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Biologia Celular – Ramo da biologia que estuda a célula

Importância da Biologia Celular:

 Conhecimento do funcionamento celular


 Compreensão do funcionamento dos organitos (estruturas que asseguram o
funcionamento da célula) /organelos responsáveis pelo funcionamento celular
 Funcionamento dos vários sistemas celulares (digestivo, circulatório, nervoso,
muscular, ósseo)

Célula – a menor unidade de um organismo vivo.


Robert Hooke (1665) – observação ao microscópio de finas lâminas de cortiça e
a identificação de pequenos espaços (alvéolos) que atribui a designação de célula.

Anton Van Leen Wenhock (1647) – existência de células livres


(espermatozóides do peixe, hemácias, microrganismos da água). Organização celular
(conceito).

Robert Brown (1831) – descrição de um corpúsclo (núcleo) interno em células


de orquídeas.

Teoria Celular
Todos os seres vivos têm organização celular: alguns são formados por uma
única célula, outros por milhões de células. Scheidem (1838) e Schwann (1839)

Teoria celular aperfeiçoada – toda a célula tem origem noutra célula preexistente
(reprodução celular). Rudolf Virchow (1855).

Confirmação experimental de que a vida não surge espontaneamente, mas a


partir de células preexistentes ⇒ Louis Pasteur (1860)

Pressupostos:

 A célula é a unidade básica de estrutura e função dos seres vivos;


 Todas as células provêm de células preexistentes;
 As células contêm a informação hereditária dos seres vivos, a qual passa das
células-mães para as células-filhas.

Com base na teoria celular e nos seus pressupostos estabelece-se:


 As células constituem as unidades morfológicas e funcionais (fisiológicas) de
todos os organismos vivos;
 As características de um organismo vivo dependem das características das
suas células.
Existirá um módulo estrutural de célula comum a todos os seres vivos?

Modelo estrutural de célula versus o conceito de


biodiversidade
 Variedade de formas de vida no planeta, incluindo-se a diversidade dentro das
espécies, entre espécies e ecossistemas;
 A vida está organizada em vários níveis, permitindo assim distinguir diferentes
espécies de organismos vivos;
 Na classificação dos organismos vivos podem utilizar-se como critérios:
o O nível de organização
o Complexidade estrutural

Unicelulares versus Multicelulares


Organismos simples – organismos unicelulares (bactérias, algas, protozoários)

Organismos complexos – organismos multicelulares (plantas, animais, fungos:


cogumelos)

Os organismos unicelulares ou multicelulares são caracterizados pelo mesmo


modelo estrutural?

Procariontes – núcleo não organizado (bactérias e cianobactérias)

Eucariontes- núcleo organizado (todos os restantes)

Dependem do nível de organização estrutural celular, classificação quanto à


organização celular.

Célula Procariótica
 Reduzidas dimensões (estão no limite de visibilidade
do moc);
 Possuem DNA (nucleóide), citoplasma, membrana
citoplasmática, parede celular, cápsula
(normalmente nas patogénicas), flagelos;
 Não possui um invólucro nuclear nem outras
estruturas membranares.
Célula Eucariótica
 Células de estrutura mais complexa;
 Possuem núcleo organizado
delimitado por um invólucro nuclear e
várias outras organelos membranares
apresentam uma grande variedade
morfológica e de acordo com o
organismo a que pertencem e com a
função que desempenham;
 Representada em todos os restantes
grupos de seres vivos.

Células eucarióticas:

 Animais
 Vegetal

Do Procarionte ao Eucarionte
 O pequeno tamanho das células procariótica
o A reduzida quantidade de DNA
o A simplicidade estrutural

 O aumento da actividade e da eficiência metabólica da célula foi conseguida


graças a um processo evolutivo.

Responsável por
 O aparecimento das células eucarióticas

Hipótese os eucariontes têm a sua origem nos procariontes.

A maioria dos seres vivos é constituída por células eucarióticas muito semelhantes.

Todas as células eucarióticas têm um laço evolutivo comum.

