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CONFORMAÇÃO MECÂNICA

Definição: Modificação da forma de um corpo para outra, pré-definida, com geometria e


dimensões controladas, pela aplicação de esforço mecânico.

CLASSIFICAÇÃO:

Quanto ao tipo de esforço predominante:

 Compressão direta (forjamento e laminação)

 Compressão indireta (trefilação, extrusão, embutimento)

 Tração (estiramento de chapas)

 Flexão (dobramento e calandragem)

 Cisalhamento (corte de chapas)

Quanto à temperatura de trabalho (EM KELVIN) :

 Trabalho a frio – Temp de trabalho < 0,3 da Temp de fusão do material.

 Trabalho a morno – Temp de trabalho entre 0,3 e 0,6 da Temp de fusão do material.
Aquecimento abaixo da temperatura de recristalização.

 Trabalho a quente – Temp de trabalho > 0,6 da Temp de fusão do material.


Aquecimento acima da temperatura de recristalização (T R) e abaixo da Temperatura de
fusão (TF)

 Isotérmico – Temperatura da peça = Temperatura da matriz.

Temperatura homologa: TH=T/TF

Trabalho a frio: Aplicado para produtos acabados, dando precisão dimensional e


encruando o material deixando-o mais resistente.

Trabalho a morno: Aplicado para geometrias mais complexas, reunindo características dos
trabalhos a frio e a quente, a deformação plástica é facilitada com o aumento da temperatura.

Trabalho a quente: Aplicado a produtos semiacabados gerando grandes deformações,


aplicável a materiais frágeis. Sem encruamento.

Trabalho Isotérmico: Aplicado a materiais que apresentam dureza a quente, minimiza a


transferência de calor entre a peça e ferramenta.

ATRITO E LUBRIFICAÇÃO

Necessário o uso de lubrificantes no processo de conformação pois o atrito desgasta a


ferramenta, materiais aquecidos e no regime plástico tem altos valores de coeficiente de
atrito.
Lubrificantes
 Trabalho a frio: óleos minerais, emulsões a base de água, sabões
 Trabalho a quente: óleos minerais, grafite e vidro fundido

DEFORMAÇÃO EM ESTRUTURAS POLICRISTALINAS

Resposta a esforços mecânicos mais complexa e com maior dificuldade de previsão do que
para monocristais.

Fatores de maior influência:


 Contornos de grão – Quanto maior for a quantidade de contornos de grão, ou quanto
menor o tamanho do grão, maior a resistência do material à deformação.
 Poligonização – Formação de subgrão no interior de um grão pelo movimento e
acúmulo de discordâncias, gerando obstáculos para a posterior movimentação das
mesmas.
 Soluções sólidas – provocam o tensionamento da estrutura cristalina pela distorção da
mesma, dificultando o movimento das discordâncias.
 Segundas fases – influência sobre a resposta do material à solicitações mecânicas.

ENCRUAMENTOS

Eleva a resistência do material à deformação plástica, o encruamento produz deformação da


estrutura cristalina e modificação das propriedades do material, os grãos se tornam mais
alongados e orientados em um sentido.

RECRISTALIZAÇÃO (ou RECOZIMENTO)

Temperatura de recristalização é na faixa de 50% da temperatura de fusão, ela elimina o


encruamento. Onde a resistência e tensões internas do material caem, e a ductilidade e o
tamanho de grão crescem.

 Recuperação - Propriedades mecânicas alteradas pelo encruamento retornam aos


valores originais.
 Recristalização - Alteração intensa da microestrutura.
 Crescimento de grão - Aumento do tamanho e diminuição do número de grãos do
material.

TEXTURA E ANISOTROPIA.

Textura: orientação preferencial dos planos cristalográficos na direção de máxima deformação,


a ocorrência de textura em um metal produz diferentes níveis de propriedades mecânicas em
função do sentido do esforço mecânico e orientação cristalina, ou seja, um material
texturizado apresenta comportamento anisotrópico.

A ocorrência de textura evidencia variações no módulo de elasticidade, limite de escoamento,


elongação e outras propriedades relacionadas à deformação plástica. Um material isotrópico
(não texturizado) apresenta deformabilidade igual em todas as direções. A deformabilidade do
material é determinada, via de regra, em ensaios de tração onde se ensaia o material em
diferentes direções referentes à direção de alinhamento da estrutura cristalina.
Deformaçãoreal na largura
Coeficiente de anisotropia: R=
deformação real na espessura

R 0+2 R 45+ R 90
Coeficiente de anisotropia médio: R=
4

Um valor de índice de anisotropia médio maior do que 1 indica que a deformabilidade da


chapa na direção da espessura é menor do que na largura, o que é vantajoso para operações
de embutimento.

Um material isotrópico apresentaria R0 = R45 = R90 =1. Quando esta relação se apresenta
diferente de 1, tem se a anisotropia normal.

R 0+ R 90−2 R 45
Coeficiente de anisotropia planar: ∆ R=
2

Quando este valor se apresenta diferente de 1, tem-se anisotropia normal. Quando estes
valores diferem entre si poderão ocorrer problemas de orelhamento no embutimento
profundo.

Então para chapas de alta conformabilidade é recomendado valores de anisotropia normal


maior que 1, e anisotropia planar = 1.

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