Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
INTRODUÇÃO À PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL............................................................................... 9
Capítulo 1
Perito judicial e extrajudicial............................................................................................. 9
Capítulo 2
Formação e onde atua...................................................................................................... 23
Capítulo 3
Como contratar................................................................................................................ 30
Unidade iI
ATUAÇÃO PERICIAL.............................................................................................................................. 35
Capítulo 1
Para atuar como perito e remuneração........................................................................ 35
Capítulo 2
O assistente técnico........................................................................................................... 46
Capítulo 3
Atuação............................................................................................................................... 54
Unidade iII
ANÁLISE PERICIAL................................................................................................................................. 64
Capítulo 1
Ética...................................................................................................................................... 64
Capítulo 2
Modelos............................................................................................................................... 76
Capítulo 3
Contraditório e elementos finais..................................................................................... 89
Referências................................................................................................................................... 94
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Na atualidade, a mídia vem relatando diversos processos criminais envolvendo
corrupção no nosso país. Certamente os acusados tentarão se defender bem como o
Estado tentará condenar os suspeitos. Eventualmente haverá necessidade de se criar
provas que darão suporte para a decisão do magistrado.
Uma das provas possíveis por lei advém da perícia, que é um procedimento realizado
por profissionais das mais diversas formações que buscam clarear situações duvidosas
ora para mero esclarecimento ora para produção de provas.
Objetivos
»» Mostrar os conceitos de atuação pericial.
7
8
INTRODUÇÃO À
PERÍCIA JUDICIAL E Unidade I
EXTRAJUDICIAL
Capítulo 1
Perito judicial e extrajudicial
Perito
Antes de iniciar a discussão específica devemos ter em mente e sem nenhuma dúvida o
significado do termo “perito”.
Figura 1.
Fonte: <https://media.licdn.com/mpr/mpr/shrinknp_200_200/p/6/005/03b/3d1/32f9672.jpg>.
Quando adentramos nos meandros das atividades judiciais, esbarramos com uma
figura muito popular e que tem importância ímpar nos procedimentos. Trata-se de um
profissional responsável por julgar ocorrências considerando os princípios de isenção e
imparcialidade para garantir que a pessoa correta tenha acesso ao direito que entende
ter sido tolhido.
9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Ótimo! Vamos utilizar como base o que descrevemos da atividade de juiz para nos
ajudar a compreender o papel de um perito.
Uma análise objetiva a respeito do que um profissional de qualquer área faz nos direciona
ao entendimento de que ele é um perito naquilo que faz. Por outro lado, os cursos de
pós-graduação e os stricto sensu buscam amplificar as técnicas de um profissional em
um determinado ponto, ou seja, pretende torná-lo perito em um aspecto específico.
Você pode começar respondendo: qual é sua formação? Não é verdade que ao escolher
o curso que fez tinha como objetivo aprender o máximo que pudesse com relação à
área relacionada? Muito disso começa na infância quando os adultos questionam aos
mais jovens o que eles pretendem ser quando forem crescidos: Professor? Astronauta?
Advogado? Arquiteto?
A resposta que você escuta é indiferente, pois quando concluir seus estudos em
nível superior certamente a pessoa irá se considerar perita no que se formou. Essas
habilidades vão crescendo conforme o indivíduo amplia seus conhecimentos por meio
de estudos complementares que comumente chamamos de pós-graduações.
Desta forma, se o bacharel em Economia, por exemplo, resolver realizar uma pós-graduação
em Economia Internacional, se tornará um perito em Economia com habilidades
especificamente potencializadas na área Internacional.
Então você pode se questionar a respeito de alguns peritos que temos a oportunidade
de conhecer e que não necessariamente tem formação em ambiente acadêmico certo?!
É verdade que existem muitos “profissionais” em artes, por exemplo, que possuem o
dom da pintura, da música etc. Esse tipo de artista não necessariamente fez faculdade
e pode vir a produzir algo que lhe renda milhões.
Contudo, as condições técnicas que aquele profissional terá de julgar o que outra pessoa
elaborou terá um limite de alcance sempre que ele tiver que realizar medição de algum
tipo de arte que não tenha sido produzida por ele mesmo.
Assim, considerando que nosso objetivo é termos o entendimento do que vem a ser um
perito do ponto de vista acadêmico, podemos concluir que se trata de um profissional
qualificado tecnicamente em alguma área específica do conhecimento.
10
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Não obstante, podemos concluir que quando o objetivo da perícia for tirar alguma
dúvida técnica ou dar suporte a um julgamento por meio de formação de provas, a opção
deverá recair por um profissional que seja notoriamente conhecedor dos elementos
científicos que circundam o tema em questão.
Como este material trará os conceitos que diferenciam o perito judicial do extrajudicial,
é interessante adentrarmos em alguns conteúdos acessórios para melhor compreensão.
Desta forma, vamos em frente!
Para nos ajudar a diferenciar os dois tipos de perito, precisamos entender um pouco do
trabalho que cada um faz. O item anterior nos dá um ponto de referência para podermos
apresentar um conceito do que viria a ser perícia judicial.
A atividade pericial se trata de uma atividade que irá culminar na produção de dados
técnicos e/ou científicos que resultarão em um documento específico no qual o perito
apresentará subsídios para apoiar a decisão de alguém.
...
O Decreto no 5.450/2005 é mais incisivo inclusive com os termos utilizados. Veja o que
diz em seu Art. 30:
...
IX - parecer jurídico;
A Lei de Licitações utiliza aquele artigo específico para inserir uma ferramenta de
instrução processual por meio de um documento que apresentará uma análise técnica,
ou seja, o Parecer Jurídico.
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Figura 2.
Fonte: <http://seh.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Depositphotos_68873493_original.jpg>.
Qualquer pessoa que já tenha tido contato com compras públicas lembrará que o referido
parecer é uma peça opinativa na qual um cidadão formado em Direito apresentará
argumentos em torno de uma questão que tenha sido levantada durante o procedimento
de compra.
Veja que para o profissional conseguir emitir alguma opinião técnica deverá pesquisar
legislação, jurisprudência e doutrina com o objetivo de atestar suas inferências.
Concorda que dado o nível de complexidade do trabalho poderíamos chamar aquele
parecer de laudo?
Essas discussões nos permitem conceituar perícia judicial como sendo um procedimento
na qual questões específicas são analisadas de maneira técnica para as quais será
necessário o suporte de um profissional especializado naquele conteúdo objetivando
a emissão de um laudo pericial que esclareça eventuais dúvidas ou conflitos elencados
em um processo judicial.
E a perícia extrajudicial?
Não é necessário muito esforço de pesquisa para que você encontre vários artigos pela
rede mundial de computadores apontando a atividade de “perito” como uma demanda
em crescimento nos últimos anos, causando atração no mercado de trabalho.
Como acabamos de ver, a perícia judicial é um procedimento que será realizado à luz de
um processo judicial envolvendo pessoas ou coisas que demandam know-how técnico
por parte de quem irá elucidar dúvidas ou conflitos.
12
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
É o Estado, por meio do Poder Judiciário, o depositário desta atividade que, aliás, é um
direito de todos. Assim, será o Estado o detentor da tutela das ações.
Figura 3.
Fonte: <http://dcso.eng.br/wp-content/uploads/2015/10/pericia.jpg>.
Uma característica marcante nas perícias extrajudiciais é o fato de que não será o Estado
o agente de tutela. Isso quer dizer que esse tipo de atividade será demandado por atores
não servidores para resolver questões fora do âmbito judicial. Importante mencionar
que o juiz, figura que media os litígios judiciais, não será responsável pela mediação
nesses casos.
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Veja que em nosso exemplo não houve judicialização da questão, ou seja, o procedimento
foi todo tratado no âmbito do órgão público. Quem analisou a questão foi um servidor
auxiliado por um perito fora do âmbito judicial. Esse exemplo nos demonstra que a
perícia extrajudicial pode apoiar a solução de conflitos também!
Em tempo, você já deve ter escutado na impressa alguma notícia sobre o surgimento de
impérios empresariais formados por fusões ou momentos em que empresas de grande
porte começam a vender ações nas bolsas de valores.