Evolução biológica: acredita-se que as células procarióticas tenham, por


especialização e necessidade de sobrevivência originando as células eucarióticas.

Os seres vivos procariontes habitaram em ambientes aquáticos e foram-se


diversificando, sobretudo no que se refere ao seu metabolismo.

Duas teorias explicativas para o aparecimento da célula eucariótica:

1. Teoria autogénica (não simbiótica)


2. Teoria endossimbiótica

1. Teoria autogénica (não simbiótica):


As células eucarióticas teriam derivado de procariontes unicelulares, por um
processo de complexificação.

Especialização das membranas internas, derivada de invaginações da


membrana plasmática:
 Teriam rodeado o nucleóide (DNA), originando o núcleo
 Os organelos celulares tiveram origem a partir de invaginações da
membrana citoplasmática
 Porções do DNA abandonaram o núcleo ficando incluídas nas estruturas
membranares do citoplasma (mitocôndrias e cloroplastos)
Organização estrutural da célula eucariótica por invaginação da membrana
plasmática.

 Organização celular
 Sistema de membranas internas/compartimentação
 Inclusões internas (citoplasmáticas)

2. Teoria endossimbiótica:
As células eucarióticas são o resultado da associação simbiótica entre vários
ancestrais procariontes.

O sistema As mitocôndrias e cloroplastos


endomembranar terá desenvolveram-se a partir de
surgido de células procarióticas que
invaginações da permaneceram em simbiose no
membrana plasmática. interior de células procarióticas.

As mitocôndrias seriam procariontes heterotróficos aeróbios.

Os cloroplastos ter-se-ão originado a partir de procariontes fotossintéticos


As mitocôndrias seriam A célula procariótica
procariontes heterotróficos
hospedeira.
aeróbios.
Simbiose

Beneficiaria de protecção e Beneficiaria da energia


do alimento fornecido pela produzida pela célula
célula hospedeira. fagocitada.

Os cloroplastos seriam
procariontes autotróficos
(fotossintéticos), A célula proto-eucariótica
provavelmente um hospedeira.
antepassado das Simbiose
cianobactérias actuais).

Beneficiaria da energia
produzida via a fotossíntese
Beneficiaria da protecção e pela célula endocitada.
do alimento fornecido pela
célula hospedeira.

Evidências que apoiam a Teoria Endossimbiótica:

 As mitocôndrias e os cloroplastos são basicamente do mesmo tamanho das


bactérias;
 As mitocôndrias e os cloroplastos possuem dupla membrana, assim como
muitas bactérias, e a membrana interna das mitocôndrias e dos cloroplastos
não possui nenhuma semelhança com a membrana citoplasmática das células
eucarióticas;
 As mitocôndrias e os cloroplastos possuem o seu próprio DNA (circular),
semelhante ao DNA das bactérias.

A estrutura dos ribossomas encontrados em cloroplastos e mitocôndrias é mais


parecida com a estrutura dos ribossomas do procariontes do que os eucariontes.
As proteínas necessárias à fabricação das mitocôndrias e dos cloroplastos são
produzidos exclusivamente pelo DNA destas organelas e não pelo DNA contido no
núcleo das células.

As mitocôndrias e os cloroplastos possuem a sua própria maquinaria para a síntese


de proteínas. Esta maquinaria é muito similar àquela encontrada em organismos
procariontes.

Bioquímica Celular: Célula = unidade funcional

A célula possui uma maquinaria estrutural constituída por um “puzzle” de


componentes químicos responsáveis por assegurar o seu funcionamento.

