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Aula 01 - Benefícios por Incapacidade Temporária (Auxílio-

Doença)

BENEFÍCIOS NÃO PROGRAMADOS

Além das aposentadorias e outros benefícios programáveis,


como o Salário-Maternidade, a previdência Social possui em sua
carta os benefícios destinados a situações inesperadas pelas quais
podem passar seus segurados. Acompanhe  nesta unidade quais
são as situações e os critérios para direito aos  benefícios por
incapacidade  permanente e por incapacidade temporária. Nesta
aula vamos tratar especificamente do primeiro caso.

BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (AUXÍLIO-

DOENÇA)
O auxílio por incapacidade temporária tornou-se conhecido
por Auxílio-Doença. A mudança ocorreu com a publicação da
Emenda Constitucional 103/2019 que alterou o sistema
previdenciário brasileiro
É o benefício mais solicitado no INSS, chegando, muitas
vezes, a mais de 60% do total de requerimentos.
Em se tratando de auxílio-doença, o risco social protegido é o
risco de incapacidade laborativa temporária, total ou parcial.
 O que é Auxílio por Incapacidade Temporário?

É o benefício pago ao(à) segurado(a) incapacitado(a)


temporariamente para exercer suas atividades por motivo de
incapacidade temporária para o trabalho, seja em decorrência de
doença ou acidente.
A incapacidade deve ser atestada pela Perícia Médica
Federal.
Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao
RGPS com doença ou lesão invocada como causa para a
concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
O direito ao benefício, inclusive o decorrente de acidente de
trabalho, deverá ser analisado com base na data do início da
incapacidade (DII) fixada no ato da perícia médica para todos os
segurados e para aqueles em prazo de manutenção da qualidade
de segurado¹.
 ¹Saiba mais sobre manutenção da qualidade de segurado no
curso Segurados da Previdência Social.
 Situações que geram direito ao benefício.

O auxílio-doença será devido:

 No caso de segurado(a) empregado(a) - a partir do 16º dia de


afastamento da atividade, cabendo à empresa o pagamento dos
quinze primeiros dias.
 Aos(Às) demais segurados(as) - a contar da data do início da
incapacidade, desde que requerido até o trigésimo dia do
afastamento da atividade. Após o trigésimo dia, será devido a
partir da data de entrada do requerimento (DER). Cabe ao INSS o
pagamento de todo o período de afastamento.
Quando o(a) empregado(a) não se afastar do trabalho no dia
do acidente, os quinze dias de responsabilidade da empresa serão
contados a partir da data que ocorrer o afastamento.

Atenção!
No caso da data do início da incapacidade ser fixada
quando o(a) empregado(a) estiver em gozo de férias ou
qualquer outro tipo de licença remunerada, o prazo de quinze
dias de responsabilidade da empresa será contado a partir do
dia seguinte ao término das férias ou da licença.
Se o(a) segurado(a) empregado(a), por motivo de doença,
afastar-se do trabalho durante quinze dias, retornando à
atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar
dentro de 60 dias desse retorno, em decorrência da mesma
doença, fará jus ao auxílio-doença a partir do novo
afastamento, ficando a empresa fica desobrigada do
pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento,
prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias
trabalhados, se for o caso.
Se o retorno tiver ocorrido antes de quinze dias do
afastamento, o(a) segurado(a) fará jus ao auxílio doença a
partir do dia seguinte ao completar os quinze dias de
afastamento, somados os períodos de afastamento
intercalados.
Caso o acidente ocorra em período de aviso prévio,
haverá interrupção, sendo o restante do aviso prévio cumprido
quando o segurado retornar à atividade.

Não será devido o auxílio-doença ao segurado recluso em


regime fechado. O segurado em gozo de auxílio-doença na data do
recolhimento à prisão terá o benefício suspenso por 60 dias a
contar da data do recolhimento à prisão. Após esse prazo o
benefício será cessado (MP nº 871/2019, convertida na Lei nº
13.846/2019).

 Direito ao Auxílio por Incapacidade Temporária

 Além da qualidade de segurado e do fato gerador

(incapacidade temporária para o trabalho), há outro

requisito necessário ao reconhecimento do direito a este

benefício: a carência, que é de 12 contribuições mensais.

No entanto, independerá de carência os casos de acidente de


qualquer natureza, bem como, quando após filiar-se ao RGPS, o
segurado for acometido de alguma das doenças descritas em
norma.