Ao contrário do que muitas pessoas costumam dizer, uma ação judicial não se limita
ao mero conceito de um processo. Trata-se de um rito realizado no âmbito do Poder
Judiciário que poderá se dar em formato sumário, ordinário ou extraordinário.
Como qualquer atividade judicante, o propósito é garantir que uma situação conflituosa
seja resolvida aplicando-se o maior rigor de imparcialidade possível, amparado pelos
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Ressalte-se que se algum
desses princípios estiver ausente em um procedimento judicial ele não terá validade.
Destarte, não apenas os elementos relacionados aos princípios deverão ser considerados.
Como se trata de um rito, existem atividades que deverão ser realizadas em uma
sequência prevista por lei com o devido encadeamento lógico ou, igualmente, todos os
trâmites poderão ser nulos.
A legislação prevê como uma das etapas que é inerente ao rito judicial é a escolha da
pessoa que irá realizar os trabalhos de mediação da questão litigiosa ou conflituosa.
14
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Via de regra, o magistrado que irá se responsabilizar pelo julgamento do processo será
devidamente sorteado (isso não se aplicará a casos em que uma corte possua apenas
um juiz).
Figura 4.
Fonte: <http://blogdocorretor.com/_upload/blog/capas/20161125-083112-jur%C3%ADdico.png>.
A impetração de uma ação judicial é algo razoavelmente simples de ser iniciada. Para tal,
basta que uma pessoa entenda que um ou mais de seus direitos foi(ram) violado(os).
Ao chegar à data prometida o imóvel não está concluído e, além disso, sua unidade foi
construída sem um ou mais dos itens adicionais escolhidos. Nesse momento o direito
de reparação de danos torna-se uma realidade.
Figura 5.
Fonte: <http://spapooljacuzzirepairs.co.za/wp-content/uploads/2012/02/Cape-Town-Jacuzzi-Repairs.jpg>.
Digamos que o tal imóvel tinha como um dos itens adicionais a construção de uma
banheira de hidromassagem com iluminação interna. Daí, ao receber o produto final,
você percebe que além de não ser uma banheira (em nosso exemplo teria recebido
uma jacuzzi menor), a tal iluminação foi colocada no ambiente em torno do local e não
dentro como prometido.
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Não é objetivo deste material realizar discussões apuradas sobre diferenças técnicas
entre banheira de hidromassagem e jacuzzi, contudo, são produtos de ordem e preços
diferentes.
Figura 6.
Fonte: <https://br.habcdn.com/photos/project/big/banheiras-e-colunas-de-hidromassagem-823179.jpg>.
Caso você insista que quer a banheira de hidromassagem com a iluminação interna
conforme projeto apresentado e produto pago por você e a construtora disser que não
irá resolver porque são a mesma coisa, firmou-se o direito à reparação.
De agora em diante você poderá trabalhar para reunir o máximo de elementos de prova
que conseguir para que o magistrado escolhido para resolver o seu caso tenha condições
de concluir que você de fato tem razão.
Perito judicial
Você já deve ter percebido que foi importante entendermos um pouco o significado
do que é ser um perito, bem como a compreensão macro de uma ação judicial para
podermos falar sobre o perito judicial.
Veja que nosso exemplo nos dá uma série de elementos que poderão necessitar de
comprovação técnica para que o magistrado envolvido no caso seja convencido de seus
argumentos. Afinal, ele é formado em Direito, sua área de perícia, e eventualmente não
terá conhecimentos apurados sobre construções civis e banheiras de hidromassagem.
O profissional em Direito que for contratado para representar o caso no tribunal juntará
aos autos todas as informações técnicas que encontrar para provar ao juiz que banheira
de hidromassagem e jacuzzi são produtos diferentes.
provar ao juiz que as duas coisas são iguais e que, dessa forma, não se coaduna o pedido
de reparação de danos.
Figura 7.
Fonte: <https://cursodeperitojudicialadistancia.files.wordpress.com/2016/08/curso-de-perito-digital.jpg?w=300&h=199>.
Veja que o magistrado terá duas situações distintas em mãos: a acusação e a defesa.
No que for possível inferir de maneira legal ele o fará. Porém, certamente chegará o
momento de comprovar a especificidade de cada um dos dois produtos. Nessa etapa,
o juiz não poderá decidir sem que tenha certeza das informações.
Ao perito judicial não basta o notório saber em sua especialidade profissional. Ele deverá
manter seu registro profissional junto ao órgão de classe regulador da profissão (caso
haja) em dia. Esses órgãos de classe são os denominados Conselhos Regionais.
Por exemplo, para cuidar do caso que utilizamos para ilustrar uma situação de litígio,
provavelmente o perito deveria ter formação específica em engenharia civil com
especialização em técnicas de produção de materiais hidráulicos.
Nesse caso, além daquele conhecimento profissional, ele também precisa estar em dia
com seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA .
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Como veremos mais à frente, um perito judicial pode ser requerido tanto por
um magistrado como pelas pessoas que estão envolvidas no conflito judicial
que gerou a necessidade de informações técnicas. Desta forma, a solicitação de
apoio de um profissional que dê suporte ao esclarecimento de uma dúvida ou
constituição de provas não é restrita ao juiz do caso.
Figura 8.
Fonte: <http://blog.gazinatacado.com.br/wp-content/uploads/2014/05/CHA02.jpg>.
Não é diferente com o cidadão que opta por atuar como perito judicial. Aliás, como se
trata de um auxiliar da justiça, as habilidades vão além daquelas que ele já desenvolveu
durante seu curso superior. Para que você tenha uma noção, vamos relacionar as que
são mais destacadas:
»» É necessário que o perito tenha plena convicção de que erros são inerentes
a qualquer atividade humana. No entanto, é sua responsabilidade por
aqueles que sejam cometidos durante sua atuação.
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Perito extrajudicial
Assim, o perito extrajudicial será o profissional que atuará dando apoio a ações que não
entraram na tutela do estado por meio do Judiciário.
Figura 9.
Fonte: <http://igceducacao.com.br/wp-content/uploads/2016/08/MBA-Pericia-e-auditoria-economico-%E2%80%93-financeira.jpg>.
Tal qual o perito judicial, o profissional que atuar em nível extrajudicial utilizará seu
treinamento técnico e científico para dar suporte no sentido de eliminar dúvidas ou
criar provas relacionadas aos itens elencados pelas partes em torno de um determinado
tema. Para facilitar a visualização é interessante desenharmos um exemplo:
20
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Uma situação interessante nessa questão é que os proprietários não prejulgaram seus
funcionários. Ao invés disso, resolveram realizar um estudo externo para fundamentar
qualquer tipo de ação futura.
Figura 10.
Fonte: <https://serprooltrj.files.wordpress.com/2011/09/mesa.jpg>.
E quem será responsável por realizar esse estudo pericial? Será o perito extrajudicial.
Este ator é um técnico especialista em um assunto que domina e utilizará seus
conhecimentos para criar provas ou confirmará a acurácia de dados em ações fora do
âmbito dos tribunais.
Caso você esteja se perguntando se uma atividade realizada fora dos tribunais poderá
acabar parando lá, a responsa é sim! A questão aqui é que o apoio pericial de um
especialista que ocorre antes de uma controvérsia virar um litígio é realizado por um
perito extrajudicial.
A relação entre habilidades e profissional tem o mesmo grau de importância para o perito
extrajudicial que tem para o judicial. Afinal, o perito é um expert em resolver questões
relacionadas a um determinado assunto e sua atuação dará suporte às necessidades
de alguém.
Assim, este profissional precisa de habilidades para atuar nesta área, tais como:
22
Capítulo 2
Formação e onde atua
Formação do perito
Figura 11.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-3UIWRsiywno/VUNe-cosDrI/AAAAAAAAA50/L7nSPCMaBY8/s1600/Forma%C3%A7%C3%A3o%2BAcad%
C3%AAmica.jpg>.
Do ponto de vista legal, o CPC (Código de Processo Civil), em seu Art. 156, nos apresenta
um perfil para o perito. Vejamos:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico.
23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Figura 12.
Fonte: <http://noticias.universia.com.br/br/images/docentes/c/co/coi/coisas-que-deve-saber-ao-entrar-mercado-de-trabalho-noticias.png>.
