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EQI 0023

Fenômenos de Transporte II

Aula 15 Correlações para


transferência de calor por
convecção (parte 3)
Profa. Ana Carolina de Aguiar
Curso de Engenharia Química
Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Conteúdo da aula
• Convecção forçada para escoamento
externo
Escoamento paralelo a susperfícies planas
Cilindros com escoamento cruzado
Esferas isoladas
Bancos de tubos com escoamento cruzado

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Convecção forçada para
escoamento externo

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Convecção forçada para


escoamento externo
Escoamento paralelo a superfícies planas

Essa condição é passível de análise e já foi discutida nas


nossas aulas anteriores (transferência de calor por
convecção)
É importante a gente lembrar que, nesse caso, os regimes de
escoamento na camada limite são:
Laminar: 𝑅𝑒! < 2×10"
Turbulento: 3×10# < 𝑅𝑒!

Escoamento laminar:
$/& $/&
𝑁𝑢! = 0,332𝑅𝑒! 𝑃𝑟$/' e 𝑁𝑢( = 0,664𝑅𝑒( 𝑃𝑟$/'

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Convecção forçada para
escoamento externo
Escoamento paralelo a superfícies planas

Escoamento turbulento:
)/"
𝑁𝑢! = 0,0288𝑅𝑒! 𝑃𝑟$/'
)/"
𝑁𝑢( = 0,036𝑅𝑒( 𝑃𝑟$/'

Propriedades do fluido devem ser calculadas na


temperatura de filme para as correlações de
escolamento paralelo a superfícies planas

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Convecção forçada para


escoamento externo
Cilindros com escoamento cruzado

Eckert e Soehngen (1952) → números de Nusselt locais em


várias posições na superfície do cilindro para a corrente de ar
escoando na faixa de número de Reynolds de 20 a 600
(Figura 1)
Giedt (1949) → faixa bem maior do número de Reynolds
(Figura 2)

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Convecção forçada para
escoamento externo
Cilindros com escoamento cruzado
Consideremos o escoamento de um fluido na direção normal do eixo
de um cilindro circular:

Ponto de estagnação frontal: ponto em que o fluido da corrente livre é


levado ao repouso. Nesse ponto, há um aumento de pressão.
Ponto de separação: é o ponto em que o gradiente de velocidades na
superfície se iguala a zero. Nesse ponto, ocorre uma separação da
camada limite.
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Figura 1. Números locais para escoamento cruzado em torno de um cilindro circular


a baixos números de Reynolds.

Figura 1. Números locais de Nusselt para escoamento cruzado


em torno de um cilindro circular a baixos números de Reynolds.
Figura 2. Números locais de Nusselt para
escoamento cruzado em torno de um cilindro
circular a altos números de Reynolds.

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McAdams (1954):

Figura 3. 𝑁𝑢 𝑣𝑒𝑟𝑠𝑢𝑠 𝑅𝑒 para escoamento normal a cilindros isolados. Obs:


esses valores são estritamente válidos para 𝑃𝑟 = 1.
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Convecção forçada para


escoamento externo
Cilindros com escoamento cruzado
𝑃𝑟 ≠ 1 → Fator de correção de 𝑃𝑟!/#
𝑁𝑢. = 𝑁𝑢.(012345) 𝑃𝑟$/'
Correlação amplamente usada para esses dados é da forma:
𝑁𝑢. = 𝐵𝑅𝑒 7 𝑃𝑟$/'
Cconstantes 𝐵 e 𝑛 são funções do número de Reynolds.
Tabela 1. Valores de 𝐵 e 𝑛 para a equação.
𝑹𝒆𝑫 𝑩 𝒏
Temperatura de
0,4/-4 0,989 0,330
filme - cálculo das
4-40 0,911 0,385 propriedades
40-4000 0,638 0,466 físicas
4000-40.000 0,193 0,618
40.000-400.000 0,027 0,805
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Convecção forçada para
escoamento externo
Cilindros com escoamento cruzado

Churchill e Bernstein (1977) recomendaram uma única


correlação cobrindo as condições para as quais 𝑅𝑒. 𝑃𝑟 > 0,2.
Essa correlação é expressa por:
$/& "/8 )/"
0,62𝑅𝑒. 𝑃𝑟$/' 𝑅𝑒.
𝑁𝑢. = 0,3 + 1 +
1 + 0,4⁄𝑃𝑟 &/' $/) 282.000

Temperatura de filme - cálculo das propriedades físicas

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Convecção forçada para


escoamento externo
Esferas isoladas

Figura 4. Coeficientes locais de transferência


de calor para escoamento sobre uma esfera.