 Cálculo do Benefício
Para identificar o valor do Auxílio por Incapacidade Temporária
calcula-se 91% do Salário de Benefício, que é a média de todos os
valores de contribuição atualizados. O valor do benefício não
poderá ultrapassar à  média aritmética simples dos doze últimos
salários de contribuição.

 Doenças que dispensam carência


O segurado da Previdência Social poderá ter direito ao Auxílio
por Incapacidade Temporária independente da carência se
acometido por uma das doenças listadas a seguir:

 Tuberculose ativa

 Nefropatia grave

 Hanseníase

 Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante)

 Alienação mental

 Neoplasia maligna

 Síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS)

 Cegueira  

 Paralisia irreversível e incapacitante

 Contaminação por radiação, com base em conclusão da

medicina especializada

 Cardiopatia grave

 Doença de Parkinson

 Hepatopatia grave

 Espondiloartrose anquilosante

 Exame Médico Pericial

O exame médico pericial é realizado pelo perito médico


federal e tem como finalidade avaliar a capacidade laborativa do(a)
segurado(a), isto é, identificar se ele(a), apesar dos problemas de
saúde, tem capacidade para o trabalho ou está incapacitado(a) total
ou parcialmente para a atividade que exerce habitualmente. O
período de duração do benefício é definido com base nesta
avaliação.
Ao fim do período de recebimento do benefício, caso o
segurado não se sinta em condições de retornar ao trabalho,
poderá solicitar a continuidade do benefício através do Pedido de
Prorrogação (PP). Nesse caso, o segurado será submetido a nova
perícia médica.

Atenção!
O exame médico pericial não se trata de consulta médica,
mas sim de uma avaliação da doença, para verificar se ela
incapacita ou não o(a) segurado(a) para o trabalho. 
O perito médico federal é responsável pela avaliação
técnica, que pode basear-se também em pareceres
especializados e exames complementares, aos quais o
segurado já tenha se submetido. Por isso, sempre que
comparecer à perícia, o(a) segurado(a) deve apresentar os
exames e outros documentos médicos.

Por ocasião da perícia, o(a) segurado(a) pode apresentar


ainda informações detalhadas sobre as causas da
incapacidade para o trabalho e o tratamento indicado,
fornecidas pelo médico assistente. Os dados serão analisados
pelo perito médico, mas não determinarão, por si só, o
resultado da perícia.

 Onde é realizado o Exame Médico Pericial?


O exame médico pericial é realizado nas Unidades de
Atendimento da Previdência Social (APS) ou poderá ser realizado
no domicílio do(a) segurado(a) ou no hospital, bastando informar o
local onde o(a) segurado(a) se encontra.

O(A) trabalhador(a) que recebe auxílio-doença é obrigado(a) a


realizar exame médico periódico e, se constatado que não poderá
retornar para sua atividade habitual, deverá participar do Programa
de Reabilitação Profissional para a capacitação a outra atividade
compatível com a atual limitação.
Atenção:

Para saber mais sobre o programa mencionado acima,


realize o nosso Curso Reabilitação Profissional.

 Pedido de Prorrogação (PP)


O Pedido de Prorrogação é um direito do segurado quando o
resultado da última avaliação médico-pericial realizada for favorável
e, ao final do período de auxílio-doença estabelecido pela perícia,
ele não se sentir em condições de retornar ao trabalho.  

 Prazo para requerer o PP


O Pedido de Prorrogação do benefício deve ser realizado pelo
segurado a partir de 15 dias antes até a data da cessação do
benefício. O requerimento pode ser feito pelo Meu INSS ou por
meio da Central 135.
Antes de 2016, além do PP, era possível fazer um Pedido de
Reconsideração (PR), que se tratava de um direito do segurado
quando o resultado da última avaliação médico-pericial fosse
contrário ou quando o mesmo tivesse perdido o prazo para o PP.
Desde então, em vez de utilizar o PR, o segurado deve ingressar
com recurso em casos de indeferimento ou solicitar nova perícia
após 30 dias em caso de perda de prazo para PP. 
Como vimos, o benefício concedido ao segurado incapacitado
para o trabalho pode ser previdenciário (doença comum) ou
acidentário (em decorrência de acidente de trabalho ou doença
profissional ou do trabalho).
O Auxílio-Doença referente ao acidente de trabalho é devido
ao trabalhador empregado, ao empregado doméstico, ao
trabalhador avulso e ao segurado especial. Os segurados,
contribuinte individual e segurado facultativo, não têm direito ao
benefício com essa característica. O segurado empregado
doméstico passou a ter direito após a entrada em vigor da Lei
Complementar nº 150, de 2015.

