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MAIO 1997 NBR 13820


Avaliação de servidões - Procedimento

ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

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Rio de Janeiro
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CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil
CE-02:012.04 - Comissão de Estudo de Avaliação de Servidões
NBR 13820 - Evaluations of servitudes - Procedure
Copyright © 1997,
ABNT–Associação Brasileira Descriptors: Evaluation. Servitude
de Normas Técnicas Válida a partir de 30.06.1997
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados
Palavras-chave: Avaliação. Servidão 5 páginas

Sumário Esta Norma é exigida em todas as manifestações que


Prefácio caracterizam o valor de servidões. A determinação deste
1 Objetivo valor é de responsabilidade e de competência exclusiva
2 Referências normativas dos profissionais legalmente habilitados pelos Conselhos
3 Definições Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia -
4 Notações, simbologia e convenções CREA, de acordo com a Legislação pertinente, respeita-
5 Classificação das servidões das suas respectivas habilitações, em especial as Reso-
6 Metodologia básica aplicável luções nºs 205, 218 e 345 do CONFEA - Conselho Federal
7 Níveis de rigor de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - e as Leis Fe-
8 Pressupostos derais nº 5194, nº 8666 e nº 8883.
9 Atividades básicas
10 Laudos 2 Referências normativas

Prefácio As normas relacionadas a seguir contêm disposições que,


ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no
Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, momento desta publicação. Como toda norma está sujeita
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Bra- a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos
sileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial com base nesta que verifiquem a conveniência de se
(ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), usarem as edições mais recentes das normas citadas a
formadas por representantes dos setores envolvidos, seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros em um dado momento.
(universidades, laboratórios e outros).
Decreto Federal nº 35851, de 16 julho de 1954 - Cria
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito e institui a servidão administrativa
dos CB e ONS, circulam para Votação Nacional entre os
associados da ABNT e demais interessados. Decreto Federal nº 81621, de maio de 1978 - Aprova
o Quadro Geral de Unidades de Medidas
1 Objetivo
Lei Federal nº 5194, de 24 de dezembro de 1966 -
Esta Norma estabelece procedimentos para avaliação Regula o exercício das profissões de engenheiro,
de servidões impostas a imóveis. arquiteto e engenheiro agrônomo
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2 NBR 13820:1997

Lei Federal nº 6496, de 07 dezembro de 1977 - 3 Definições


Institui a ART - Anotação de Responsabilidade Téc-
nica - na prestação de serviços de engenharia, de Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições2)
arquitetura e de agronomia das NBR 5676, NBR 8799, NBR 8951, NBR 8976,
NBR 8977, NBR 12721 e as seguintes.

Lei Federal nº 8666, de 21 de junho de 1993, e


3.1 área gravada pela servidão: Parte do imóvel servi-
nº 8883, de 08 de junho de 1994 - Normas de licitação
ente ou prédio matriz diretamente atingida pela servidão.
Legislação Estadual e Municipal disciplinadora da
ocupação do solo1) 3.2 área não gravada pela servidão: Parte do imóvel
serviente ou prédio matriz não diretamente atingida pela
servidão.
Resolução nº 205, de 30 de setembro de 1971, do
CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arqui- 3.3 avaliação de servidões: Determinação do valor
tetura e Agronomia - Código de ética profissional correspondente às restrições impostas à propriedade pela
instituição de servidão.
Resolução nº 218, de 29 junho de 1973, do CONFEA
- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e 3.4 dano: Qualquer prejuízo adicional decorrente da ins-
Agronomia - Discrimina atividades das diferentes mo- tituição de servidão.
dalidades profissionais de engenharia, arquitetura e
agronomia 3.5 direito de propriedade: Direito de usar, gozar e dispor
de um bem.