Substâncias inorgânicas Substâncias orgânicas

Classificação:

 Glícidos:
 Monossacarídeos – unidades básicas dos hidratos de carbono (ex.:
glicose, frutose, galactose)
 Oligossacarídeos – constituídos por 2 a 10 moléculas de
monossacarídeos (ex.: sacarose, lactose, maltose)
 Polissacarídeos – polímeros de monossacarídeos (ex.: amido, celulose e
glicogénio, quitina)

Ligação de 2 monossacarídeos – Ligação glicosídea

Amido – estrutura ramificada da amilopectina

Função energética para os organismos vivos:


 Imediatamente utilizável- glucose
 Como reserva energética – amido, glicogénio

Função estrutural – ex.: celulose; quitina; ácido hialurónico; ribose e desoxirribose


(ácidos nucleicos)

 Lípidos:
 Simples – gorduras (reserva energética); esteróides (função hormonal);
ceras (função de protecção)
 Complexos – fosfolípidos (função estrutural); colesterol

Estrutura dos fosfolípidos – duas caudas de ácidos graxos (apolares) e uma “cabeça”
polar contendo fosfato.

 Prótidos:
 Aminoácidos (AA) – a menor unidade na constituição de uma proteína
 Peptídeos – macromoléculas constituídas por mais de 100 AA

AA – a designação deriva da estrutura química destes compostos químicos

 Apresentam 2 grupos radicais distintos ligados ao átomo de carbono (c); amino


(amino) (NH2) e carboxilo (ácido) (COOH), grupos ionizáveis.
 A ligação entre Aas ocorre entre os 2 grupos com carga eléctrica oposta,
formando as ligações peptídicas constituintes das cadeias polipeptídicas.
 Acredita-se que os Aas surgiram em consequência de reacções entre o metano,
a amónia e o hidrogénio (dissolvidos na água dos mares). As descargas
eléctricas contribuíram para que essa reacção ocorresse.
 São conhecidos 150 Aas, mas apenas 20 destes elementos fazem parte da
constituição das proteínas celulares, qualquer que seja o tipo de célula.
 Haveria assim uma célula ancestral que teria incorporado ess es 20, os quais
foram posteriormente transmitidos às células das células descendentes.
 O encadeamento dos aminoácidos estabelece-se por meio de ligações
peptídicas, mantidas entre o grupo carboxilo de um AA e o grupo amina de seu
adjacente.
 A sequência dos Aas na proteína determina a forma da mesma e,
consequentemente, a sua função.

Função das proteínas:

 Estrutural – membranas; citoesqueleto; queratina


 Enzimática – enzimas
 De transporte – hemoglobina
 Hormonal – insulina; adrenalina; neurotransmissores
 Imunológica – anticorpos
 Motora – músculos, ex.: actina e miosina
 De reserva – albumina, caseína

Biomoléculas (Enzimas):

Actividade enzimática das proteínas:

 Determinadas proteínas são catalisadoras de reacções químicas (síntese ou


degradação de moléculas) envolvidas na formação de compostos necessários à
célula.
 As enzimas são produzidas sob o controlo de DNA.
 O metabolismo celular é comandado pelo DNA através das enzimas.

Acção enzimática:

 A acção enzimática ocorre sobre moléculas designadas de substracto.


 A forma tridimensional da enzima é importante para a sua actividade. Um
encaixe tridimensional enzima-substracto é fundamental.
 As enzimas dispõem de locais específicos de ligação ao substracto,
denominados de centros activos.+

Enzimas complexas:

Co-factor: ião ou molécula (coenzima) que se


associa à enzima para que se torne activa.

Isoenzimas: enzimas com formas moleculares


ligeiramente distintas actuando sobre o mesmo
substrato.

Apoenzima: parte proteica da enzima sem o co-factor (enzima inactiva).

Holoenzima: complexo formado pela enzima + co-factor.

Constituição química:
Em termos químicos pode-se afirmar que certas enzimas são constituídas
exclusivamente por polipeptídeos. Outras, para serem activas, além da parte proteica
designada por apoenzima, podem possuir partes não proteicas, os cofactores. Neste
caso as enzimas designam-se por holoenzimas.

Inibição competitiva:

Uma molécula (inibidor) com uma conformação muito parecida com o


substrato compete com este pelo centro activo da enzima, o centro activo é alterado.