2. Finalizando
Chegamos ao final da aula. Acesse a próxima para saber
estudar o Benefício por Incapacidade permanente. Como sugestão
de ampliação dos estudos, acesse a  série de Podcasts com
linguagem objetiva e pontual sobre os benefícios da Previdência
Social do PEP/INSS, clicando em SÉRIE 4 - BENEFÍCIOS E
SERVIÇOS DO INSS.

Aula 02 - Benefícios por Incapacidade Permanente

Aposentadoria por Invalidez)

BENEFÍCIOS NÃO PROGRAMADOS


Na aula anterior você percebeu que a Previdência Social possui 
benefícios destinados a situações inesperados por que podem
passar seus segurados. Acompanhe  nesta  aula  os critérios para
direito ao  Benefício por Incapacidade Permanente.

1. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE PERMANENTE

(APOSENTADORIA POR INVALIDEZ)

O Benefício por Incapacidade, antes conhecido como 


Aposentadoria por Invalidez,  é um benefício devido aos
trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados
pela Perícia Médica Federal - PF, incapacitados para exercer suas
atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. 
Conhecida durante muito tempo como Aposentadoria por
Invalidez, o benefício recebeu nova nomenclatura com o advento da
publicação da Emenda Constitucional 103/2019 que altera a
Previdência Social do Brasil.
Não tem direito à Aposentadoria por Incapacidade
Permanente quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença
ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade
resultar no agravamento da enfermidade.

 Carência da Aposentadoria por Incapacidade


Permanente:
Além da incapacidade nas formas mencionadas
anteriormente, para ter direito ao benefício, o segurado tem que
contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no
caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não é
exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social e estar
contribuindo ou estar na qualidade de segurado (período de graça).
O segurado especial (agricultor familiar, pescador artesanal,
extrativista) deve comprovar o exercício da atividade nos últimos 12
meses anteriores ao benefício.
Geralmente, o primeiro benefício que é pago ao segurado
incapacitado para o trabalho é o Auxílio por Incapacidade
Temporária ( Auxílio-doença), mas isso não é regra. Ao concluir que
o segurado não tem condições de recuperar a capacidade de
trabalhar, o auxílio-doença é transformado em Aposentadoria por
incapacidade Permanente.
Atenção:
 Com a publicação da EC 103/2019 (Nova
Previdência), a aposentadoria por invalidez passou a ser
chamada de aposentadoria por incapacidade permanente.
 O aposentado por invalidez que se julgar
apto a retornar à atividade deverá solicitar a realização de
nova avaliação médico pericial. Porém, se retornar
voluntariamente ao trabalho terá o benefício cessado.

 Verificação da Capacidade Laborativa do Segurado

A cada dois anos, a Previdência Social convocará o aposentado


incapacidade permanente para realizar exame médico pericial com
o objetivo de verificar se o mesmo recuperou sua capacidade
laborativa, sob pena de suspensão do pagamento do benefício.
Caso o segurado não compareça à perícia médica, o benefício é
suspenso. Se existir possibilidade de reinserção do aposentado no
mercado de trabalho, o segurado será encaminhado ao serviço
de Reabilitação Profissional.

 Cálculo do Benefício

Com publicação da EC 103/2019, o valor do benefício da


Aposentadoria por Incapacidade Permanente corresponde a 60%
do Salário de Benefício (que é à média aritmética simples dos
salários de contribuição correspondentes a 100% do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início
da contribuição). A esse cálculo são acrescidos de 2 pontos
percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de
20 anos de contribuição para homem e 15 para a mulher.

No caso de a aposentadoria por invalidez decorrer de


acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do
trabalho, o valor do benefício corresponderá a 100% da média
aritmética citada acima.
Quando o segurado aposentado por incapacidade
permanente necessitar da assistência permanente de outra pessoa,
terá direito ao acréscimo de 25% do resultado do cálculo acima,
ainda que a soma ultrapasse o limite máximo do salário de
contribuição. Esse acréscimo cessará com a morte do aposentado,
não sendo incorporável ao valor da pensão.

