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CONFEA e os CREAs

O CONFEA e os CREAs, conforme já citado, são “Entidades Federais de


Direito Público”. Entre os principais motivos que levaram a criação desse
Subsistema são:
 Necessidade de conhecimentos técnicos científicos
 Consequências drásticas, quando faltam esses conhecimentos
 Necessidade de impedir a atuação de leigos
 Necessidade de proteger a sociedade fazendo com que receba um
adequado serviço profissional.

Diante disso, o CONFEA e os CREAs fiscalizam o exercício profissional


para garantir o desempenho competente e defender a sociedade. O
Subsistema de fiscalização CONFEA/CREA foi criado pelo governo na forma
de Autarquia com a finalidade de fiscalizar o exercício profissional do
engenheiro, do arquiteto e, posteriormente, do engenheiro agrônomo e dos
técnicos de segundo grau correspondentes.
Ficou estabelecido em Lei as condições necessárias para desempenhar
essas profissões: “estar formado em uma instituição de ensino e estar
registrado no CREA”.
Como Autarquia, o Sistema de fiscalização é um Órgão auxiliar da
Administração Pública, mas não subordinado a esta. Este Subsistema tem
autonomia administrativa, patrimonial e receita própria. Enfim, tem
personalidade jurídica de direito público.
O CONFEA e os CREAs são dirigidos pelos próprios profissionais
(Conselheiros), os quais representam as Entidades de Ensino, as Associações
e os Sindicatos.
Como se pode verificar, o CONFEA e os CREAs exercem funções
diferentes, embora complementares. A fiscalização, de fato, é exercida pelos
CREAs, se constituindo em primeira instância do exercício profissional. Já o
CONFEA é considerado a instância do exercício superior ou última instância.
Veja, no quadro a seguir, as diferenças entre o CONFEA e os CREAS.

CONFEA CREA
Nacional Estadual
Normativo Executivo
Pode intervir na administração Fiscaliza o exercício profissional
dos CREAs
Instância superior Primeira instância

Os Presidentes, do CONFEA e dos CREAs são eleitos, pelos demais


profissionais, pelo voto direto. Veja a chamada para eleição do CREA RS, na
próxima página.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

O Sistema CONFEA/CREAs funciona respaldado, principalmente por


duas Leis Federais:
1. Lei 5.194/66 – que regula o exercício das profissões do
Engenheiro, do Arquiteto e do Engenheiro Agrônomo e dá outras
providências.
2. Lei 6.496/77 – que institui a Anotação de Responsabilidade
Técnica na prestação de serviços de engenharia, arquitetura, e
agronomia. Ainda autoriza a criação, pelo CONFEA, de uma
Mútuas de Assistência Profissional e dá outras providências.