Legenda: Exemplo de uma reacção normal


(a) e de uma inibição reversível competitiva
(b), em que o substrato e o inibidor
competem pela enzima. Numa reacção
normal, o Substrato liga-se ao centro Activo
da Enzima (1), provocando a libertação de
produtos por parte da enzima (2). Quanto à
inibição, o Inibidor liga-se à enzima (3), não
permitindo ao substrato ter acesso à
mesma (4), logo não havendo reacção e
não sendo produzidos quaisquer produtos.

Inibição não competitiva:

Não existe competição pelo local activo


da enzima. A combinação a grupos químicos da
molécula enzimática por parte de inibidor
provoca uma alteração na forma tridimensional
da molécula enzimática e impede a sua
actividade; o centro activo não é alterado.

Retroinibição – actividade da enzima é diminuída ou suprimida pelo efector, quando


este está em excesso.

 Ácidos Nucleicos: (DNA e RNA)


 Moléculas responsáveis pela informação das células .
 Funções – moléculas informacionais reguladoras do:
 Metabolismo celular
DNA  Transformação do património genético celular
 Controle da reprodução celular (mitose e meiose)
RNA  Síntese das proteínas celulares
 Constituição – polímeros de nucleotídeos (subunidades dos ácidos
nucleicos).
 Ácido fosfórico (grupo fosfato); pentoses (ribose- RNA,
desoxirribose- DNA); base nitrogenada (base azotada)

DNA: (ácido desoxirribonucleico)

Afinidade química entre as bases nitrogenadas:

Timina-Adenina

Guanina-Citosina

As bases situam-se dentro da dupla hélice em planos paralelos entre si e perpendicular


ao eixo da hélice. A pentose e o ácido fosfórico localizam-se na periferia e o
emparelhamento das bases de cada cadeia através de pontes de hidrogénio.

RNA: (ácido ribonucleico)

Apenas uma cadeia e a base azotada é o uracilo, em vez da timina:

Uracilo-Adenina

Guanina-Citosina

Legenda: Diferenças entre DNA e


RNA.
Célula eucariótica (características)
 Organização nuclear
 Membrana delimitante rodeada ou não por uma parede
 Citoplasma complexo e compartimentado
 Sistema de endomembranas

Membrana celular:
Aspectos funcionais da membrana celular:

 Interface (delimitação) entre o interior e


o exterior da célula
 Fronteira selectiva no intercâmbio de
substâncias entre o interior e o exterior da
célula, contribuindo para a manutenção das
características químicas internas da célula

Constituição molecular:

 Lípidos (fosfolípidos, colesterol)


 Proteínas
 Hidratos de carbono

Arquitectura molecular:

Dupla camada contínua de lípidos, com a qual


proteínas e hidratos de carbono interagem das mais
diversas formas.

Assimetria da bicamada lipídica:

Diferenças na composição da
bicamada entre as fases citosólica e
extracelular; o glicolípido só aparece
no exterior da membrana celular em
que quando ligado a proteínas forma
a glicoproteína.
p

A actividade metabólica das membranas depende principalmente das proteínas


e cada tipo de membrana tem as suas proteínas características (intrínsecas e
extrínsecas).

Proteínas da membrana:

Possuem características estruturais que lhes permite interagir com a bicamada lipídica.
As proteínas intrínsecas possuem uma região polar e uma região apolar, sendo
também moléculas anfipáticas.

Polissacarídeos de membrana:

 Exclusivamente encontrados na monocamada externa da membrana celular.


 Interação com proteínas (glicoproteínas), lípidos (lipoproteínas) formando uma
estrutura denominada glicocálice ou glicocálix.

A composição do glicocálice não é estável, variando


de um tipo celular para outro.

Funções do glicocálix:

 Protecção e lubrificação da superfície celular


 Recolhecimento célula-célula e adesão
celular

Membrana celular (modelo funcional):

Teoria do modelo do mosaico fluido (Singer e Nicholson, 1972) – a membrana é uma


estrutura dinâmica, fluida, mas estável, constituída por uma bicamada de fosfolípidos
e de proteínas parcial e integralmente embebidas na dupla camada de fosfolípidos.

