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SUMÁRIO: 1 Da história – 2 Do domínio público – 3 Dos bens públicos

– 4 Da classificação –4.1 Bens de uso comum ou bens do domínio


público – 4.2 Bens de uso especial ou bens do patrimônio indisponível
– 4.3Bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimônio fiscal
ou bens do patrimônio disponível – 5 Da administraçãodos bens
públicos – 6 Da utilização dos bens públicos – 6.1 Do Uso comum do
povo – 6.2 Do uso especial – 6.3 Da autorização de uso –6.4 Da
permissão de uso – 6.5 Da cessão de uso – 6.6 Da concessão de uso
– 6.7 Da concessão de direito real de uso – 7 Da alienação dos bens
públicos – 7.1 Conceito – 7.2 Do direito – 7.3 Das formas de
alienação – 7.3.1 Da venda e compra – 7.3.2 Da doação – 7.3.3 Da
dação em pagamento – 7.3.4 Da permuta, troca ou escambo
– 7.3.5.Da investidura – 7.3.6 Da concessão de domínio 7.3.7 Da
legitimação de posse – 7.4 Observações – 8 Da imprescritibilidade –
da impenhorabilidade – Da não oneração dos bens públicos – 8.1 Da
imprescritibilidade – 8.2 Da impenhorabilidade – 8.3 Da não oneração
dos bens públicos – 9 Da aquisição de bens pela administração
pública – 10 Das terras públicas – 10.1 Terras públicas
– 10.1.1 Terras rurais públicas – 10.1.2 Terras urbanas públicas
– 10.1.3 Terras devolutas –10.1.4 Plataforma continental
– 10.1.5 Terras ocupadas tradicionalmente pelos índios
– 10.1.6 Terrenos de marinha – 10.1.7Terrenos acrescidos
– 10.1.8 Terrenos reservados – 10.1.9 Ilha dos rios públicos e ilhas
oceânicas – 10.1.10 Álveos abandonados – 10.1.11Faixa de fronteira
– 10.1.12 – Vias e logradouros públicos – 10.1.13Áreas ocupadas
com as fortificações – 10.2 Das águas públicas –10.2.1 Águas
nacionais – 10.2.1.1 Águas internas – 10.2.1.2 Águas externas
– 10.2.2 Legislação sobre águas públicas – 10.3 Das jazidas –
10.3.1 Legislação sobre jazidas – 10.4 Das florestas
– 10.4.1Legislação sobre florestas – 10.5 Da fauna
– 10.5.1 Legislação sobre fauna – 10.6 Espaço aéreo – 11 Da
questão ecológica – 11.1Legislação sobre proteção ambiental
– 12 Jurisprudência colacionada –13 Bibliografia consultada.

1 Da história

Nas mais remotas sociedades sempre foi constatada a necessidade


de existência de algum tipo de dominação e de regulamentação, a
cargo do Estado, sobre determinados bens. Em rigor, a vida em
sociedade seria praticamente impossível, não fora a presença de bens
destinados ao cumprimento de finalidades de interesse coletivo.

Nos Estados Modernos, essa dominação e regulamentação advêm de


um regime jurídico adequado que, além de especificar sua
composição e utilização, cria regras de proteção contra atos
ilegítimos, ou danosos, quer provindos de particular, quer do próprio
Estado. Atualmente, todos os países conhecem um tratamento
bastante minucioso dispensado à regulamentação e proteção desses
bens, por meio de normas legais que garantam o atingimento dos
objetivos e finalidades para os quais estão voltados e que deram
origem ao seu surgimento. [1]

No direito romano – institutas – havia referências a bens


públicos, que incluíam as res communes e as res universitatis, ao lado
das res publicae. Estas últimas, insusceptíveis de apropriação
privada, pertenciam a todos, ao povo.

Os bens públicos – na idade média – eram considerados propriedade


do rei, e não mais do povo. Porém, com base nos antigos textos
romanos – que influenciaram todas as legislações ao longo da história
– logo se voltou a atribuir ao povo a propriedade desses bens
públicos, cabendo ao monarca, na condição de governante supremo,
tão-somente o poder de polícia sobre os mesmos. [2]
O Estado, como Nação politicamente organizada, exerce poderes de
Soberania sobre todas as coisas que se encontram em seu território.
Alguns bens pertencem ao próprio Estado; outros, embora
pertencentes a particulares, ficam sujeitos às limitações
administrativas impostas pelo Estado; outros, finalmente, não
pertencem a ninguém, por inapropriáveis, mas sua utilização
subordina-se às normas estabelecidas pelo Estado. Este conjunto de
bens sujeitos ou pertencentes ao Estado constitui o domínio público,
em seus vários desdobramentos. [3]

Existe uma distinção clara entre propriedade e dominação e


regulamentação.

O país somos nós, seus cidadãos, seus legítimos donos e de todas as


coisas, excetuadas as da propriedade privada assegurada pelo Código
Civil – art. 98 ss..
O Estado, por nossa delegação – ao escolhermos os governantes e os
legisladores – estabelece as regras comuns, legais, e as executa
administrativamente, em nosso nome, com vistas ao interesse
coletivo.

2 Do domínio público

É noção mais abrangente que propriedade, pois aí se incluem os bens


que não são do Poder Público. [4]
É o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado exerce
sobre os bens do seu patrimônio (bens públicos), ou sobre os bens do
patrimônio privado – bens particulares de interesse público – ou sobre
as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição geral da
coletividade – res nullius. Neste sentido amplo e genérico o domínio
público abrange não só os bens das pessoas jurídicas de Direito
Público interno como as demais coisas que, por sua utilidade coletiva,
merecem a proteção do Poder Público, tais como as águas, as jazidas,
as florestas, a fauna, o espaço aéreo e as que interessam ao
patrimônio histórico e artístico nacional. [5]
De um lado, um poder político, superior a tudo, chamado domínio
eminente, que autoriza as limitações impostas pelo Estado ao
exercício de direitos em todo território nacional, e, de outro lado, um
poder sobre os bens de que é proprietário ou simples administrador,
conhecido como domínio patrimonial, exercido sobre os bens
públicos. [6]

São poderes de soberania e em direitos de propriedade. Aqueles se


exercem sobre todas as coisas de interesse público, sob a forma de
domínio eminente; estes só incidem sobre os bens pertencentes às
entidades públicas, sob a forma de domínio patrimonial.

O domínio eminente não constitui um direito de propriedade; é o


poder que o Estado exerce potencialmente sobre as pessoas e os
bens que se encontram no seu território.

Esse poder não admite restrições; contudo, o absoluto dessa potestas


está condicionado à ordem jurídico-constitucional e aos princípios,
direitos e garantias da Lei Fundamental.

O domínio eminente é um poder sujeito ao direito; não é um poder


arbitrário.
Em nome do domínio eminente é que são estabelecidas as limitações
ao uso da propriedade privada, as servidões administrativas, a
desapropriação, as medidas de policia e o regime jurídico especial de
certos bens particulares de interesse público.

Esse poder superior (eminente) que o Estado mantém sobre todas as


coisas existentes em seu território não se confunde com o direito de
propriedade que o mesmo Estado exerce sobre as coisas que lhe
pertencem, por aquisição civil ou administrativa. Aquele é um
domínio geral e potencial sobre bens alheios; este é um domínio
específico e efetivo sobre bens próprios do Estado, o que o
caracteriza como um domínio patrimonial, no sentido de incidir sobre
os bens que lhe pertencem.

O domínio patrimonial do Estado sobre seus bens é direito de


propriedade, mas direito de propriedade pública, sujeito a um regime
administrativo especial.

A esse regime subordinam-se todos os bens das pessoas


administrativas, assim considerados bens públicos e, como tais,
regidos pelo Direito Público, embora supletivamente se lhes apliquem
algumas regras da propriedade privada. Mas advirta-se que as
normas civis não regem o domínio público; suprem, apenas, as
omissões das leis administrativas.

O patrimônio público é formado por bens de toda natureza e espécie


que tenham interesse para a Administração e para a comunidade
administrada. Esses bens recebem conceituação, classificação e
destinação legal para sua correta administração, utilização e
alienação, como veremos no decorrer deste item, em que, a final,
trataremos da aquisição de bens que passarão a integrar o
patrimônio público.