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McAdams (1949):

Figura 5. 𝑁𝑢! versus 𝑅𝑒! para ar escoando sobre esferas isoladas.


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Convecção forçada para


escoamento externo
Esferas isoladas
Uma correlação relativamente recente, proposta por
Whitaker (1977), é recomendada para as seguintes
condições:
0,71 < 𝑃𝑟 < 380
3,5 < 𝑅𝑒 < 7,6×10-
1,0 < 𝜇. ⁄𝜇/ < 3,2
1/3 3/4
𝑁𝑢0 = 2 + 0,4𝑅𝑒0 + 0,06𝑅𝑒0 𝑃𝑟 5,- 𝜇. ⁄𝜇/ 1/-

Todas as propriedades são calculadas em 𝑇. , exceto 𝜇/ , que


é o valor na temperatura de superfície.

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Convecção forçada para
escoamento externo
Esferas isoladas
Caso específico: gotas líquidas descendentes (modeladas
como esferas)
Correlação de Ranz e Mashall (1952)
1/3
𝑁𝑢0 = 2 + 0,6𝑅𝑒0 𝑃𝑟1/4

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Convecção forçada para


escoamento externo
Bancos de tubos com escoamento cruzado

Quando os tubos são colocados juntos, formando um banco


ou um feixe de tubos, como encontrado em trocadores de
calor (casco e tubo), o coeficiente convectivo de transferência
de calor é afetado pelo arranjo e pelo espaçamento dos tubos

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Convecção forçada para
escoamento externo
Bancos de tubos com escoamento cruzado
Escoamento do fluido por ou sobre feixes de tubos → caminho
irregular de escoamento
Pesquisadores escolheram comprimentos significativamente diferentes
de 𝐷, o diâmetro do tubo, para usar no cálculo de 𝑅𝑒.
Tal termo é o diâmetro equivalente de um feixe de tubos, 𝐷$% :
4 𝑆& 𝑆' − 𝜋 𝐷( ⁄4
𝐷$% =
𝜋𝐷
𝑆& : distância centro a centro entre tubos ao longo da direção do
escoamento
𝑆' : distância centro a centro entre os tubos normal à direção de
escoamento
𝐷: diâmetro externo de um tubo.

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Bergelin, Colburn e Hull (1950) - escoamento de líquidos sobre os feixes


de tubos na região de escoamento laminar com 1 < 𝑅𝑒 < 1000

Figura 6. Troca convectiva de calor entre líquidos em escoamento laminar e feixes de tubo.
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Bergelim, Brown e Doberstein (1952) – líquidos em escoamento na zona
de transição sobre feixes de tubos - cinco arranjos (Re até 10) )

Figura 7. Transferência de energia e


perda por atrito para líquidos em
escoamento laminar e em transição
sobre feixe de tubos

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Exercício para casa...


Experimentos foram conduzidos com um cilindro metálico de
12,7 𝑚𝑚 de diâmetro e 94 𝑚𝑚 de comprimento. O cilindro é
aquecido internamente por um aquecedor elétrico e é submetido a
um escoamento cruzado de ar no interior de um túnel de vento de
baixas velocidades. Sob um conjunto específico de condições
operacionais, nas quais a velocidade e a temperatura do ar na
corrente a montante do cilindro são mantidas em 𝑣 = 10 𝑚/𝑠 e
26,2 °𝐶, respectivamente, a dissipação de potência no aquecedor foi
de 𝑃 = 46 𝑊 , enquanto a temperatura no cilindro era de 𝑇9 =
128,4 °𝐶 . Estima-se que 15% da dissipação de potência sejam
perdidos em função dos efeitos cumulativos da radiação na
superfície e da condução pelos terminais nas extremidades do
cilindro.

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Exercício para casa...
1. Determine o coeficiente de transferência de calor por convecção
a partir das observações experimentais;
2. Compare o resultado experimental com o coeficiente de calor
calculado pelas correlações aplicáveis.

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Até a próxima aula


e bons estudos!

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