Fluidez da membrana:

Fluido bidimensional: movimento dos fosfolípidos dentro da bicamada.


Dinâmica molecular lipídica:

 Movimento lateral;
 Movimento rotacional;
 Flip-Flop

Fosfolípidos da membrana:

Colesterol:

 Modula a fluidez das membranas em células animais .


 Enrijece a bicamada lipídica tornando-a menos fluida e menos permeável.
 Quanto maior índice de colesterol menor fluidez da membrana.
 Cauda do colesterol pode interagir com a dos fosfolípidos o que confere a
rigidez à membrana.

Fatores de controle da fluidez membranar:

 Temperatura
 Número de ligações duplas nas camadas hidrofóbicas do lípidos
 Concentração do colesterol

Mobilidade de lípidos na membrana celular:

Importância da fluidez da membrana celular:

 Permite as interações dentro da própria membrana


 Intervém no movimento celular, assim como no crescimento e divisão celular
 Importante ao nível: Incorporação de moléculas para o
 Das uniões intercalares citoplasma (moléculas atravessam
 No processo de secreções e de endocitose membrana-fluidez tem de
permitir estes fenómenos )

A membrana celular como fronteira de passagem entre os meios intracelular


e extracelular:
A membrana celular vs estrutura molecular e a sua função biológica.

Célula nervosa (neurónio):

Cria uma barreira física entre o exterior e o interior da célula.

Estabelece um gradiente de concentração/elétrico diferenciado entre o exterior e o


interior da célula.

Transporte através da membrana da célula:

Difusão (do local de maior concentração para o de menor concentração)

A favor de um gradiente químico ou eletroquímico:

 Difusão passiva
 Difusão facilitada

Contra um gradiente químico ou eletroquímico:

 Transporte ativo

Transporte de substâncias (moléculas):

Fatores reguladores de permeabilidade membranares de substâncias:

 Solubilidade nos lípidos (barreira hidrofóbica)


 Capacidade de penetração na célula
 Tamanho da molécula (quanto mais pequena maior facilidade de
passagem)
 Característica química/ionização
 Configuração molecular

Permeabilidade seletiva

Permeabilidade da bicamada lipídica:

Barreira hidrofóbica impermeável a solutos e iões

 Tamanho da molécula
 Solubilidade da molécula (em óleo)
Permeabilidade da membrana da célula:

Osmose- diferença de concentração entre os dois lados da membrana origina uma


diferença de pressão osmótica, determinante do sentido da difusão de moléculas de
água
Difusão de água através da membrana de um glóbulo vermelho e de uma célula
vegetal

Permeabilidade da membrana à água (osmose)

 Alterações volumétricas da célula


 Aumento/diminuição de volume ⇒ alteração da forma da célula
 Sentido de difusão
 Intracelular: se o meio intracelular for hipertónico em relação ao meio
extracelular.
 Extracelular: se o meio intracelular for hipotónico em relação ao meio
intracelular.

Transporte passivo (a favor do gradiente de concentração: da maior para a menor [])

A passagem da água não ocorre exclusivamente por difusão através da bicamada


lipídica.

As proteínas de membrana (intrínsecas) têm um papel interventivo nesse processo,


estabelecendo uma permeabilidade seletiva

 Fatores estruturais da membrana na regulação da osmose


 Existência de poros ou canais por onde as moléculas passa.

Aquaporinas
Proteínas de canal ou com comporta

As moléculas de água e outras substâncias hidrossolúveis podem se difundir de um


lado para outro da membrana de acordo com o gradiente osmótico

A disposição das proteínas intrínsecas pode também, em certas circunstâncias,


favorecer o fluxo de água através de membrana.

Demonstra-se experimentalmente, que a disposição das proteínas intrínsecas


pode também, em certas circunstâncias, favorecer o fluxo de água através da
0membrana. Tal facto foi posto em evidência na bexiga de determinados anfíbios . Este
fenómeno pode ser incrementado através da administração de uma hormona
antidiurética.