3 Dos bens públicos

É o conjunto de coisas corpóreas e incorpóreas, móveis, imóveis e


semoventes de que o Estado se vale para poder atingir as suas
finalidades. [7]
São os bens necessários à Administração Pública para o atingimento
dos fins coletivos de propiciar o bem estar e a satisfação dos
habitantes de seu território. São os bens do domínio público – res
quorum commercium non sit, res publicæ ou loca
publica, [8] federais, estaduais, distritais ou municipais, conforme a
entidade política a que pertença ou o serviço autárquico, fundacional
ou paraestatal a que se vinculem.
Não são somente as coisas que pertencem às pessoas jurídicas de
Direito Público, ou seja, União, Estados, Distrito Federal, Municípios e
suas autarquias, mas também aquelas coisas que, embora não
pertencendo a essas pessoas, estão destinadas a prestação de
serviço público. [9]
São todas as coisas, móveis e imóveis, direitos e ações de que sejam
titulares os entes públicos, mesmo não se destinando à utilização
pelo público. Seu estudo corresponde ao direito administrativo das
coisas.[10]
Genericamente, é toda espécie de bens, sob o domínio do Estado.
Porém cabe especificar, conceituando da seguinte forma são todas as
coisas corpóreas, incorpóreas, imóveis, móveis, semoventes, créditos,
direitos e ações [11] , que pertençam a qualquer título às entidades
estatais, autárquicas, fundacionais de Direito Público. Formam o
patrimônio público e se submetem ao regime de direito público. [12]
Em sentido estrito poderia-se incluir os bens das entidades não-
públicas que desempenham serviço público, ou integram a
Administração Pública indireta, no entanto, os bens das entidades
paraestatais não se encaixam na categoria de públicos, por não se
imputar-lhes o essencial do regime jurídico dos bens públicos, isto é,
inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade. [13]
A soberania territorial do Estado está bastante ligada à relação bem
público – domínio do Estado, no entanto, necessário se faz dizer que
no Estado Democrático de Direito, o Estado cumpre, por meio de suas
funções, as competências que lhe são constitucionalmente atribuídas,
não tendo, por isso, um “domínio” irrestrito sobre todos os bens. [14]
Bem Público é aquele que por determinação legal ou por sua própria
natureza, pode ser utilizado por todos em igualdade de condições,
sem necessidade de consentimento individualizado por parte da
Administração. [15]
Outros bens há, contudo, sobre os quais o Estado exerce um domínio
eminente, ainda que sendo eles da propriedade privada,
simplesmente pelo fato de estarem em seu território e suscitarem
interesse público. Aí, a expressão de sua soberania, a manifestação
do summa potestas – a qualidade que tem o poder de ser supremo
dentro dos limites de sua ação. [16]
O Código Civil os reparte inicialmente em públicos e particulares,
esclarecendo que são públicos os do domínio nacional, pertencentes
à União, aos Estados e aos Municípios, e, por exclusão, declara que
são particulares todos os outros, seja qual for a pessoa a que
pertencerem – art. 98 e ss.. São bens públicos os que,
originariamente integrando o patrimônio nacional, os bens
transferidos a autarquias e fundações públicas. [17]
Então, ainda que pertencentes a um ente público, estão franqueados
para uso e fruição de todos, normalmente, sem restrições ou ônus
(não desfigura sua natureza se a Administração condiciona tal a
requisitos peculiares, estabelecendo condição de uso ou o pagamento
da retribuição admitida no art. 103 do Código Civil). [18]

Já aos bens das entidades paraestatais – empresas públicas,


sociedades de economia mista, serviços autônomos etc. – são bens
públicos com destinação especial e administração particular das
instituições a que foram transferidos para consecução dos fins
estatutários.

A despeito de serem bens públicos, dada sua destinação especial a


organizações de personalidade privada e sua administração em
moldes particulares, os bens das entidades paraestatais prestam-se a
oneração como garantia real e sujeitam-se a penhora por dívidas da
entidade, como, também, podem ser alienados na forma estatutária,
independentemente de lei. No mais, regem-se pelas normas do
Direito Público, inclusive quanto à imprescritibilidade por usucapião,
uma vez que, se desviados dos fins especiais a que foram destinados,
retornam à sua condição originária do patrimônio de que se
destacaram.

4 Da classificação

A Constituição Federal, em seus arts. 20 e 26, enumeram os bens da


União e os bens dos Estados, mencionando também são as terras
devolutas, aquelas que são do Estado, mas sem destinação de uso
comum, uso especial, ou uso dominial. [19]
Pelo Código Civil, os bens podem ser de uso comum do povo (uso
indistinto das pessoas, como praças, ruas, estradas etc), de uso
especial (possuem destinação a local de prestação de serviço público)
e dominicais ou dominiais (Estado é proprietário, como se fosse um
particular). A afetação de um bem ao uso comum é a destinação que
se lhe atribui, ou por ser de sua natureza, ou por lei, ou ato
administrativo, ao uso comum do povo. A desafetação ocorre quando
do trespasse do bem ao uso especial, ou dominical, por meio de
lei. [20]

Podem ser federais, estaduais ou municipais, conforme a entidade


política a que pertençam ou o serviço autárquico, fundacional ou
paraestatal a que se vinculem.

Todos os bens públicos são bens nacionais, por integrantes do


patrimônio da Nação, na sua unicidade estatal, mas, embora
politicamente componham o acervo nacional, civil e
administrativamente pertencem a cada uma das entidades públicas
que os adquiriram. [21]
Segundo a destinação [22] os bens públicos em três categorias:

I – os de uso comum do povo , atais como rios, mares, estradas, ruas


e praças;

II – os de uso especial, tais como os edifícios ou terrenos destinados a


serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III – os dominiais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas


de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada
uma dessas entidades.

parágrafo único – não dispondo a lei em contrário, consideram-se


dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Todos os bens vinculados ao Poder Público por relações de domínio


ou de serviço ficam sujeitos à sua administração. Daí o dizer-se que
uns são bens do domínio público, e outros, bens do patrimônio
administrativo. Com mais rigor técnico, tais bens são reclassificados,
para efeitos administrativos em:

· bens do domínio público (os da primeira categoria: de uso comum


do povo);

· bens patrimoniais indisponíveis (os da segunda categoria: de uso


especial);
· bens patrimoniais disponíveis (os da terceira e última categoria:
dominiais), segundo se lê no Regulamento da Contabilidade Pública.

4.1 Bens de uso comum ou bens do domínio público

São os de uso indistinto das pessoas, como os rios, mares, praias,


estradas, ruas e praças

Enfim, todos os locais abertos à utilização pública adquirem esse


caráter de comunidade, de uso coletivo, de fruição própria do povo.
Sob esse aspecto pode o domínio público definir-se como a forma
mais completa da participação de um bem na atividade de
administração pública.

4.2 Bens de uso especial ou bens do patrimônio indisponível

São os que se destinam especialmente à execução dos serviços


públicos e, por isso mesmo, são considerados instrumentos desses
serviços. Não integram propriamente a Administração, mas
constituem o aparelhamento administrativo, tais como os edifícios
das repartições públicas, os terrenos aplicados aos serviços públicos,
os veículos da Administração, os matadouros, os mercados e outras
serventias que o Estado põe à disposição do público, mas com
destinação especial.

4.3 Bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimônio


fiscal ou bens do patrimônio disponível

São aqueles que, embora integrando o domínio público como os


demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem
utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administração,
se assim o desejar. Daí por que recebem também a denominação de
bens patrimoniais disponíveis ou de bens do patrimônio fiscal. Tais
bens integram o patrimônio do Estado como objeto de direito pessoal
ou real, isto é, sobre eles a Administração exerce poderes de
proprietário, segundo os preceitos de direitos constitucional e
administrativo.

Todas as entidades públicas podem ter bens patrimoniais disponíveis,


isto é, bens não destinados ao povo em geral, nem empregados no
serviço público, os quais permanecem à disposição da Administração
para qualquer uso ou alienação, na forma que a lei autorizar.

5 Da administração dos bens públicos


Normalmente, o poder de utilização e conservação das coisas
administradas, diversamente da idéia de propriedade, que contém,
além desse, o poder de oneração e disponibilidade e a faculdade de
aquisição. Daí por que os atos triviais de administração, ou seja, de
utilização e conservação do patrimônio público, independem de
autorização especial, ao passo que os de alienação, oneração e
aquisição exigem, em regra, lei autorizadora e licitação para o
contrato respectivo.

Rege-se pelas normas do Direito Público, aplicando-se supletivamente


os preceitos do Direito Privado no que aquelas forem falhas ou
omissas.

A transferência da propriedade dos bens imóveis se opera segundo as


normas e instrumentos civis – escritura e registro – sendo os atos e
procedimentos administrativos que a antecedem meras formalidades
internas que não afetam a substância negocial do contrato civil
realizado entre a Administração e o particular. Por essa razão é que,
uma vez feita a transcrição, ou simplesmente assinadas a escritura,
tornam-se irretratáveis os atos ou procedimentos administrativos
precedentes e a transferência do domínio só poderá ser modificada
ou invalidada por via judicial ou por acordo entre as partes.

A utilização indevida de bens públicos por particulares, notadamente


a ocupação de imóveis, pode – e deve – ser repelida por meios
administrativos, independentemente de ordem judicial, pois o ato de
defesa do patrimônio público, pela Administração, é auto-executável,
como o são, em regra, os atos de polícia administrativa, que exigem
execução imediata, amparada pela força pública, quando isto for
necessário.

6 Da utilização dos bens públicos

Os bens públicos ou se destinam ao uso comum do povo ou a uso


especial. Em qualquer desses casos o Estado interfere como poder
administrador, disciplinando e policiando a conduta do público e dos
usuários especiais, a fim de assegurar a conservação dos bens e
possibilitar sua normal utilização, tanto pela coletividade, quanto
pelos indivíduos como, ainda, pelas repartições administrativas.

