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Assuntos 

gerais de Físico­química 

I ­ LEIS PONDERAIS 

1.  Lei  de  Lavoisier  ou  Lei  da  conservação  da  massa:  em  uma  reação  química  que  se 
processa em um sistema fechado, a soma das massas dos reagentes é igual a soma das 
massas dos produtos. 
2.  Lei de Proust ou Lei das proporções fixas: a proporção em massa das substâncias que 
reagem e que são produzidas em uma reação química é sempre constante e invariável. 
3.  Lei  de  Dalton  ou  Lei  das  proporções  múltiplas:  quando  duas  substâncias  simples 
reagem entre si para formar compostos diferentes, se a massa de uma delas permanecer 
constante,  a  massa  da  outra  substância  irá  variar  numa  relação  de  números  inteiros  e 
pequenos. 

II ­ LEIS VOLUMÉTRICAS 

1.ª Lei de Gay­Lussac: nas mesmas condições de temperatura e pressão os volumes gasosos de 
reagentes e produtos estão em, uma proporção de números inteiros e pequenos. 

Ex.: 

1 N2(g) +  3 H2(g) ®  2NH3(g) 


12L  36L  24L (:12) 
1L  3L  2L 

Proporção de números inteiros e pequenos: 1: 3: 2. 

Obs.: Veja que quando se trabalha com substâncias na fase gasosa não se pode raciocinar como 
se  estivéssemos  trabalhando  com  massas,  ou  seja  a  Lei  de  Lavoisier  não  é  válida  para  a 
conservação de volume. (Na reação  acima 48L dos reagentes formaram apenas 24L de produto, 
ou  seja  ouve  uma  contração  de  volume,  fato  comum  nas  reações  que  envolvem  substâncias  na 
fase gasosa). 

2.ª  Lei  de  Gay­Lussac:  quando  duas  substâncias  na  fase  gasosa  reagem  entre  si  para  formar 
compostos  diferentes,  se  o  volume  de  um  deles  permanecer  constante,  o  volume  da  outra 
substância irá variar numa relação de números inteiros e pequenos. 

Obs.: Essa lei é idêntica a Lei de Dalton, só que aqui estamos trabalhando com volumes, ou seja 
com substâncias na fase gasosa. 

Obs1.: Em uma reação em que os participantes estão na fase gasosa, nas mesmas condições de 
temperatura  e  pressão,  os  coeficientes  da  equação  química  balanceada  indicam  os  volumes  de 
cada participante da reação. 

1 N2(g) +  3 H2(g) ®  2NH3(g) 


1L  3L  2L ou 
1V  3V  2V 

onde V é qualquer unidade de volume. 

Obs2.: O volume total dos produtos, em uma reação química com as substâncias na fase gasosa, 
pode ser menor (contração de volume) ou pode ser maior (expansão de volume) que o volume dos 
reagentes:
Ä Contração absoluta: C = VR ­ VP 

Ä Contração relativa: 

Ä Expansão absoluta: E = VP ­ VR 

Ä Expansão relativa: 

III ­ RELAÇÕES BÁSICAS PARA O CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO 

Os coeficientes de uma reação química balanceada indicam a proporção de cada substância que 
reage  e  que  é  produzida.  Essa  proporção  pode  ser  em  mols,  massa,  número  de  moléculas  ou 
volume (para substâncias na fase gasosa). 

Ex.: 

Relações  EQUAÇÃO  BALANCEADA 

1 N2(g)  +  3 H2(g)  ®  2NH3(g) 

Mols  1 mol  3 mols  2 mols 

Massa  28g  6g  34g 

N.º de Moléculas  6,02.10 23  18,06.10 23  12,04.10 23 

Volume nas CNTP  22,4L  67,2L  44,8L 

IV ­ ESTUDO DAS SOLUÇÕES 

ü  DISPERSÃO:  é  todo  sistema  no  qual  uma  substância  A,  sob  forma  de  pequenas  partículas, 
distribui­se uniformemente em toda a extensão de outra substância B. A substância A constituirá o 
disperso do sistema, enquanto a substância B será o dispersante ou dispergente. 

ü As dispersões se classificam em: 

a) Solução: tamanho da partícula dispersa: menor que 1 nm. Ex.: sacarose em água ou NaCl em 
água; 

b) Dispersão Coloidal: tamanho da partícula dispersa: 1 nm a 100 nm. Ex.: gelatina em água; 

c) Suspensão: tamanho da partícula dispersa: maior que 100 nm. Ex.: leite de magnésia. 