Neste ponto você já deve ter concluído que os campos de atuação possíveis para um perito
judicial têm como limite aquilo que o Poder Judiciário poderá demandar enquanto estiver
em procedimento litigioso, correto?
Do ponto de vista prático, o profissional que almeje trabalhar como perito judicial deve
se atentar a alguns elementos que irão tornar a empreitada possível.
24
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Isto posto, considerando a perícia judicial e alguns campos dos mais recorrentes, o
perito poderá se disponibilizar a trabalhar nas áreas que seguem:
Criminal
O objetivo deste material é falar do perito e seu trabalho e não da perícia, elemento já
tratado em materiais específicos. Contudo, podemos afirmar que no campo da perícia
criminal a Polícia Federal lista alguns temas específicos que podem contar com a ajuda
de um perito judicial. Veja:
»» informática;
»» contabilidade e finanças;
»» documentos;
»» audiovisual e eletrônicos;
»» química forense;
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
»» engenharia;
»» meio ambiente;
»» genética forense;
»» balística;
»» locais de crimes;
»» bombas e explosivos;
»» veículos;
»» patrimônio cultural.
Trabalhista
Assim, reiterando que não dá para dizer que estamos esgotando as possíveis áreas de
trabalho de um perito judicial trabalhista, podemos listar as que seguem como exemplos:
»» cálculos trabalhistas;
»» desvio de função;
»» acidentes do trabalho;
»» doenças do trabalho;
»» trabalho perigoso;
»» trabalho insalubre;
»» assédio moral.
Cível
26
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Para este caso, se não recair em alguma área específica do Direito, um perito judicial
cível poderá auxiliar a justiça a dirimir a questão.
Securitário
Em geral as áreas onde um perito securitário desempenha suas atividades estão relacionadas
com bens móveis e imóveis. Isso traz para a questão um grau de subjetividade que não nos
permite simplesmente discutir uma lista como fizemos nos itens anteriores.
Ainda assim, imagine-se em uma situação na qual você tenha adquirido uma filmadora
à prova de água com capacidade para mergulhar até 50m por 1h ininterruptas. Vamos
supor que seu equipamento valha R$ 50.000,00 e, dessa forma, você optou por realizar
um seguro contra danos. Agora imagine que durante um mergulho de 20 minutos a
uma profundidade de 20m sua filmadora simplesmente queimou por entrada de água.
Você pode achar que simplesmente acionando o seguro você irá conseguir receber
o valor do prêmio, só que não! Tenha certeza absoluta que a seguradora vai querer
um laudo especializado atestando que o equipamento simplesmente sofreu um mal
súbito e que não tem nada a ver com mal-uso. Se em algum momento aparecer a
possibilidade de mal-uso eles se negarão a pagar o prêmio. O mesmo será feito pela
garantia do produto.
Veja que agora tens um problema nas mãos e, com certeza, precisará contratar um
perito para comprovar que você não usou mal o equipamento e sim que ele foi avariado
por um mal súbito ou por defeito de fabricação.
Um perito judicial securitário especializado nesse tipo de equipamento deverá lhe dar
o suporte e o mesmo acontecerá pelo lado da seguradora!
27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Figura 13.
Fonte: <http://www.arnaldotecnologo.com.br/wp-content/uploads/2016/07/multidisciplinar.png>.
Uma realidade tem ganhado espaço na solução de conflitos. Trata-se do desejo das
pessoas em resolver as questões com a maior brevidade possível, com objetividade,
discrição e de maneira que ninguém saia perdendo. Nosso exemplo do Hotel é apenas
uma possibilidade em um milhão de situações possíveis.
Por isso, da mesma forma que o perito judicial o extrajudicial precisa passar alguns
elementos a título de itens de confiança para o mercado demandante desse tipo de
serviço. A seguir vamos destacar pré-requisitos básicos sem esquecer que, conforme a
especificidade da demanda, poderá haver requisitos igualmente únicos a serem agregados.
»» Por ser uma atividade que irá apresentar conclusões que podem não ser
satisfatórias para alguma das partes, o perito extrajudicial deve deixar
claro aos seus contratantes que possui perfil imparcial e que não se
relaciona pessoalmente com nenhum caso que venha a trabalhar.
»» Administração.
»» Economia.
»» Contabilidade.
»» Direito.
»» Engenharia.
»» Artes.
»» Medicina.
29
Capítulo 3
Como contratar
Trata-se de uma demanda por nomeação e a indicação poderá ser feita tanto pelo juiz
quanto pelas partes.
Fonte: <http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/aloconcurseiro/wp-content/uploads/sites/15/2014/06/nomeacao.jpeg>.
Você sabe que cada ramo do Direito possui um regulamento, certo? Pois bem, isso
acaba criando algumas especificidades para cada situação em que um perito judicial é
requisitado para auxiliar a justiça. Vamos ver os mais comuns a seguir:
Perito criminal
Já discutimos no decorrer deste material que um perito judicial é acionado por interesse
do magistrado ou das partes para elucidar dúvidas ou criar prova, não é verdade?
Temos uma peculiaridade no caso do perito criminal. Este profissional atuará em
processo judicial penal e, desta forma, será demandado por uma instituição pública.
30
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Como se trata de um agente auxiliar da justiça que está à disposição de polícias diversas
e órgãos com o mesmo mote, são aquelas instituições que irão requisitar o serviço.
Assim, as atividades desempenhadas por um perito criminal serão provocadas por:
»» Autoridades policiais;
Perito trabalhista
...
O Art. 879 da CLT nos traz mais uma possibilidade de que a perícia trabalhista seja
requerida. Vejamos:
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
...
Por sua vez, a Lei 5.584/1970 apresenta uma outra ocasião em que exames periciais
poderão ser demandados pelo magistrado responsável pelo caso. Vejamos:
Observe que a exceção é a previsão do Art. 826 da CLT. Nos demais casos, o perito será
requisitado pelo magistrado que cuida do caso.
Perito cível
As ocasiões em que um perito judicial de causas cíveis será acionado estão previstas
no CPC nos Arts. 156, 465 e 471. Como se trata de um tema muito objetivo, vamos
transcrevê-los abaixo:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico.
...
...
32
INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL │ UNIDADE I
Ainda assim, essa questão de habilitação é controversa dado que nos dias de hoje
existem muitos cursos técnicos de nível médio que habilitam os profissionais a exercer
determinadas atividades profissionais reguladas por Conselhos de Classe, mas isso
seria discussão para outro material.
Perito securitário
Via de regra, processos judiciais que envolvam causas securitárias serão instruídos
no âmbito cível. Sendo assim, já discutimos quem realiza a demanda desse tipo de
procedimento nos tribunais.
Lembramos que em situações nas quais o Ministério Público (MP) age como o
demandante do serviço de um perito, aquele órgão atua na condição de parte. Isso se
dá porque no momento em que apresenta a denúncia passa a fazer parte do polo ativo
do procedimento judicial e, dessa forma, tem todo o direito de demandar perícia.
Perito administrativo
Tal qual já discutimos nos tipos de peritos anteriores, os atores que irão requerer os
serviços de um perito administrativo serão os mesmos, a citar: o magistrado e as partes
ou órgãos que têm prerrogativa de denunciante.
Fonte: <http://www.mitocorretora.com.br/base/wp-content/uploads/2014/04/seguros.jpg>.
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Acreditamos que ninguém gostaria de ser contratado para resolver uma questão na
condição de perito extrajudicial e desse margem para que alguém, insatisfeito com
algum resultado, o acionasse na justiça, certo?
Lembram que discutimos que uma das habilidades que se espera de um perito é que
seja zeloso? Cuidar para que o produto oriundo de seu trabalho seja realizado com uma
margem de segurança é uma forma de zelo.
Assim, ao ser contratado para atuar como perito extrajudicial o profissional deve
incentivar o contratante a emitir o instrumento contratual com, no mínimo:
Para ilustrar uma situação em que pode ocorrer a contratação de um perito extrajudicial,
vamos nos utilizar de um procedimento adotado pela administração pública em seus
contratos.
A questão é que naqueles casos, também, o reclamado tem direito ao devido processo legal.