Uso comum do povo é todo aquele que se reconhece à coletividade


em geral sobre os bens públicos, sem discriminação de usuários ou
ordem especial para sua fruição. É o uso que o povo faz das ruas e
logradouros públicos, dos rios navegáveis, do mar e das praias
naturais. Esse uso comum não exige qualquer qualificação ou
consentimento especial, nem admite freqüência limitada ou
remunerada, pois isto importaria atentado ao direito subjetivo público
do indivíduo de fruir os bens de uso comum do povo sem qualquer
limitação individual. Para esse uso só se admitem regulamentações
gerais de ordem pública, preservadoras da segurança, da higiene, da
saúde, da moral e dos bons costumes, sem particularizações de
pessoas ou categorias sociais. qualquer restrição ao direito subjetivo
de livre fruição, como a cobrança de pedágio nas rodovias, acarreta a
especialização do uso e, quando se tratar de bem realmente
necessário a coletividade, só pode ser feita em caráter excepcional.

6.1 Do uso comum do povo

Os bens de uso comum do povo são os usados por todos, de forma


igualitária, independendo de autorização administrativa. [23]

São anônimos, indeterminados, e os bens utilizados o são por todos


os membros da coletividade, razão pela qual ninguém tem direito ao
uso exclusivo ou a privilégios na utilização do bem o direito de cada
indivíduo limita-se à igualdade com os demais na fruição do bem ou
no suportar os ônus dele resultantes.

6.2 Do uso especial

Os bens de uso especial são aqueles onde estão instalados órgãos


que prestam serviço público, podendo fazer uso deles as pessoas as
quais correspondam o serviço ali prestado. [24]

É todo aquele que, por um título individual, a Administração atribui a


determinada pessoa para fruir de um bem público com exclusividade,
nas condições convencionadas. É também uso especial aquele a que
a Administração impõe restrições ou para o qual exige pagamento,
bem como o que ela mesma faz de seus bens para a execução dos
serviços públicos, como é o caso dos edifícios, veículos e
equipamentos utilizados por suas repartições, mas aqui só nos
interessa a utilização do domínio público por particulares com
privatividade.
Todos os bens públicos, independentemente de sua natureza, são
passíveis de uso especial por particulares, desde que a utilização
consentida pela Administração não os leve a inutilização ou
destruição, caso em que se converteria em alienação.

Ninguém tem direito natural a uso especial de bem público, mas


qualquer indivíduo ou empresa pode obtê-lo mediante contrato ou ato
unilateral da Administração, na forma autorizada por lei ou
regulamento ou simplesmente consentida pela autoridade
competente. Assim sendo, o uso especial do bem público será sempre
uma utilização individual, a ser exercida privativamente pelo
adquirente desse direito. O que tipifica o uso especial é a
privatividade da utilização de um bem público, ou de parcela desse
bem, pelo beneficiário do ato ou contrato, afastando a fruição geral e
indiscriminada da coletividade ou do próprio Poder Público. Esse uso
pode ser consentido gratuita ou remuneradamente, por tempo certo
ou indeterminado, consoante o ato ou contrato administrativo que o
autorizar, permitir ou conceder.

As formas administrativas para o uso especial de bem público por


particulares variam desde as simples e unilaterais autorização de uso
e permissão de uso até os formais contratos de concessão de uso e
concessão de uso como direito real solúvel, além da imprópria e
obsoleta adoção dos institutos civis do comodato, da locação e da
enfiteuse. [25]

6.3 Da autorização de uso

É o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração


consente na prática de determinada atividade individual incidente
sobre um bem público. Não tem forma nem requisitos especiais para
sua efetivação, pois visa apenas a atividades transitórias e
irrelevantes para o Poder Público, bastando que se consubstancie em
ato escrito, revogável sumariamente a qualquer tempo e sem ônus
para a Administração.

Essas autorizações são comuns para a ocupação de terrenos baldios,


para a retirada de água em fontes não abertas ao uso comum do
povo e para outras utilizações de interesse de certos particulares,
desde que não prejudiquem a comunidade nem embaracem o serviço
público. Tais autorizações não geram privilégios contra a
Administração ainda que remuneradas e fruídas por muito tempo, e,
por isso mesmo, dispensam lei autorizativa e licitação para seu
deferimento.

6.4 Da permissão de uso

É o ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a


Administração faculta ao particular a utilização individual de
determinado bem público. Como ato negocial, pode ser com ou sem
condições, gratuito ou remunerado, por tempo certo ou
indeterminado, conforme estabelecido no termo próprio, mas sempre
modificável e revogável unilateralmente pela Administração, quando
o interesse público o exigir, dada sua natureza precária e o poder
discricionário do permitente para consentir e retirar o uso especial do
bem público. A revogação faz-se, em geral, sem indenização, salvo se
em contrário se dispuser, pois a regra é a revogabilidade sem ônus
para a Administração.

O ato da revogação deve ser idêntico ao do deferimento da


permissão e atender às condições nele previstas.

A permissão, enquanto vigente, assegura ao permissionário o uso


especial e individual do bem público, conforme fixado pela
Administração, e gera direitos subjetivos defensáveis pelas vias
judiciais, inclusive ações possessórias para proteger a utilização na
forma permitida. Via de regra, a permissão não confere exclusividade
de uso, que é apanágio da concessão, mas, excepcionalmente, pode
ser deferida com privatividade sobre outros interessados, desde que
tal privilégio conste de cláusula expressa e encontre justificativa
legal.

Qualquer bem público admite permissão de uso especial a particular,


desde que a utilização seja também de interesse da coletividade que
irá fruir certas vantagens desse uso, que se assemelha a um serviço
de utilidade pública, tal como ocorre com as bancas de jornais, os
vestiários em praias e outras instalações particulares convenientes
em logradouros públicos. Se não houver interesse para a
comunidade, mas tão-somente para o particular, o uso especial não
deve ser permitido nem concedido, mas simplesmente autorizado,
em caráter precaríssimo. Vê-se, portanto, que a permissão de uso é
um meio-termo entre a informal autorização e a contratual
concessão, pois é menos precária que aquela, sem atingir e
estabilidade desta. A diferença é de grau na atribuição do uso
especial e na vinculação do usuário com a Administração.

6.5 Da cessão de uso

É a transferência gratuita da posse de um bem público de uma


entidade ou órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas
condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou
indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em
que aquela que tem bens desnecessários aos seus serviços cede o
uso a outra que deles está precisando.

Entre órgãos da mesma entidade, não se exige autorização legislativa


e se faz por simples termo e anotação cadastral, pois é ato ordinário
de administração através do qual o Executivo distribui seus bens
entre suas repartições para melhor atendimento do serviço. Quando,
porém, a cessão é para outra entidade, necessário se torna
autorização legal para essa transferência de posse, nas condições
ajustadas entre as Administrações interessadas. Em qualquer
hipótese, a cessão de uso é ato de administração interna que não
opera a transferência da propriedade e, por isso, dispensa registros
externos.

6.6 Da concessão de uso

É o contrato administrativo pelo qual o poder Público atribui a


utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que
o explore segundo sua destinação específica.

O que caracteriza a concessão de uso e a distingue dos demais


institutos assemelhados – autorização e permissão de uso – é o
caráter contratual e estável da outorga do uso do bem público ao
particular, para que o utilize com exclusividade e nas condições
convencionadas com a Administração.

Pode ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado,


mas deverá ser sempre precedida de autorização legal e,
normalmente, de concorrência para o contrato.

Sua outorga não é nem discricionária nem precária, pois obedece a


normas regulamentares e tem a estabilidade relativa dos contratos
administrativos, gerando direitos individuais e subjetivos para o
concessionário, nos termos do ajuste. Tal contrato confere ao titular
da concessão de uso um direito pessoal de uso especial sobre o bem
público, privativo e intransferível sem prévio consentimento da
Administração, pois é realizado intuitu personae, embora admita fins
lucrativos.

É o que ocorre com a concessão de uso remunerado de um hotel


municipal, de áreas em mercado ou de locais para bares e
restaurantes em edifícios ou logradouros públicos.

6.7 Da concessão de direito real de uso

É o contrato pelo qual a Administração transfere o uso remunerado ou


gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel,
para que dele se utilize em fins específicos de urbanização,
industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração de
interesse social.[26]

É transferível por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou


testamentária, a título gratuito ou remunerado, como os demais
direitos reais sobre coisas alheias, com a só diferença de que o
imóvel reverterá à Administração concedente se o concessionário ou
seus sucessores não lhe derem o uso prometido ou o desviarem de
sua finalidade contratual. Desse modo, o Poder Público garante-se
quanto à fiel execução do contrato, assegurando o uso a que o
terreno é destinado e evitando prejudiciais especulações imobiliárias
dos que adquirem imóveis públicos para aguardar valorização
vegetativa, em detrimento da coletividade.

Pode ser outorgada por escritura pública ou termo administrativo,


cujo instrumento ficará sujeito a inscrição no livro próprio do registro
imobiliário competente. Desde a inscrição o concessionário fruirá
plenamente o terreno para os fins estabelecidos no contrato e
responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários
que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.

