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Reinhart. Ponto de vista, perspectiva e temporalidade. In:______.

Futuro passado: contribuição a


semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. da PUC-RJ, 2006, p. 161-188.

Ponto de vista, perspectiva e temporalidade

Reinhart Koselleck foi um historiador alemão do pós-guerra, que se destacou como um dos
fundadores e o principal teórico da história dos conceitos, que é um campo da História voltado para
a análise histórica dos conceitos.

Nascido em 1923 na Alemanha e aos dezoito anos se apresentou como voluntário do exército de
Hitler, e após ser derrotado, foi feito prisioneiro em um campo de concentração russo.

Na década de 1950, iniciou sua carreira acadêmica.

Boa parte de suas obras, concerne à história intelectual, social e administrativa da Prússia e da
Alemanha nos séculos XVIII e XIX.

Tornou-se conhecido pela sua tese doutoral Crítica e crise. Um estudo acerca da patogênese do
mundo burguês.

Ademais, foi um dos coeditores do léxico Conceitos Históricos Básicos.

Na opinião de alguns especialistas sua obra tinha como objetivo “compreender os fundamentos da
modernidade sem declinar da necessidade de enfrentar as experiências vividas na segunda guerra,
seus escritos devem ser entendidos como uma reação a essas experiências.”

Em seu texto Ponto de vista, perspectiva e temporalidade:

Afirma que temos mais informação a respeito do passado do que jamais fora possível ter e que a

tarefa do historiador: buscar a verdade e transmiti-la.

E que por meio da interpretação é possível apreender completamente cada situação singular.

Graças ao processo de interpretação e compreensão, é possível chegar aos significados dos textos.

Graças ao processo de interpretação e compreensão, logramos analisar ações, planos, sucessos e


fracassos do passado; graças à compreensão e interpretação, as paixões do passado podem ser
recuperadas e apreendidas.

Todo conhecimento histórico é condicionado pelo ponto de vista e, por isso, relativo.

Realismo ingênuo, que acredita poder fazer com que a verdade das histórias se manifeste intacta, é
a metáfora do espelho. A imagem que o historiador, semelhante ao espelho, deve refletir não deve
ser deturpada, empalidecida ou deformada.
Ø KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. In:______. Estratos do tempo: estudos sobre história.
Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. da PUC/RJ, 2014. p. 19-26.

Estratos do Tempo

“estratos do tempo” remete a formações geológicas que remontam a tempos e profundidades


diferentes, que se transformaram e se diferenciaram umas das outras em velocidades distintas no
decurso da chamada história geológica.

Normalmente os historiadores organizam o tratamento do tempo em torno de dois polos: o


primeiro concebe o tempo de forma linear, como uma flecha, quer teleologicamente, quer com um
futuro indefinido; nesse caso, trata-se de uma forma irreversível de decurso. O outro imagina o
tempo como algo recorrente e circular. Esse modelo, que destaca o retomo do tempo, é
frequentemente atribuído aos gregos; em contraposição, judeus e cristãos teriam desenvolvido o
modelo linear.

Os tempos históricos consistem em vários estratos que remetem uns aos outros, mas que não
dependem completamente uns dos outros.

Importante para a orientação da narrativa histórica:

JOSÉ CARLOS:

O tempo é uma construção. PG 43 ULTIMO PARAGRAFO

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