Assim, terá direito a defesa em três instâncias e, eventualmente, poderá contratar um perito
que ateste seus argumentos com o objetivo de não ser sancionado extrajudicialmente.
34
ATUAÇÃO PERICIAL Unidade iI
Capítulo 1
Para atuar como perito e remuneração
Figura 16.
Fonte: <http://topsegredosdigitais.com/wp-content/uploads/2015/01/trabalhando-em-casa.png>.
No decorrer deste material mostramos que o perito judicial pode ser requerido tanto
pelo juiz como pelos envolvidos em um litígio. Vamos rever o artigo do CPC que dá a
prerrogativa ao magistrado e mais um em sequência para podermos discutir esse tópico:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico.
35
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe
designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do
encargo alegando motivo legítimo.
Você poderá perceber, analisando os parágrafos 1o, 2o, 3o e 5o do Art. 156, que o legislador
teve preocupação especial com a questão do cadastro dos peritos. Já o parágrafo 2o do
Art. 157 menciona a lista de peritos que será organizada.
Figura 17.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-H3SCYrPv4h4/UggAkQ_hlxI/AAAAAAAAC5U/9OGtMSIH5To/s1600/desenho3.png>.
36
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Ocorre que de maneira específica não há uma indicação de como exatamente esse
cadastro será feito, quem o fará, quando e outros regramentos. Pensando nisso, o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu a Resolução no 233 de 13 de julho de 2016.
Desta forma, vamos utilizar aquele instituto para compreendermos esse tópico.
37
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
»» Salvo o previsto no §5o do Art. 156 do CPC, só poderá atuar como perito
profissional cadastrado.
38
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
O Art. 12 da Resolução 233 nos traz o rol de deveres do perito e, desta forma, vamos
transcrever para facilitar a compreensão:
Art. 12. São deveres dos profissionais e dos órgãos cadastrados nos
termos desta Resolução:
IX – nas perícias:
39
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
»» Os elementos discutidos até aqui não possuem efeito anterior (ex tunc).
Veja que o CNJ buscou ser conciso, porém amplo em especificar a forma como os
profissionais peritos poderiam ser cadastrados para dar suporte à justiça quando
requeridos por magistrados ou pelas partes.
Podemos dizer que valerá a pena conforme você amplie sua capacidade de realizar perícias
com precisão e reiterar sua participação. Ora, não discutimos que um perito é um profissional
que será especialista em alguma atividade? Também não vimos que deverá ser habilitado
para ser demandado por um juiz ou pelas partes em um procedimento judicial?
Figura 18.
Fonte: <http://www.oabdeprimeira.com.br/wp-content/uploads/2014/11/aviltamento-de-honorarios.jpg>.
40
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Muito bem! Justamente por ter que ser expert em algo e necessitar de uma habilitação
que o legislador previu que sua atuação deverá ser remunerada. Vamos ver o que o CPC
nos ensina a respeito desse assunto:
Agora observe que o mesmo artigo que dá ao juiz o poder de nomear um perito com um
prazo fixo para entregar laudo dá ao perito a prerrogativa de apresentar sua proposta
de honorários. Veja que essa proposta será participada aos envolvidos:
...
I - proposta de honorários;
...
41
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
O texto legal não estipula um teto ou um valor mínimo para que o perito desempenhe
seus trabalhos. O que temos muito no mercado são entidades ligadas a alguma profissão
que, no intuito de dar apoio aos profissionais da categoria, regulam tabelas de honorários
para atividades diversas.
Tabela 1.
Tabela 2.
Neste caso, o Conselho da sua profissão terá condições de lhe oferecer uma tabela
completa de sugestão de honorários que irá lhe orientar a trabalhar como perito.
Isso serve, inclusive, para que você analise a viabilidade de procurar se especializar em
alguma atividade de sua profissão.
Tal qual um perito judicial, o extrajudicial terá uma série de responsabilidades do ponto
de vista civil, penal e administrativo. Desta forma, nada mais justo que sua atuação seja
devidamente remunerada por quem lhe contrata.
42
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Figura 19.
Fonte: <http://www.barrigudanews.com/wp-content/uploads/2016/12/pagamento-.jpg>.
Para que o custo de seu trabalho seja levantado de maneira justa, o profissional deverá
elaborar sua proposta levando em conta alguns fatores importantes, como por exemplo,
os descritos abaixo:
43
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Tabela 3.
Além das atividades acima, pelas quais o Administrador poderá se orientar para alguns
casos não previstos, abaixo o CFA apresenta uma tabela na qual prevê diversas situações
de atuação pericial:
Tabela 4.
O CFA reitera que cada profissional poderá cobrar o valor que entender adequado para
o trabalho. Os números apresentados são meramente para suporte. Veja como eles se
posicionaram:
44
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Profissionais de outras áreas deverão consultar o seu Conselho para ter noção de qual é
a sugestão de pagamento mínimo.
45
Capítulo 2
O assistente técnico
...
Figura 20.
Fonte: <http://www.novaconcursos.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/08/Assistente-t%C3%A9cnico.jpg>.
Já sabemos que o perito tem prazos estipulados para apresentar seu laudo. Ocorre que
as partes têm possibilidade de pedir a seus assistentes técnicos que avaliem aquele
laudo que poderá, inclusive, ser divergente da opinião do perito em seu parecer.
46
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Veja:
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz,
pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
...
Um ponto importante que deve ser discutido é que os valores referentes aos honorários
do assistente técnico deverão ser adiantados pela parte que o houver requisitado,
conforme disposto no Art. 95 do CPC.
O CPC dá algumas prerrogativas ao perito para que ele consiga desempenhar sua
atividade de maneira consistente. Como o ordenamento jurídico brasileiro é todo voltado
ao devido processo legal, o assistente técnico acaba tendo prerrogativas semelhantes
para poder trabalhar. Veja o que diz o parágrafo terceiro do Art. 473 do CPC:
Discutidos esses elementos legais, vamos nos ater agora a apresentar um procedimento
de trabalho do assistente técnico em perícia, levando em consideração a atuação daquele
profissional em atividades de perícia da Ciência da Administração.
Conceitualmente falando, por força de lei, o assistente técnico em perícia que atuar
no campo da Administração deverá ser um profissional registrado em Conselho de
Classe, detentor de curso superior (bacharelado ou tecnólogo) reconhecido pelo
Ministério da Educação.
47
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Em caso de empresas que prestem serviço de perícia, a lei permite que um sócio atue
na condição de assistente, desde que o objeto da mesma seja voltado àquela atividade.
A realização do trabalho
Figura 21.
Fonte: <http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/gerenciamento-de-fluxo-de-trabalho.jpg>.
4. Uma vez tomada ciência do que está sendo trabalhado, o assistente pode
(e deve) manter contato com o perito oficial com o objetivo de participar
do planejamento das atividades e para disponibilizar documentos que o
contratante lhe tenha confiado.
10. Caso uma diligência seja frustrada por recusa, o assistente técnico dará
ciência justificada ao juiz (perícia judicial) ou à parte (extrajudicial).
13. Caso haja atividades de uma equipe durante a perícia, o assistente técnico
poderá supervisionar os trabalhos e cuidar para que os envolvidos tenham
a qualificação necessária.
17. O assistente deverá preparar e entregar seu parecer pericial tão logo
as diligências que entenda necessárias sejam concluídas. Não se pode
esquecer que haverá um prazo estipulado para isso.
18. Se houver acordo entre o assistente técnico e o perito oficial para que
eventuais diligências ocorram conjuntamente, a data de entrega do laudo
por parte do perito deverá ser informada ao assistente.
49
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
19. Caso o perito oficial não seja devidamente reconhecido pelo Conselho
de Classe do assistente técnico, este não poderá assiná-lo e tampouco
apresentar parecer sobre o documento. Destarte, produzirá laudo de sua
área de atuação a respeito do objeto da perícia.
20. Se o assistente técnico optar por firmar o parecer do perito oficial, fica
impedido de opinar contrariamente àquele documento.
21. Caso seja necessário, o termo de diligência poderá ser emitido pelo
assistente técnico, será entregue com recebimento registrado e
apresentará tudo o que norteará a produção do parecer.