A concessão, embora erigida em direito real, não se confunde com a


enfiteuse ou aforamento, [27] que é instituição civil bem diversa e
menos adequada ao uso especial de bem público por
particulares.

7 Da alienação dos bens públicos


A administração dos bens públicos compreende normalmente a
utilização e conservação do patrimônio público, mas,
excepcionalmente, pode a Administração ter necessidade ou
interesse na alienação de alguns de seus bens, caso em que deverá
atender às exigências especiais impostas por normas superiores.

7.1 Conceito

Alienação é toda transferência de propriedade, remunerada ou


gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em
pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de
domínio.

Qualquer dessas formas de alienação pode ser utilizada pela


Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas
para o contrato alienador e atenda aos requisitos do instituto
específico.

Inicialmente, toda alienação de bem público depende de lei


autorizadora, de licitação e de avaliação da coisa a ser alienada, mas
casos há de inexigibilidade dessas formalidades, por incompatíveis
com a própria natureza do contrato.

Existe uma forma excepcional de alienação de bem público, restrita a


terras devolutas, que é a denominada legitimação de posse.

7.2 Do direito

A alienação de bens imóveis está disciplinada, em geral, na legislação


própria das entidades estatais, a qual, comumente, exige autorização
legislativa, avaliação prévia e concorrência, inexigível esta nos casos
de doação, permuta, legitimação de posse e investidura, cujos
contratos, por visarem a pessoas ou imóvel certo, são incompatíveis
com o procedimento licitatório. Cumpridas as exigências legais e
administrativas, a alienação de imóvel público a particular formaliza-
se pelos instrumentos e com os requisitos da legislação civil –
escritura pública e transcrição no registro imobiliário – e qualquer
modificação ou invalidação do contrato translativo da propriedade só
poderá ser feita por acordo entre as partes ou por via judicial. Ilegal é
a anulação ou revogação unilateral dos atos administrativos que
precederam a alienação, com pretensos efeitos modificativos ou
invalidatórios do contrato de transferência do domínio imobiliário, que
é contrato civil em que, apenas, uma das partes é a Administração.

A alienação de bens móveis e semoventes não tem normas rígidas


para sua realização, salvo, em princípio, a exigência de avaliação
prévia, autorização legal e licitação, podendo a Administração
interessada dispor a esse respeito como melhor lhe convier. As
vendas são geralmente feitas em leilão administrativo, sem maiores
formalidades, e entregando-se no ato a coisa ao licitante que oferecer
o melhor preço acima da avaliação, em lance verbal, para pagamento
à vista.

7.3 Das formas de alienação

7.3.1 Da venda e compra

É o contrato civil ou comercial pelo qual uma das partes (vendedor)


transfere a propriedade de um bem à outra (comprador), mediante
preço certo em dinheiro. [28] Toda venda, ainda que de bem público,
é contrato de Direito Privado. Não há venda administrativa; há, tão-
somente, venda e compra civil ou comercial em que o vendedor é a
Administração, mas isto não transforma a operação em contrato
administrativo. É, e será sempre, contrato de Direito Privado, apenas
realizado pelo Poder Público com formalidades administrativas
prévias, exigidas para a regularidade da alienação do bem público.

As formalidades administrativas para a venda de bem público imóvel


são a autorização competente; a avaliação prévia e a concorrência –
nos termos da legislação pertinente. Tratando-se de bem de uso
comum do povo ou de uso especial, haveria necessidade de
desafetação legal, que poderá constar da mesma norma que autorize
a alienação. A avaliação deverá ser feita por perito habilitado ou
órgão competente da entidade estatal, responsável por seu
patrimônio. A concorrência obedecerá às normas gerais do Decreto-
lei Federal 2.300/86, no que couber, e às especiais do Estado ou do
Município, se as tiver, aplicáveis à espécie.

Quanto à venda de bens móveis e semoventes, exigem-se também,


em princípio, autorização legal, avaliação e licitação prévia.

A autorização, entretanto, poderá ser genérica, isto é, dirigir-se a


bens indiscriminados, como ocorre com os materiais inservíveis. O
procedimento licitatório poderá ser qualquer um dos legalmente
previstos, inclusive o leilão administrativo, que é o mais simples e
recomendável.

7.3.2 Da doação

É o contrato pelo qual uma pessoa (doador), por liberalidade,


transfere um bem do seu patrimônio para o de outra (donatário), que
o aceita.[29] É contrato civil, e não administrativo, fundado na
liberalidade do doador, embora possa ser com encargos para o
donatário. A doação só se aperfeiçoa com a aceitação do donatário,
seja pura ou com encargo.

A Administração pode fazer doações de bens móveis ou imóveis


desafetados do uso público, e comumente o faz para incentivar
construções e atividades particulares de interesse coletivo. Essas
doações podem ser com ou sem encargos e em qualquer caso
dependem de lei autorizadora, que estabeleça as condições para sua
efetivação, e de prévia avaliação do bem a ser doado, não sendo
exigível licitação para o contrato alienativo. Só excepcionalmente
poder-se-á promover concorrência para doações com encargos, a fim
de escolher-se o donatário que proponha cumpri-los em melhores
condições para a Administração ou para a comunidade.

Em toda doação com encargo é necessária a cláusula de reversão


para a eventualidade do seu descumprimento.

7.3.3 Da dação em pagamento

É a entrega de um bem que não seja dinheiro para solver dívida


anterior. A coisa dada em pagamento pode ser de qualquer espécie e
natureza, desde que o credor consinta no recebimento em
substituição da prestação que lhe era devida. [30]
A Administração pode utilizar-se da dação em pagamento, com prévia
autorização legislativa e avaliação do bem a ser empregado no
resgate da dívida. Fixado o valor da coisa dada em pagamento, as
relações entre as partes reger-se-ão pelas normas da compra e
venda, e, se aquela for título de crédito, a transferência importará
cessão, sujeitando-se, então, aos preceitos deste instituto. [31]

7.3.4 Da permuta, troca ou escambo


É o contrato pelo qual as partes transferem e recebem um bem, uma
da outra, bens esses que se substituem reciprocamente no
patrimônio dos permutantes. Há sempre na permuta uma alienação e
uma aquisição de coisa, da mesma espécie ou não. A permuta
pressupõe igualdade de valor entre os bens permutáveis, mas é
admissível a troca de coisa de valores desiguais com reposição ou
torna em dinheiro do faltante. Essa complementação em pecúnia,
para igualarem-se os valores das coisas trocadas, não desnatura a
permuta, desde que a intenção precípua de cada parte é obter o bem
da outra.

A permuta de bem público, como as demais alienações, exige


autorização legal e avaliação prévia das coisas a serem trocadas, mas
não exige licitação, pela impossibilidade mesma de sua realização,
uma vez que a determinação dos objetos da troca não admite
substituição ou competição licitatória.

Qualquer bem público, desde que desafetado do uso comum do povo


ou de destinação pública especial, pode ser permutado com outro
bem público ou particular, da mesma espécie ou de outra. O essencial
é que a lei autorizadora da permuta identifique os bens a serem
permutados e a avaliação previa atribua-lhes corretamente os
valores, para a efetivação da troca sem lesão ao patrimônio público.

7.3.5 Da investidura

É a incorporação de uma área pública, isoladamente inconstruível, ao


terreno particular confinante que ficou afastado do novo alinhamento
em razão de alteração do traçado urbano. Esse clássico conceito
doutrinário merece, atualmente, ampliação, no sentido de abranger
qualquer área inaproveitável isoladamente, remanescente ou
resultante de obra pública [32] uma vez que esta pode afetar
também os terrenos rurais. Assim sendo, área inaproveitável
isoladamente é aquela que não se enquadra nos módulos
estabelecidos por lei para edificação urbana ou aproveitamento para
fins agropecuários, concluindo que a inaproveitabilidade da área,
isoladamente, é justificativa suficiente para a alienação e também
para a dispensa de licitação, pois não poderia ser usada por outrem
que não o proprietário do imóvel lindeiro.
Realmente, essa situação cria para o proprietário confinante o direito
de adquirir por investidura a área pública remanescente e
inaproveitável segundo sua destinação natural, visto que só ele pode
incorporá-la ao seu lote e utilizá-la com o todo a que ficou integrada.
Por isso mesmo, a investidura, embora seja forma de alienação e
aquisição de imóvel público, exige autorização legislativa,
dispensando a concorrência, uma vez que a transferência de
propriedade só se pode fazer ao particular lindeiro e pelo preço
apurado em avaliação prévia, segundo os valores correntes no local.
Esse caráter de incorporação compulsória permite aos beneficiários
da investidura a plena utilização da área a ser investida, desde o
momento da retração do alinhamento ou da conclusão das obras, de
que resultaram sobras inaproveitáveis de terrenos públicos na divisa
ou no meio das propriedades particulares.

A formalização da investidura se faz por escritura pública ou termo


administrativo, sempre sujeitos a transcrição no registro imobiliário.

