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Unicelularidade e Multicelularidade

● Os seres vivos da Terra podem ser divididos em 2 grupos: os seres procariontes e


os seres eucariontes. O principal critério de distinção entre estes grupos é a sua
organização celular.
● Os seres procariontes apresentam células simples, sem um verdadeiro núcleo.
● Os seres eucariontes apresentam-se constituídos por células complexas, com
núcleo organizado e diversos organelos membranares.

 Depois dos bombardeamentos meteoríticos a temperatura da Terra foi


diminuindo, criando-se um ambiente mais propício
para a criação de moléculas mais complexas.
 Segundo esta hipótese, as moléculas interagiam entre
si e terão originado sistemas com elevados níveis de
organização, designados protobiontes.

Dos procariontes aos eucariontes

 Com o surgimento do oxigénio, houve uma drástica destruição ou modificação de


moléculas. Desta forma, muitos grupos de procariontes extinguiram-se.
 Entre os sobreviventes, houve indivíduos que desenvolveram a capacidade de
resistirem ao oxigénio. Entre eles, houve um grupo que, à semelhança das atuais
mitocôndrias, era capaz de aproveitar o oxigénio, obtendo uma grande quantidade
de energia.
 Alguns grupos de procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade,
tendo, muito provavelmente, estado na origem dos organismos eucariontes.

Hipótese Autogénica Hipótese Endossimbiótica

 É a hipótese explicativa do aparecimento dos  Como todasendossimbiótica, diz


A teoria  O modelo autogénico não
eucariontes, segundo a qual estes seres vivos as células possuem mitocôndrias, mas nem
que mitocôndrias e
esclareceos a causa nem a forma
tiveram origem na evolução gradual de todas possuem cloroplastos, o amodelo de
cloroplastos, originaram-se
como se processou a
procariontes. endossimbiose sugere organismos
que
partir de pequenos
especialização das membranas
 O modelo autogénico defende que as células as mitocôndrias surgiram primeiro que os
procariontesinvaginadas
que passaram nasacélulas
eucarióticas surgiram a partir de células cloroplastos. Acredita-se
viver dentro de outros queque
procarióticas
um
esteve na
procarióticas que desenvolveram sistemas organismo anaeróbio tenha englobado um
organismos maiores,
origem do numa
aparecimento das
endomembranares a partir de invaginações organismo aeróbio que utilizava
relação de simbiose.
células eucaróticas e pressupõe
existentes na membrana plasmática. o oxigénio de forma bastante vantajosa.
que o material genético nuclear é
Assim, com o hospedeiro a ganhar
idêntico ao material genético
mais energia e o simbiótico a
existente nas mitocôndrias e
ganhar proteção, esses organismos
cloroplastos, o que efetivamente
tornaram-se um só, dependentes um do
não sucede.
outro e inseparáveis.
 Evidências que apoiam a Hipótese Endossimbiótica para a origem dos cloroplastos
e das mitocôndrias:
1. As mitocôndrias e os cloroplastos têm dimensões semelhantes às das
bactérias;
2. As mitocôndrias e os cloroplastos produzem as suas próprias membranas
internas e replicam-se, por um processo semelhante à fissão que ocorre nas
bactérias;
3. Estes organelos possuem o seu próprio material genético;
4. Os ribossomas dos cloroplastos apresentam mais semelhanças com os
ribossomas dos procariontes, do que com os ribossomas do citoplasma das
células eucarióticas;
5. Os ribossomas das mitocôndrias são mais semelhantes aos dos
procariontes;

6. Na membrana interna destes organelos, existem enzimas e sistemas de


transporte que se assemelham aos que estão presentes nos atuais
procariontes. Assim, admite-se que as membranas internas derivem das
membranas dos procariontes endossimbióticos.

7. Atualmente, continuam a verificar-se casos de simbiose obrigatória entre


alguns eucariontes e bactérias.
Da unicelularidade à multicelularidade
 Os eucariontes, reuniam diversas capacidades na mesma célula e competiam entre
si pelo alimento e pelo espaço. A crescente competição levaria ao aparecimento de
um novo grupo de seres vivos- os organismos multicelulares.
 Na sequência do processo de reprodução, algumas células geradas não se
libertariam das células progenitoras após a divisão. Este terá sido o primeiro passo
para a multicelularidade.
 Colónias ou agregados coloniais- agregados de seres unicelulares (ancestrais dos
organismos multicelulares)

Inicialmente, todas as células de uma colónia desempenhavam


todas a mesma função. Com o tempo, algumas células ter-se-ão
especializado em determinadas funções.