 Peculiaridades do benefício
 O aposentado por incapacidade permanente que retornar
voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
 Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do
aposentado por incapacidade permanente, será observado o
seguinte procedimento:
 Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos
contados da data do início da Aposentadoria por Incapacidade
Permanente ou do Auxílio por Incapacidade Temporária
(auxílio-doença) que a antecedeu sem interrupção, o beneficio
cessará:
 De imediato, para o segurado empregado que tiver direito a
retornar à função que desempenhava na empresa ao se
aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como
documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido
pela Previdência; ou
 Após o número de meses correspondentes ao número de
anos de duração do Auxílio por Incapacidade Temporária
(auxílio-doença) e da Aposentadoria por Incapacidade
Permanente, para os demais segurados (Exemplo: Recebeu
benefício durante 5 anos, a cessação ocorrerá após 5 meses).

 Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após 5 anos


contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do
auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, ou ainda
quando o segurado for declarado apto para o exercício de
trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria
será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:
o 100%, durante 6 meses contados da data em que for
verificada a recuperação da capacidade;
o 50%, no período seguinte de 6 meses; e
o 25%, também por igual período de 6 meses, ao término
do qual cessará definitivamente.

Atenção!

O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à


atividade e permanecer trabalhando, terá sua aposentadoria
cessada administrativamente a partir da data do retorno.

2. Finalizando
Chegamos ao final da aula. Caso queira aprofundar um pouco
mais sobre os benefícios por incapacidade, o PEP/INSS
disponibiliza uma série de Podcasts com linguagem objetiva e
pontual sobre os benefícios da Previdência Social. Caso queira
acessar clique em SÉRIE 4 - BENEFÍCIOS E SERVIÇOS DO INSS.

Aula 03 - Acidente de Trabalho e Auxílio-Acidente

BENEFÍCIOS NÃO PROGRAMADOS


Alguma situações que colocam o trabalhador em situação de
vulnerabilidade são mais corriqueiras do que se imagina, como um
acidente dentro ou fora do trabalho e uma sequela resultante de
doença do trabalho. A Previdência prevê mais dois benefícios para
situações como essa. Nesta aula você vai conhecer as situações
que implicam o direito ao benefício chamado Acidente de Trabalho
e o Auxílio-Acidente.

1. ACIDENTE DE TRABALHO
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício
da atividade rural para o segurado especial, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.   

As doenças ocupacionais também são consideradas como acidente


do trabalho.

Atenção!
A Medida Provisória nº 905/2019 revogou a alínea "d" do inciso IV
do caput do art. 21 da lei nº 8.213/91, que equiparava o acidente de
trajeto sofrido pelo empregado ao acidente de trabalho típico. Dessa
forma, enquanto a MP estiver em vigor, as empresas não
precisarão emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). 

 Quem tem direito a benefícios decorrentes de acidente


de trabalho?
Têm direito ao Acidente de Trabalho os segurados que se
enquadrem nas seguintes categorias:
 O empregado
 O empregado doméstico (a partir de junho/2015, quando
foi publicada a LC nº 150/2015)
 O trabalhador avulso
 O segurado especial
O contribuinte individual e o segurado facultativo não fazem jus a
benefícios decorrentes de acidente de trabalho.
 Doenças Ocupacionais
 As Doenças Ocupacionais são aquelas decorrentes da
atividade laborativa, ainda que fora do local e horário de
trabalho. São elas:
o Doença profissional:
Doença típica de determinada atividade/profissão, isto
é, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da relação de doenças,
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.  Ex:
Distúrbio Osteomolecular resultante do trabalho em digitadores;
Asbestose resultante do trabalho com amianto, dentre outros.
o Doença do trabalho
Doença adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente. São os males que estão relacionados ao ambiente
onde a pessoa trabalha. Ex: a surdez, adquirida por pessoas que
trabalham com exposição ao ruído; a contaminação com substância
química ou materiais infecto-contagiosos de hospitais ou mesmo
alguma lesão gerada por esforço repetitivo.
 Ocorrências equiparadas ao Acidente do Trabalho
Existem algumas ocorrências que se equiparam ao acidente do
trabalho, tais como:
 O acidente ligado ao trabalho que tenha contribuído
diretamente para a morte do segurado, perda ou redução de
sua capacidade para o trabalho, mesmo que não tenha sido
a causa única.
 O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
trabalho, em conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por


terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de


disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de


terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos


ou decorrentes de força maior;

Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a


autoridade da Empresa.