7.3.6 Da concessão de domínio

É forma de alienação de terras públicas que teve sua origem nas


concessões de sesmaria da Coroa e foi largamente usada nas
concessões de datas das Municipalidades da Colônia e do Império.
Atualmente, só é utilizada nas concessões de terras devolutas da
União, dos Estados e dos Municípios, [33] consoante prevê a tais
concessões não passam de vendas ou doações dessas terras
públicas, sempre precedidas de lei autorizadora e avaliação das
glebas a serem concedidas a título oneroso ou gratuito, além da
aprovação do Congresso Nacional quando excedentes de dois mil e
quinhentos hectares.

Quando feita por uma entidade estatal a outra, a concessão de


domínio formaliza-se por lei e independe de transcrição; quando feita
a particulares exige termo administrativo ou escritura pública e o
título deve ser transcrito no registro imobiliário competente, para a
transferência do domínio.

A concessão de domínio de terras públicas não deve ser confundida


com a concessão administrativa de uso de bem público, nem com a
concessão de direito real de uso de terrenos públicos, que já
estudamos precedentemente, porque importa alienação do imóvel,
enquanto estas – concessões de uso como direito pessoal ou real –
possibilitam apenas a utilização do bem concedido, sem a
transferência de sua propriedade.

7.3.7 Da legitimação de posse

É modo excepcional de transferência de domínio de terra devoluta ou


área pública sem utilização, ocupada por longo tempo por particular
que nela se instala, cultivando-a ou levantando edificação para seu
uso. A legitimação da posse há que ser feita na forma da legislação
pertinente, sendo que, para as terras da União, o Estatuto da
Terra[34] disciplina o procedimento e a expedição do título [35] para
o devido registro do imóvel em nome do legitimado. Quanto às terras
estaduais e municipais, são igualmente passíveis de legitimação de
posse para transferência do domínio público ao particular ocupante,
na forma administrativa estabelecida na legislação pertinente.

Expedido o título de legitimação de posse, que, na verdade, é título


de transferência de domínio, seu destinatário ou sucessor, deverá
levá-lo a registro. No registro de imóveis podem apresentar-se quatro
situações distintas

a) o imóvel não estar registrado;

b) o imóvel estar registrado em nome do próprio legitimado;

c) o imóvel estar registrado em nome do antecessor do legitimado;

d) o imóvel estar registrado em nome de terceiro estranho ao


legitimado.

No caso “a”, registra-se normalmente o título de legitimação.

No segundo e no terceiro casos “b” e “c”, o registro do título de


legitimação de posse substituirá os registros anteriores.

No quarto caso “d”, registra-se o título de legitimação de posse,


ficando sem efeito o registro existente.

Em qualquer dos casos prevalecerão as metragens e a descrição do


imóvel constantes do título de legitimação de posse, pois a finalidade
precípua deste ato é a regularização da propriedade pública e das
aquisições particulares por essa forma anômala, mas de alto sentido
social.
Por final, não há nestes casos usucapião do bem público como direito
do posseiro mas, sim, reconhecimento do Poder Público da
conveniência de legitimar determinadas ocupações, convertendo-as
em propriedade em favor dos ocupantes que atendam às condições
estabelecidas na legislação da entidade legitimante. Essa providência
harmoniza-se com o preceito constitucional da função social da
propriedade [36] e resolve as tão freqüentes tensões resultantes da
indefinição da ocupação, por particulares, de terras devolutas e de
áreas públicas não utilizadas pela Administração.

7.4 Observações

A. Cumpre observar que os bens do domínio público, posto que à


disposição do povo, da coletividade, estão e permanecem sob a
responsabilidade – nos aspectos de administração, manutenção,
conservação e vigilância – do Poder Público, que tem a obrigação de
cuidar para que estejam sempre em condições normais de utilização
pelo público em geral.

B. Esse bens podem ser objeto de limitações ao exercício do direito


de uso, com base no poder de polícia do Estado, sem desnaturar o
uso comum e sem transformá-lo em uso privativo. É feita uma
distinção entre os bens de uso comum ordinário (abertos a todos,
indistintamente, sem exigência de qualquer controle ou
remuneração) e os de uso comum extraordinário (sujeitos a
restrições impostas que limitem a categoria dos usuários,
determinem remuneração ou exijam outorga administrativa).

C. Por conseguinte, existe a possibilidade de um bem público ficar


condicionado ao uso privativo de determinada pessoa ou grupo de
pessoas determinadas, sob os institutos
de autorização, permissão ouconcessão de uso, atos de outorga
esses baixados pela Administração Pública consoante sua
conveniência e senso de oportunidade.

8 Da imprescritibilidade – da impenhorabilidade – da não


oneração dos bens públicos

Os bens públicos são, em regra, imprescritíveis, impenhoráveis e não


sujeitos a oneração, e a razão de ser desses atributos, tem
fundamentos constitucionais e legais, além de encontrarem plena
justificação na prática administrativa.
8.1 Da imprescritibilidade

A imprescritibilidade dos bens públicos decorre como conseqüência


lógica de sua inalienabilidade originária.

Se os bens públicos são originariamente inalienáveis, segue-se que


ninguém os pode adquirir enquanto guardarem essa condição. Daí
não ser possível a invocação de usucapião sobre eles. É principio
jurídico, de aceitação universal, que não há direito contra Direito, ou,
por outras palavras, não se adquire direito em desconformidade com
o Direito.

8.2 Da impenhorabilidade

A impenhorabilidade dos bens públicos decorre de preceito


constitucional que dispõe sobre a forma pela qual serão executadas
as sentenças judiciárias contra a Fazenda Pública, sem permitir a
penhora de seus bens. Admite, entretanto, o seqüestro da quantia
necessária à satisfação do débito, desde que ocorram certas
condições processuais (CF, art. 100).

O Código de Processo Civil [37] contém seção especial para a


execução contra a Fazenda Pública, [38] estabelecendo as regras
para o pagamento das requisições judiciais, na ordem de
apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito. Isto
significa que caberá ao Poder Público providenciar os recursos
necessários à execução, que se realiza sem penhora de qualquer bem
público.

8.3 Da não oneração dos bens públicos

A impossibilidade de oneração dos bens públicos – das entidades


estatais, autárquicas e fundacionais – é uma questão indiscutível,
diante da sua inalienabilidade e impenhorabilidade.

Penhor, anticrese e hipoteca são, por definição legal, direitos reais de


garantia sobre coisa alheia. [39] Como tais, tipificam-se pelo poder
de seqüela, isto é, de acompanhar a coisa em todas as suas
mutações, mantendo-a como garantia da execução. O que caracteriza
esta classe de direitos reais é a íntima conexão em que se acham
com as obrigações cujo cumprimento asseguram. É por vincularem a
coisa, diretamente, à ação do credor, para a satisfação de seu
crédito, que lhes cabe, adequadamente, a denominação de direitos
reais de garantia.
Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, a coisa
dada em garantia fica sujeita, por vínculo real, ao cumprimento da
obrigação.[40]
Só aquele que pode alienar poderá hipotecar, dar em anticrese ou
empenhar; só as coisas que se podem alienar poderão ser dadas em
penhor, anticrese ou hipoteca [41]

Ficam afastados, os bens de uso comum do povo e os de uso


especial, que são, por natureza, inalienáveis.

Restam, portanto, os dominiais e as rendas públicas.

Quanto a estes existe o obstáculo constitucional da


impenhorabilidade em execução judicial. Se tais bens, embora
alienáveis, são impenhoráveis por lei, não se prestam a execução
direta, que é consectário lógico de vínculo real, que se estabelece
entre a coisa e a ação do credor hipotecário, pignoratício ou
anticrético.

Exige o interesse público – a CF o resguardou – que o patrimônio das


pessoas públicas fique a salvo de apreensões judiciais por créditos de
particulares. Para a execução de sentenças condenatórias da Fazenda
Pública, a Lei Magna e o Código de Processo Civil instituíram
modalidade menos drástica que a penhora, porém não menos eficaz
que esta, ou seja, a da requisição de pagamentos, à conta dos
créditos respectivos, e o subseqüente seqüestro de dinheiro, se
desatendida a requisição. Ressalvaram-se, assim, os interesses da
Administração, sem se descuidar dos direitos de seus credores.

9 Da aquisição de bens pela administração pública

O Estado, no desempenho normal de sua administração, adquire bens


de toda espécie e os incorpora ao patrimônio público para a
realização de seus fins.

Os bens públicos são adquiridos pelas mesmas formas previstas no


Direito Privado – compra, venda, doação, etc – e pelas normas
específicas de Direito Público, como a desapropriação ou a
determinação legal. [42]
Essas aquisições ou são feitas contratualmente, pelos instrumentos
comuns do Direito Privado, sob a forma de compra, permuta, doação,
dação em pagamento, ou se realizam compulsoriamente, por
desapropriação ou adjudicação em execução de sentença, ou, ainda,
se efetivam por força da lei, na destinação de áreas públicas nos
loteamentos e na concessão de domínio de terras devolutas. Essas
modalidades de aquisição e alienação já foram vistas nos tópicos
anteriores, restando apenas advertir que cada modalidade de
aquisição tem forma e requisitos específicos para sua efetivação,
segundo se trate de móvel ou imóvel e de acordo com o valor do bem
a ser adquirido.

