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Eletromagnetismo Vol.04
Eletromagnetismo Vol.04
Material Teórico
Eletrodinâmica
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Eletrodinâmica
• Corrente Elétrica;
• Resistividade;
• Resistência Elétrica;
• Força Eletromotriz;
• Potência Elétrica;
• Associação de Resistores;
• Leis de Kirchhoffe.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender o funcionamento de circuitos elétricos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Eletrodinâmica
Corrente Elétrica
Quando uma diferença de potencial se estabelece nas extremidades de um
condutor, as cargas livres podem se deslocar em um movimento ordenado – este
chamado de corrente elétrica. Convencionalmente, considera-se o movimento das
cargas positivas, então denominado sentido convencional da corrente elétrica.
No entanto, quando se analisa circuitos elétricos, o sinal das cargas não é relevante,
visto que a corrente elétrica é uma grandeza física escalar.
Figura 1
Fonte: Young e Freedman, 2016
dQ
I=
dt
A Figura que nos ilustra o conceito de corrente elétrica também pode esclarecer
outros significados, como o da velocidade de arraste das cargas no condutor. Note
que a quantidade infinitesimal de cargas que passam pelo volume A.va.dt, onde va
é o módulo da velocidade de arraste e A a área de seção reta, podem se relacionar
por meio da concentração n das cargas em movimento, com a unidade de n sendo
m–3, com a seguinte equação:
dQ = q(nAvadt)
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q é o módulo da quantidade de carga que cada partícula carrega. Então, a cor-
rente elétrica, será:
dQ
I= = nqAva
dt
I
J= = nqva
A
Observe que, embora a corrente elétrica não seja um vetor, a densidade da cor-
rente elétrica pode ser representada como um vetor, visto que depende da veloci-
dade de arraste das cargas. Assim:
J = nqva
Exemplo 1:
Um fio de cobre com calibre 18 (geralmente usado nos fios que ligam lâmpa-
das) possui um diâmetro nominal igual a 1,02 mm. Esse fio está conectado a uma
lâmpada de 200 W e conduz uma corrente de 1,67 A. A densidade dos elétrons
livres é de 8,5.1028 elétrons por metro cubico. Calcule os módulos da densidade de
corrente e da velocidade de arraste.
1, 02 ⋅10−3
2
A = pr → A = p ⋅
2
∴ A = 8,17 ⋅10−7 m 2
2
Logo:
I 1, 67
J= →J= ∴ J = 2, 04 ⋅106 A / m 2
A 8,17 ⋅10 −7
I
J= nqva → 2, 04 ⋅106 = 8, 5 ⋅1028 ⋅1, 6 ⋅10−19 va ∴ va = 1, 5 ⋅10−4 m / s
A
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UNIDADE Eletrodinâmica
Ou podemos escrever:
va = 0,15 mm/s
Resistividade
A resistividade é uma das propriedades características de cada material, por
meio da qual podemos definir a famosa Lei de Ohm que, por sua vez, diz que a
resistividade é a razão entre o campo elétrico e a densidade de corrente. Descreve
boa parte de condutores chamados de ôhmicos, no entanto, há materiais para os
quais não se aplica. Assim, podemos escrever que a resistividade, representada por
r, será:
E
r=
J
[ρ] = Ω . m
Observe que quanto mais alto o valor da resistividade, maior será o campo
elétrico necessário para gerar determinada densidade de corrente. Ou ainda,
quanto mais baixa a densidade de corrente produzida por um certo campo elétri-
co, significa que há alta resistividade no material. Vejamos o valor da resistividade
de alguns materiais:
Quadro 1
Substância ρ(Ωm)
Prata 1,47. 10–8
Cobre 1,72. 10–8
Ouro 2,44. 10–8
Alumínio 2,75. 10–8
Tungstênio 5,25. 10–8
Condutor
10
Substância ρ(Ωm)
Carbono puro (grafite) 3,5. 10–5
Semicondutor
Germânio puro 0,60
Silício puro 2300
Âmbar 5. 1014
Vidro 1010 – 1014
Lucita > 1013
Mica 1011 – 1015
Isolante
r = ro [1 – a (T – T0)]
Quadro 2
Material a[(°C)–1)]
Alumínio 0,0039
Latão 0,0020
Carbono (grafite) –0,0005
Constantan 0,0001
Cobre 0,00393
Ferro 0,0050
Chumbo 0,0043
Manganina 0,00000
Mercúrio 0,00088
Nicromo 0,0004
Prata 0,0038
Tungstênio 0,0045
11
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UNIDADE Eletrodinâmica
Figura 2
Fonte: Young e Freedman, 2016
Figura 3
Fonte: Young e Freedman, 2016
Figura 4
Fonte: Young e Freedman, 2016
Explor
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Resistência Elétrica
É conveniente, em condutores, estabelecer uma relação entre a diferença de po-
tencial em suas extremidades com a intensidade da corrente elétrica que essa diferen-
ça de potencial pode gerar – tal grandeza é conhecida como resistência do material.