Resolução nº 307, de 20 de fevereiro de 1986, do 3.6 engenharia de avaliações: Conjunto de conhecimen-


CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arqui- tos e técnicas relativos à avaliação de bens e direitos
tetura e Agronomia - Dispõe sobre a anotação de sobre eles incidentes.
responsabilidade técnica - ART
3.7 imóvel dominante: Aquele que impõe restrições por
Resolução nº 342, de 11 de maio de 1990, do servidão.
CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arqui-
tetura e Agronomia - Glossário de conceito e termos 3.8 imóvel serviente: Aquele que sofre restrições im-
técnicos postas por servidões.

3.9 imóvel urbano: Propriedade constituída de terreno


Resolução nº 345, de 27 de julho de 1990, do nu ou edificado, situada em perímetro urbano e em local
CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arqui- de caraterísticas, uso, ocupação, acesso e melhoramen-
tetura e Agronomia - Dispõe quanto ao exercício pro- tos públicos disponíveis, próprios de regiões já urbani-
fissional de avaliações e perícias de engenharia zadas e de possível utilização imediata.

NBR 5676:1989 - Avaliação de imóveis urbanos - 3.10 incômodo ou transtorno: Perturbação no uso do
Procedimento imóvel decorrente de instituição de servidão.

3.11 indenização da servidão: Justo valor obtido na ava-


NBR 8799:1985 - Avaliação de imóveis rurais - Pro- liação da servidão e demais ônus dela decorrentes, desde
cedimento que devidamente comprovados.

NBR 8951:1985 - Avaliação de glebas urbanizáveis 3.12 percentual de absorção ou de comprometimento:


- Procedimento Relação entre a área objeto da servidão e a área total do
imóvel.

NBR 8976:1985 - Avaliação de unidades padroni- 3.13 prédio matriz: Extensão total da propriedade que
zadas - Procedimento esteja sendo objeto de servidão.

NBR 8977:1985 - Avaliação de máquinas, equipa- 3.14 recuo ou afastamento: Imposição legal que visa
mentos, instalações e complexos industriais - Proce- disciplinar o uso do imóvel.
dimento
3.15 restrição: Limitação imposta por instituição de ser-
vidão.
NBR 12721:1992 - Avaliação de custos unitários e
preparo de orçamento de construção para incorpo- 3.16 risco: Possibilidade de ocorrência de dano em con-
ração de edifício em condomínio - Procedimento seqüência de instituição de servidão.

1)
Consultar as legislações aplicáveis das alçadas Federal, Estadual e Municipal.
2)
Prevalecem as definições das Resoluções nºs 342 e 345 do CONFEA, quando conflitantes com as das citadas normas.
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3.17 servidão: Encargo específico que se impõe a qual- 5.3 Quanto à intervenção física:
quer propriedade em proveito de outrem, criada e ins-
tituída pelo Decreto Federal nº 35851. a) aparente;
3.18 servidão acessória: Servidão necessária para que
b) não aparente.
a principal possa surtir efeito.

3.19 servidão administrativa: Servidão em que o titular 5.4 Quanto à posição em relação ao solo:
é o poder público.
a) subterrânea;
3.20 servidão aparente: Servidão que se efetiva com in-
tervenção física. b) superficial;
3.21 servidão múltipla: Servidão que, embora instituída
sobre a mesma parte de um imóvel, se destina a usos de c) aérea.
naturezas diversas.
5.5 Quanto à duração:
3.22 servidão não aparente: Servidão que se efetiva
sem intervenção física. a) temporária;
3.23 servidão perpétua ou permanente: Servidão ins-
tituída por prazo indeterminado. b) perpétua.

3.24 servidão predial: Restrição imposta a um prédio 6 Metodologia básica aplicável