Toda aquisição de bens pela Administração deverá constar de


processo regular no qual se especifiquem as coisas a serem
adquiridas e sua destinação, a forma e as condições de aquisição e as
dotações próprias para a despesa a ser feita com prévio
empenho, [43] nos termos do contrato aquisitivo, precedido de
licitação, quando for o caso. [44] O desatendimento das exigências
legais na aquisição de bens para o patrimônio público poderá dar
causa a invalidação do contrato, até mesmo por ação popular [45] e
a responsabilização do infrator por emprego irregular de verbas ou
rendas públicas, [46] além do ressarcimento do dano, se houver
lesão aos cofres públicos.
Os bens imóveis de uso especial e os dominiais adquiridos por
qualquer forma pelo Poder Público ficam sujeitos a registro no registro
imobiliário competente; os bens de uso comum do povo – vias e
logradouros públicos – estão dispensados de registro enquanto
mantiverem essa destinação. [47]

10 Bens do domínio público

10.1 Terras públicas

10.1.1 Terras rurais públicas

São aquelas destinadas, originariamente, à agricultura e à pecuária,


podendo servir a outros usos ou manter-se intocadas para
preservação da flora, da fauna e de outros recursos naturais, com
jurisdição da União – por intermédio do INCRA.

10.1.2 Terras urbanas públicas


São as que se destinam, precipuamente, ao uso da própria
Administração Pública, bem como as áreas ocupadas pelos chamados
edifícios públicos. A jurisdição sobre os terrenos urbanos ou
urbanizáveis é da competência dos Municípios (Constituição
Federal/88, art. 30), o que permite, assim, transformar, por lei
específica da edilidade, áreas rurais em áreas urbanas.

10.1.3 Terras devolutas

São todas as terras que pertencem ao domínio público, de qualquer


das entidades estatais, e que não se achem utilizadas pelo Poder
Público, nem destinadas a fins administrativos específicos.

10.1.4 Plataforma continental

O leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além de


seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de
seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental,
ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de
base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos
casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa
distância. [48]

Os recursos naturais existentes ou encontrados na plataforma


continental são considerados bens da União, de acordo com a
Constituição Federal, neles se incluindo o petróleo off-shore e fauna
marinha.

10.1.5 Terras ocupadas tradicionalmente pelos índios

São as porções do território nacional necessárias à sobrevivência


física e cultural das populações indígenas que as habitam, onde
enterraram e cultuam seus mortos e mantêm suas tradições.

Um dos grandes problemas brasileiros consiste na demarcação das


reservas indígenas.

10.1.6 Terrenos de marinha

Todos os que, banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis,


em sua foz, vão até a distância de 33 metros para a parte das terras,
contados desde o ponto em que chega o preamar médio. [49]

10.1.7 Terrenos acrescidos


Todos aqueles que se formam com a terra carreada pela caudal. [50]
Os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do
mar ou dos rios e lagos, em seguimento aos terrenos de
marinha. [51]

Os que acrescem terrenos de marinha pertencem à União.

10.1.8 Terrenos reservados

Fica reservada para a servidão pública nas margens dos rios


navegáveis e de que se fazem os navegáveis, fora do alcance das
marés, salvas as concessões legítimas feitas até a data da publicação
da presente lei a zona de sete braças contadas do ponto médio das
enchentes ordinárias para o interior e o Governo autorizado para
concedê-la em lotes razoáveis na forma das disposições sobre os
terrenos da marinha. [52]
São faixas de terras particulares que margeiam rios, lagos e canais
públicos, oneradas com a servidão de trânsito na largura de quinze
metros, que corresponde, aproximadamente, a sete braças. [53]

10.1.9 Ilhas dos rios públicos e ilhas oceânicas

As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as


praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras. [54]
São bens dos Estados-membros as áreas, nas ilhas oceânicas e
costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros. [55]

Ilhas marítimas oceânicas são as que se encontram afastadas da


costa e não resultam do relevo continental, ou da plataforma
submarina – as que resultam do relevo continental ou da plataforma
submarina recebem a denominação de ilhas costeiras.

10.1.10 Álveos abandonados

Entende-se por álveo a faixa de terra ocupada pelas águas de um rio


ou lago, isto é, o leito das águas perenes.

Abandonado, passa ao Poder Público se a mudança do primitivo leito


do rio ou lago ocorreu por obra do Poder Público.

10.1.11 Faixa de fronteira

É uma faixa de 150 (cento e cinqüenta) km de largura, ao longo das


fronteiras terrestres, considerada fundamental para defesa do
território nacional, [56] e cuja ocupação e utilização sofrem
restrições legais.

10.1.12 Vias e logradouros públicos

São as terras ocupadas com as vias e logradouros públicos e que


pertencem à Administração da esfera que os construiu. As terras
ocupadas pelas vias férreas seguem a natureza da estrada a que se
destinam, podendo pertencer ao domínio público de qualquer das
entidades estatais, ser de propriedade particular ou, ainda,
exploradas mediante concessão federal ou estadual.

10.1.13 Áreas ocupadas com as fortificações

Correspondem aos terrenos em que foram, são ou vierem a ser


construídas fortificações e outras construções bélicas necessárias à
defesa nacional e que pertencem à União.

10.1.14 Legislação sobre terras públicas

• Decreto-lei nº 9.760, de 05.09.46 (alterado pela Lei nº 7.450, de


23.12.85), sobre Bens Imóveis da União;
• Lei nº 4.504, de 30.11.64, sobre o Estatuto da Terra;
• Ato Complementar 45, de 30.11.64, sobre a Aquisição de
Propriedade Rural por Estrangeiros, regulamentado pelo
Decreto-lei nº 494, alterado pelo Decreto-lei nº 924, de
10.10.69, sendo complementado pela Lei nº 5.079, de 07.10.71;
• Lei nº 4.947, de 06.04.66, sobre a Reforma Agrária;
• Decreto-lei nº 554, de 25.04.66, sobre a Desapropriação de
Imóveis Rurais por Interesse Social;
• Decreto-lei nº 582, de 15.05.69, estabelecendo outras Medidas
sobre a Reforma Agrária;
• Decreto-lei nº 1.416, de 18.08.75, que dispõe sobre a
Ratificação das Concessões e Alienações de Terras Devolutas
na Faixa de Fronteira;
• Lei n 6.383, de 07.12.76, que dispõe sobre o Processo
Discriminatório de Terras Devolutas da União e dá outras
providências;
• Decreto-lei nº 1.561, de 13.07.77, que dispõe sobre a Ocupação
de Terrenos da União;
• Lei nº 6.634, de 02.05.79, sobre a Faixa de Fronteira;
• Decreto-lei nº 2.375, de 24.11.87, que dispõe sobre Terras
Públicas.

10.2 Das Águas Públicas

10.2.1 Águas Nacionais

As águas nacionais – externas ou internas, segundo o Direito


Internacional Público –conforme o uso que a elas se dê e o domínio
que as caracterize, são classificadas em públicas, comuns e
particulares.

Segundo este critério, águas públicas são todas as que


pertencem a uma pessoa jurídica de Direito Público ou têm
destinação pública (uti universi); águas comuns são as correntes não
navegáveis nem flutuáveis e de que essas não se façam; águas
particulares são as nascentes e todas as demais situadas em
propriedade privada, desde que não estejam classificadas entre as
públicas ou as comuns. [57]

10.2.1.1 Águas internas

São aquelas que banham exclusivamente o território nacional


ou lhe servem como fronteira e linha divisória com Estados
estrangeiros, abrangem os rios, lagos e mares interiores, os portos,
canais e ancoradouros, as baías, golfos e estuários cujas aberturas
não ultrapassem os limites adotados em Convenções Internacionais.

10.2.1.2 Águas externas

São que contornam o continente, compreendem o mar


territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e o alto-mar.

Como mar territorial, convencionou-se que compreende uma


faixa até um limite que não ultrapasse 12 milhas marítimas, medidas
a partir de linhas de base, ou seja, da linha de baixa-mar do litoral
continental e insular brasileiro, onde o Brasil exerce sua soberania.

A zona contígua, que é uma faixa de igual largura, pois não


pode estender-se além de 24 milhas marítimas, contadas das linhas
de base que servem para medir a largura do mar territorial.

A zona econômica exclusiva, compreendendo a faixa que vai


das doze às duzentas milhas, obedecendo a mesma contagem para o
mar territorial e zona contígua.
Por alto-mar ficou convencionado serem consideradas todas as
partes do mar não incluídas na zona econômica exclusiva, no mar
territorial ou nas águas interiores de um Estado, nem águas
arquipelágicas de um Estado arquipélago.

Separando os diversos continentes, e como res nullius, são águas


de uso comum, sem que sobre elas qualquer Nação possa sequer
pretender exercer direitos de soberania ou domínio individual. [58]

Não se deve esquecer dois aspectos referentes às águas,


principalmente as internas: seu potencial hidroelétrico como fonte de
energia de interesse coletivo e nacional, e ser o meio em que se
processa a pesca, não menos relevante para o povo.

