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OS CONFLITOS ENTRE ARÁBES E JUDEUS E A QUESTÃO PALESTINA

I. CONCEITO HISTÓRICO/INÍCIO DO CONFLITO


Durante a Antiguidade até o início da Era Cristã, o território que hoje é
conhecido por Palestina, era ocupado pelo povo Judeu. Nessa época, parte do
atual Oriente Médio ficou sob o domínio dos romanos, que expulsaram os
Judeus e esses se dispersaram pelos territórios da Europa central e oriental.
DO SÉCULO VII ATÉ MEADOS DO SÉCULO XIX, a Palestina foi quase
que exclusivamente ocupada por Árabes, que passaram a ser reconhecidos
como PALESTINOS. No entanto, esse povo já vivia na região antes mesmo do
território ser Arabizado ou Islamizado, pois sua ascendência chega aos
egípcios, fenícios e outros povos da antiguidade.
DURANTE A EXPANSÃO IMPERIALISTA EUROPEIA, o território da
Palestina ficou sob o domínio do Reino Unido e passou a receber imigrantes
Judeus. Embora esse povo considere essa terra como sua, pois é lá que estão
enterrados seus ancestrais, o mesmo argumento serve aos palestinos.
A ASCENSÃO DO NAZISMO NA ALEMANHA, EM 1933, fez com que
esse movimento migratório se intensificasse, e isso deu início ao conflito, pois
Árabes e Judeus tiveram de compartilhar e disputar pelo mesmo território.

II. A DIVISÃO DO TERRITÓRIO DA PALESTINA


1947 → Depois de muita pressão das organizações Judaicas, a ONU
dividiu esse território em dois Estados: um para o povo Judeu, e outro para o
povo Palestino.
ISRAEL → Estado Judeu proclamado oficialmente em 1948.
A EXPANSÃO DO ESTADO DE ISRAEL aconteceu quando os países
árabes vizinhos, como o Egito, Síria e Jordânia não aceitaram o novo Estado e
atacaram-no militarmente tentando impedir seu estabelecimento. Israel venceu
a guerra e ampliou seu território apropriando-se da parte que havia sido
delimitado como o Estado da Palestina.
Nesse contexto, nasce a ORGANIZAÇÃO PARA A LIBERTACÃO DA
PALESTINA (OLP), fundada em 1964. Era uma frente com vários grupos com
atuação moderada e controlada pelos países árabes.
1969 → Fatah (em árabe, “conquista”), grupo guerrilheiro liderado por
Yasser Arafat, tornou-se hegemônica na organização, esta passou a cometer
diversos atentados terroristas contra Israel, quando Arafat tornou-se presidente
da OLP.
III. A QUESTÃO PALESTINA
Teve início após a Guerra dos Seis Dias (de 5 a 10 de junho de 1967),
onde Israel venceu os países árabes vizinhos e ampliou significativamente seu
território, deixando o povo palestino sem Estado.
Os desdobramentos dessa guerra agravavam a tensão entre os países
árabes e Israel e a partir de então as ações terroristas da OLP também se
intensificaram.
A GUERRA DE YOM KIPPUR → Após os Estados árabes terem perdidos
vários territórios, um novo conflito bélico surgiu em 6 de outubro de 1973, a
Guerra de Yom Kippur (que tem esse nome porque os árabes atacaram Israel
em um dos mais importantes feriados judaicos, o “Dia do Perdão”). Tal Guerra
foi novamente vencida por Israel, com isso, o novo presidente do Egito, Anuar
Sadat (1918-1981), ao perceber que não poderia vencer o inimigo no campo de
batalha, aproximou-se dos Estados Unidos, que até então era aliado da União
Soviética, e buscou um acordo de paz com Israel.
1979 → Israel concorda em devolver a península de Sinai do Egito em troca
de reconhecimento político e de um pacto de não agressão.
→ O acordo foi assinado pelos presidentes em Camp David (Estados
Unidos), essa negociação marcou, pela primeira vez, o reconhecimento de
Israel por parte do governo árabe, além de quebrar a coalização que até então
havia lutado contra o Estado Judeu.
→ Esse fato levou a morte de Anuar Sadat em 1981, por um grupos de
extremistas que não aceitavam negociar com israelenses.
1982 → Israel invadiu o Líbano para expulsar guerrilheiros da OLP, que
utilizavam o território do país vizinho como base.
→ Depois de um acordo, a OLP transferiu seu quartel-general para a Tunís
(Tunísia), entretanto, Israel não se retirou integralmente do território libanês e
manteve ocupada uma estreita faixa no sul do país para proteger sua fronteira
no norte.
→ Hezbollah, guerrilha apoiada por Irã e Síria, surgiu no lugar da OLP e
passou a atacar soldados israelenses que patrulhavam a zona de fronteira,
→ Em 2002, Israel se retirou do sul do Líbano e Hezbollah continuou atuando
em território libanês.