 A multicelularidade terá trazido algumas vantagens evolutivas para os organismos:


1. Maiores dimensões, mantendo-se, contudo, uma relação área/volume das células
ideal para a realização de trocas com o meio;
2. Maior diversidade, proporcionando uma melhor Desvantagens:
adaptação a diferentes ambientes;
Estrutura cada vez maior – mais
3. Diminuição da taxa metabólica, resultado da
necessidades- tem que haver
especialização celular que permitiu uma utilização de
equilíbrio (área/ volume)
energia de forma mais eficaz;
4. Maior independência em relação ao meio ambiente,
devido a uma eficaz homeostasia (equilíbrio dinâmico do meio interno) resultante de
uma interdependência dos vários sistemas de órgãos.

Evolucionismo Vs. Fixismo


Fixismo

 É uma teoria religiosa.


 De facto, observámos sempre que as gerações de indivíduos são constituídas por
indivíduos idênticos que não sofreram grandes modificações.
 Se se admitir que as espécies não sofreram alterações, permanecendo imutáveis
ao longo dos tempos, então é porque foram originadas tal e qual como são na
atualidade.
 Esta perspetiva, que considerava que as espécies são permanentes, perfeitas e que
não sofreram evolução, prevaleceu por mais de dois mil anos e constitui o Princípio
Fixista ou Fixismo.
 Os filósofos ocidentais construíam perspetivas integradas do Mundo, englobando a
Ciência, a sociedade e a Religião.
 Neste contexto, a explicação para a origem das espécies radicava num Princípio
Criacionista ou Criacionismo.
 Segundo o Criacionismo, os seres vivos foram originados por criação divina. Como
obra divina, a criação implica perfeição e estabilidade. Depois de criadas as
primeiras espécies, perfeitas, estas mantêm-se fixas ao longo dos tempos. As
imperfeições que ocorrem, por vezes, devem-se à imperfeição e corrupção do
Mundo. Nesta perspetiva, o Criacionismo é uma Teoria Fixista.

Evolucionismo

 Estudos permitiram o conhecimento de semelhanças e diferenças entre indivíduos,


sugerindo relações de parentesco e uma possível origem em comum.
 Por exemplo o estudo dos fósseis mostrava que algumas das espécies encontradas
não tinham correspondência com as espécies atuais. Estas evidências contrariavam
a ideia fundamental do fixismo, isto é, a imutabilidade das espécies.
 George Cuvier, propôs a teoria do catastrofismo, que defendia uma sucessão de
catástrofes tinha ocorrido no decurso da história da Terra. Fenómenos como
dilúvios ou glaciações, teriam conduzido à destruição dos seres vivos aí existentes.
Desta forma, o catastrofismo explicava o surgimento de determinadas formas de
fósseis em alguns estratos, sem que houvesse continuidade dessas formas de vida
nos estratos mais recentes.
 Vários naturalistas consideraram que as catástrofes tinham um alcance global,
levando à destruição completa dos seres vivos do planeta.
 De seguida, nesses locais, teriam lugar novos atos de criação, permitindo o
repovoamento.

 A conceção de Buffon relativamente à origem das espécies é uma conceção


transformista. Buffon admitia que as espécies derivavam umas das outras por
degeneração e que esta transformação era lenta e progressiva, existindo espécies
intermédias até às formas atuais.
 O tempo geológico é fundamental para que estes fenómenos tenham lugar.
Circunstâncias ambientais como o clima e o alimento, eram a razão desta
transformação por degeneração.
 Maupertuis defendia ideias transformistas e estava convicto que os seres vivos
resultavam de uma seleção provocada pelo ambiente.
 Hutton abalou violentamente a hipótese catastrofista, dizendo que os fenómenos
geológicos existentes na atualidade são idênticos aos que ocorreram no passado.
Esta teoria ficou conhecida como a teoria do uniformitarismo.