Essas Leis, com algumas modificações, feitas por outras Leis


posteriores, funcionam até hoje como norteadoras das ações do Subsistema de
fiscalização.
Cabe destacar que os técnicos de nível médio são regidos pela Lei
5.524/68, que foi regulamentada pelo Decreto 90.222/85.
A Lei 5.194/66, ao regular as profissões do Engenheiro, do Arquiteto, do
Engenheiro Agrônomo, bem como dos cursos profissionalizantes afins destas
profissões (Meteorologista, Geólogo e Geógrafo), estabeleceu a possibilidade
de exercer o exercício destas profissões por profissionais. Esta Lei, em seus 92
Artigos, praticamente abordou todas as necessidades para o exercício das
profissões supracitadas, caracterizando o exercício legal e ilegal das
profissões, formalizando o uso do título profissional, tornando-o exclusivo para
aqueles que colaram grau. Esta Lei estabeleceu o que cada profissional pode
fazer por meio da concessão das atribuições profissionais. Ela garante a
autoria de planos e projetos e estabelece responsabilidades por meio do
conceito de direitos e deveres.
A Lei 5.194/64 ainda dá poder para o Sistema CONFEA/CREAs
fiscalizar, constatar possíveis infrações, julgar o culpado e puni-lo, quando for o
caso. Por fim, pode-se dizer que esta Lei reorganizou a fiscalização criada em
1933, reorganizando o Sistema CONFEA/CREAs para a fiscalização do
exercício profissional.
A Lei 6.496/77 implantou, de forma definitiva, a Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART), na prestação de serviços de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia e, ainda, autorizou o CONFEA a criar uma Mútua de
Assistência Profissional. De acordo com esta Lei, sempre que um profissional
se propor a fazer um serviço, deverá preencher a ART junto ao CREA. Assim,
a Lei 6.496/77 estabelece que todo contrato verbal, ou escrito, para execução
de obra ou prestação de serviços, fica sujeito à ART, que será efetuada pelo
profissional ou pela empresa e define, para os efeitos legais, os responsáveis
técnicos pelo empreendimento de Engenharia, Arquitetura ou Agronomia.
Resumindo, a ART define claramente o que está sendo feito, quem é o
responsável técnico e quem está contratando o serviço. Já a Mútua de
Assistência Profissional foi criada e está em pleno funcionamento.

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O CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E
AGRONOMIA (CONFEA)

À semelhança dos CREAs, o CONFEA é formado por Conselheiros


representantes de Instituições de Ensino e de grupos Profissionais. Por ser a
instância superior do exercício profissional, ali são julgadas e decididas todas
as ações, de ordem profissional, oriundas dos CREAs.
O CONFEA é formado também por profissionais representantes de
Instituições de Ensino e de grupos profissionais. Entre as atribuições do
CONFEA destacam-se:
 Ser a instância superior do Sistema.
 Publicar Resoluções, interpretando e regulamentando a
legislação.
 Julgar, em grau de recurso, infrações ao Código de Ética.
 Determinar os valores que os CREAs devem receber dos
profissionais e pessoas jurídicas (anuidades, emolumentos e
taxas).

O CONFEA tem sede em Brasília-DF e a sua sustentação econômica é


feita pelos CREAs. Os seus Conselheiros têm mandato de três anos, a
semelhança dos Conselheiros dos CREAs.

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O CREA RS

Os CREAs funcionam com base em seus regimentos internos. Conforme


prevê o regimento interno, O CREA RS é constituído:
1. Estrutura básica e de suporte – onde se encontram os órgãos
decisórios e executivos, sendo constituído de conselheiros
representantes dos demais subsistemas, do sistema profissional
que, por meio de reuniões periódicas, garantem o cumprimento
da Legislação Profissional, decidindo sobre punições quando a
mesma não é cumprida. Abaixo estão listados os órgãos
auxiliares e executivos:
 Plenário
 Câmaras Especializadas
 Presidência
 Diretoria
 Coordenadoria das Inspetorias
 Inspetorias
 Comissões Permanentes e Especiais
 GTs (grupos de trabalho)

2. Estrutura Auxiliar – que é formada por 10 departamentos que


constituem o respaldo logístico para a estrutura básica, sendo
constituído pelo corpo de funcionários do CREA e de suas
Inspetorias. Os 10 departamentos são:
 Comunicação e Marketing
 Fiscalização
 Jurídico
 Informática
 Executivo das Câmaras
 Registro
 Coordenadoria das Inspetorias
 Financeiro
 Contabilidade

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AS CÂMARAS ESPECIALIZADAS
O número de Câmaras Especializadas varia em função das
características do CREA (número de Conselheiros e modalidades
profissionais). O CREA RS tem oito Câmaras, que são:
 Câmaras de Engenharia (Civil, Industrial, Elétrica, Química e
Florestal)
 Câmara de Arquitetura
 Câmara de Agronomia
 Câmara de Geologia e Minas

Outros Conselhos têm maior ou menor número de Câmaras.


