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Seleção do medidor (sensor) de nível

Marco Antonio Ribeiro, ITA E 1969


Marcotek ME
marcotek@uol.com.br
Salvador, BA, 28 JUL 2012

1. Introdução
A medição de nível é importante para balanço e inventário de produto, tempo de
residência e transferência de custódia e também para sistemas de alarme e intertravamento.
As exigências de precisão variam mais para nível do que para qualquer outra variável de
processo. Há aplicações que requerem uma precisão estabelecida por norma (p.ex., OIML R
85) de no máximo ± 3 mm e há aplicações onde interessa apenas detectar os limites do
nível, evitando que o tanque extravase ou fique totalmente vazio.
O presente trabalho pretende ajudar o leitor a convergir a escolha de um sensor de
nível e focalizar o método mais apropriado para sua aplicação específica. É um trabalho
tutorial, que pelo limite do tamanho, apenas irá ressaltar os aspectos mais importantes, os
frequentes problemas associados e os cuidados principais a serem tomados na medição de
nível.

2. Vazão ou nível para transferência de custódia


As normas e regulamentos aceitam a vazão e o nível como variáveis para a
transferência de custódia e por isso é pertinente a pergunta: quando usar vazão ou nível
para transferência de custodia?
A decisão da escolha entre um sistema de medição de vazão em linha e de um sistema
de medição de nível de tanque se baseia principalmente em vários parâmetros, tais como
instalação existente, custos de propriedade do sistema e desempenho metrológico.
Toda medição de vazão ou nível possui vantagens, desvantagens e sua aplicação única
na indústria de petróleo. O sistema de medição de vazão operado corretamente oferece
altíssima precisão e exatidão. O sistema de medição de nível operado corretamente possui
incerteza maior, porém mesmo assim possui precisão aceitável e atende as exigências das
normas (ABNT, OIML, ISO, API).
A escolha entre a medição de nível ou de vazão para transferência de custódia é
tipicamente ideológica. Sempre se pensa que a medição de vazão é mais precisa que a de
nível e por isso deve ser a escolhida. Esta afirmação pode ser questionável. Às vezes, ela é
justificável principalmente por causa da habilidade da verificação rotineira da rastreabilidade
do INMETRO, por meio de provadores e calibrações com água em laboratórios externos. A
medição de vazão é mais flexível, por causa da facilidade de compensação da temperatura
referida a 15 o C (ISO 5024) ou a 20 o C (RT 01 - ANP/INMETRO).
As complicações na medição de nível, principalmente para pequenos volumes
transferidos:
1) Integridade das válvulas de bloqueio
2) Flexibilidade do fundo do tanque
3) Necessidade de medição de temperatura para transformar volume em massa e
para outras compensações.
4) Dificuldade da medição da temperatura por causa de gradientes horizontais e
verticais.
A medição de vazão também tem suas dificuldades:
1) Os medidores precisam ser dimensionados, instalados e operados de modo correto.
2) O sistema de medição precisa ser monitorado continuamente.

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3) Quando pouco assistidos, aparecem erros devidos às variações das condições de
vazão, desgaste do medidor e defeito do medidor.
4) O sistema de medição de vazão requer calibrações com períodos curtos, o que é
difícil e caro, pois há necessidade de padrão de vazão (exceto placa e
deslocamento positivo).
Os tanques são mais robustos e estáveis que os medidores de vazão. A medição de
vazão é pouco robusta, muito susceptível à instalação (trechos retos, perturbações,
vibrações).
Quando se consideram os custos de capital e as despesas de operação (incluída a
despesa de calibração), o sistema de medição de nível de tanque ganha pelos seguintes
motivos:
1) Tanques podem ser recalibrados externamente, mesmo em operação.
2) A validade da arqueação é de 10 anos, quando não houver modificações
estruturais no tanque. O tanque deve ser inspecionado a cada três anos, para
verificação de inclinação, corrosão e deformação,
3) As tabelas de arqueação podem ser verificadas.
4) Vazão precisa ter provador, para a calibração in situ e com o fluido do processo.
O sistema de medição precisa ser calibrado a cada 60 dias, para a medição fiscal.
O provador fixo precisa ser recalibrado a cada cinco anos e o móvel a cada três
anos.

Fig. 1 – Medição de nível ou vazão para transferência de custodia?

Na análise para decisão entre vazão e nível, é importante considerar o produto


transportado, com relação
1. À quantidade do volume transferido, pequena ou grande;
2. O modo como é transferido: se em batelada ou se continuamente;
3. Se a transferência é feita por tubulação, navio, carretas, tambores.
4. Se há variações de temperatura na linha.
A medição de vazão, exceto quando se utiliza medidor a deslocamento positivo, requer
grandes trechos retos de tubulação, o que significa grandes espaços envolvidos. A medição
de nível de tanque não precisa de espaço adicional, pois tipicamente os medidores são
montados no teto ou na parte lateral do tanque.
A medição de vazão requer, além do medidor, acessórios para diminuir os erros,
proteger os instrumentos, facilitar a leitura, tornar a vazão monofásica e para calibrar o
medidor. Assim, são usados tubos de medição (meter run), filtros, painéis locais de leitura
além do painel da sala de controle, retificador de vazão e provador.
A medição de nível pode requerer o uso do tubo acalmador, quando o nível tiver muita
ondulação e é também conveniente ter indicação local, além da indicação da sala de
controle.