 Lyell confirma a teoria do uniformitarismo e conclui que:


- As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
- Os acontecimentos do passado devem ser explicados a partir dos mesmos processos
naturais que se observam na atualidade, dado que as causas que provocam
determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam os mesmos
fenómenos atualmente.
- A maioria das alterações geológicas ocorre de forma lenta e gradual

 As conceções gradualistas de Lyell conduzem ao desenvolvimento de ideias


evolucionistas. Contudo, faltavam modelos que explicassem o processo evolutivo

Lamarckismo

 A teoria de evolução
defendida por Lamarck
radica em dois princípios: a
lei do uso e do desuso e a lei
da transmissão dos
caracteres adquiridos
 Lamarck considerava que o
ambiente e as necessidades
dos indivíduos são as causas
responsáveis pela evolução
dos seres vivos.
 A necessidade de se
adaptarem às condições
ambientais ditaria um uso
ou um desuso de determinados órgãos, o que conduziria ao seu desenvolvimento
(hipertrofia) ou à sua atrofia- lei do uso e do desuso.
 Estas modificações permitiam aos indivíduos uma melhor adaptação ao meio,
sendo transmitidas à descendência- lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

 A lei do uso e do desuso, embora válida para alguns órgãos, como, por exemplo, os
músculos, não explicava todas as modificações
 A lei da transmissão dos caracteres adquiridos não é válida. A atrofia ou a hipertrofia
de uma estrutura adquirida durante a vida do ser vivo não é transmitida à
descendência.

Darwinismo

 Darwin integrou uma expedição à volta do mundo e verificou que as tartarugas


apresentavam sete variedades distintas, cada variedade em ilhas diferentes.
Contudo, as semelhanças eram, igualmente notáveis.
 Darwin admitiu que à semelhança do que acontece com os criadores de animais, a
Natureza faz uma seleção dos indivíduos reprodutores- Seleção natural- com as
diferenças de que são os fatores ambientais que comandam essa seleção, e de que,
é necessário mais tempo para que as modificações sejam vistas.
 O mecanismo evolutivo proposto por Darwin assenta nos seguintes princípios
fundamentais:
o Os indivíduos de uma determinada espécie apresentam variabilidade das
suas características (cor, forma, tamanho, etc.).
o As populações têm tendência a crescer segundo uma progressão
geométrica, produzindo mais descendentes do que aqueles que acabam
por sobreviver.
o Entre os indivíduos de uma determinada população estabelece-se uma luta
pela sobrevivência, devido à competição pelo alimento, pelo espaço e
outros fatores ambientais. Assim, em cada geração, um número
significativo de indivíduos é eliminado.
o Alguns indivíduos apresentam características que são favoráveis à sua
sobrevivência no meio em que se encontram. Os indivíduos que não
apresentarem características vantajosas, resultantes da variação natural,
vão sendo progressivamente eliminados. Assim, ao longo de gerações, a
Natureza seleciona os indivíduos mais bem-adaptados às condições
ambientais, ocorrendo a sobrevivência dos mais aptos.
o Os indivíduos detentores de variações favoráveis e, por isso, mais bem-
adaptados, vivem durante mais tempo, reproduzem-se mais e, assim, as
suas características são transmitidas à geração seguinte.
o A reprodução diferencial permite, assim, uma lenta acumulação de
determinadas características que, ao fim de várias gerações, conduz ao
aparecimento de novas espécies.

 Lamarcke Darwin explicariam o surgimento das características atuais das girafas de


forma distinta.
 Lamarck admitia a lei do uso e do desuso e a lei da transmissão dos caracteres
adquiridos. Assim, considerava que a ocorrência de modificações ambientais
(escassez de vegetação rasteira) criava a necessidade de, por exemplo, as girafas
alcançarem ramos mais altos. O esforço continuado de esticar o pescoço para
atingir esses ramos levaria ao desenvolvimento de pescoços cada vez mais longos,
em cada geração. Esta característica foi sendo transmitida de geração em geração,
conduzindo ao aspeto atual das girafas.

 Por seu lado, Darwin considerava que as populações de girafas apresentavam,


independentemente do meio, variações morfológicas, existindo girafas com o
pescoço mais longo e outras como pescoço mais curto.
 O surgimento de modificações ambientais terá levado à diminuição da vegetação
rasteira. Assim, as girafas que possuíam pescoço mais longo atingiam mais
facilmente a folhagem das árvores, continuando a alimentar-se. Pode dizer-se que
estas girafas estavam mais bem-adaptadas a este meio, alimentavam-se melhor e,
portanto, reproduziam-se mais. A seleção natural fez aumentar o número de
girafas de pescoço comprido.

 Tanto Lamarck como Darwin consideravam o ambiente como um fator


preponderante no processo
evolutivo. No entanto,
enquanto Lamarck considerava
o ambiente responsável por
criar necessidades que
conduziam a determinados
comportamentos, que. por sua
vez, levavam a modificações
nos indivíduos, Darwin
considerava que o ambiente
era o motor da evolução por
realizar uma seleção natural dos mais aptos.

