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CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

UNIDADE CURRICULAR 04

CONTEÚDO: DIREITOS TRABALHISTAS – ADMISSÃO E DEMISSÃO DE


COLABORADORES

ALUNO: IGOR MORAIS CASTRO

CURSO: TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

TURNO: MANHÃ

TURMA: 0187

PROF: EDILÂNIA ROCHA DE ARAÚJO


Estudo de Caso: A história de Andrezza – Aula 09/02 e 11/02

Analisando o caso proposto, percebe-se claramente que o patrão de


Andrezza violou vários direitos trabalhistas, dispostos no art 7° da CF/88 e na
CLT.

O fato do horário estipulado no contrato de trabalho ser diferente da


jornada real cumprida viola o princípio da primazia da realidade. De acordo
com o princípio da primazia da realidade, os fatos prevalecem sobre a forma,
ou seja, havendo desacordo entre a realidade e aquilo que está documentado,
deverá prevalecer à realidade

No trabalho da Andrezza, a mesma extrapolava a jornada de 8 horas


diárias, trabalhando muitas vezes 5 horas ou mais além do seu horário de
trabalho. Assim sendo, o patrão violou o art. 58 da CLT e o art. 7° da CF/88.
Este entende que a jornada ordinária de trabalho diário não pode exceder as 8
(oito) horas e que em se tratando de jornada semanal, essa não poderá ser
superior a 44 (quarenta e quatro) horas,tratando assim em seu artigo 7º, XIII:
“duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”

O artigo 58 da CLT reza a seguinte redação: “A duração normal do


trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de
8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite”.

Tal fato, leva a mesma a ter o direito a hora extra de acordo com o art.59
da CLT.

Hora extra é a hora que excede a jornada de trabalho do empregado (8


horas diárias e 44 horas semanais, em regra).
Todavia, a lei só permite fazer 02 horas extras por dia, percebe-se
portanto que o patrão de Andrezza também violou tal dispositivo legal.

Não sendo concedido o intervalo intrajornada, o empregador estará


obrigado a remunerar o empregado, com um acréscimo de 50% (cinquenta por
cento) sobre o valor da hora normal. Como Andreza não fazia uma hora de
almoço, ela poderá pleitear isso na sua ação trabalhista.

Além disso, outro direito violado é o direito as férias visto que a


Andrezza em 5 anos de trabalho não teve tão direito cumprido. O instituto das
férias é relevante como medida de saúde e segurança ocupacional.

Em razão desses aspectos, as férias não se constitui apenas direito,


mas dever do empregado, sendo considerado um direito irrenunciável,
apresentando natureza de ordem pública.

Contido no artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal, as férias são


conceituadas como um intervalo de descanso, garantido constitucionalmente
como um direito social, sendo concedidas exclusivamente aos trabalhadores
empregados, ou seja, àqueles trabalhadores com vínculo permanente, sejam
urbanos, rurais ou domésticos, além dos trabalhadores avulsos, estendendo-se
aos servidores ocupantes de cargo público por força do § 3º do artigo 39 do
texto constitucional, cabendo o seu custeio ao tomador dos serviços.

De acordo com o artigo 137 da CLT, sempre que as férias forem


concedidas após o término do prazo de 12 meses subsequentes à data em que
o empregado tiver adquirido o direito, ou seja, ultrapassado o prazo
concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

Nesse sentido, é a Súmula 81 do TST:

“FÉRIAS. Os dias de férias gozados após o período legal de concessão


deverão ser remuneradas em dobro”.
Caso, o que o patrão de Andreza tenha relatado seja verdade, de que o
mesmo não assinou a carteira de trabalho dela, ele cometeu um crime, visto
que quando o empregado é admitido - mesmo em contrato de experiência - a
empresa tem que fazer as anotações na carteira de trabalho, obrigatoriamente,
no prazo de 48 horas, a contar da admissão do empregado, sob pena de multa,
que será aplicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A recusa em dar
baixa ou anotar CTPS por parte do empregador, constitui violação de direito
trabalhista mediante fraude, nos termos do artigo 203 do Código Penal.

De acordo com a Lei Nº13.467, em vigor desde a Reforma Trabalhista


de 2017, a empresa que tiver um funcionário sem registro, deverá pagar uma
multa de:

R$3.000: por empregado não registrado, acrescido de igual valor em


cada reincidência, para empresas em geral;

R$800,00: por empregado não registrado, acrescido de igual valor em


cada reincidência, se for uma microempresa ou empresa de pequeno porte.

Lembrando que todo funcionário deverá estar registrado em até 48 horas


após o início do trabalho. Caso seja um período de experiência, um contrato
adicional deverá ser elaborado, com duração máxima de 90 dias.

O modo como o patrão de Andreza a tratou, caracteriza-se como


Assédio Moral, visto que o mesmo foi ríspido, quando a mesma foi conversar
com ele após a consulta médica.

Andreza poderá requer com o seu advogado junto a Justiça do Trabalho:


horas extras pois excedeu as 44 horas semanais e 8 horas diárias, bem como
por não ter usufruído da sua hora de almoço, pagamento das férias não
gozadas em dobro, reparação por dano moral pelo assédio moral, por não ter
tirado férias, por não poder ter feito a sua hora de almoço diária. Além disso,
por ter sido demitida sem justa causa, ela terá direito a aviso prévio indenizado,
saldo de salário, férias e 13º proporcionais, seguro desemprego, FGTS
integral, multa de 40% sobre o FGTS e rescisão trabalhista.

Como técnico em Administração e ao averiguar e apurar os fatos


narrados pela mesma bem como as provas apresentadas, orientei a funcionária
procurar um advogado ou defensor público para poder ingressar com uma ação
trabalhista requerendo a reparação dos seus direitos trabalhistas violados, bem
como a condenação pelo dano moral causado.

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