V
R=
I
Caso o condutor seja ôhmico, podemos utilizar a Lei de Ohm para estabelecer
as relações entre a resistividade e resistência. Ao observar a seguinte Figura pode-
mos inferir que em um condutor retilíneo, de seção reta, o campo elétrico para o
resistor ôhmico será uniforme:
Figura 5
Fonte: Young e Freedman, 2016
Assim:
E V/L V*A
ρ= = =
J I/A I*L
Se:
V
=R
I
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UNIDADE Eletrodinâmica
Então:
ρ = R*A R= ρ L
L A
Exemplo 2:
Considerando que um fio de cobre, calibre 18, possui seção reta com área
8,20.10–7 m2, conduzindo uma corrente de 1,67 A, calcule:
1. O módulo do campo elétrico no fio.
2. A diferença de potencial entre dois pontos do fio separados por uma dis-
tância de 50,0 m.
3. A resistência de um segmento do fio de comprimento igual a 50,0 m.
E E
r = → 1, 72 ⋅10−8 = ∴ E = 0, 0351V / m
J 2, 04 ⋅106
Força Eletromotriz
As fontes de força eletromotriz (fem) são as responsáveis por fazer com que
um circuito ou dispositivo seja alimentado com diferença de potencial constante.
Logo, podemos dizer que fem não é uma força, mas uma tensão, dado que a sua
unidade de medida é o volt.
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No geral, como baterias, pilhas ou geradores elétricos, as fontes de fem pos-
suem resistência elétrica interna r, fazendo com que dentro dessas próprias fontes
se manifestem quedas de potencial Ir.
Caso as fontes de fem fossem ideais, poderíamos dizer que a tensão que alimen-
ta o circuito seria desta forma:
V=ε
V = ε – rI
Quadro 3
Exemplo 3:
A seguinte Figura mostra uma fonte de tensão (bateria) com fem ε = 12V e
resistência interna r = 2Ω. Para comparação, uma bateria comercial de 12V com
acumuladores de chumbo possui uma resistência interna da ordem de alguns milé-
simos de ohm.
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UNIDADE Eletrodinâmica
Figura 6
Fonte: Young e Freedman, 2016
Para solucionar, observe que nesse circuito não há circulação de corrente elétrica,
isso porque não há um caminho fechado para a corrente. Portanto, no amperímetro:
I=0
V = ε – rI
Como: I = 0
V = ε = 12V
Exemplo 4:
Figura 7
Fonte: Young e Freedman, 2016
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Agora podemos aplicar novamente esta equação:
Vab = ε – rI
Vab = R . I
e 12
R.I = e − rl → I ( R + r ) = e → I = →I= ∴ I = 2A
R+r 4+2
Por fim, podemos usar quaisquer das equações que definem a tensão Vab para
calculá-la:
Vab = R.I → Vab = 4.2 ∴ Vab = 8 V
Ou:
Vab = ε –rI → Vab = 12 – 2.2 ∴ Vab = 8 V
Exemplo 5:
Figura 8
Fonte: Young e Freedman, 2016
Começaremos com a Figura 8a: dizer que o voltímetro é ideal significa assumir
que não haverá corrente elétrica fluindo ao voltímetro – ou seja, que a sua resistên-
cia é tão grande que a corrente elétrica nesse tende a zero. Como não há queda de
tensão devido a outras resistências que não sejam entre os pontos a e b e a’ e b’,
podemos, então, dizer que:
Vab = Va’b’
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UNIDADE Eletrodinâmica
A corrente elétrica tem um caminho, apenas, para percorrer, ou seja, esse cir-
cuito possui somente uma malha – é dito circuito simples – podendo ser calculada
com as seguintes definições de tensão:
e 12
R.I = e − rl → I ( R + r ) = e → I = →I= ∴ I = 2A
R+r 4+2
Figura 9
Fonte: Young e Freedman, 2016
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Usando um circuito simples, como o do Exemplo 4, substituímos o resistor
de 4Ω por um condutor de resistência nula, de modo que quais sãos as leituras
nessa situação?
