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Antecedentes
Pouco antes do conflito, o Egito estava enfraquecido econômica e militarmente. O
presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, fervoroso pan-arabista nacionalista, defensor
do não-alinhamento e da proeminência do Egito no seio da Liga Árabe, estimulava os
outros países a não entrarem em conflito com Israel.
Apesar dos constantes avisos de Nasser, a Síria estava envolvida em um embate com
Israel por conta da água. A Síria tinha um plano para obstruir um dos afluentes do Rio
Jordão e desviá-lo para irrigar suas plantações. Contudo, o Jordão era de suma
importância também para Israel, e o avanço sírio ameaçava não só Israel como outros
países árabes.
As origens da guerra dos Seis Dias costumam ser traçadas na conferencia da Liga Árabe
realizada no Cairo, em 1964, onde foi debatido o desvio das águas do Jordão, questão de
suma importância para aqueles ali presentes. Ficou decidido então que o
estabelecimento de Israel era uma ameaça que a nação árabe em sua totalidade deveria
impedir. Assim, já que a existência de Israel era uma ameaça, o desvio das águas do
Jordão multiplicaria os perigos à existência árabe. Logo, os estados árabes estavam
elaborando planos para a liquidação final de Israel.
Preparações
Aparentemente, nenhum lado desejava a guerra, mas o desejo israelense de realizar
operações preventivas e o aval dos Estados Unidos selaram o confronto.
Com isso, no ano de 1967, Egito e Síria iniciam um conjunto de ofensivas diplomáticas
entre as nações árabes para obter o apoio necessário para a batalha que seria decisiva
contra Israel.
O conflito
Israel não vê outra alternativa que não seja um ataque preventivo. Os principais
objetivos eram abrir o estreito de Tiran e neutralizar o exército egípcio no Sinai.
Objetivos políticos e territoriais não foram definidos pelo governo quando da ordem de
ataque para. Os objetivos da guerra só surgiram, de forma confusa e contraditória,
durante o combate.
Apesar dos acordos de Israel com a Jordânia, ela decide se juntado ao Egito. Esta união
foi fundamental para que Israel decidisse anexar a região de Jerusalém oriental.
O resultado é amplamente favorável a Israel. Sua força aérea destrói a homóloga egípcia
juntamente com aeroportos e instalações anexas, incapacitando totalmente o braço aéreo
do vizinho a sudoeste. O Sinai é ocupado militarmente por Israel, que apodera-se
também de Gaza e do Golfo de Ácaba.
No dia 8 de junho, o Egito aceita o cessar-fogo proposto, e a Síria faz o mesmo no dia
10, terminando assim com a guerra dos Seis Dias. A sensação inicial foi de triunfo. O
país de apenas 19 anos, rodeado de inimigos vencera não apenas o poderoso Egito, mas
também a Jordânia e a Síria, tudo em cerca de 132 horas.
Consequências
Territórios Israelenses antes e depois da Guerra dos Seis Dias. Ilustração: Wikimedia.
Israel começara a guerra com apenas 20.300 km2 de área sob sua administração, mas
depois do dia 10 contava com cerca de 102.400 km2, um aumento de cerca de cinco
vezes em seu território. As conquistas consolidavam o projeto da Grande Israel que
havia sido, outrora, um dos projetos de algumas escolas sionistas.
A Guerra dos Seis Dias deu a Israel o controle das colinas de Golã, o deserto do Sinai, a
faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Mais que territórios, Israel
conquistou em 1967 problemas que, quatro décadas depois, continuam tão vívidos
quanto a memória da guerra entre os que sobreviveram a ela.
A devolução dos territórios ocupados na guerra dos Seis Dias sempre se mostrou
complicada. A península do Sinai foi devolvida ao Egito em 1979, resultado de uma
inédita oferta de paz do sucessor de Nasser, Anwar Sadat. Infelizmente, isso selou o
destino de Sadat, morto por extremistas islâmicos em 1982. A questão das colinas de
Golã, aparentemente, ainda se arrastará por anos, devido à corrente guerra civil na Síria
e os entraves que Israel cria para a devolução da área.
Efeito colateral
A guerra dos Seis Dias teve o efeito colateral de trazer a questão palestina para a agenda
global. A ocupação de um território três vezes maior do que o inicialmente previsto
favoreceu a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que manteve
firme a ideia de criação de um estado para seu povo. Apenas em 1968 Iasser Arafat e
seus companheiros puderam assumir a liderança e reformular o movimento.
Desdobramentos recentes
Nos últimos anos, o governo israelense tentou retirar-se unilateralmente de Gaza em
2005. Com uma plataforma de decisões unilaterais, o atual partido no poder, o Kadima,
foi eleito. Mas essa idéia fracassou no verão de 2006, com a guerra com o Líbano e
novos conflitos com os palestinos. Para a população, os territórios que começavam a ser
desocupados se mostraram perigosos e povoados por ferrenhos adversários. A maioria
dos israelenses ainda apoia a ocupação de Jerusalém oriental, mas o mesmo não
acontece com outros territórios, incluindo Gaza, por acreditarem que a tendência é a de
separação do estado israelense.
Assentamentos
Por outro lado, ainda há significativa presença de fundamentalistas judeus contrários à
devolução dos locais de onde Israel já retirou suas forças, como nos antigos
assentamentos judaicos em Gaza e, em menor escala, na Cisjordânia. Os ex-colonos
formaram até mesmo associações para buscar o retorno aos assentamentos, e a partir
delas consegue exercer grande pressão sobre o governo.