Disposição de proteínas
intrínsecas na membrana das
células epiteliais da bexiga de
anfíbios. A: antes da administração
da hormona antidiurética; B:
depois da acção da hormona
(comparação do esquema com imagens de microscopia electrónica) anfíbios, onde, por razões
de estrita economia de água, se opera correntemente concentração da urina, por reabsorção
da água pelo organismo, através das membranas plasmáticas das células epiteliais da bexiga.

Difusão de substâncias (moléculas e iões)

 A favor de um gradiente químico (sem carga elétrica) ou eletroquímico (iões)


 Contra um gradiente químico (sem carga elétrica) ou eletroquímico (iões)
1) Difusão passiva

Função dos gradientes de concentrações

2) Difusão facilitada iónica

A- Canais iónicos simples


B- Canais iónicos de tipo alostéricos

Ainda que a barreira fosfolipídica seja praticamente impermeável aos iões, estes
atravessam a membrana graças a canais iónicos. Estes são constituídos por proteínas
intrínsecas, que estabelecem entre si uma passagem, a qual poderá ser franqueada
por diversos iões, com graus de especificidade variáveis. Alguns desses canais, tirando
partido das propriedades alostéricas das proteínas, podem assumir configurações
alternativas de “aberto” ou “fechado”. Essas alternativas alostéricas são determinadas
por fatores externos, como a ligação de uma das proteínas constitutivas do canal a
uma outra molécula ou a existência de um determinado potencial de membrana.

3) Difusão facilitada de substâncias


Envolvimento de proteínas transportadoras (permeases); função do gradiente de
concentração; alteração conformacional de permease; altamente específica e saturada
(só quando os locais de receção estão todos ocupados a permease abre e larga a
glucose)

4) Difusão facilitada de eletrólitos

A- Ionóforos cana
B- Ionóforos móveis

Função do gradiente eletroquímico. Envolvimento de moléculas hidrófobas (ionóforos)


que se associam à estrutura da membrana facilitando e transporte de iões.

A difusão facilitada é muito mais rápida do que a difusão simples e depende:

 Do gradiente de concentração da substância em ambos os lados da membrana.


 Do numero de proteínas transportadoras existentes na membrana.
 Da rapidez com que estas proteínas realizem a sua função

Transporte ativo:
Transporte de moléculas através da membrana celular contra o gradiente de
concentração ou contra o gradiente eletroquímico, implicando o dispêndio de energia.

Transporte ativo primário

Transporte de iões de sódio para o exterior das células e ao mesmo tempo


bombeamento de iões. Potássio do exterior para o interior da célula, produzindo-se
uma diferença de concentração de sódio e potássio através da membrana celular.

Transporte ativo primário e secundário

A substância com maior


concentração no exterior devia
passar para dentro da célula; mas no
transporte ativo primário (a)
acontece o contrário, sendo
realizado por uma proteína de
membrana que consome ATP.
Apenas existe uma substância a ser
transportada.

No transporte ativo secundário (b) existe a proteína de membrana a fazer o transporte


primário, mas existe outra que permite a passagem da substância do exterior para o
interior a favor do gradiente de concentração. Ao mesmo tempo transporta outra
substância para o interior da célula por transporte ativo (s), contra o gradiente de
concentração e utiliza corrente de energia.

Transporte ativo secundário ou co-


transporte

Transporte de substâncias muito


concentradas no interior celular (AA e
glucose). A energia necessária para o transporte deriva do gradiente de concentração
dos iões sódio da membrana celular.

Uniporte

Simporte (viajam no mesmo sentido ⇒


moléculas cotransportadoras)

Antiporte (viajam em sentidos opostos ⇒


“anti” transportadas)

Simporte e Antiporte ⇒ transporte


acoplado

Transporte ativo de glicose através das células epiteliais do intestino

Na membrana apical da glicose é transportada ativamente para o espaço intracelular


principalmente pelo transportador ativo de glicose dependente do sódio. Na
membrana basolateral a glicose é transportada a favor do gradiente de concentração.
Mecanismos de transporte de macromoléculas e partículas

 Alterações de moforlógicas momentâneas da membrana celular, associadas à


ingestão e libertação de material.
 Endocitose- mecanismo de transporte em quantidade de partículas/
macromoléculas para o interior da célula.
 Exocitose- mecanismo de transporte em massa de partículas/ macromoléculas
para o meio extracelular.