24. Caso seja necessário emitir um termo de diligência é desejável que ele
contenha tudo o que for preciso para o assistente técnico consiga produzir
seu parecer ao final da atividade contratada.
25. O parecer do assistente técnico deverá ter como anexo os vistos dos
diligenciados que tiverem colaborado com a perícia.
50
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
31. O parecer emitido pelo assistente técnico contará, além do que já foi
visto, com metodologias aplicadas durante o trabalho, os critérios de
pesquisa, fundamentação de todos os resultados, tudo de maneira lógica
e sequenciada para facilitar a compreensão.
34. Caso o assistente técnico não tenha alternativa com relação ao uso
exacerbado de termos técnicos, que o faça partindo daqueles que são
mais comuns. É desejável que seja apresentado um glossário.
35. Destarte o fato de o parecer precisar ser escrito de maneira clara, objetiva,
técnica e profissional e, com isso, poder ser compreendido por qualquer
parte interessada, o que vier descrito nele jamais poderá suscitar outras
dúvidas. Isso fatalmente produziria um efeito ruim ao documento
podendo, inclusive, levar as pessoas ao erro.
51
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
tenha emitido laudo. Sua análise deverá se ater exclusivamente aos itens
para os quais foi contratado.
›› Considerações finais.
52
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Você deve ter observado que o roteiro apresentado acima é deveras completo.
Justamente por isso entendemos que, realizadas as devidas adaptações, ele
pode ser aplicado a assistentes técnicos de qualquer profissão. Ademais, tal
roteiro também pode ser utilizado por Peritos Oficiais respeitados os ajustes de
nomenclatura e documentações.
53
Capítulo 3
Atuação
Registre-se que não vamos nos ater a questões relacionadas aos deveres, uma vez que
serão tratados na próxima unidade. Sendo assim, vamos fazer nosso fluxo:
Figura 22.
Fonte: <http://www.venki.com.br/wp-content/uploads/2015/04/C96.jpg>.
»» O primeiro passo é o perito ser nomeado pelo juiz ou a pedido das partes.
55
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
»» Uma vez entregue o laudo pericial o perito requererá que seus honorários
sejam arbitrados fundamentando-se no levantamento inicial e nas
despesas realizadas durante o procedimento. Os valores deverão ser
repassados no âmbito judicial, nunca diretamente com as partes.
»» O perito deve recorrer sempre que entenda que os valores pagos não
correspondem o nível de complexidade da atividade desempenhada
podendo alegar ao magistrado, inclusive, falta de respeito com sua
posição profissional.
Da mesma forma, as mais diversas especialidades poderão ser acionadas com o objetivo
de ajudar o esclarecimento de dúvidas ou mesmo de criar prova.
Figura 23.
Fonte: <http://valentinanaestrada.com/wp-content/uploads/2016/01/roteirovalentinanaestrada.png>.
56
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Já aprendemos também que esses profissionais são, via de regra, vinculados a Conselhos
de Classe, os quais buscam dar apoio aos seus profissionais. Uma das atividades de apoio
é justamente desenhar uma forma de atuação na condição de peritos ou assistentes
peritos.
Vale reiterar que, como são vários órgãos de classe para várias profissões, eventualmente
alguns terão situações específicas. Destarte, caso você se interesse em comparar, notará
que existe uma lógica no roteiro de atuação de todas elas. Baseado nisso, iremos preparar
o nosso próprio roteiro que é composto por:
»» planejamento da perícia;
»» execução da perícia;
»» preparação do laudo; e
»» fluxo de procedimentos.
Etapas da perícia
Etapa preliminar
Etapa de operacionalização
57
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Etapa de encerramento
Planejando a perícia
Pode parecer repetitivo, mas o planejamento é uma atividade que irá permitir ao
profissional em perícia extrajudicial a realização de um trabalho fluído, com menor
margem de desorganização e, em consequência, maior possibilidade de efetividade.
Figura 24.
Fonte: <http://sebrae.ms/wp-content/uploads/2014/06/planoo.jpg>.
Evidente que, quanto maior for o nível de resposta de um profissional perito, mais vezes
ele será requisitado por contratantes. Quanto mais vezes dele for requisitado, maior
será sua experiência e tudo vai se alinhando para que a tarefa não seja apenas um “bico”
e sim uma atuação profissional de alto gabarito e “rentável”.
Feitas essas considerações, vamos elencar quais são os elementos essenciais para que o
planejamento da perícia seja eficiente:
58
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Executando a perícia
59
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Figura 25.
Fonte: <http://www.revistaestante.fnac.pt/wp-content/uploads/2016/04/maos-a-obra-do-it-your-self-estante-fnac.jpg>.
c. Uma vez o perito tendo concluído que é preciso inserir dados secundários
à sua pesquisa para fortalecer seus argumentos, deverá buscá-los em
fontes que os reconheçam.
60
ATUAÇÃO PERICIAL │ UNIDADE II
Emitindo o laudo
Trata-se de um documento técnico que precisa ser produzido tal qual a importância das
expectativas dos contratantes, ou seja, que alguma dúvida complexa seja dirimida ou
que alguma prova essencial seja produzida.
Desta forma, são necessários alguns cuidados no ato de sua produção. Vejamos:
b. Caso não haja uma relação complexa de elementos para ser analisado
pelo perito, seus argumentos deverão ser diretos e assertivos em torno do
objeto de sua contratação.
Fluxo de procedimentos
Tal qualquer trabalho estruturado, a perícia extrajudicial precisa ser realizada obedecendo
a um processo que torne a atividade fluída, objetiva e assertiva. Complementando esse
tópico, vamos definir um fluxo de procedimentos que pode ser aplicado não apenas a
uma perícia extrajudicial, mas a qualquer atividade semelhante.
61
UNIDADE II │ ATUAÇÃO PERICIAL
Já aprendemos que o ordenamento jurídico brasileiro não traz em seu corpo dados
específicos sobre perícia extrajudicial. Isso pode ser compreendido, uma vez que ela ocorre
fora do âmbito do Poder Judiciário justificando, assim, essa lacuna de procedimentos.
Se formos analisar friamente até este ponto do material, já podemos vislumbrar qual
seria o fluxo ideal de atuação do perito extrajudicial.
Como mencionado, você poderá concluir que o roteiro apresentado acima e as indicações
deste capítulo como um todo podem ser utilizadas tranquilamente por qualquer
atividade pericial, respeitadas as devidas peculiaridades.
63
ANÁLISE PERICIAL Unidade iII
Capítulo 1
Ética
Figura 26.
Fonte: <http://rgvhotelaria.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Analise-do-cenario-de-ocupacao-hoteleira-pos-Copa-em-Sao-Paulo.jpg>.
Perito criminal
Este profissional será acionado por autoridades competentes para tal e terá sua atuação
vinculada aos entes estaduais e federais.
64
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
No âmbito federal temos uma lista das atribuições dos peritos criminais federais produzida
pela Polícia Federal:
O que encontramos no âmbito estadual foi o Projeto de Lei PL 1.949/2007 que ainda está
tramitando na Câmara dos Deputados. Naquele instrumento, o perito criminal recebe a
nomenclatura de Perito Policial e o Art. 27 apresenta algumas atribuições. Vejamos:
Perito trabalhista
O legislador registrou no corpo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que sua
fonte subsidiária seria o CPC onde fosse omissa. Tal dispositivo está impresso no Art.
769 daquele diploma legal.
Assim, além das atribuições básicas de um perito (que estarão melhor discriminadas na
explicação do perito cível), um perito trabalhista teria como especificidades os seguintes
elementos:
65
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Perito cível
No caso de processos cíveis, o perito estará totalmente regrado pelo que está disposto
no CPC. As atribuições básicas do perito cível estão enumeradas no Art. 473 do CPC
uma vez que o que se espera dele é o laudo pericial. Vejamos:
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz,
pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
66
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
É importante registrar que o que está previsto nesses artigos do CPC se aplica a qualquer
perito que atue em ofício. Ainda assim, podemos enumerar um rol mais explicativo de
atribuições:
Perito securitário
67
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Destarte, temos alguns elementos legais que podemos destacar em torno de perícia
securitária:
Você deve ter notado que a situação é fragmentada. Os códigos de ética de cada profissão
possuem institutos que definem as atribuições de seus profissionais. Assim, podemos
concluir que além do que as profissões definem para atuação profissional, serão
atribuições dos peritos securitários aquelas já estudadas no caso do cível.
