. Além disso, não há na lei qualquer base para essa
afirmação, além de ser um critério altamente subjetivo, o que gera insegurança jurídica. No
ato do registro na Junta Comercial, a empresa não é obrigada a especificar quantos
empregados tem, se tem alguma patente, etc. Se a sociedade contratar mais empregados e
abrir mais lojas, ela deixará de ser simples e vira empresária? Quando?

Quanto ao objeto adotado, este seria justamente revelador da atividade econômica eleita
pelos sócios no contrato ou estatuto social (aqui se fixa o objeto para o qual a sociedade foi
criada). E o objeto não precisa ser único, pode ser plúrimo. Mas os sócios costumam organizar
mais de uma sociedade no caso do objeto ser plúrimo, para cada uma ter objeto específico e
distinto – consegue estruturar melhor a sociedade, evita problemas tributários.

A sociedade será simples ou empresária em função da forma que adota; a forma é especial ao
objeto e prevalece sobre este.
Quais são as formas existentes no direito brasileiro? Formas próprias das sociedades
empresárias: limita, em nome coletivo, em comandita simples, anônima, em comandita por
ações.
Existe uma forma própria e exclusiva da sociedade simples: é a simples pura (simples na forma
e simples na espécie). A sociedade simples pura é aquela que adota como regramento as
regras da sociedade simples (art. 997 ao 1.038/CC).
A sociedade simples poderá adotar três formas, próprias, mas não exclusivas (sem perder a
natureza de simples): limitada, comandita simples e nome coletivo. Se uma sociedade simples
adota a forma de limitada, ela será regida pelas regras próprias da sociedade limitada e
aplicando nos caos de omissões, subsidiariamente, as regras da sociedade simples.

Toda sociedade anônima ou em comandita por ações (sociedades por ações) são sociedades
empresárias, independentemente da atividade eleita como objeto (nesse caso a forma
prevalece sobre o objeto).

Nome coletivo
Limitada formas próprias, mas não
Sociedades empresárias Comandita simples exclusivas da soc. empresária
S.A.
Comandita por ações formas exclusivas da
soc. empresária

Simples (simples pura)


Sociedades simples Limitada
(cooperativas) Nome coletivo
Comandita simples

Toda sociedade cooperativa é enquadrada como sociedade simples (art. 982, § único/CC).
Apesar disso, elas são registradas na Junta Comercial, por força da lei especial n° 5.764/71 (Lei
das Cooperativas). O CC cuida das cooperativas nos arts. 1093 ao 1.101. Como o CC não
dispões nada sobre o registro, é pacífico na doutrina que a sociedade cooperativa é registrada
na Junta Comercial. A Lei das Cooperativas já estabelecia que todas sociedades cooperativas
eram sociedades civis, leia-se agora no novo regime, sociedades simples.

Art. 2º da Lei 6.404/76 vai na mesma direção do art. 982/CC.


Companhia = Sociedade anônima

A regra quanto ao objeto é o da sociedade empresária; só se chega nas sociedades simples por
exclusão (art. 982, caput/CC).

As sociedades de advogados é uma sociedade simples de categoria especial; a adoção da


forma empresária é vedada. O Estatuto da OAB estabelece regras próprias e aplica-se as regras
da sociedade simples do CC subsidiariamente. Além disso, elas são registradas na OAB e não
no RCPJ. A prestação de serviços é personalíssima (o advogado é quem vai receber a
procuração e não a sociedade). Então, não se aplica a ressalva final do § único do art. 966/CC
(lei especial prevalece sobre a geral).

Quais são as atividades próprias da sociedade empresária? Utiliza a regra do art. 966/CC
(indústria, comércio, serviços lato sensu).
§ único, art. 966/CC – todas atividades intelectuais não são próprias de empresário, a não ser
que este seja atividade de empresa
Em princípio, as sociedades que tenham por objeto prestação de serviços médicos,
engenharia, etc. são simples, mas se adotarem a forma de sociedade anônima, elas se tornam
empresárias, ou salvo se configurar-se a ressalva final do § único do art. 966/CC.
A editora de livros, por exemplo, é sociedade empresária, pois ela não tem atividade
intelectual nenhuma, ela se utiliza dessa atividade para exercer a empresa (comércio). É o
mesmo caso da galeria de artes que vende obras de artistas.

Grosso modo, as sociedades simples são as cooperativas, as que têm por objeto atividades
elencadas no § único do art. 966/CC em razão do objeto e as que são determinadas como tais
devido ao objeto por lei especial (ex: Estatuto da OAB).

Art. 3º da Lei complementar 123 – as sociedades de pequeno porte podem ser tanto simples,
quanto empresárias. Isso reforça dogmaticamente a idéia do professor de que os critérios
definidores das sociedades simples e empresárias são o objeto ou a forma, e não o porte.

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