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BASES CELULARES E MOLECULARES II

DIABETES

MEDICINA CAMPUS GUARULHOS


DIABETES MELLITUS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

 Conhecer o conceito de DIABETES MELLITUS


 Conhecer a importância epidemiológica do DIABETES MELLITUS
 Conhecer a fisiopatologia do DIABETES MELLITUS
 Saber diagnosticar e classificar um paciente diabético
 Conhecer critérios para rastreamento do paciente diabético
 Conhecer os principais tratamentos
 Saber orientar um paciente
DIABETES MELLITUS

CONCEITO
Distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente
de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os
mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo.

A hiperglicemia persistente está associada a complicações crônicas,


aumento de morbidade, redução da qualidade de vida e elevação da taxa de
mortalidade.

*Doença sistêmica
• DIABETES MELLITUS
HISTÓRIA
▪ Primeiros relatos sobre a doença têm mais de 2 mil anos. Na Capadócia, 150 a.C.,
Arateus descrevia pacientes com excesso de urina produzido.
▪ Documentos Hindus de Susruta, de 400 a.C, descreviam doentes com urina
adocicada.
▪ Em 1674, Thomas Willis, de Oxford, relatou que a urina dos doentes era doce,
entretanto, não se conhecia a substância presente.
▪ Em 1776, Mathew Dobson, de Manchester, relatou a excreção de açúcar na urina.
▪ Entre 1830 e 1880, médicos identificaram pâncreas de pacientes atrófico e com
cálculos nos ductos, indicativo do envolvimento do órgão na doença.
▪ Von Mering e Minkowski, em 1889, estudaram cachorros que tiveram o pâncreas
removido possibilitando a observação de grande quantidade de glicose na urina.
▪ Em 1922 Frederick Banting, Charles Best, James Bertram Collip e John James
Rickard McLeod purificaram pela primeira vez a insulina, que foi extraída do
pâncreas de animais. O componente foi aplicado em um paciente que teve sua
doença controlada e viveu mais de 80 anos.
▪ Até 1945 as pesquisas se concentraram em estratégias de purificação e
manipulação química da insulina, após esse período foram identificados diversos
medicamentos com ação antidiabética administrados por via oral.
▪ Ainda hoje os estudos continuam visando o desenvolvimento e aprimoramento de
métodos alternativos no uso da insulina, como a insulina inalada, o transplante de
pâncreas, o pâncreas artificial.
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EPIDEMIOLOGIA
▪ Estima-se que aproximadamente 415 milhões de pessoas apresentem
diabetes e que metade dos indivíduos diagnosticados diabéticos
desconhece sua condição.
▪ As tendências atuais indicam que em 2040 o número de pessoas será
superior a 642 milhões.
▪ O aumento do diabetes ocorre principalmente em países em
desenvolvimento e está associado a fatores, como: rápida urbanização,
transição nutricional, excesso de peso, maior frequência de estilo de vida
sedentário, crescimento e envelhecimento populacional.
▪ Para a OMS a glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da
causa de mortalidade prematura, superada apenas por pressão arterial
aumentada e uso de tabaco.
▪ O diabetes está associado a altas taxas de hospitalizações, maior
utilização dos serviços de saúde, maior incidência de doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, insuficiência renal e
amputações não traumáticas.
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QUESTÕES NORTEADORAS
1. Comente sobre a insulina, local de produção, em que condições é
secretada e o mecanismo de ação.

2. Como podemos classificar o Diabetes Mellitus (tipos)?

3. Relacione a doença com a síndrome metabólica.


GLICOSE
FONTE PARA O CÉREBRO
DIABETES MELLITUS

FATORES DE RISCO
▪ História familiar de Diabetes Mellitus
▪ Idade > 45 anos
▪ Obesidade
▪ Estilo de vida pouco saudável
▪ Sedentarismo
▪ Diabetes Mellitus gestacional prévio, macrossomia, história de abortos de
repetição ou mortalidade perinatal
▪ Uso de medicações hiperglicemiantes (corticóides, beta-bloqueadores)
▪ Pressão alta
▪ Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue
▪ Condição de saúde com associação ao diabetes (doença renal crônica)
▪ Síndrome de ovários policísticos
▪ Diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia,
depressão, transtorno bipolar
▪ Apneia do sono
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CLASSIFICAÇÃO
1. Tipo I:
• 1A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células β
comprovada por exames laboratoriais
• 1B: deficiência de insulina de natureza idiopática
• LADA: Latent autoimmune diabetes of adults
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CLASSIFICAÇÃO
1. Tipo I:
DIABETES MELLITUS

CLASSIFICAÇÃO
2. Tipo II: perda progressiva de secreção insulínica combinada com
resistência à insulina.
Medicina 6º período / Setembro 2011
Medicina 6º período / Setembro 2011
DIABETES MELLITUS

https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM
DIABETES MELLITUS

https://www.youtube.com/watch?v=80bxfUnEUJ0
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CLASSIFICAÇÃO
3. DM gestacional: hiperglicemia diagnosticada durante a gestação, na
ausência de DM prévio.