Peritos administrativos
As atribuições aplicáveis aos outros tipos de perito também o são aos peritos
administrativos. Nesse caso os códigos de ética das diversas profissões também são
levados em consideração sendo que, em alguns casos, os Conselhos costumam produzir
manuais para seus profissionais.
A título de exemplo, uma vez que cada profissão terá especificidades distintas, vamos
apresentar algumas atribuições determinadas ao Administrador pelo CFA:
68
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
Caso você tenha pesquisado algo sobre Direito Administrativo, eventualmente já deve
ter escutado alguma coisa relacionada a Processos Administrativos Disciplinares (PADs)
ou Processos Administrativos Sancionatórios (PASs). São procedimentos extrajudiciais
desenvolvidos no âmbito da Administração Pública.
Vamos falar dos pontos mais importantes, pois para tratá-lo com profundidade seria
necessário um material exclusivo e muito mais denso. Na verdade, entendemos que é
importante falar a respeito do ponto de vista técnico, pois isso seria o motivo de existir de
todo e qualquer princípio ético que gira em torno de atividades judiciais e extrajudiciais.
Fazendo um estudo constitucional sobre o que viria a ser vínculo do devido processo
legal com a legalidade, chegaríamos ao seguinte entendimento:
69
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
70
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
»» Ninguém pode ser condenado novamente por algo pelo que já tenha
respondido em juízo.
Lendo os elementos desse tópico você pode pensar que a justiça é extremamente
burocrática e sem objetividade. Pode ser que aconteça em alguns casos. No entanto,
essa linha de ação impede que futuramente alguém que tenha perdido uma causa na
justiça conclua que pode se vingar de quem venceu.
71
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Veja:
Artigo 8o: Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou
pela lei.
Artigo 10: Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma
justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e
imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11. 1.: Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o
direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha
sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que,
no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Também não será imposta pena mais forte de que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
O objetivo do instrumento é garantir que qualquer pessoa no mundo, uma vez sendo
acusada de algum delito, tenha direito ao devido processo legal.
Assim, a carta magna brasileira dispôs sobre o devido processo legal para direcionar
todo o ordenamento brasileiro naquele sentido. Abaixo segue uma sequência lógica de
incisos que inserem o devido processo legal no Brasil:
72
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
Responsabilidades do perito
Nesse ponto você já deve ter percebido que atuar como perito possui muitas vantagens
do ponto de vista profissional. Contudo, os elementos que impõem responsabilidades
em sua atuação são igualmente relevantes.
Figura. 27
Fonte: <http://direitodetodos.com.br/wp-content/uploads/2014/08/responsabilidade-subjetiva-e-objetiva.jpg>.
73
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
O CPC traz elementos que vinculam o perito a uma atuação objetiva, honesta e imparcial.
Ele poderá sofrer sanções cíveis, administrativas e penais caso venha a desobedecer ao
que está previsto em lei para sua atuação.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar
o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
É no Art. 158 que o CPC nos apresenta um rol mínimo de responsabilidades cíveis e
administrativas às quais o perito está sujeito em caso de condita dolosa ou culposa em
qualquer procedimento para o qual seja contratado, veja:
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado
para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o
juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das
medidas que entender cabíveis.
Lendo o artigo acima, podemos inferir que a justiça não procura pessoas sem
compromisso para auxiliá-la na condição de perito. Afinal, não apenas quando comete
erros voluntários como aqueles involuntários o perito eventualmente será sancionado.
...
74
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
Por fim e não menos importante, a conjunção do entendimento dos Arts. 158 e 468
do CPC nos dá a compreensão de que o perito poderá ficar impedido de atuar por até
05 anos em tribunais. Note que isso não considera outras penalidades que o órgão
responsável por fiscalizar sua profissão venha a aplicar.
75
Capítulo 2
Modelos
São as demandas mencionadas que tornam necessário que a qualidade do laudo tenha
um nível elevado. O objetivo é que o documento por si só consiga evitar questionamentos
em torno de suas alegações.
Figura 28.
Fonte: <https://alltasks.com.br/traducao-de-qualidade/images/traducao-tecnica-de-qualidade.jpg>.
Desta forma, nem o laudo nem o parecer irão vincular as pessoas que o demandaram às
informações e definições presentes neles.
Isso permite que o magistrado entenda de maneira diferente ao laudo, ainda que sob o
risco de eventuais recursos em instâncias superiores.
Figura 29.
Fonte: <http://publications.europa.eu/code/images/scan/240202-pt.gif>.
77
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Modelos de laudo
Falar de modelo no plural como está no título deste tópico é complexo porque, se formos
procurar na rede mundial de computadores, encontraremos uma infinidade de modelos
interessantes. Desta forma, considerando tudo o que já discutimos neste material,
vamos apresentar um modelo apenas para ilustrar o que já discutimos.
PROCESSO No : 0000/00
ÍNDICE GERAL
1. RESUMO
78
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
DSRs;
13o Salário;
6. DOS QUESITOS
6.1. Do reclamante
6.2. Da reclamada
7. CONCLUSÃO
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. RESUMO
Quanto ao resultado das contas de liquidação em Reais, que a seguir apresentamos, observamos
que:
a) a atualização monetária do resultado líquido e a incidência dos juros de mora foram calculados
até 1o de agosto de 2011;
b) após esta data, o resultado líquido (principal), a ser atualizado na oportunidade de seu pagamento
(Lei 8.177/1991, art. 39, e Lei 8.660 de 28.05.1993 - Nova TR), bem como acrescentar-se-ão juros
moratórios “pro rata die” à razão de 1% ao mês, consoante determinação contida no parágrafo 1o e
“caput” do artigo 39 da Lei 8.177 de 01.03.1991.
79
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
***CÁLCULOS***
b) xxxxx
...
...
3.1. Da fundamentação e do cálculo de apuração de Horas Extras e reflexos nos DSRs. O respectivo
demonstrativo foi elaborado considerando-se:
80
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
a) este perito efetuou o cálculo das horas extras e reflexos de acordo com a R. Senteça de fls. 65
a 68, uma vez que, os cartões de ponto não se prestam a comprovação da jornada de trabalho,
conforme produção de prova oral. XXXXXXX;
...
3.2. Da fundamentação e do cálculo de apuração de integração das Horas Extras nas Férias
Proporcionais e Adicional Constitucional de Férias Todos os cálculos de férias proporcionais mais
adicional de férias, foram executados conforme a R. Sentença e a legislação vigente, conforme
considerações citadas no demonstrativo de apuração.
1. Considerando a habitualidade das horas extras, conforme decisão deste processo, considerando
os enunciados do TST 151, considerando o parágrafo 5o do artigo 142 da CLT, considerando os
artigos 146 e 147 da CLT, considerando o artigo 487, parágrafo 1o da CLT, apresento adiante os
cálculos devidos para o pagamento das férias proporcionais, bem como o acréscimo constitucional
de 1/3:
***CÁLCULOS INERENTES***
***CÁLCULOS INERENTES***
3.3. Da fundamentação e do cálculo de apuração de integração das Horas Extras no 13o Salário
Todos os cálculos do 13o salário, foram executados conforme a R. Sentença e a legislação vigente,
conforme considerações citadas no demonstrativo de apuração.
81
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
***CÁLCULOS INERENTES***
3.4. Da fundamentação e do cálculo de apuração de integração das Horas Extras no Aviso Prévio
Indenizado Todos os cálculos do Aviso Prévio Indenizado, foram executados conforme a R.
Sentença e a legislação vigente, conforme considerações citadas no demonstrativo de apuração.
***CÁLCULOS INERENTES***
***FUNDAMENTOS LEGAIS***
1. O Cálculo do FGTS sobre a rescisão e a respectiva multa de 40% será processado somando-se
todas as diferenças devidas, desde que tributadas, e mais o aviso prévio integral uma vez que não
foi considerado para o cálculo quando paga a rescisão do contrato de trabalho.
