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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES


PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

NAYARA DO VALE MOREIRA

PLAUSIBILIDADE DA RELIGIÃO FUNDAMENTALISMOS


RELIGIOSOS

GOIÂNIA
2021
NAYARA DO VALE MOREIRA

PLAUSIBILIDADE DA RELIGIÃO FUNDAMENTALISMOS


RELIGIOSOS

Resumo apresentado à matéria


Fenômeno Religioso aplicada a
Ciências da Religião do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em
Ciências da Religião, como requisito
parcial para o processo seletivo de
Mestrado.
Profa. Dra. Carolina Teles Lemos

GOIÂNIA
2021
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar,
1998.
Bauman (1998) aborda trata sobre como o ato de se estabelecer
definição sobre a religião acarreta na troca daquilo que é intangível por aquilo
que permanece em uma incógnita, mas seria de acordo com as definições mais
comuns, que tem por objetivo conciliar com as pesquisas científicas que há
definem como algo sem um conclusão. É assim atribuído através das
definições da religião sua associação com o sagrado, o transcendente e o
encantado.

Há tantas definições duas podem esclarecer as diversas complicações,


onde uma toma os problemas da inclinação históricas, desfazendo questões
sobre a religião em pontos infindáveis na existência humana, já a segunda se
baseia de forma contrária, estreitando a definição sobre a religião de tal modo
que a tendência socioculturais e sobreposta por uma obstáculo solucionável.

Dentre os estudiosos existem dois extremos para afirmação sobre o que


seria a religião, para Alexander a religião seria a maior qualidade dos seres
humanos, visto tudo advém do ser humano (da pintura a música) e
consequentemente tudo seria um fenômeno religioso. Já Barber e Segal com a
proposta de tomar uma definição mais analista tendo o componente religioso
como complexas atividades perceptíveis e de crença.

Bauman (1998) expõe que para haver uma definição da religião através
de instrumentos transcendentes, ou de elementos concludentes, que sua
utilização permaneça em um nível tão alto quanto a sua própria definição, onde
a religião que forma a igreja, e a igreja se utilizam da religião. E assim
destacado nem tanto sobre a definição da religião, mas sim sobre o
funcionamento dos mecanismos sociais, destacando sobre as formas de
pensamentos que formularam as práticas que hoje são estimuladas. Isso
principalmente sobre a religião, tendo em vista que a religiosidade se compõe
pela intuição das extremidades em que os indivíduos podem entender e
alcançar, sendo gerada com a convivência humana.

Convivência essa importante, tendo em vista que ação dessas rotinas é


reduzida caso as tarefas atribuídas não sejam tão contribuintes para o
indivíduo, podendo também haver tarefas que continuem, mas que não tragam
tantas oportunidades para a finalidade que foi posta. Como atua as igrejas que
instigam aos seus fiéis questões de grande fundamento sobre o objetivo da
existência, gerando o medo tendo em vista a falta de uma resposta certa. O
pastor tendo como papel de salvador de seu rebanho atua sobre os seus fiéis
de forma que se modifiquem havendo uma estruturação de seu cotidiano e
garantido assim a salvação. Bauman (1998) trata que a auto-suficiência
humana afligiu a dominância exercida pela religião institucionalizada e que
trazia caminhos diversificados de amplitude, limitando assim suas ações e
tarefas a serem executadas.

A vida moderna atuaria de forma mais racionalizada e com condições de


vida novas, havendo pouco espaço para a religião, podendo servir para
dependência e a submissão da rotina, ou para manter resistentes as divisões
sociais, e por fim a aplicação de sentido a vivência e ao destino do indivíduo
após a morte humana . Já a versão na pós-modernidade atua sobre os
indivíduos em torno de uma vida regrada e organizada, gerando o consumismo
desenfreado e constante, trazendo assim uma grande mistura de sensações
para vida do indivíduo.

