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CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA

POLO DE APOIO PRESENCIAL: OSASCO

SEMESTRE: 1° SEMESTRE

COMPONENTE CURRICULAR / TEMA: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE HISTÓRIA

NOME COMPLETO DO ALUNO: ANDERSON DE OLIVEIRA LIMA

TIA: 220174878

NOME DO PROFESSOR: SÉRGIO RIBEIRO SANTOS

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de 1,5 entre as linhas e
alinhamento justificado entre as margens.
Na obra intitulada Apologia da História ou o ofício do historiador (BLOCH, 2001) pode-se verificar uma
preocupação do autor em apresentar o estudo da História de uma forma disruptiva aos padrões estabelecidos
em sua época. Lilia Moritz Schwarcz, trazendo uma apresentação à edição brasileira, bem como Jacques Le
Goff, um prefácio do referido livro, contextualizam e oferecem chaves de interpretação aos pensamentos de
Marc Bloch. Na abordagem de ambos, vale destacar alguns conceitos como “história como problema”,
“método regressivo”, “positivismo” e as duas palavras-chave, “mutilação” e “fome”.

Lilia Moritz Schwarcz apresenta a ideia de “história como problema” inaugurado por Bloch. Diferente do que
era proposto, Bloch entendia que a história não deveria ser vista como “ciência do passado” no sentido de que
o passado explica o presente de forma rígida. Schwarcz, (2002, p. 7) ressalta a visão de Bloch mostrando que
o passado não deve ser utilizado como objeto de ciência, pelo contrário, é na relação entre a importância do
presente para a compreensão do passado e vice-versa que a história será melhor entendida. É nessa linha de
raciocínio que surge o “método regressivo”, ou seja, fatos do presente “problematizam” a compreensão história
e condiciona, fundamenta a possibilidade do retorno ao passado levando em consideração a realidade atual.

Goff (2002, p. 19), em seu prefácio, destaca as criticas por parte de Bloch aos historiadores que aderiam a
corrente de pensamento filosófica “positivista” no exercício do ofício de historiador. Bloch não nega a
importância de utilizar-se de abordagens científicas e objetivas para explicar a história, entretanto, ressalta que
limitar-se a esta cosmovisão compromete o estudo histórico. Charles Seignobos, principal representante
desses historiadores “positivistas”, foi contrariado por Bloch por defender o inicio do trabalho do historiador
somente levando em consideração os fatos, rejeitando “o produto de uma construção ativa de sua parte para
transformar a fonte em documento e, em seguida, constituir esses documentos, esses fatos históricos, em
problema” (GOFF, 2002, p. 19).

Ainda falando sobre as objeções de Bloch com relação à historiadores “positivistas”, Le Goff destaca duas
palavras-chave que descreve o temperamento de historiador. Bloch utiliza-se de palavras como “mutilação” e
“fome” para contrapor o comportamento destes. Enquanto o historiador “mutilador” não leva em consideração o
corpo, a sensibilidade, a mentalidade do homem no desenvolvimento da compreensão histórica, mas se detêm
apenas às suas ideias e atos, o historiador “faminto” é aquele que não se limita a registros “insípidos” e
insensíveis à particularidades humanas, mas o “faminto” é aquele que busca entender a história considerando
que foi escrita por homens, obrigando-o a analisar todas as variáveis que permeiam um registro documental.

Por fim, diante do posicionamento de Bloch, destacado por Schwarcz e Goff, há uma frase que pode resumir
seu compromisso em um estudo e compreensão mais fidedigno da história, observando pontos como “história
como problema”, “método regressivo”, sua objeção ao “positivismo” e a enfase a um temperamento “faminto”
de um historiador, concluindo-se que “o historiador não pode ser um sedentário, um burocrata da história, deve
ser um andarilho fiel a seu dever de exploração e de aventura” (GOFF, 2002, p. 21).

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de 1,5 entre as linhas e
alinhamento justificado entre as margens.

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