 Na prestação espontânea de qualquer serviço à


Empresa para evitar prejuízo ou proporcionar proveito.
 Em viagem a serviço da Empresa, inclusive para
estudo, quando financiada por esta, dentro de seus
planos para melhor capacitação de mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado.
 Em atividade desportiva, representando oficialmente a
Empresa.

Atenção!
Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho
ou durante este, o empregado é considerado no exercício do
trabalho, portanto os acidentes ocorridos são considerados acidente
de trabalho.

 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)


Todo acidente de trabalho sofrido pelo trabalhador deverá ser
comunicado por meio da CAT para fins de controle e prevenção,
bem como para proteger o trabalhador. Portanto, uma obrigação da
empresa.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la
o próprio acidentado, os seus dependentes, a entidade sindical
competente, o médico que o atendeu ou qualquer autoridade
pública.

 Acidente de Trabalho - Enquadramento


O enquadramento do evento como acidente de trabalho, é
realizado pela perícia médica e garantirá ao segurado:
 Manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, pelo
prazo mínimo de 12 meses, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente do recebimento do
auxílio-acidente.
 Depósito do FGTS, pela empresa, no período de recebimento
do benefício.

 Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP


É um mecanismo que permite perito médico estabelecer relação
entre determinadas doenças e a atividade do trabalhador, mesmo
que a empresa não admita a ocorrência do acidente, sendo assim,
o Perito Médico Federal poderá caracterizar tecnicamente o
acidente de trabalho, mesmo sem uma CAT (Comunicação de
Acidente de Trabalho) vinculada, por meio do Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário (NTEP), que permite o
reconhecimento do nexo entre o trabalho e a doença. O NTEP é o
reconhecimento automático da relação entre a doença e o trabalho
e entrou em vigor em abril/2007.
Por meio do NTEP, quando o trabalhador contrair uma enfermidade
diretamente relacionada à atividade profissional fica caracterizado o
acidente de trabalho.
Com a adoção dessa metodologia, a empresa deverá provar que as
doenças e os acidentes do trabalho não foram causados pela
atividade desenvolvida pelo trabalhador, ou seja, o ônus da prova
passou a ser do empregador e não mais do empregado.

 Equipamentos de Proteção
Como recurso para aumentar a proteção dos trabalhadores, as
Empresas devem fornecer equipamentos de proteção individual
(EPI) e coletiva (EPC).
 Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC

São equipamentos utilizados para garantir a proteção coletiva dos


trabalhadores expostos a riscos. Os mais comuns são:
enclausuramento acústico de fontes de ruído, ventilação dos locais
de trabalho, extintor de incêndio, cabine de segurança, dentre
outros. 
 Equipamentos de Proteção Individual - EPI

São equipamentos fornecidos para a atenuação dos riscos de


acidente de trabalho, quando as medidas de proteção coletivas se
mostrarem insuficientes para a completa proteção e segurança dos
trabalhadores. Os EPI são todos os dispositivos de uso individual
que visam proteger a saúde e a integridade física do trabalhador
exposto a risco. São de uso obrigatório, sendo sua guarda e
conservação de responsabilidade do próprio  trabalhador.
Exemplos: protetor auricular, luvas, máscaras, calçados, capacetes,
óculos e vestimentas.

 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA


Devido à necessidade de assegurar mais proteção aos
trabalhadores, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos
artigos 162 a 165, regulamenta a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA, que é composta de representantes do
empregador e dos empregados.
A CIPA é um instrumento de que os trabalhadores dispõem para
tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do
ambiente do trabalho e dos aspectos que afetam a saúde e
segurança no ambiente laboral. Ela tem como objetivo a prevenção
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida
e a promoção da saúde do trabalhador.
Para obter maiores informações sobre a CIPA, clique aqui!