As definições da tensão continuam válidas aqui, com R = 0. Da Lei de Ohm teremos:
Vab = RI ∴ Vab = 0
E:
Vab = ε – rI → ε = rI → 12 = 2I ∴ I = 6 A
Potência Elétrica
A potência – fornecida ou consumida – em qualquer um dos elementos do cir-
cuito será dada por:
P = Vab . I
Exemplo 7:
Figura 10
Fonte: Young e Freedman, 2016
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UNIDADE Eletrodinâmica
Agora, observe que realizando a operação distributiva nessa equação, temos esta:
P = εI – rI2
P = εI → P = 12.2 ∴ P = 24 W
P = rI2 → P = 2.22 ∴ P = 8 W
P = Vab.I
P = VabI → P = 8.2 ∴ P = 16 W
Associação de Resistores
É comum, em circuitos elétricos, a necessidade do uso de muitos resistores e até
de outros componentes. Dessa forma, será útil para nós que algumas combinações
de resistores possam ser utilizadas no lugar de resistores que foram associados em
série ou em paralelo. Em tais condições estudaremos circuitos cuja corrente elétrica
não varia com o tempo, tratando-se dos circuitos de corrente contínua, onde os
conceitos que há pouco aprendemos serão amplamente utilizados.
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Observe a organização do conjunto de resistores na seguinte Figura:
Figura 11
Fonte: Young e Freedman, 2016
Note que há um único percurso para a corrente elétrica I, chamamos esse tipo
de combinação de associação em série; ao passo que a tensão Vab será a somatória
das tensões sobre cada um dos resistores. Assim:
Vab
Vab = I ( R1 + R1 I + R2 I + R3 IR2 + R3 ) → = Req
I
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
Figura 12
Fonte: Young e Freedman, 2016
Quando ocorre a divisão da corrente elétrica I (Figura 12), dizemos que a asso-
ciação está em paralelo. No entanto, observe os terminais a e b: a tensão entre os
quais se mantém, logo, a tensão Vab será a mesma sobre os três resistores.
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UNIDADE Eletrodinâmica
Como:
Vab
= Req
I
Leis de Kirchhoffe
As leis de Kirchhoffe são especialmente
úteis em casos onde não é possível reduzir
um circuito com as associações que até en-
tão fizemos. Assim, divide-se o circuito nas
chamadas malhas, estas que correspon-
dem a um caminho fechado de conduto-
res, tal como se vê na seguinte Figura 13:
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Figura 14
Fonte: Young e Freedman, 2016
Figura 15
Fonte: Young e Freedman, 2016
Para resolver, observe nessa Figura, indicado em azul, o percurso em cada ma-
lha; o esquema aponta também o sentido da corrente elétrica em cada um dos
resistores. Se resolvermos casos onde essa indicação não exista, poderemos esco-
lher o percurso para cada malha de maneira aleatória. Caso os resultados levem a
um sinal negativo de corrente elétrica, tal sinal indicará somente que o sentido da
corrente estará invertido em relação à escolha do percurso.
Como o circuito tem mais de uma malha, é possível que possamos usar a Lei
das malhas e dos nós.
Assim, considere que o ponto b é um nó, de modo que a partir desse ponto
saem duas correntes I = 2 A e I = 1 A e no ponto b chega a corrente I. A partir
da Lei dos nós podemos escrever:
∑I n = 0 → (−2) + (−1) + I = 0 ∴ I = 3 A
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UNIDADE Eletrodinâmica
∑ V = 0 → +12 − r ⋅ 3 − 2 ⋅ 3 = 0 ∴ r = 2Ω
Para calcular a ε podemos utilizar a malha 2 ou 3 – vejamos com a malha 2 a
partir do ponto :
∑ V = 0 → −e +1⋅1− 3⋅ 2 = 0 ∴ e = −5V
O resultado com sinal negativo indica que a polaridade dessa bateria está inver-
tida, ou ainda, no circuito, essa é a bateria recarregada.
Ocorre que há grande quantidade de circuitos que utilizam não apenas os re-
sistores, mas também a união de resistores com capacitores. Assim, é importante
explorar essa possibilidade e compreender o funcionamento de circuitos R-C como
componentes resistores e capacitores operando em conjunto.
Explor
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Eletromagnetismo: Fundamentos e Simulações
SILVA, C. E. da et al. Eletromagnetismo: fundamentos e simulações. São Paulo:
Pearson, 2014.
Vídeos
Circuitos R-C
https://youtu.be/tphxc6DoKZ4
Leitura
Supercondutividade
https://goo.gl/dpC8td
Definição de Potência e Energia
https://goo.gl/uTUaJa
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UNIDADE Eletrodinâmica
Referências
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de Física: eletromagnetismo. v. 3.
9. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2012.
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