***CÁLCULOS INERENTES***
6. DOS QUESITOS
6.1. Do Reclamante
82
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
6.2. Da Reclamada
7. CONCLUSÃO
Concluímos o presente laudo onde apuramos o valor a favor do reclamante em R$ 1.681,50 (hum
mil, seiscentos e oitenta e hum reais e cinquenta centavos), corrigidos até 1o de junho de 1996,
cabe salientar que a reclamada não necessitará apresentar comprovantes de depósitos do FGTS
do período de registro, conforme R. Sentença.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A síntese das contas de liquidação, apuradas nos demonstrativos aqui apresentados está sendo
transportada no item “1 RESUMO”. Damos por encerrado este laudo pericial TRABALHISTA,
constituído de 18 páginas impressas no anverso com o verso em branco.
Adm. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
ESPÉCIE: INDENIZAÇÃO/REPARAÇÃO/ETC
REQUERENTE: XXXXXXXXXXXXXXX
REQUERIDO: XXXXXXXXXXXXX
JUIZ(A):
83
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
1. Relatório
Trata-se de ação de indenização por danos morais, por perdas e danos materiais, movida por
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx., em desfavor da empresa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx na qual a autora, na
qualidade de Agente Comercial da ré por força de contrato de representação comercial firmado no
início de 2017, alega ter sido prejudicada pela imposição de um novo instrumento contratual em
meados de março desse mesmo ano.
2. Síntese do autor
A requerente ajuíza ação sob alegação de quebra de contrato por parte da ré. Contrato extrema-
mente complexo, tinha por objeto a estipulação, pela XXXXXXXXXXXXXXX, dos produtos a serem
comercializados, externando ainda a percentagem das comissões e dos produtos, conforme consta
no item 5.0 – PRODUTOS A SEREM COMERCIALIZADOS/COMISSÕES, com lista bastante inten-
sa, naquela época, e devidamente informada no corpo do contrato.
3. Síntese do requerido
4. Método de Trabalho
a) Análise dos autos e exame dos documentos fornecidos, em diligência, pela XXXXXXXXXXXXXX, como por
exemplo: demonstrações contábeis, notas fiscais de prestação de serviços, guias de tributos etc.
c) Elaboração de planilhas com cálculos matemáticos referentes aos dados levantados na documentação,
inclusive de atualizações monetárias.
5. Diligências
Conforme faculta o art. 429 do CPC, no dia 09 de fevereiro de 2017, de posse do termo de diligên-
cia no 007/2017, dirigimo-nos à sede requerente: XXXXXXXXXXXXX, solicitando para análise os
documentos a seguir indicados, no que fomos prontamente atendidos pelo preposto da requerente:
84
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
QUESITOS DO AUTOR
“1. Queira o(a) Senhor Perito(a) relacionar quais as comissões registradas no Livro Diário e devidas
pela ré a autora, mês a mês, no período de janeiro a dezembro de XXXX.”
“2. Queira o (a) Senhor (a) Perito (a) quantificar e relacionar a partir de quando a autora iniciou
queda nas comissões sobre vendas dos serviços.”
Resposta: Em pesquisa realizada no Livro Diário, constatou-se que nos meses de janeiro a março
de XXXX o faturamento da empresa estava em ascensão. A partir do mês de abril/XXXX, iniciou-se
a queda do faturamento.
QUESITOS DA RÉ
“1. Queira o(a) Senhor(a) Perito(a) informar e discriminar a evolução dos gastos da autora com pu-
blicidade e marketing, que realmente motivaram os negócios com produtos da ré.”
7. Conclusão
Encerrados os trabalhos, conforme os fatos relatados e transcritos, por intermédio das diligências
para as buscas de provas materiais e, ainda, após análise de toda documentação fornecida bem
como daquela acostada aos autos, respondemos os quesitos da autora e da ré em relação à lide,
utilizando-se dos parâmetros definidos nos mesmos.
85
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Esperamos ter explorado e trazido aos autos às informações técnicas necessárias, para convicção
das partes e ao MM. Juízo, e assim colocamo-nos à vossa inteira disposição para outros esclareci-
mentos julgados pertinentes.
Nada mais havendo a considerar, damos por encerrado o presente Laudo, constituído de 12 (doze)
folhas de um só lado com 02 anexos, pelo perito-contador XXXXXXXXXX que subscreve e assina.
________________________________
Contador XXXXXXXXXXXXXXX
CRC-GO XXXXXXX
Perito Judicial
Agora você pode analisar tudo o que apresentamos em termos de estrutura e o que está
disposto nesse modelo. Notará que, de maneira geral, trata-se de um padrão que pode
ser utilizado para qualquer tipo de laudo.
Modelos de petição
Processo no _______
Autor:
Réu:
86
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
Local e data
Assinatura
Evidente que caso aceita-se bastava mudar os termos no corpo da petição e não iria ser
necessário apresentar motivos de impedimento.
Processo no _________
Autor: ______________
Réu _______________
Perito-Administrador ______________
Para elaboração desta proposta, e pela análise dos quesitos apresentados, foram considerados:
a relevância, o vulto, o risco e a complexidade dos serviços a executar; as horas estimadas para a
realização de cada fase do trabalho; a qualificação do pessoal técnico que irá participar da execu-
ção dos serviços e o prazo fixado; retirada e entrega dos autos; leitura e interpretação do processo;
planejamento dos trabalhos periciais; abertura de papéis de trabalho; elaboração de petições e/ou
correspondências para solicitar informações e documentos; realização de diligências e exame de
documentos; pesquisa e exame de livros e documentos técnicos; realização de cálculos, simulações
e análises de resultados; laudos interprofissionais; preparação de anexos e montagem do Laudo;
reuniões com peritos assistentes, quando for o caso; reuniões com as partes e/ou com terceiros,
quando for o caso; redação do laudo Revisão Final.
Estima este perito que o trabalho demanda a utilização em torno de ___ (______) horas de trabalho,
o que corresponde a uma remuneração de R$ ________________________, a qual apresentamos
como proposta de honorários.
É importante comunicar que, do valor acima, haverá ainda a responsabilidade do perito quanto ao
pagamento dos impostos e dos encargos referentes ao quantum dos honorários periciais. O valor
desta proposta de honorários não remunera o perito para responder Quesitos Suplementares, Art.
425 do Código de Processo Civil, fato que, ocorrendo, garante ao profissional oferecer nova proposta
de honorários na forma deste documento.
87
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Por último, requer de Vossa Excelência aprovação da presente proposta de honorários, e na forma
dos artigos 19 e 33 do Código de Processo Civil, determinação do depósito prévio, para início da
prova pericial.
Local e data.
Assinatura
Processo no _________
Autor: ______________
Réu _______________
Perito-Administrador ______________
Fulano de Tal, perito judicial, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, no-
meado por esse MM Juízo, tendo concluído a perícia para a qual foi designado, agradecendo a
honrosa nomeação, apresenta a Vossa Excelência o LAUDO TÉCNICO PERICIAL contendo ____
folhas, sendo anexados _____ documentos, ___ planilhas.
Ao encerrar o encargo, coloca-se a disposição desse MM Juízo e das partes, para quaisquer outros
esclarecimentos julgados oportunos por Vossa Excelência.
Assim, requer a juntada do laudo e respectivos anexos aos presentes autos. Requer, também, a
expedição do respectivo Alvará Judicial para levantamento dos honorários periciais previamente
depositados e que se encontram a disposição desse Juízo, na conformidade do parágrafo único do
Art. 33 do CPC.
Cidade e data.
Assinatura
88
Capítulo 3
Contraditório e elementos finais
Quando falamos sobre o devido processo legal, dissemos que a pessoa tem direito total
à defesa. A CF chama isso de ampla defesa. Inerente a isso, a CF dá à pessoa o direito de
contradizer o que a ele é imputado.
Os artigos 334 a 342 disciplinam o direito de contestar por parte do litigante e ensinam
o momento e como a pessoa poderá se defender das imputações que lhe são submetidas
em juízo.