10.2.2 Legislação sobre águas públicas

• Código de Águas, Decreto nº 24.643, de 10.07.34, que dispõe


sobre a Classificação e Utilização das Águas Internas, bem
como sobre o Aproveitamento do Potencial Hidráulico, fixando
as respectivas Limitações Administrativas de Interesse Público;
• Decreto-lei nº 852, de 11.11.38, que reclassifica as Águas do
Domínio da União (*);
• Decreto-lei nº 2.281, de 05.06.40, que dispõe sobre a
Tributação das Empresas de Energia Elétrica (*);
• Código de Águas Minerais, Decreto-lei nº 7.841, de 08.08.45,
que conceitua as Águas Minerais e dispõe sobre sua Pesquisa,
Lavra e Exploração Industrial;
• Lei nº 2.308, de 31.08.54, que institui o Fundo Federal de
Eletrificação e cria o Imposto Único sobre a Energia Elétrica (*);
• Decreto nº 41.019, de 26.02.57, que regulamenta os Serviços
de Energia Elétrica, alterado pelos Decretos 68.419/71 e
83.269, de 12.03.79 (*);
• Lei nº 3.890-A, de 25.04.61, que autoriza a constituição da
empresa “Centrais Elétricas Brasileiras S/A – Eletrobrás” (*);
• Decreto nº 68.419, de 25.03.71, que aprova o regulamento do
Imposto Único sobre Energia Elétrica, o Fundo Federal de
Eletrificação, o Empréstimo Compulsório em favor da
Eletrobrás, e altera o Decreto nº 41.019/57 (*);
• Decreto nº 75.700, de 07.05.75, sobre Produção das Fontes;
• Decreto nº 78.171, de 02.08.76, que regula o Controle e a
Fiscalização das Águas Minerais;
• Decreto nº 84.422, de 23.11.80, sobre Controle Sanitário;
• Lei nº 8.617, de 04.01.93, que dispõe sobre o Mar Territorial, a
Zona Contígua e a Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma
Continental Brasileiros.

(*) implicam alterações e modificações do Código de Águas.

10.3 Das jazidas

Entende-se como jazida toda massa individualizada de


substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no
interior da terra e que tenha valor econômico. [59]

Mina é a jazida em lavra.

A jazida é fenômeno geológico, da natureza, enquanto a mina é o


resultado de exploração da jazida, traduzindo uma atividade
econômica e produtiva. [60]

CF, art. 176. – As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos


minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade
distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra.

parágrafo 1º – A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o


aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo
somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão
da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e
administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições
específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de
fronteira ou terras indígenas.

parágrafo 2º – É assegurada participação ao proprietário do solo nos


resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

parágrafo 3º – A autorização de pesquisa será sempre por prazo


determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo
não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem
prévia anuência do poder concedente.
parágrafo 4º – Não dependerá de autorização ou concessão o
aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade
reduzida. [61]
Tem-se então, nos dispositivos constitucionais [62] e respectivos
parágrafos, estabelecendo serem da propriedade da União os
minérios, ainda que os solos sobre os quais se encontrem pertençam
a particulares, podendo serem explorados pelo sistema de
autorização ou concessão, com direito de participação no resultado
da lavra. [63]

Como toda concessão, a de lavra é um ato unilateral pelo qual o


Presidente da República confere ao concessionário o direito de lavrar
determinada jazida ou mina. O título de concessão de lavra é um bem
jurídico de valor econômico que se integra no patrimônio de seu
titular, ficando a União obrigada a indenizar o concessionário da lavra
toda vez que suprimir ou restringir a concessão.

O regime de monopólio é disciplinado por leis especiais e


compreende,[64] a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás
natural e outros hidrocarbonetos fluidos, bem como a pesquisa, a
lavra o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados.

O dois mais expressivos tipos de jazidas, pela importância estratégica


e econômica, são as de petróleo e de minerais nucleares, não se
podendo deixar de citar todos os minerais de alto valor econômico, os
metais nobres, os raros e aqueles indispensáveis ao desenvolvimento
de qualquer nação (ouro, prata, ferro, tungstênio, manganês, etc.).

10.3.1 Legislação sobre jazidas

• Código do Petróleo, Decreto-lei nº 3.236, de 07.05.41;


• Lei nº 4.118, de 27.09.62, que estabelece Normas para a
Exploração dos Minérios Atômicos;
• Código de Mineração, Decreto-lei nº 227, de 28.02.67,
modificado pelos Decretos-leis nº 318, de 14.03.67, e 330, de
13.09.67, e Leis nº 6.403, de 15.12.76, nº 6.567, de 24.09.78, e
nº 8.901, de 30.06.94, e seu Regulamento, Decreto nº 62.934,
de 02.07.68;
• Lei nº 6.189, de 16.12.74, e Decreto nº 80.266, de 31.08.77,
considerando Reservas Nacionais as Minas e Jazidas de
substâncias de Interesse para a Produção de Energia Atômica;
• Lei nº 6.340, de 05.07.76, que dispõe sobre a Mineração em
Área de Pesquisa e Lavra de Petróleo;
• Lei nº 6.567, de 24.09.78, que institui Regime Especial para
Exploração e Aproveitamento das Substâncias Minerais que
especifica e altera o Sistema de Pesquisa e Lavra, só facultado
ao proprietário do solo ou a quem dele tiver expressa
autorização.

10.4 Das florestas

É a forma de vegetação, natural ou plantada, constituída por


um grande número de arvores, com o mínimo espaçamento entre
si. [65]

É a mata cerrada. Nossa flora, composta de um riquíssimo e


variadíssimo conjunto de espécies vegetais, nas mais diversas regiões
do imenso território nacional, tem em suas florestas uma das suas
mais importantes razões para exercer o domínio eminente.

O solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou


artificialmente, [66] enquanto o Código Florestal as diz bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, o que significa
permitir que sobre elas se exerçam direitos de propriedade, desde
que com as limitações que as leis impuserem.

Tanto é assim que qualquer entidade estatal pode constituir reservas


florestais ou parques florestais, em suas próprias terras ou nas
particulares – neste caso, mediante desapropriação – o que
demonstra a competência concorrente da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios para legislar sobre a matéria.

Sua importância transcende o aspecto econômico, tratando-se de


uma questão ecológica. Passou-se [67] a se falar em florestas de
preservação permanente, possibilitada a interdição de derrubadas
criminosas em determinadas áreas do País, ou de certas espécies de
árvores, e tornando obrigatório o reflorestamento em algumas
regiões.
Dentre as medidas de proteção às florestas, inclui-se a chamada
defesa sanitária, a cargo de todas as entidades estatais, e
particularmente do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis, sucessor do antigo IBDF – Instituto
Brasileiro de Defesa Florestal, [68] no bojo de uma gigantesca
restruturação da Administração Pública brasileira.

Não bastasse toda a relevância das florestas como coisa de uso


comum, ela ainda representa o hábitat de parte considerável de
nossa fauna, não menos rica e variada.

9.4.1 Legislação sobre florestas:

• Decreto-lei nº 3.583, de 03-09-41, proíbe a Derrubada de


Cajueiros em Áreas Rurais;
• Decreto nº 27.314, de 17.10.49, declara protetoras algumas
florestas (hoje, ditas de preservação permanente);
• Decreto nº 30.052, de 04.10.51, declara Imunes de Cortes
alguns tipos de Árvores;
• Código Florestal, Lei nº 4.771, de 15.09.65, alterado pela Lei nº
6.535, de 15.06.78;
• Lei nº 5.106, de 02.09.66, Decreto-lei nº 1.134, de 16.11.70, e
Decreto nº 79.046, de 27.12.76, sobre Incentivos Fiscais para
Empreendimentos Florestais;
• Decreto Legislativo nº 39, de 1976, aprova Acordo entre Brasil e
Peru para a Conservação da Flora e da Fauna dos Territórios
Amazônicos dos dois países;
• Lei nº 7.754, de 14.04.89, estabelece Medidas de Proteção das
Florestas Existentes nas Nascentes dos Rios.

10.5 Da fauna

A fauna constitui fonte primária de alimentação para inúmeros


caçadores, amadores ou profissionais, conquanto sirva, também, a
propósitos criminosos, como o aprisionamento de aves de nossa
diversificada fauna.

A fauna silvestre, os ninhos, abrigos e criadouros naturais de seus


componentes ficaram incorporados ao domínio público da União. [69]

Há competência concorrente entre a União, os Estados e o Distrito


Federal para legislar sobre a matéria, cabendo a preservação da
fauna, como da flora, a todas as entidades estatais, inclusive os
Municípios.
A exemplo da defesa sanitária citada no estudo das florestas,
constitui importante aspecto de proteção à fauna a defesa sanitária
animal, mormente no tocante ao combate às epizootias e zoonoses
em geral.