IV. APÓS AS GUERRAS


→ Desde o fim dos anos 1980, a OLP abdicou da luta armada e do
terrorismo e tornou-se uma organização política empenhada na construção do
Estado Palestino. Isso favoreceu diversas negociações, mas a maior pressão
das negociações, veio da intifada.
→ Em 1993, foram iniciadas as rodadas de negociação entre Israel e a OLP,
com a assinatura de acordo da Oslo (Noruega), que culminaram no
reconhecimento recíproco e no início do processo de devolução aos palestinos
da maior parte da faixa de Gaza e de diversas cidades da Cisjordânia. Ao
mesmo tempo, foi criada, sob a presidência de Yasser Arafat, a AUTORIDADE
NACIONAL PALESTINA (ANP), um embrião do futuro Estado Palestino, para
administrar esses territórios. Esses fatos puseram fim à intifada.
→ Em 1994, a Jordânia reconheceu o Estado de Israel, firmando um acordo
de utilização conjunta das águas do Rio Jordão.
→ Em 2015 ainda permanecia pendente um acordo sobre as colinas de
Golã, que pertenciam à Síria até serem ocupadas por Israel na Guerra dos Seis
Dias.
→ Em 2000, Israel ofereceu à ANP o controle integral de Gaza e de 90% da
Cisjordânea, mas não aceitou que a capital do futuro Estado Palestino fosse
em Jerusalém oriental, e nem que os refugiados que viviam nos países
vizinhos retornassem. A ANP recusou a oferta e o governo Israelense retomou
a instalação de colônias na Cisjordânia para inviabilizar a devolução desse
território.
→ Em consequência, eclodiu a segunda intifada, e, ao mesmo tempo,
intensificaram-se as ações dos grupos terroristas, onde estes passaram a
cometer ataques suicidas em território israelense. Em resposta, o governo
israelense iniciou a construção de uma cerca de segurança, isolando
comunidades judaicas e palestinas.
→ Em 2004, a morte de Arafat acarretou tentativas frustradas de retomada
de negociações.
→ Em 2005, Israel retomou as negociações com os palestinos e iniciou a
retirada das colônias judaicas da faixa de Gaza.
→ Ao mesmo tempo em que desocupava Gaza, entretanto, Israel expandia
os assentamentos de colonos judeus na Cisjordânia.

Tem sido muito difícil um acordo de paz no longo do conflito israelo-palestino


porque há radicais dos dois lados tentando bocoitá-lo. Do lado Palestino, há
grupos que são contrários a qualquer concessão a Israel e acreditam que os
judeus devem ser expulsos de Palestina.
A QUESTÃO PALESTINA, a histórica luta desse povo pela criação de seu
Estado nacional, até 2015 não tinha sido resolvida, e, como consequência,
milhões de palestinos continuavam vivendo espalhados por vários países do
Oriente Médio. Entretanto, em uma conquista simbólica e politicamente
importante, em novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU elevou a
Autoridade da Palestina à condição de Estado observador não membro.
A Palestina agora está em estágio que antecede o reconhecimento como
Estado independente de fato e membro pleno da Organização. Os palestinos
não têm direito a voto na Assembleia Geral, mas esperam que esse novo
status lhe dê mais força nas negociações com Israel e maior participação nas
agências da ONU.

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