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Guerra do Yom Kippur

Em 1970, após a morte de Nasser, Anwar Sadat assume o poder no Egito, em


um contexto conturbado, frente a uma grande crise econômica-social. Com o
fechamento do Canal de Suez, a perda dos poços de petróleo no Sinai, a queda do
turismo e o peso de centenas de milhares de refugiados Sadat tenta obter o apoio dos
Estados Unidos para recuperar a economia do país. Ademais, muitos territórios árabes
foram perdidos para Israel na Guerra dos Seis Dias.
Anwar Sadat então, organizou uma invasão ao Estado israelense. Egito e Síria
atacaram Israel de surpresa em outubro de 1973, durante os festejos do Yom Kippur (O
dia do perdão para os judeus). As forças egípcias e sírias desfecharam um ataque
conjunto contra Israel, sendo as primeiras no Sinai e Canal de Suez e as últimas nas
Colinas de Golã. Armados com modernos mísseis soviéticos antitanques e antiaéreos, os
egípcios impuseram pesadas baixas às forças blindadas e à aviação israelense.
A Guerra de outubro de 1973 e a batalha do petróleo por ela desencadeado
revelaram em poucos dias a maior parte dos elementos significativos da atual situação
mundial: A superposição contraditória dos interesses das grandes potências no centro do
sistema capitalista.
No dia 13 de outubro uma semana depois do começo da Guerra com Israel, o
Egito lançou um apelo ao mundo Árabe. Heykal pedia aos chefes dos estados árabes
que se unissem para fazer entender aos EUA que, desta vez, era o destino do conjunto
dos árabes que estava em jogo.

“ O princípio da utilização do petróleo como arma política no


conflito árabe-israelense já havia sido debatido entre os dirigentes
árabes – principalmnete entre Sadat, Assad , Faiçal e Boumediéne –
nos meses que haviam precedido a Guerra. Mas foi necessário o
desencadeamento desta e o imenso movimento de solidariedade
popular que ela suscitou no mundo árabe para que as primeiras
medidas concretas fossem tomadas” (HUSSEIN. In. AMIM, 1977:
167)

A Guerra de Yom Kippur abriu caminho para que, em 1978, O Egito de Anuar
Sadat, e Israel, então liderada pelo ex-terrorista Menachan Begin, assinassem um
Acordo de Paz mediado pelo presidente americano Jimmy Carter. No plano político a
guerra sepultou de vez o pan-arabismo e a herança política de Nasser. Daí em diante,
estavam plantadas as sementes do Fundamentalismo Islâmico do Hamas (Movimento de
Resistência Islâmica) e da Jihad (Guerra Santa); que crescera nos territórios ocupados
de Gaza e Cisjordânia. Israel pressionado pelos EUA começa a elaborar um plano de
desocupação da Faixa de Gaza.

Referências Bibliográficas

AMIM, Samir. A Crise do Imperialismo. Tradução Marcos Araão Reis. Rio de


Janeiro: Graal, 1977.

VISENTINI, Paulo G. Fagundes. O Grande Oriente Médio: da Descolonização à


Primavera Árabe. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2014.

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