A Câmara se constitui na representação específica das principais
profissões fiscalizadas pelo CREA. A Câmara Especializada existe para tratar
de assuntos específicos de sua modalidade profissional. É coordenada por um
Conselho eleito por seus membros com mandato de um ano. Reúnem-se,
ordinariamente, duas vezes por mês, para tratar dos problemas de fiscalização
do Exercício Profissional ou de suas modalidades profissionais. Para formar
uma Câmara são necessários pelo menos três profissionais de uma mesma
modalidade.
As Câmaras Especializadas podem se reunir, extraordinariamente,
conforme surgirem necessidades que justifiquem. Funcionam em espaço
próprio, dentro do CREA, e se constituem na primeira instância para qualquer
processo que entre no Conselho.

FUNÇÕES DO CONSELHEIRO
As funções do Conselheiro, nas atividades do CREA, exigem que ele
disponibilize, no mínimo, de três reuniões mensais ordinárias, que são:
 Uma reunião Plenária, para tratar de assuntos de interesse de
mais de uma modalidade profissional.
 Duas reuniões de sua Câmara Especializada, para tratar de
assuntos específicos de sua área.

Os assuntos tratados, tanto no Plenário, quanto nas Câmaras


Especializadas, quando couber, são relatados e votados pelos Conselheiros.
Além das reuniões das Plenárias e das Câmaras, os Conselheiros poderão ser
solicitados a participar de algumas Comissões (permanentes e especiais), que
são formadas para tratar de assuntos específicos.
O mandato dos Conselheiros, assim como dos Inspetores, e do próprio
Presidente, é honorífico; ou seja, ELES NÃO RECEBEM REMUNERAÇÃO por
esse trabalho. Ao final do mandato eles recebem certificado por serviços
prestados a Nação. Se não ganham, por outro lado também não gastam, uma
vez que as despesas que realizam para exercer o seu mandato são repostas
por meio de ajudas de custo. O profissional, portanto, ao aceitar o cargo de
Conselheiro, deve ter consciência deque doará parte do seu tempo para o
Sistema, sem receber remuneração por isso.

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INSPETORIAS

Para atender aos profissionais do interior do Estado, o CREA mantém


Inspetorias instaladas nos principais centros urbanos. São extensões do CREA
que vão ao encontro dos profissionais em suas regiões de trabalho. As
Inspetorias, assim como os CREAs, são dirigidas por profissionais que foram,
para isso, eleitos por outros profissionais.
Essas Inspetorias são atendidas pelos Inspetores, eleitos pelos
profissionais, que têm por funções:
 Administrar a Inspetoria
 Coordenar as reuniões com os demais Inspetores (Comissões)
 Determinar prioridades a serem fiscalizadas na sua Zona
 Representar o CREA
 Instruir processos para as Câmaras Especializadas
 Integrar com os demais Subsistemas

Todo o profissional com registro em dia, no CREA, pode ser Inspetor;


basta, para isso, se candidatar e ser eleito pelos demais profissionais. Quase
tudo o que os profissionais teriam que fazer em Porto Alegre-RS, eles podem
fazer nas Inspetorias. Elas existem, portanto, para facilitar a vida dos
profissionais e das empresas.

O PRIMEIRO REGISTRO NO CREA RS


Os alunos formandos poderão receber suas primeiras carteiras
profissionais no dia de sua formatura. Para isso, deverão apresentar a
documentação exigida, que é:
 Requerimento (o CREA RS fornece o formulário)
 Carteira de Identidade
 CPF
 Título de eleitor
 Prova de quitação do serviço militar
 Comprovante de residência
 Duas fotos 3 X 4 (coloridas)

É importante para o aluno que receba a sua carteira no dia de sua


formatura, pois assim estará legalmente habilitado a exercer a sua profissão e
não ficará dependendo de esperas, para receber sua carteira, que poderão ser
longas. Diante disso, torna-se importante que a turma mantenha contato com o
Conselho, diretamente, ou por meio de suas Inspetorias, para agilizar o
processo.

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