Destarte, a contestação de uma perícia se dá no momento em que uma das partes opta
por solicitar a participação de um assistente técnico ou perito assistente. Nós já falamos
como se dá a atuação deste ator, então não vamos adentrar muito na discussão. Apenas
para ampliar o conhecimento, veja que no Art. 361 do CPC o assistente poderá ser
ouvido na condição de produtor de prova oral:
Outra questão que já estudamos é que o juiz nomeará o perito por sua indicação ou das
partes certo? Veja que o Art. 465 do CPC autoriza na sequência as partes a indicarem
um assistente e que o Art. 466 autoriza que as partes escolham qualquer assistente de
sua confiança:
89
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
...
Assim, conclui-se que a contestação contra um laudo pericial (que é o objeto de qualquer
perícia) se dará por meio do parecer pericial emitido pelo assistente técnico conforme
já tivemos a oportunidade de aprender neste material.
Contudo, até para servir como uma síntese, veja abaixo um breve roteiro:
90
ANÁLISE PERICIAL │ UNIDADE III
Um dos outros direitos que o perito tem nós vamos discutir agora. Já falamos em
algumas passagens a respeito, mas vamos detalhar um pouco mais nesse tópico.
Aceitação de perícias
Vamos ser bem sintéticos aqui porque já tratamos o assunto, inclusive no tópico
anterior e seu entendimento é simples: uma vez nomeado pelo juiz (judicial) ou
contratado pelas partes (extrajudicial), o perito analisará a demanda e decidirá por
sua aceitação.
No caso de perícia extrajudicial, o perito firmará contrato com as partes para estabelecer
como se dará o procedimento.
Desistência de perícias
Uma vez o perito tendo se disponibilizado para atuar na condição de auxiliar da justiça,
qualquer juiz poderá requerer seus serviços a qualquer momento. A questão é que o
CPC prevê a possibilidade de o profissional escusar-se de aceitar as atribuições, desde
que possua uma justificativa que seja válida.
91
UNIDADE III │ ANÁLISE PERICIAL
Apesar de já termos visto esse dispositivo, vamos relembrar o que nos diz o Art. 157 e o
Art. 467:
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe
designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do
encargo alegando motivo legítimo.
Como é possível inferir da leitura do parágrafo 1o do Art. 157, a escusa poderá se dar
em função de o profissional entender que há conexão íntima de sua pessoa com o
procedimento, porque está com excesso de demandas, porque não se sente confortável
com a causa, por impedimentos, e outras previsões legais.
Já vimos neste material como o perito deve se dirigir ao juízo que lhe nomeou no sentido
de requerer a escusa de participar no procedimento pericial. Os moldes são aqueles,
sendo que o que poderá ser modificado é o motivo.
Separamos o tópico apenas por uma questão de acompanhamento lógico por sua parte.
Em procedimentos extrajudiciais, o perito poderá desistir de realizar um procedimento
tal qual em processos judiciais.
Veja que, via de regra, não é necessário formalizar uma renúncia e do ponto de vista
contratual ela poderia ocorrer antes de iniciar os trabalhos ou durante eles, uma
vez previsto no contrato. Evidente que em contrato constará as formas aceitáveis de
renúncia para que os contratantes não fiquem no prejuízo mediante uma cláusula de
renúncia, cabendo assim bom senso e ética na atuação e contratação deste profissional.
92
Para (não) finalizar
Ao final dessas páginas não temos dúvida de que você está apto a discorrer tranquilamente
sobre o tema proposto e, quem sabe, se empenhar em tornar-se um perito que irá ajudar
os procedimentos judiciais e extrajudiciais a se resolverem.
Resta agora a missão complementar de continuar sempre sua busca por conhecimento.
Lembre-se que leis mudam o tempo todo e, uma vez mudando, alguns elementos que
discutimos aqui poderão ser atualizados ou até mesmo extintos. Daí a necessidade
constante de atualização. Contudo, temos convicção de que isso não será um problema
para você!!!
93
Referências
_______. Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 19/1/2017.
94
Referências
Sites
<http://www.perito.med.br/>
<http://sindcontrn.org/>
<http://www.cfa.org.br/>
<http://www.manualdepericias.com.br/>
<http://www.egov.ufsc.br/>
<http://www.direitonet.com.br/>
<http://www.abdpc.org.br/>
<http://www.arcos.org.br/artigos>
<http://www.egger.com.br/>
<http://www.cnj.jus.br/>
95
Referências
<https://pramosbarros.jusbrasil.com.br>
<http://ambitojuridico.com.br>
<https://www.oabmg.org.br/>
<https://www.tjpr.jus.br>
<http://www.tjdft.jus.br>
<http://agenciabrasil.ebc.com.br>
<http://www.aguiarperito.com.br>
<http://www.pf.gov.br/>
<http://www.classecontabil.com.br/>
<https://media.licdn.com/mpr/mpr/shrinknp_200_200/p/6/005/03b/3d1/32f9672.jpg>
<http://seh.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Depositphotos_68873493_
original.jpg>
<http://dcso.eng.br/wp-content/uploads/2015/10/pericia.jpg>
<http://blogdocorretor.com/_upload/blog/capas/20161125-083112-
jur%C3%ADdico.png>
<http://spapooljacuzzirepairs.co.za/wp-content/uploads/2012/02/Cape-Town-
Jacuzzi-Repairs.jpg>
<https://br.habcdn.com/photos/project/big/banheiras-e-colunas-de-
hidromassagem-823179.jpg>
<https://cursodeperitojudicialadistancia.files.wordpress.com/2016/08/curso-de-
perito-digital.jpg?w=300&h=199>
<http://blog.gazinatacado.com.br/wp-content/uploads/2014/05/CHA02.jpg>
<http://igceducacao.com.br/wp-content/uploads/2016/08/MBA-Pericia-e-auditoria-
economico-%E2%80%93-financeira.jpg>
<https://serprooltrj.files.wordpress.com/2011/09/mesa.jpg>
<http://3.bp.blogspot.com/-3UIWRsiywno/VUNe-cosDrI/AAAAAAAAA50/
L7nSPCMaBY8/s1600/Forma%C3%A7%C3%A3o%2BAcad%C3%AAmica.jpg>
96
Referências
<http://noticias.universia.com.br/br/images/docentes/c/co/coi/coisas-que-deve-
saber-ao-entrar-mercado-de-trabalho-noticias.png>
<http://www.arnaldotecnologo.com.br/wp-content/uploads/2016/07/
multidisciplinar.png>
<http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/aloconcurseiro/wp-content/uploads/
sites/15/2014/06/nomeacao.jpeg>
<http://www.mitocorretora.com.br/base/wp-content/uploads/2014/04/seguros.
jpg>
<http://topsegredosdigitais.com/wp-content/uploads/2015/01/trabalhando-em-
casa.png>
<http://1.bp.blogspot.com/-H3SCYrPv4h4/UggAkQ_hlxI/
AAAAAAAAC5U/9OGtMSIH5To/s1600/desenho3.png>
<http://www.oabdeprimeira.com.br/wp-content/uploads/2014/11/aviltamento-de-
honorarios.jpg>
<http://www.barrigudanews.com/wp-content/uploads/2016/12/pagamento-.jpg>
<http://www.novaconcursos.com.br/portal/wp-content/uploads/2015/08/
Assistente-t%C3%A9cnico.jpg>
<http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/gerenciamento-de-fluxo-
de-trabalho.jpg>
<http://www.venki.com.br/wp-content/uploads/2015/04/C96.jpg>
<http://valentinanaestrada.com/wp-content/uploads/2016/01/
roteirovalentinanaestrada.png>
<http://sebrae.ms/wp-content/uploads/2014/06/planoo.jpg>
<http://www.revistaestante.fnac.pt/wp-content/uploads/2016/04/maos-a-obra-do-
it-your-self-estante-fnac.jpg>
<http://rgvhotelaria.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Analise-do-cenario-de-
ocupacao-hoteleira-pos-Copa-em-Sao-Paulo.jpg>
<http://direitodetodos.com.br/wp-content/uploads/2014/08/responsabilidade-
subjetiva-e-objetiva.jpg>
97
Referências
<https://alltasks.com.br/traducao-de-qualidade/images/traducao-tecnica-de-
qualidade.jpg>
<http://publications.europa.eu/code/images/scan/240202-pt.gif>
98