Bauman (1998) discorre um fenômeno pós-moderno e contemporâneo


denominado de fundamentalismo, que atua através do desenvolvimento
tecnológico na modernidade e das mudanças racionalizadas, o que torna
possível a exploração dessas atrações sem pagar pelo preço que elas
demandam. Porém seu custo na vida do indivíduo e a angústia a aflição de
estar preso a auto-suficiência, e nunca realizando escolhas pertinentes e
adequadas. Bauman (1998) considera assim que o indivíduo não é, e não
pode ser auto-confiante, pois esse não pode condenar a si mesmo, sendo
preciso ser encaminhado e guiado sobre o que tem que ser feito.
KEPEL, Gilles. La revancha de Dios. Salamanca: Anaya e Mario Muchnik,
1995. p. 544-595.
Kepel (1995) discorre sobre a autonomia conquistada pelo domínio
público sobre a religião, processo esse que foi proporcionado por filósofos. A
religião determina e traça as suas influências na esfera familiar e privada, já
não mais exercendo ordem no meio social se não de forma indireta. Tem assim
atribuído pela religião uma nova forma de discurso para adaptar aos valores
seculares e assim desenvolver na organização social fundamentos sacros.
Esse discurso propôs a superação da modernidade ineficaz, e atribui a esse
fracasso o distanciamento de Deus. Propondo uma reevangelização da
Europa, formadas por linhas organizadoras de movimentos numerosos, se
limitando ao dominio de tres religiões: cristianismo, islamismo e judaismo.

Os adeptos desses movimentos religiosos contemporâneos não são


recrutados nas classes mais baixas e desprovidas da população, mas sim entre
os graduados do sistema educacional secular, sendo jovens que não possuem
uma grande propensão para as disciplinas. E forma que se retrata a sociedade,
que o fazem tomar medidas em momento de crises baseando no modo de
pensar adquiridos desde os dias iniciais da escola laica, produto esse de uma
modernidade da qual os adeptos querem mudar. Eles se apropriam dos textos
sagrados e apoiam em teses que defendem sua ideia, torna-se notável
libertações no que diz respeito à sábia tradição ulemá. Em geral esses
movimentos se opõe ao discurso de uma “religião oficial”, e tanto os seus
líderes como os seus seguidores tendem antes a pertencer, numa primeira fase
que foi denominada por Weber de "intelectualidade proletária”, que representa
o rompimento e a revolta contra as organizações sociais e o seu fundamento
laico que teria desviado de um fundamento referenciando ao sagrado.

Kepel (1995) menciona que mesmo que haja uma pretensão de superar
a modernidade, os movimentos religiosos atuais não tem por objetivo tomar o
poder para realizar uma transformação revolucionária da sociedade, e alguns
têm por objetivo constituir uma constituir uma verdadeira comunidade de
crentes e romper com o meio mundanos, colocando em prática seu preceitos
de dogma e ensinamentos do Espírito Santo.
Assim os partidos religiosos representam uma amplo campo de
sensibilidades, que vão desde o antissionismo até a ultra-ortodoxia, tendo
como critérios estritos dando ênfase na leitura das tradições e na expressão da
sua fé, seus preceitos e dogmas. Na diáspora judaica, ao mesmo tempo evoca
uma agravamento sobre o sentimento da comunidade, não só nos Estados
Unidos, mas também em países com grande capacidade de assimilação, isso
porque, o processo teria o objetivo de destruir uma identidade judaica que, por
trás dos muros sempre permanecera intacta.

Em uma reunião do sacro colégio de cardeais em setembro de 1978 e


elevado o cardeal polonês Karol Wojtyla ao pontificado da Igreja Católica. E por
meio desse gesto chega o fim das hesitações de um "pós-concílio" durante o
qual muitos católicos se questionavam sobre a sua identidade, desanimados
por uma "atualização" dos ritos e de sua doutrina que nem sempre
compreenderam, e ao mesmo tempo quando essa sociedade laica produz a
convulsão dos movimentos de 1968. E entre os carismáticos foi possível
recrutar a camada de jovens educadas do Ocidente, formando assim uma
identidade católica com um proselitismo explícito, para assim proclamar
orgulho da sociedade submetida ao único império da razão, testemunhar
através da experiência comunitária a necessidade de os homens redescobrir
Deus para se salvarem e apontar caminhos para reconstruir a sociedade nos
preceitos cristãos.