 Benefícios para cobertura do risco de Acidente de Trabalho


o Auxílio temporário por incapacidade (conhecido como
Auxílio-Doença antes da EC nº 103/2019 )
o Auxílio-Acidente
o Aposentadoria por Incapacidade Permanente
(conhecida como Aposentadoria por Invalidez antes da EC nº
103/2019)

2. AUXÍLIO-ACIDENTE
O Auxílio-Acidente é um benefício concedido a título de indenização
quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente
de qualquer natureza ou acidente do trabalho, resultar sequela que
implique na redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia, mas permite o desempenho de outra
atividade. Deve ser comprovado por perícia médica.  Tem direito ao
auxílio-acidente o segurado empregado, o empregado doméstico (a
partir da publicação da LC nº 150/ de junho/2015), o trabalhador
avulso e o segurado especial.

Atenção!
A MP 905/2019 estabelece que as sequelas citadas acima serão
especificadas em lista elaborada e atualizada a cada três anos pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, de acordo com critérios técnicos e científicos.

Entenda alguns conceitos relacionados ao Auxílio-acidente:


Indenização: o ato de compensar financeiramente o dano
produzido.
Consolidação das lesões: a estabilização dos danos produzidos.
Sequela: a lesão que permaneça depois de encerrada a evolução
clínica de uma doença ou acidente.
 Acidente de Qualquer Natureza

São os acidentes sofridos por qualquer circunstância, não


relacionados ao trabalho exercido pelo segurado.
Ex.: acidentes domésticos, em partidas de futebol, no trânsito ou
durante o lazer no fim de semana.

 Acidente do Trabalho
Diferentemente do acidente de qualquer natureza, o acidente de
trabalho, como já aprendemos na aula 2, ocorre quando o
trabalhador ou trabalhadora está a serviço da Empresa ou
realizando seu trabalho e sofre acidente que provoque lesão
corporal (externa ou interna) ou perturbação funcional, que interfira
na capacidade de desenvolver suas funções profissionais.

 Auxílio-Acidente - Concessão
Assim como o auxílio-doença, a concessão do auxílio-acidente será
devida após avaliação pela Perícia Médica Federal - PMF, se for
constatada sequela que implique em:
 Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.
 Maior esforço para o desempenho da mesma atividade da
época do acidente.
 Impossibilidade do desempenho da atividade que exercia à
época do acidente, porém, permite o desempenho de outra, após
processo de Reabilitação Profissional, nos casos indicados pela
Perícia Médica Federal - PMF.

O auxílio-acidente, diferentemente dos outros benefícios


concedidos pelo INSS, não visa substituir o Salário de Beneficio do
segurado. É um benefício isento de carência porque o acidente tem
como pressuposto a ocorrência do infortúnio durante a relação de
trabalho do segurado mantida com seu empregador.

 Auxílio-Acidente - Particularidades
Uma vez tendo o segurado sofrido um acidente e ficado com
sequelas que limitem o exercício das atividades profissionais
anteriores ao acidente, este passa a ter direito a uma indenização.
Portanto, o Auxílio-acidente é uma forma de se compensar a perda
da capacidade técnica.
Corresponde a 50% (cinquenta por cento) do benefício de
aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito e, por ser
de caráter indenizatório, este benefício pode ser acumulado com
outros benefícios previdenciários, exceto com a aposentadoria.

Será devido abono anual ao segurado que, durante o ano, recebeu


auxílio-acidente.
Atenção!
É um benefício previdenciário que pode ser inferior a um salário
mínimo, devido a não ser substituto da remuneração, mas sim um
benefício indenizatório.
O benefício deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta,
pois, nesse caso, o valor integra o salário de contribuição para fins
de cálculo da aposentadoria. Será suspenso quando da concessão
ou da  Reabertura do auxílio-doença, em razão do mesmo acidente
ou de doença que lhe tenha dado origem. Será restabelecido após
a cessação do auxílio-doença concedido ou reaberto.
Por ter caráter de indenização, o auxílio-acidente, pode ser
acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social,
exceto auxílio-doença decorrente da mesma lesão e
aposentadorias. Pode ainda se acumular com o seguro-
desemprego.

O benefício deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta ou


quando solicita Certidão de Tempo de Contribuição-CTC do tempo
de vinculação ao Regime Geral de Previdência Social para
contagem em Regime Próprio de Previdência Social.

3. FINALIZANDO

Chegamos ao final das aulas no nosso curso. Não deixe de

explorar o material complementar disponível na biblioteca e

realizar a avaliação de aprendizagem!

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