Endocitose

Pinocitose (A) - envolve macromoléculas em


solução, transportadas em vesículas de
pequenas dimensões.

Fagocitose (B) – envolve a sua observação ao


microscópio fotónico, transportadas em
vesículas de maior tamanho.

Fagocitose

Pinocitose
Endocitose mediada por um recetor

Estrutura de um LDL

Pinocitose seletiva

Existência de recetores na membrana da


célula específicas para a substância a
incorporar.

1. Ligação substância-recetor da
membrana.
2. Invaginação da membrana com
formação de uma pequena vesícula
contendo o material.
3. Separação da vesícula da membrana
celular e integração no citoplasma da célula
(endossoma)

Exocitose
Resumo

Transporte passivo e transporte ativo- transporte de moléculas de baixo peso


molecular

Transporte mediada por vesículas- transporte de moléculas de alto peso molecular

Especializações de membrana

 Função estrutural:
 Assegurar a junção celular e intercelular e a comunicação entre as
células
 Tipos:
 Desmossomas
 Junção aderente
 Zona oclusiva
 Junção comunicante
Especializações apicais da membrana

Microvilosidades- aumentam a área da membrana e a sua capacidade de absorção

Cílios- são mais compridos e têm movimento, têm como função a proteção

Estereocílio

 Células epiteliais dos túbulos do epidídimo


 Células sensoriais da cóclea (ouvido)
Resumo

Especialização Função
Protetora (filtração e retenção de partículas) no sistema
respiratório, auxiliares do movimento dos óvulos e
Cílios
espermatozoides através das diversas partes dos respetivos
órgãos reprodutores
Microvilosidades
Absorção
(intestino delgado)
Estereocílios Absorção ou translocação sensorial

Núcleo:
Importância funcional

 Armazena o material genético (DNA)


 Controla toda a atividade celular, através da produção de RNA e da síntese fr
proteínas.

Experiência de merotomia (Balbiani)

Estrutura do núcleo interfásico

 Carioteca (ou invólucro nuclear) (lipoproteínas,


dupla e porosa)
 Cariolinfa (ou nucleoplasma) (água, proteínas, ATP,
aminoácidos, nucleótidos, etc) (massa gelatinosa
onde está mergulhado a cromatina e o nucléolo)
 Cromatina (filamento de DNA e proteínas)
 Nucléolo (RNA nuclear)
Complexo poro nuclear

Poro nuclear: constituído por 8 complexos proteicos ligados a anéis nas faces
citoplasmáticas e nuclear do invólucro nuclear. O conjunto rodeia um canal central
onde se situa o transporte central, através do qual ocorre o transporte molecular.

- Proteínas importadas pelo núcleo (importinas).

- Apresentam um sinal de reconhecimento nuclear, que as identifica. Ao reconhecer


esse sinal o complexo se abre e permite que a proteína entre no núcleo.

Ex.: DNA polimerase, RNA polimerase, etc

Podem consumir energia na forma de ATP e GTP.

- Proteínas e RNA são exportados para o citosol:

- mRNA + RNA + rRNA

- associados a proteínas

- exportinas

Cromatina (DNA + proteínas (histonas))

Dois estados funcionais da cromatina:


 Heterocromatina- cromatina mais densa, condensada (desactiva)
 Eucromatina- cromatina menos densa, descondensada (activa)

Cromossoma- cromatina num grande estado de condensação

A disposição e o grau de condensação de cromatina


no núcleo depende do estádio funcional da célula.

A cromatina é um filamento de DNA muito longo e


muito fino, localizados no núcleo da célula
interfásica (não em divisão)

Quando a célula inicia o seu processo de divisão


(mitose ou meiose), os filamentos de DNA
espiralizam-se (enrolam-se sobre si mesmos) e
condensam-se, transformando-se nos cromossomas.