para uso e utilidade de outro, pertencentes a proprietários
diversos. 6.1 O cálculo do valor correspondente à servidão deve
abranger todas as restrições impostas à área gravada
3.25 servidão temporária: Servidão instituída por prazo
pela servidão e deve ser feito levando-se em conta valores
determinado.
de mercado imobiliário, em obediência às legislações fe-
3.26 servidão voluntária: Servidão que decorre de ato derais, estaduais e municipais disciplinadas do uso e ocu-
espontâneo de vontade. pação do solo, às normas de avaliação vigentes e às es-
pecíficas para cada caso.
3.27 vocação do imóvel: Uso mais provável de determi-
nado imóvel em função das caraterísticas próprias e do 6.2 Com respeito à área não gravada diretamente pela
entorno, respeitadas as limitações legais. servidão, eventual indenização deve ser proveniente de
4 Notações, simbologia e convenções estudo de aproveitamento e de valores comprovados pelo
mercado imobiliário e calculados em obediência às
4.1 As notações, simbologia e convenções devem obe- normas de avaliação vigentes.
decer integralmente às adotadas nas NBR 5676,
NBR 8799, NBR 8951, NBR 8976, NBR 8977 e 6.3 Benfeitorias reprodutivas ou não reprodutivas e ativi-
NBR 12721. dades econômicas eventualmente existentes na área
objeto da servidão e que não possam permanecer ou
4.2 As notações conforme 4.1 e as que vierem a ser ado-
que tenham sua utilização prejudicadas devem ser inde-
tadas pelo engenheiro de avaliações devem ser devida-
nizadas com base em cálculos, em obediência às normas
mente explicitadas no laudo, indicando-se também suas
de avaliação vigentes.
respectivas unidades de medida, em acordo com o De-
creto Federal nº 81621.
6.4 O valor correspondente à indenização em decorrência
5 Classificação das servidões da instituição de servidão deve obrigatoriamente con-
siderar o descrito em 6.1 e, eventualmente, o descrito em
5.1 Quanto à natureza: 6.2 e 6.3. Para tal, deve ser analisada e calculada a perda
efetiva de valor do imóvel, à vista de seu atual uso e
a) servidão predial;
daquele ainda viável com a servidão instituída.
b) servidão administrativa.
7 Níveis de rigor
5.2 Quanto à finalidade:

a) para passagem de estradas; O rigor do cálculo da indenização devida pela instituição


de determinada servidão em um imóvel depende da pre-
b) para passagem de linhas de transmissão de ener- cisão dos dados existentes e observados. Estes níveis de
gia e/ou telefônica; rigor não se confundem com os utilizados na avaliação
plena do imóvel.
c) para passagem de tubulações;

d) para estabelecimento de cones de aproximação 7.1 Nível expedito


em pistas de pouso;
Este nível é baseado em avaliação de qualquer nível de
e) para proteção ambiental; rigor à qual seja aplicada uma alíquota aleatória e/ou
f) para passagem de galerias subterrâneas; subjetiva à área gravada. Qualquer consideração sobre
o valor da área não gravada só cabe em cálculo de in-
g) para possibilitar implantações urbanísticas. denização de servidão de nível normal.
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7.2 Nível normal 9.2.2 Caracterização do prédio matriz e da área gravada


pela instituição da servidão, abrangendo:
Este nível exige análise das situações antes e depois da
instituição da servidão, com o exame obrigatório de todas a) aspectos físicos: condições topográficas, natureza
as restrições impostas ao imóvel, mediante avaliações predominante do solo, condições ambientais e ocu-
normais ou rigorosas, com cálculo explicitamente de- pação existente;
monstrado no laudo.
b) infra-estrutura disponível;
8 Pressupostos
c) utilização atual, legal e econômica.

As seguintes condições devem ser observadas e pre- 9.2.3 Caracterização das benfeitorias reprodutivas ou não
ceder o processo avaliatório: reprodutivas e atividades econômicas, englobando os
aspectos físicos, funcionais e ambientais.
8.1 Descrição técnica da servidão que permita caracterizar
as restrições a que estará sujeita a propriedade serviente. 9.2.4 Na vistoria devem ser observados todos os itens a
seguir, que podem responder pela alteração de valor do
8.2 Caracterização do objetivo da avaliação para que o imóvel em virtude da servidão instituída:
engenheiro de avaliações se empenhe em:
a) alterações no acesso à área não gravada pela
servidão;
a) estabelecer o grau de detalhamento das atividades
básicas;
b) alterações no relevo;

b) definir as medidas necessárias para alcançar o c) alterações no sistema de drenagem;