Dados da Anatomia Comparada

 Animais aparentemente diferentes apresentam semelhanças anatómicas, as quais


sugerem a existência de um ancestral comum, com um plano estrutural idêntico ao
apresentado por todos os seres vivos que dele terão derivado.
 A Anatomia Comparada tem fornecido dados que apoiam o Evolucionismo,
revelando a existência de órgãos homólogos, análogos e vestigiais nos indivíduos
estudados.

Ancestral comum  Os órgãos ou estruturas homólogas são órgãos que,


apesar de desempenharem uma função diferente,
apresentam um plano estrutural semelhante, a
Pressão ambiental
diferente mesma posição relativa e origem embriológica
idêntica.
 Este fenómeno toma a designação de evolução
Braço Barbatana da divergente, dado que se verifica a divergência de
humano baleia organismos a partir de um grupo ancestral comum
 A estrutura que colonizou diferentes habitats e, por isso, sofreu
homóloga permite construir pressões seletivas distintas.
séries filogenéticas, que
traduzam a evolução dessas estruturas em diferentes em diferentes organismos.
Nas séries filogenéticas progressivas, os órgãos homólogos apresentam uma
complexidade crescente. A partir de um órgão ancestral simples, foram surgindo
órgãos cada vez mais complexos.

Asa de morcego Asa de inseto  Os órgãos ou estruturas análogas são órgãos que têm
uma estrutura e origem embriológica diferentes, mas
que desempenham a mesma função. As estruturas
análogas terão resultado de pressões seletivas
idênticas sobre indivíduos de diferentes grupos, que
Pressão ambiental conquistaram meios semelhantes. Neste caso, diz-se
idêntica que ocorre evolução convergente.
 Nas séries filogenéticas regressivas, os órgãos
Voar homólogos tornam-se progressivamente, mais
simples.

 Os órgãos ou estruturas vestigiais são órgãos atrofiados, que não apresentam uma
função evidente nem importância fisiológica num determinado grupo de seres
vivos. Porém, noutros grupos, estes órgãos podem apresentar-se bem
desenvolvidos e com significado fisiológico, isto é, funcionais.
 A Teoria Evolucionista considera que estes órgãos terão sido úteis no passado a um
ancestral comum. Quando sujeitos a pressões seletivas diferentes, estes órgãos
evoluíram em sentidos diferentes.
Dados da Paleontologia
 Os dados paleontológicos baseiam-se no estudo dos fósseis.
 Os fósseis de formas intermédias ou sintéticas apresentam características que
existem, na atualidade, em pelo menos dois grupos de seres vivos.
 Algumas formas intermédias conduziram à formação de novos grupos
taxonómicos, e permitem construir árvores filogenéticas parciais- formas fósseis
de transição. ´
Dados da Biogeografia

 A Biogeografia analisa a distribuição geográfica dos seres vivos. Esta ciência conclui
que as espécies tendem a ser tanto mais semelhantes quanto maior é a sua
proximidade física e, por outro lado, quanto mais isoladas, maiores são as
diferenças entre si, mesmo que as condições ambientais sejam semelhantes.

Dados da Biologia Molecular

 Entre as provas bioquímicas que apoiam o Evolucionismo destacam-se:


- O facto de todos os organismos serem constituídos pelos mesmos Compostos
orgânicos (glícidos, lípidos, prótidos e ácidos nucleicos):
- A universalidade do código genético com a intervenção do DNA e do RNA no
mecanismo de síntese proteica.

Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução

 Uma das principais críticas apontadas à Teoria de Darwin era o facto de esta não
explicar o surgimento de “variações naturais" nos individuo de uma determinada
espécie, nem o modo como essas variações eram transmitidas à geração seguinte.
 A descoberta das mutações permitiu explicar o surgimento de variações nos
indivíduos de uma determinada espécie. Por outro lado, a Teoria da
Hereditariedade, explicava a transmissão das características de geração em
geração.
 No início da década de 40, surge outra teoria da evolução que reunia as
conceções originais de Darwin e os dados revelados por diversas ciências, como a
Genética, a Paleontologia, a Embriologia, a Biogeografia e a Taxonomia.
 Esta teoria foi designada Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinismo. O
Neodarwinismo assenta em 3 pilares:
- A existência de variabilidade genética nas populações, consideradas como
unidades evolutivas;
- A seleção natural como mecanismo principal
- A conceção gradualista que permite explicar que as grandes alterações resultam
da acumulação de pequenas modificações, que vão ocorrendo ao longo do tempo.