Obs.: 1nm = 1 nanômetro = 10 ­9  metro
Características das partículas dispersas em cada tipo de dispersão: 

Solução  Dispersão Coloidal  Suspensão  


Ação da gravidade e de  Não se sedimentam  Não se sedimentam  Sedimentam­se 
centrifugadores comuns 
Ação de ultracentrifugadores  Não se sedimentam  Sedimentam­se  Sedimentam­se 
Ação do filtro comum  Não são retidas  Não saõ retidas  São retidas 
Ação do ultrafiltro  Não são retidas  São retidas  São retidas 
Visibilidade ao microscópio  Não são visíveis  Não são visíveis  São visíveis 
comum 
Visibilidade ao  Não são visíveis  São visíveis  São visíveis 
ultramicroscópio 

Obs.: Dos três tipos de dispersão, somente a solução é um sistema monofásico; 

Obs.: Numa solução o disperso é chamado soluto e o dispersante é chamado solvente; 

V ­ UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES 

1.  Concentração Comum (C) ou Concentração massa/volume: é a razão estabelecida entre a 
massa do soluto (m1) e o volume da solução (V); 

Geralmente: soluto (g) e solvente em (L), logo: C=g/L 

Unidade: g/L 

Obs.: kL ­ hL ­ daL ­ L ­ dL ­ cL ­ mL (nova representação para os múltiplos e submúltiplos do litro 
(L)) 

2.  Título em Massa (T) ou concentração massa/massa: é a razão estabelecida entre a massa 
do  soluto  (m1)  e  a  massa  da  solução  (m),  ambas  na  mesma  unidade  (geralmente  em 
gramas); 

Obs.: 0 < T < 1 

Obs.: Título percentual (T%): T% = Tx100 

Obs.: O título não possui unidade 

Obs.: Para soluções onde a concentração é muito pequena, ou seja, para soluções muito diluídas, 
a concentração costuma ser expressa em partes por milhão ou ppm:
3.  Título  em  Volume  (Tv)  ou  concentração  volume/volume:  :  é  a  razão  estabelecida  entre 
volume do soluto (V1) e o volume da solução (V), ambos na mesma unidade; 

Obs.: 0 < Tv < 1 

Obs.: Título percentual (Tv%): Tv% = Tv x 100 

Obs.: Para soluções onde a concentração é muito pequena, ou seja, para soluções muito diluídas, 
a concentração costuma ser expressa em partes por milhão ou ppm: 

Obs.: 1cm 3  = 1mL; 1dm 3  = 1L; 1000L = 1m 3 ; 

Obs.: O título em volume não possui unidade 

04) Densidade absoluta (d): é a razão estabelecida entre a massa da solução (m) e o volume (V) 
dessa solução; 

3  3 
Unidade: g/mL = g/cm  ; g/L = g/m  ; 

Obs.: para se passar de g/mL para g/L (multiplica­se a densidade por  1000) e para  se  passar de 


g/L para g/mL (divide­se a densidade por 1000) 

Obs.: volume e densidade devem estar nas mesmas unidades; 

Obs.: Como a densidade da água é igual a 1g/mL temos: 1 mL de água = 1g de água; 1L de água 
é  igual  a  1Kg  de  água...Cuidado  essas  relações  só  são  válidas  para  a  água  devido  a  sua 
densidade ser igual a 1g/mL. 

05) Fração molar ou concentração em quantidade de matéria/quantidade de matéria: 

Fração Molar do Soluto (x1): é a razão estabelecida entre o número de mols de moléculas do soluto 
(n1) e o número de mols de moléculas da solução (n).
Fração  Molar  do  Solvente  (x2):  é  a  razão  estabelecida  entre  o  número  de  mols  de  moléculas  do 
solvente (n2) e o número de mols de moléculas da solução (n). 

Obs.: x1 + x2 = 1 

Obs.: A Fração molar não possui unidade 

06) Concentração Molar ou Molaridade (M) ou Concentração em quantidade de matéria/volume ou 
concentração mol/L: é a razão estabelecida entre o número de mols de moléculas do soluto (n1) e 
o volume da solução (V), em litros; 

Obs.:  Número  de  mols  do  soluto  (n1)  é  a  razão  entre  a  massa  do  soluto  (m1)  e  a  massa  molar 
desse soluto (M1). 