nível de rigor pretendido;
d) benfeitorias reprodutivas ou não reprodutivas
c) identificar as circunstâncias que podem influir no atingidas total ou parcialmente;
valor do imóvel.
e) posição da área gravada pela servidão com relação
8.3 Individualização do objeto da avaliação da área ao prédio matriz e suas conseqüências em termos
gravada pela servidão e prédio matriz, obtida a partir de de perda ou redução de aproveitamento da área não
plantas, memoriais descritivos e documentos elaborados gravada pela servidão;
em obediência às normas vigentes e em grau de deta-
lhamento correspondente ao nível de rigor pretendido. f) uso e vocação do imóvel;

g) percentual de absorção ou comprometimento do


8.4 Complementação das informações com elementos imóvel pela área gravada pela servidão;
relativos à titularidade, uso e ocupação do solo que
possam valorizar ou desvalorizar o imóvel. h) classificação da servidão;

9 Atividades básicas i) restrições, incômodos e riscos;

Correspondem às seguintes etapas: j) comprometimento por outras servidões já exis-


tentes;
9.1 Levantamento e exame da documentação e de dados
k) condições de restauração da propriedade;
técnicos.
l) outros.
9.2 Vistoria da região e do imóvel gravado pela servidão:
visa permitir ao engenheiro de avaliações conhecer o 9.3 Coleta de dados e diagnóstico do mercado.
contexto imobiliário da região, o imóvel avaliando e as
restrições impostas pela instituição da servidão, a partir 9.4 Escolha e justificativa dos métodos e critérios para
de documentação existente e exame local. cálculo da indenização.

9.2.1 Caracterização da região, compreendendo: 9.5 Cálculo do valor da indenização.

a) aspectos físicos: condições topográficas, natureza 10 Laudos


predominante do solo, condições ambientais e ocu-
pação existente; 10.1 Os laudos avaliatórios devem incluir, obrigatoria-
mente, o seguinte:
b) aspectos ligados à infra-estrutura disponível;
a) indicação da pessoa física ou jurídica que tenha
encomendado o trabalho;
c) aspectos ligados às possibilidades de desenvolvi-
mento local, posturas, uso e ocupação do solo, bem b) identificação do proprietário e da propriedade
como restrições físicas e legais. avalianda;
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c) complementação da caracterização do bem ava- l) nome, assinatura, número do registro no CREA e


liando; credenciais do engenheiro de avaliações;

d) finalidade do trabalho;
m) considerações finais e conclusão;
e) nível de rigor atingido na avaliação, com indicação
da categoria em que se enquadra, segundo a classi- n) condicionantes não explicitadas no corpo de tra-
ficação constante nesta Norma; balho, peculiaridades do bem avaliando ou consi-
derações inerentes ao valor e ao contexto em que o
f) relato e data da vistoria, com as informações soli- valor se definiu devem ser apresentadas na con-
citadas nesta Norma; clusão do trabalho, fazendo-se, nesta fase, menção
expressa ao nível de rigor alcançado.
g) avaliação da propriedade e/ou da área servienda
em obediência à norma de avaliação aplicável;
10.2 O engenheiro de avaliações pode facultativamente:
h) definição do método utilizado, com justificativa da
escolha;
a) arredondar o resultado de sua avaliação, desde
i) cálculos, com indicação dos tratamentos utilizados, que o ajuste final não exceda 1% para mais ou para
dados completos das pesquisas e datas das pes- menos o valor apurado;
quisas;
b) indicar a faixa de variação de preços de mercado
j) determinação do valor final, com indicação explícita admitida como tolerável, em relação ao valor final,
da data de referência e considerações finais relativas respeitados os limites dos intervalos de confiança.
ao valor e contexto, local e data em que o valor se
definiu;
10.3 Os laudos avaliatórios devem ser acompanhados
k) apresentação de desenhos, fotografias e outros da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), con-
documentos que esclareçam aspectos relevantes, forme estabelece a Lei Federal nº 6496 e a Resolução
principalmente em relação à área serviente; nº 307 do CONFEA.

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