Seleção natural, Seleção artificial e variabilidade


 A Teoria Sintética da Evolução admite que as constituem unidades evolutivas e
apresentam variabilidade sobre a qual a selecção natural atua. A variabilidade das
populações resulta das mutações e da recombinação génica (meiose e
fecundação).
 A grande maioria das mutações tornam os indivíduos inviáveis ou com menor
aptidão para o meio. Por essa razão, esses indivíduos e, portanto a alteração
genética têm tendência a desaparecer.
 Contudo, muito raramente, as mutações conferem vantagens ao individuo
portador, tornando-o mais apto, reproduzindo-se mais. Desta forma, as alterações
genéticas vão sendo introduzidas na população.

 A fecundação e a recombinação genética são fenómenos que contribuem para a


variabilidade genética.

 A expressão da variabilidade genética é o substrato sobre o qual atua a seleção


natural. Cada indivíduo é portador de uma determinada carga genética, que lhe
confere um determinado conjunto de características. Os indivíduos portadores de
características que o tornam mais apto para um determinado meio serão
selecionados, em detrimento de outros que apresentem conjuntos de
características menos vantajosas.

 As populações estão sujeitas a alterações genéticas, funcionando como unidades


evolutivas. Ao nível populacional, a evolução pode ser definida como uma variação
na frequência génica de geração em geração. Pelo facto de esta variação da
frequência dos genes ocorrer numa pequena escala, isto é, apenas na população
considerada, estas alterações são designadas microevolução.

 Do ponto de vista ecológico, as populações são conjuntos de indivíduos de uma


espécie que vivem numa determinada área, num dado intervalo de tempo.
 Do ponto de vista genético, considera-se uma população um conjunto de
indivíduos que se reproduz sexuadamente e partilha um determinado conjunto de
genes. Quando estas condições se verificam, a população é designada população
mendeliana. O conjunto de genes de uma população mendeliana constitui fundo
genético
 Diversos fatores podem atuar sobre o fundo genético de uma população,
modificando-o. Contudo, geralmente, considera-se que apenas as mutações, as
migrações, a deriva genética, os cruzamentos ao acaso e a selecção natural são
capazes de produzir alterações significativas do fundo genético, de forma a
promover fenómenos evolutivos.

Mutações
 As mutações génicas permitem o aparecimento de novos genes nas populações.
 Assim, pode dizer-se que as mutações são a fonte primária de variedade e,
portanto, o motor da microevolução.
Migrações

 As migrações correspondem a deslocações de indivíduos de uma população para


outra. Estes movimentos podem ser de entrada de indivíduos (imigração) ou de
saída de indivíduos da população (emigração).Os movimentos migratórios
conduzem a alterações do fundo genético porque são responsáveis por um fluxo
de genes entre populações.
Deriva genética

 A deriva genética é um fenómeno que ocorre em populações de pequeno tamanho


e corresponde à variação do fundo genético, devido, exclusivamente, ao acaso.

 Merecem destaque duas situações em que ocorre uma diminuição drástica do


tamanho de uma população, permitindo que a deriva genética ocorra de forma
significativa - o efeito fundador e o efeito de gargalo.
 O efeito fundador ocorre quando um número restrito de indivíduos, de uma
determinada população, se desloca para uma nova área, transportando uma parte
restrita do fundo genético da população original.
 O efeito de gargalo ocorre quando uma determinada população sofre uma
diminuição brusca do seu efetivo devido à ação de fatores ambientais, como, por
exemplo, alterações climatéricas, falta de alimento, epidemias, incêndios,
inundações e terramotos. Assim, um determinado conjunto de genes (que os
sobreviventes possuem) será fixado na população, enquanto que outros genes
foram eliminados, não devido à seleção natural, mas por deriva genética

Cruzamentos ao acaso

 Quando os cruzamentos ocorrem ao acaso, diz-se que existe panmixia.Esta


situação permite a manutenção do fundo genético.
Seleção natural

 A seleção natural atua sobre fenótipos, isto é, são selecionados os individuos que
possuem fenótipos que os tornam mais aptos para o ambiente em que vivem,
permitindo-lhes deixar mais descendentes do que os indivíduos com outros
fenótipos.
 Desta forma, a seleção natural pode promover a manutenção de determinado
fundo genético ou conduzir à sua alteração.
Seleção artificial
 A intervenção do Homem pode, assim, alterar o sentido da evolução natural de
algumas variedades. As espécies de plantas cultivadas pelo Homem e os animais
domesticados foram alvo de uma reprodução diferencial imposta artificialmente.
 Desta forma, foi possível preservar e desenvolver indivíduos que reúnem as
características desejadas.

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