Unidade: mol/L ou M ou molar escritas após o valor numérico da concentração; 

Obs.: Cuidado com os vários tipos de "m" usados até aqui!!! Revisando: 

m1  = massa do soluto 

m2  = massa do solvente 

m = massa da solução 

M1  = massa molar do soluto 

M = molaridade 

Obs.:  tudo  que  possui  o  índice  "1" refere­se  ao  soluto,  tudo  que  possui  o  índice  "2" refere­se  ao 
solvente e tudo que não possui índice refere­se a solução, assim temos: 

n1  = número de mols de moléculas do soluto 

n2  = número de mols de moléculas do solvente 

n = número de mols de moléculas da solução 

C= concentração comum da solução 

07)  Concentração  Molal  ou  concentração  quantidade  de  matéria/massa  (W):  é  a  razão 
estabelecida  entre  o  número  de  mols  de  moléculas  do  soluto  e  a  massa,  em  quilogramas,  do 
solvente;
Unidade: mol/kg ou molal 

Obs.: Numa solução aquosa diluída, 1L de solução contém aproximadamente 1L de água, ou seja, 
1Kg  de  água.  Dessa  forma  o  número  de  mols  de  soluto  por  litro  de  solução  (molaridade)  é 
aproximadamente igual ao número de mols do soluto por quilograma de água (molalidade). 

VI ­ DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES 

1.  Concentração Comum: 

02. Molaridade: 

03. Título em Massa: 

04. Fração Molar do Soluto: 

05. Molalidade 

VII ­ MISTURA DE SOLUÇÕES 

1.  MISTURA DE SOLUIÇÕES DE UM MESMO SOLUTO: 

Obs.:  Este  caso  de  mistura  de  soluções  é  como  se  misturássemos  dois  copos  de  suco  de 
maracujá. Imaginemos que um copo continha um suco "fraco" e outro copo um suco mais "forte", o 
suco resultante da mistura entre os dois copos de suco seria um suco intermediário entre os dois 
sucos  iniciais,  ou  seja,  mais  forte  que  o  suco  fraco,  porém  mais  fraco  que  o  suco  forte.  O  que 
ocorre na realidade é uma soma de solvente e de soluto, por isso as fórmulas:
2.  MISTURA DE SOLUÇÕES DE SOLUTOS DIFERENTES QUE NÃO REAGEM ENTRE SI: 

Obs.: Este caso de mistura de soluções é como se misturássemos um copo de suco de maracujá 
com um copo de suco de goiaba, para fazermos um suco de "goiabajá". O que ocorre na realidade 
são  duas  diluições,  ou  seja  após  a  misturas  tanto  o  suco  de  maracujá  como  o  suco  de  goiaba 
estarão  mais  fracos,  pois  na  solução  final  a  massa  de  maracujá  e  a  massa  de  goiaba  são  as 
mesmas das soluções iniciais, porém a massa de água é a soma das massas da água do suco de 
maracujá com a massa da água do suco de goiaba, portanto concluí­se que a massa dos solutos 
permanecem constantes enquanto a massa da água aumenta o que caracteriza uma diluição tanto 
do suco de maracujá como do suco de goiaba. 

Para a primeira solução, aqui chamada de solução A, usa­se a fórmula de diluição: 

Para a segunda solução, aqui chamada de solução B, usa­se a fórmula de diluição: 

Obs.:  o  mesmo  raciocínio  que  foi  usado  para  a  molaridade,  pode  ser  usado  para  concentração 
comum, título m massa, etc. 

3.  MISTURA  DE  DUAS  SOLUÇÕES  DE  SOLUTOS  DIFERENTES  QUE  REAGEM  ENTRE 
SI: 

Utilizaremos o raciocínio com molaridade por ser a unidade de concentração mais usada: 

Geralmente nesse tipo de mistura de soluções são usadas uma solução de ácido com uma solução 
de  base,  pois  o  ácido  reage  com  a  base  produzindo  sal  e  água,  numa  reação  chamada  de 
neutralização ou de salinificação. 

A primeira coisa a fazer e escrevera equação química do processo e fazer o seu balanceamento. 

Depois utilize o volume e a molaridade do ácido para descobrir a massa do ácido; depois utilize o 
volume e a molaridade da base para descobrir a massa da base (usando a fórmula da molaridade) 

Trabalhe através de um cálculo estequiométrico e utilize os procedimentos vistos para se resolver 
uma questão de cálculo estequiométrico. Verifique se não há reagente em excesso, o que poderá 
ocorrer, pois são misturadas quantidades de dois reagentes, que poderão não estar na proporção 
correta para reagirem completamente.
Alexandre

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