Existe uma preocupação estatal com a reprodução e preservação das


espécies, notadamente aquelas ameaçadas de extinção, daí a razão
do Código de Caça [70] e todos seus complementos de menor área
geográfica de abrangência (legislações, regulamentações e
normalizações estaduais).
A fauna marinha não é menos relevante à população do País.
Portanto, a pesca também merece atenção, havendo um Código de
Pesca [71] a regular todo ato tendente a capturar ou extrair
elementos animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou
mais freqüente meio de vida, [72] podendo ser classificada como
comercial, desportiva e científica, conforme o seu objetivo seja de
comércio, de lazer ou pesquisa. [73]

Fonte de alimentação das populações ribeirinhas e da atividade


pesqueira, nossas águas têm atraído, inclusive, estrangeiros que até
aqui vêm pescar – principalmente japoneses – e já suscitou uma
disputa internacional resolvida na Corte Internacional de Justiça, da
Haia, com a França – guerra da lagosta – em que as águas
internacionais e a plataforma continental brasileira foram argüidas
em defesa do direito de cada país.

A reprodução das espécies marinhas, igualmente, é protegida, sendo


normalmente proibida a pesca na época da reprodução, nas áreas
onde se verificam as desovas – piracema.

10.5.1 Legislação sobre fauna

• Decreto-lei nº 1.159, de 15.03.39, que dispõe sobre a Execução,


pelos Estados-membros, das Leis, Regulamentos e demais
Disposições Federais sobre a Caça e a Pesca;
• Lei nº 569, de 21.12.48, regulamentada pelo Decreto nº 27.932,
de 28.03.50, que estabelece Medidas de Defesa Sanitária
Animal;
• Código de Caça, Lei nº 5.197, de 03.01.67, alterado pela Lei nº
7.653, de 12.02.88;
• Código de Pesca, Decreto-lei nº 221, de 28.02.67;
• Lei nº 7.679, de 23.11.88, que Proibiu a Pesca, nos Cursos d
´Água, nos Períodos em que Ocorrem Fenômenos Migratórios
para Reprodução, e, em Água Parada ou Mar Territorial, nos
Períodos de Desova, de Reprodução e de Defeso, etc.

10.6 Do espaço aéreo

É coisa insusceptível de domínio privado, pela própria


natureza. “O céu é do condor” – já disse o poeta – é de todos os
pássaros e de todas as aeronaves.

Sua principal utilidade pública, como bem apreciável a justificar a


preocupação dos Estados, refere-se ao tráfego aéreo, considerando-
se como área de soberania nacional a projeção acima do respectivo
território.

Por esse motivo, em não tendo havido solicitação prévia e prévia


autorização específica de um governo para que uma aeronave
estrangeira cruze seus ares, terá se verificado uma invasão de seu
espaço aéreo, constituindo causa de reação legítima que todos os
governos reconhecem e acatam. Em se tratando de aeronaves
militares, será agressão e a reação armada pode, e deve ser mais
enérgica, nos termos da melhor doutrina do Direito Internacional
Público.

Basicamente, rege-se pelo Código Brasileiro de Aeronáutica. [74]

Entende-se também como espaço aéreo a projeção sobre a


plataforma continental ou o mar territorial, o que for mais extenso.

11 Da questão ecológica

A luta pelo equilíbrio ecológico, diante da atitude predatória do


homem civilizado que, a pretexto do desenvolvimento, devasta
florestas, exaure o solo, extermina a fauna e polui as águas e o
próprio ar de que necessitamos como bem vital de natureza não-
econômica, não começou hoje nem é modismo, mas tornou-se, nos
últimos vinte e cinco anos, uma questão essencial para a
humanidade. A preservação da Natureza é requisito fundamental
quanto a todos os elementos essenciais à vida humana. Daí a razão
de tanto se falar e se insistir no tema da proteção ambiental em uma
vastíssima legislação.

As normas ambientais se revestem de três aspectos:


A. controle da poluição;

B. a preservação dos recursos naturais;

C. a restauração dos elementos destruídos.

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio


ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados. [75]

O mundo todo vem se preocupando com a questão da ecologia


ameaçada, acarretando sérios danos ao homem e ao próprio planeta
Terra. Fala-se todos os dias no buraco da camada de ozônio que
aumenta sem parar, o superaquecimento dos mares, a destruição da
hiléia – o chamado pulmão do mundo – essa reserva monumental de
oxigênio que preenche a Amazônia.

É culpa do homem, crime do homem e compete ao homem reparar. A


ONU já promoveu duas grandes conferências mundiais, a última delas
no Rio de Janeiro, em 1992, sobre o Meio Ambiente. Vinte anos antes,
na Suécia, havia se tratado do tema pela primeira vez. Pouco foi feito
até agora e são exatamente os países mais desenvolvidos, os mais
ricos, aqueles que mais contribuem, com suas indústrias e suas
pesquisas – inclusive nucleares – para a degradação da qualidade de
vida que temos conhecido. Eles, que mais podem, mais devem.

11.1 Legislação sobre proteção ambiental:

• Decreto nº 23.777, de 23.01.34, que regulariza o Lançamento


de Resíduo Industrial em Águas Fluviais;
• Portaria nº 85-DCP, de 07.06.61, que proíbe o Lançamento de
Resíduos Sólidos ou Líquidos nos Cursos d´Água, sem
Tratamento;
• Decreto nº 50.877, de 29.07.61, que dispõe sobre o
Lançamento de Resíduos Tóxicos ou Oleosos nas Águas
Interiores ou Litorâneas do País;
• Lei nº 4.118, de 27.08.62, que dispõe sobre a Política Nacional
de Energia Nuclear;
• Lei nº 5.318, de 23.09.67, que institui a Política Nacional de
Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento;
• Lei nº 5.357, de 17.11.67, que estabelece Penalidades para
Embarcações e Terminais Marítimos e Fluviais que Lançarem
Detritos ou Óleo em Águas Brasileiras;
• Portaria nº 170/72-SUDEPE, de 20.04.72, que proíbe o
Lançamento de Detritos Poluidores, Particularmente da “Borra
Cinzenta” oriunda das Salinas, nas Lagoas Litorâneas;
• Decreto-lei nº 1.413, de 14.08.75, que dispõe sobre o Controle
da Poluição do Meio Ambiente provocada por Atividades
Industriais, regulamentado pelo Decreto nº 6.389, de 03.10.75;
• Portaria nº 231/76-MINTER, de 27.04.76, que estabelece os
Padrões de Qualidade do Ar;
• Lei nº 6.453, de 17.10.77, que dispõe sobre a Responsabilidade
Civil e Criminal por Danos Nucleares;
• Decreto nº 81.107, de 22.12.77, que define as Atividades
consideradas de Alto Interesse para o Desenvolvimento e a
Segurança Nacionais;
• Portaria nº 323-MINTER, de 29.11.78, e 158-MINTER, de
03.11.80, que proíbem o Lançamento de Vinhoto em qualquer
Coleção Hídrica;
• Lei nº 6.803, de 02.07.80, que estabelece as Diretrizes Básicas
para o Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição;
• Portaria nº 100/80-MINTER, de 14.07.80, que fixa Padrões de
Emissão de Fumaça por Veículos movidos a Óleo Diesel;
• Decreto-lei nº 1.809, de 07.10.80, que institui o Sistema de
Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro;
• Lei nº 6.894, de 16.12.80, que dispõe sobre o Controle da
Produção e Comércio de Fertilizantes (alterada pela Lei 6.934,
de 17.03.81, e pelo Decreto-lei nº 1.899, de 21.12.81) e
regulamentada pelo Decreto nº 86.955, de 18.02.82;
• Decreto-lei nº 1.865, de 26.02.81, que dispõe sobre Pesquisa e
Lavra de Minérios que contenham Elementos Nucleares;
• Lei nº 6.938, de 31.08.81, que instituiu a Política Nacional do
Meio Ambiente e criou o Sistema Nacional de Preservação e
Controle;
• Decreto nº 90.857, de 24.01.85, que estabelece Reservas de
Minérios Nucleares;
• Lei nº 7.365, de 13.09.85, que proíbe a Fabricação de
Detergentes Não-biodegradáveis, vedando, também, sua
Importação;
• Resolução 18/86-CONAMA, de 06.05.86, que institui o Programa
de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores;
• Resolução nº 6/88-CONAMA, de 15.06.88, que determina
Controle Específico para vários Resíduos Industriais;
• Lei nº 7.735, de 22.02.89, que criou o IBAMA;
• Resolução 3/89-CONAMA, de 15.06.89, que dispõe sobre a
Emissão de Aldeídos por Veículos Automotores Leves;
• Resolução 4/89-CONAMA, de 15.06.89, que dispõe sobre a
Emissão de Hidrocarbonetos por Veículos Automotores Leves;
• Lei nº 7.797, de 10.07.89, que criou o Fundo Nacional do Meio
Ambiente;

· Lei nº 7.802, de 11.07.89, que regula todas as Fases da


Produção ao Destino Final dos Resíduos de Agrotóxicos, inclusive sua
Fiscalização e Controle;

• Lei nº 8.028, de 12.04.90, que criou a Secretaria do Meio


Ambiente;
• Lei nº 8.490, de 19.11.92, que transformou a Secretaria do Meio
Ambiente em Ministério do Meio Ambiente;
• Lei nº 8.723, de 28.10.93, que dispõe sobre a Redução de
Emissão de Poluentes para Veículos Automotores.

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