Kepel (1995) destaca assim sobre a resureissão do islamismo sobre a


logica da modernidade, atribuindo a ela todas as deficiencia como a
desigualdade ou a corrupção, para assim dominar os valores laicos que tanto
abominam e estabelecer uma etica vital dominada pela razão divina.

Tinha assim por objetivo converter a religião como um legitimador para


a ordem social e não para ser erradicada, assim e tomado a sério seus
discursos e as formas de socialização. Os movimentos religiosos através de
suas práticas carregadas de sentidos era tomado para manipular as forças
obscuras que pairam sobre a sociedade.
TEIXEIRA, Faustino. O Pluralismo Religioso e a Ameaça Fundamentalista. In:
Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, 2007, v. 10, n.
1 e 2, p. 09-24. Disponível no site: <file:///C:/Users/Lenovo/Downloads/21672-
Texto%20do%20artigo85585-1-10-20100924.pdf> Acesso em 9 maio de 2021.

Teixeira (2007) indaga sobre a existência do fenômeno religioso e uma


sobre a força da religião. Que se encontra em estado de agitação seguindo a
insistentes riscos globais, sem uma prévia da história da humanidade como
motivação religiosa. E é através da difusão do medo e das ameaças que
pairam sobre o futuro no meio social e sobre a existência individual. Existe
assim uma relação sobre a recusa dessa modernização e sobre essa nova fase
religiosa. A existência do pluralismo religioso participa de uma grande
diversidade ainda em crescimento no meio religioso de acordo com um
panorama mundial, e com o surgimento de novas crenças a também a
presença carregada de crenças e valores em um campo de competitividade
para haver uma expansão religiosa que vive ameaçada.

Teixeira (2007) aborda assim sobre uma emergência para manter uma
ordem social tradicional verificada na sociedade pré-moderna sobre a influência
transformadora da globalização. Tradição essa que é condutora sobre de
sentido, geradora da memória e de sua continuidade, tendo por objetivo de
trazer a atualizar o passado no meio presente, de trazer uma memória concreta
sobre a constituição do presente através do passado. Enquanto na sociedade
moderna instaura-se instabilidade sobre a construção sobre o conjunto da
memória, pois há a perda sobre a referência computacional gerada pela
tradição, trazendo incerteza estrutural para o meio social.

Há assim uma crescente mobilidade entre indivíduos de crenças


diversas, que instaura um tangível pluralismo religioso na modernidade que é
compactuada por crises no âmbito da vida individual, como os valores e
princípios que trazem sentido e sustentam sua identidade, e uma redução em
sua mobilidade cognitiva ofensiva ou defensiva. Teixeira (2007) assim discorre
sobre o fundamentalismo como um fenômeno moderno, que advém como
resposta sobre as influências sofridas pelo pluralismo e a globalização,
contestando e rejeitando qualquer diálogo com a modernidade, e destacado
que na “raiz do fundamentalismo, há o sentimento de insegurança,
desorientação ou anomia resultantes de uma dinâmica modernizadora e a
busca desenfreada por um fundamento seguro” (TEIXEIRA, 2007, p. 14).

Várias tradições religiosas marcam presença dentro do fenômeno atual


do fundamentalismo. Dentro do âmbito do judaísmo, em resposta aos diversos
desafios advindos da modernidade juntamente com práticas reformistas e
abertas ao processo, houve uma aproximação reforçando tendências
ortodoxas, rigorosamente contra a todas as ideias iluministas. Já no catolicismo
a amplificação na eficácia sobre o magistério, enquanto no protestantismo e
sobressaindo sobre a segurança diante das Escrituras. No Islã tem-se uma
reação ao laicismo coercitivo que vai de encontro a uma atração
modernizadora.

Teixeira (2007) argumenta que a colisão de civilizações acaba por por trazer
a tona um “choque de ignorâncias”, pois ao querer mudar a essência e identidade das
‘civilizações’ em algo que elas não são, degradando as entidades, afastando as
diversos movimentos que vivificam a história humana, que decorrer dos séculos
“tornaram possível que essa história não apenas contenha guerras de religião e
conquista imperial, mas que também seja feita de intercâmbios, fertilizações cruzadas
e partilhas” (TEIXEIRA, 2007, p.22) .

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