Ciclo dinâmico e ligado ao ciclo celular:

 Núcleo interfásico- cromatina condensada e descondensada


 Núcleo mitótico- cromatina altamente condensada, formando os cromossomas

Genes:

 Sequência de nucleótideos de DNA que é expresso num produto funcional.


 RNA (trascrisão) ⇒ Proteína (tradução)

Transcrição do DNA:

Enzimas:

 RNA polimerase I (nucléolo), sintetiza o rRNA


 RNA polilerase II (nucleoplasma), sintetiza o mRNA
 RNA polimerase III (nucleoplasma), sintetiza o tRNA Lê as sequências de bases e em
função da sequência de bases, vai
Uma cadeia de DNA é utilizada como molde para o RNA ligando nucleótideos
complementares à molécula de
DNA. Tem sinal de iniciação e de
terminação.

O percurso é sempre no sentido


5’ para 3’ do RNA
Genes:

 Porções codificáveis em proteínas (exões)


 Porções não codificáveis em proteínas (intrões)

Necessidade de processar a molécula transcrita:

 Splicing
 Remoção e eliminação de
intrões
 Junção dos segmentos dos exões

Nucléolo

 Caraterísticas :
 Aspeto de grânulo
 Não limitado por membrana
 Composição:
 RNA ribossómico, proteínas não histónicas, DNA ribossómica
 Função:
 Centro de produção de ribossomas
Na formação do rRNA:

Porção fribilar densa é mais central: formada por


rRNA e proteínas ribossomais (zonas mais escuras na
imagem) (transcrição)

Porção granular é mais periférica: formada por


subunidades robossómicas em formação (zonas mais
claras na imagem) (subunidade)

Resumo
Síntese de proteínas

Síntese de macroproteína:

 Lípidos, proteínas e hidratos de carbono


são moléculas constituídas da estrutura
celular.
 É fundamental a manutenção e
renovação de lípidos, proteínas e hidratos
de carbono.
 A célula dispõe da “maquinaria”
necessária à síntese das suas moléculas
estruturais.

Retículo endoplasmático

Formação do retículo endoplasmático (RE):

 O RE é composto de canais delimitados por


membranas. Esses canais se comunicam com a
carioteca.
 É uma “rede de distribuição”, leva o material que a
célula precisa de um ponto qualquer até onde o
ponto de utilização. Sua função, portanto, é
transportar.

Retículo endoplasmático rugoso (RER)

Associado diretamente à produção de lípidos e tem função no processo de


desintoxicação (fígado9

Ultraestrutura:
 Complexo conjunto membranar de cisternas, canais e vesículas geralmente
empilhadas ligando-se entre si.
 O desenvolvimento do RER varia consideravelmente nos diferentes tipos
celulares, dependendo também do estado fisiológico da célula.
 Importante no processo de síntese proteica.

Proteínas:

 Local de síntese
 RER
 Tipos de proteínas sintetizadas a nível RER
 Proteínas transmembranares (contribuem para constituição da
membrana celular e a membrana de outros organitos)
 Proteínas hidrossolúveis (transportadas para o lúmen de outros
organitos)

O destino das proteínas sintetizadas no RER é diverso:

 Proteínas que permanecem no citoplasma acumuladas em grânulos para uso


posterior pela célula.
 Proteínas que são exportadas por exocitose

Ex.: plasmócitos e célula acinosa do pâncreas- as células secretoras de proteínas têm


abundante e desenvolvido RER

Retículo endoplasmático liso (REL)

Ultraestrutura:

Formações tubulosas e vesículas que se empilham porfiosamente no citoplasma da


célula. Ausência de ribossomas na sua superfície membranar.

Função:

 Síntese de lípidos e esteroides


 Desintoxicação
 Glicogenólise (decomposição do glicogénio)
 Reservatório de cálcio

As células do fígado, das gónadas e do pâncreas têm abundante e desenvolvido REL.

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