Diabetes gestacional Níveis


elevados
de glicose
no sangue
materno

MALFORMAÇÃO

Níveis elevados de HIPERGLICEMIA


glicose no sangue fetal

FETO HIPERINSULINEMIA
MACROSSOMIA
HIPOXIA CRÔNICA
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CLASSIFICAÇÃO
4. Outros tipos :
• MODY – Maturity OnSet Diabetes of the Young
MODY 1 (defeitos no gene HNF4A)
MODY 2 (defeitos no gene GCK)
MODY 3 (defeitos no gene HNF1A)
MODY 4 (defeitos no gene IPF1)
MODY 5 (defeitos no gene HNF1B)
MODY 6 (defeitos no gene NEUROD1)

*Diagnóstico em pelo menos um indivíduo da família antes de 25 anos.


*Terceira geração atingida – autossômica dominante.
*Controle sem insulinoterapia (sem cetose) por pelo menos 2 anos.
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CLASSIFICAÇÃO
4. Outros tipos :
• Diabetes neonatal - Leprechaunismo
• Secundário a endocrinopatias - Síndrome de Cushing
• Secundário a infecções - Citomegalovírus
• Secundário a medicamentos - Glicocorticoides
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SINTOMAS

Fome constante (polifagia) Urina constante Aumento de Sede


e perda de peso (poliúria) gordura abdominal (polidipsia)

SINAIS DE DIABETES

Pés e mãos Dificuldade de


dormentes cicatrização Tontura Fadiga
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COMPLICAÇÕES

RETINOPATIA

PÉ DIABÉTICO INFECÇÃO DENTÁRIA


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CETOACIDOSE
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CETOACIDOSE
LIPÍDEO

HEPATÓCITO

FONTE
DE
ENERGIA

FONTE
DE
ENERGIA
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MÚLTIPLOS FATORES

Dislipidemia
(colesterol e triacilglicerol)

Hipertensão Tabagismo

DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
História familiar
Doenças renais de
aterosclerose
Obesidade
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DIAGNÓSTICO
1. Anamnese

2. Glicemia em jejum

3. Glicemia casual

4. Hemoglobina glicada (HbA1c)

5. TTOG (Teste de Tolerância à Glicose Oral) 75 g em 2 horas


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DIAGNÓSTICO
Mais de 45 anos
RASTREAMENTO Com fatores de risco
Com síndrome metabólica

GLICEMIA DE JEJUM

>126 < 100 -110 >100 -110 E < 126


< 140
Intervenções
preventivas

140-200
Intervenções
TTGO 75g preventivas

DM

Repetir em 3-5 anos >200


DM
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DIAGNÓSTICO
EXAMES COMPLEMENTARES:

1. Lipidograma completo
2. Microalbuminúria (avaliação renal)

3. Fundoscopia

4. PA

5. IMC

6. Avaliação cardíaca
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TRATAMENTO
1. DIETA

2. ATIVIDADE FÍSICA

3. HIPOGLICEMIANTES ORAIS

4. INSULINA
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TRATAMENTO
ATIVIDADE FÍSICA

▪ Aumenta a captação de glicose pelo músculo


▪ Aumenta a ação da insulina e de hipoglicemiantes orais
▪ Redução dos fatores de risco cardiovascular
▪ Aumenta o fluxo de sangue muscular e a circulação de
membros inferiores
▪ Contribui na redução do colesterol e triglicérides no
sangue
▪ Colabora na redução da pressão arterial leve e moderada
▪ Reduz a perda de massa óssea
▪ Melhora a disposição geral e a sensação de bem-estar
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TRATAMENTO
HIPOGLICEMIANTES ORAIS

 BIGUANIDAS

 SULFONILURÉIAS

 INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE

 GLINIDAS

 GLITAZONAS

 INCRETINAS
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TRATAMENTO
HIPOGLICEMIANTES ORAIS
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TRATAMENTO
INSULINA
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PREVENÇÃO
*ATENÇÃO BÁSICA*
Prevenção primária
- Evitar o desenvolvimento do diabetes com ações que promovam
intervenções no estilo de vida.
• Aleitamento materno.
• Alimentação saudável.
• Diminuição do sedentarismo.
• Medicação preventiva.

Prevenção secundária
- Prevenção das complicações agudas e crônicas da doença. Tratamento
adequado, acompanhamento e orientação.

Prevenção terciária
- Reabilitação e limitação das incapacidades produzidas pelas suas
complicações
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ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES


▪ Dieta saudável

▪ Manter peso adequado

▪ Controlar a pressão arterial

▪ Praticar atividade física regular

▪ Não fumar

▪ Não consumir bebida alcóolica

▪ Evitar medicamentos que possam agredir o pâncreas


DIABETES MELLITUS

➢ Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018


Organização: José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro
Junior, Sérgio Vencio.
São Paulo : Editora Clannad, 2017.

• Sugestão de leitura: Bioquímica Médica, Baynes e Dominiczak, cap. 21

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