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Mussolini

Mussolini, cujo nome completo era Benito Amilcre Andrea Mussolini, viveu de 1883 a
1945. Foi o líder máximo (o dulce) da Itália durante o período de 1922 a 1943 – quando
foi preso por tropas aliadas durante a Segunda Guerra. Foi ele também quem criou
o movimento fascista, que deu origem ao Partido Nacional Fascista, no fim da década
de 1910. Mussolini foi o primeiro ideólogo totalitário da Europa a chegar ao poder
máximo de uma nação da Europa Ocidental.

O exercício do poder político, para Mussolini, deveria estender-se para todos os âmbitos
da vida dos indivíduos, que deveriam estar ajustados à vontade do Dulce , isto é, dele
próprio, como líder capaz de conduzir a todos rumo ao “triunfo da Itália”, enquanto
nação e império. A aspiração ao controle total da vida dos cidadãos pelo Estado inspirou
vários outros líderes políticos da época, entre eles Francisco Franco, na
Espanha, Adolf Hitler, na Alemanha, e até mesmo Getúlio Vargas, no Brasil, na fase
da ditadura do Estado Novo.

 Ingresso na atividade política e Primeira Guerra Mundial

Benito Mussolini começou sua militância política na primeira década do século XX. À
época, a Itália, como muitas outras nações europeias, vivia turbulentas agitações
políticas nas quais entravam em conflito ideologias como o comunismo, o sindicalismo
radical, o socialismo, o anarquismo, entre outras. Mussolini fazia parte do Partido
Socialista Italiano e exercia a sua militância principalmente por meio do
periódico Avanti!, vinculado ao partido.

Todavia, quando teve início a Primeira Guerra Mundial, Mussolini passou a divergir


com os outros membros do partido porque defendia a entrada do então Reino da Itália
na guerra e queria deixar isso claro como posicionamento do partido por meio do jornal.
Pela intransigência de sua defesa, Mussolini teve que deixar o jornal Avanti!, mas
continuou a defender sua posição por meio de outro veículo, criado por ele próprio,
chamado Il Popolo d'Italia (O Povo da Itália).

Em Il Popolo d'Italia, o futuro Dulce foi progressivamente dando uma guinada do


socialismo para o corporativismo nacionalista e coletivista que caracterizaria o
fascismo. Ainda durante a Primeira Guerra, Mussolini alistou-se no Exército Italiano
para lutar contra as forças dos aliados germânicos, Alemanha e Império Austro-
húngaro, chegando a obter a patente de sargento. Quando terminou a guerra, que foi
devastadora também para os “vencedores”, em 1918, ele se associou a pessoas de várias
camadas sociais, operários, camponeses, profissionais liberais, militares, para formar o
chamado Fasci Italiani di Combattimento.

 Fasci Italiani di Combattimento

O Fasci Italiani di Combattimento, algo que poderia ser traduzido como “Feixe Italiano
de Combate”, foi o nome dado por Mussolini para a associação paramilitar, fundada em
1919, que se transformaria no Partido Nacional Fascista. O nome “fasci”, em italiano,
significa “feixe” e faz referência à imagem do feixe de varas envolvendo um machado,
que era símbolo do poder no Império Romano. O fascismo, entre 1919 e 1922,
conseguiu arrebanhar um número bastante expressivo de pessoas, de modo que, em 28
de outubro desse último ano mencionado, esses adeptos das ideias mussolinianas foram
às ruas rumo à sede do Reino da Itália pressionar Victor Emmanuel III, então rei, a
nomear Mussolini primeiro-ministro. Esse acontecimento ficou conhecido como
“Marcha sobre Roma”.

Tomado o poder, os fascistas passaram a dar vazão aos seus projetos totalitários. Um
dos passos estratégicos dados por Mussolini foi a promulgação da chamada Carta do
Trabalho, em 1927. Tratava-se de um dispositivo de controle dos sindicatos e de
associações de trabalhadores, de modo geral, que passavam a estar plenamente
integrados ao Estado Corporativo. Outra decisão estratégica foi a concessão da
soberania do território do Vaticano à Igreja Católica por meio do Tratado de Latrão,
de 1929.

 “Potências do Eixo” e Segunda Guerra Mundial

Na década de 1930, o Estado fascista passou a atuar com mais rigidez sobre as zonas de
influência da Itália no continente africano – a Itália tinha posses coloniais na África
desde o século XIX. Uma das operações militares mais agressivas do fascismo ocorreu
na Abissínia (atual Etiópia), então comandada por outro ditador, Haile Selassie, em
1935. O exército italiano valeu-se de armas químicas para exterminar soldados e civis
etíopes. Esse gesto gerou o repúdio público de nações que até então não se
posicionavam contra o fascismo. Foi o caso da França e da Inglaterra.

À medida que investia militarmente em campanhas no território africano e outras


regiões, Mussolini necessitava de armamento e outros tipos de suporte. No ano de 1936,
o apoio veio do Nazismo, que já estava à frente do poder na Alemanha,
com Adolf Hitler como líder máximo. Nesse mesmo ano, o Império Japonês, que
também possuía características totalitárias e expansionistas, aliou-se à Alemanha e à
Itália, compondo o chamado Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Foi em torno desse (e contra
ele) “eixo” que girou a Segunda Guerra Mundial.

Mussolini só foi desposto do governo da Itália em 1943, quando foi capturado por
tropas aliadas (os chamados “aliados”, na Segunda Guerra, estavam contra as potências
do “Eixo” e eram liderados por Inglaterra, Estados Unidos e URSS) na Sicília.
O Dulce foi então conduzido ao Hotel Gran Sasso, onde ficou sob custódia. Entretanto,
em setembro desse mesmo ano, paraquedistas das forças especiais nazistas, as SS,
invadiram o referido hotel e libertaram o líder fascista, que tentou retomar o poder de
seu país de um quartel-general montado na cidade de Salò. Essa tentativa de retomar o
poder ficou conhecida como República Social Fascista.

 Morte por membros da Resistência Italiana


Em 28 de abril de 1945, quando as potências do “Eixo” já se encontravam quase que
completamente derrotadas, Mussolini foi capturado por membros
da Resistência Italiana, que atuava ao lado dos aliados contra o fascismo. Mussolini foi
fuzilado com a sua esposa, e seus corpos foram expostos, durante vários dias, na praça
Loreto, em Milão.

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