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Quando são transferidas pequenas quantidades, através de tubulação, de modo
continuo e com variação de temperatura maior que ±0,1%, a melhor opção é a medição de
vazão em linha. Quando são transferidas grandes quantidades, em bateladas, para navios ou
carretas e com pequena variação de temperatura, a melhor opção é a medição de nível do
tanque.
Concluindo: quando já existe para armazenagem um grande parque de tanques, o
adequado é arquear todos os tanques e fazer a transferência de custódia através da medição
de nível. Em um parque de tanques de armazenagem praticamente não há medição de
vazão e apenas medição de nível. A medição de vazão é usada em transferência de custódia
quando não se tem esse parque de tanques de armazenagem e são transferidas pequenas
quantidades de produto.

Fig. 2. Medição de vazão ou de nível para transferência de custódia

3. Tanques de armazenagem
O termo tanque é comumente usado. Porém, engenheiros de processo usualmente
reservam tanque para aplicações de surge ou armazenagem. Para equipamento com uma
operação de nível, o termo mais geral é vaso, que inclui colunas, cristalizadores,
evaporadores, neutralizadores e reatores. Há também quem chame de tanque o recipiente
não pressurizado e de vaso o recipiente pressurizado. No presente trabalho os termos vaso e
tanque serão intercambiáveis e terão o mesmo significado prático.
Tanques de armazenagem de matéria prima e produto requerem medições de nível
precisas, principalmente com ótima resolução, sensitividade e repetitividade quando usados
para cálculo de inventário, transferência de custódia, cargas de bateladas, alimentação
contínua e balanço de materiais.

Fig. 3. Terminologia de nível em um tanque de armazenamento de liquido

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3.1 Arqueação de tanque
Para que um tanque possa ser considerado um container para medição de
transferência de custódia, ele precisa ser arqueado. Arquear um tanque é construir uma
tabela ou uma curva relacionando nível com volume do tanque. Arquear e calibrar um vaso
possuem o mesmo significado prático. Quando o tanque possui um formato regular, por
exemplo, cilindro vertical, faz-se sua arqueação geométrica, medindo-se o seu diâmetro
externo (strapping), as espessuras das suas paredes, a sua altura e um aplicativo gera várias
folhas, correspondendo cada centímetro de nível com o volume em litro. Depois, gera-se
uma folha de interpolação, mostrando a correspondência de cada milímetro de nível com o
volume do tanque. Por exemplo, em um tanque (médio) com altura de 15 metros de altura e
com capacidade de 24 milhões de litros, cada milímetro corresponde a 1640 litros.
A responsabilidade pela arqueação é o órgão estadual do INMETRO, que é fiduciário
(tem que acreditar nele) e alega uma incerteza de arqueação de ±0,2%. Todo tanque para
transferência de custódia deve ser arqueado a cada dez anos e inspecionado a cada três
anos, quando se verificam sua inclinação, corrosão e deformação.
Depois de arqueado, o tanque deve ser calculado, quando e onde são consideradas as
propriedades do fluido (principalmente densidade), temperatura, pressão.

Fig. 4. Conceito de arqueação e Certificado de Arqueação.

4. Medição de nível
Nível é a altura de uma coluna líquida ou de sólidos em pó ou em grãos, dentro de um
recipiente fechado, pressurizado ou à pressão atmosférica. É possível se medir diretamente o
nível contido (innage) ou então medir o espaço vazio (ullage) e, indiretamente, inferir o valor
do nível por subtração.
O objetivo de qualquer sistema automático de medição de nível é fazê-lo de modo
preciso, exato, confiável, econômico e seguro. O sensor de nível correto para determinada
aplicação é aquele com mais fácil manutenção e calibração, com maior confiabilidade, que
satisfaça as exigências metrológicas de precisão e que realmente meça o que se quer (nível,
massa, volume, interface).

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4.1 Dificuldades da medição de nível
Embora pareça fácil medir um comprimento (e é), quando se entra em detalhes e se
tem que fazer medições em tanques com vinte metros de altura, em condições não muito
confortáveis, como sob chuva ou de madrugada, conclui-se que são necessárias várias
habilidades e muita experiência para a medição precisa do nível.
O tanque cujo nível do líquido se quer medir pode ser pressurizado ou atmosférico. O
nível do tanque pressurizado é mais difícil de medir e de calibrar que o nível do tanque
aberto para a atmosfera, pois há restrições de abertura do tanque para a calibração, são
requeridas pernas molhadas de selagem da tomada de pressão diferencial.
Qualquer que seja o sistema de medição de nível escolhido, há problemas gerais que
podem afetar todos ou algum sensor.
A principal dificuldade na medição de nível, certamente está relacionada com a
temperatura, quando se quer a massa ou volume do conteúdo. A temperatura afeta as
dimensões do tanque e o volume do fluido contido no tanque. Por isso, é exigida por norma,
a medição da temperatura do tanque, no nível alto (85 ± 15%), médio (50 ± 15%) e baixo
(20 ± 15%) para as devidas compensações e correções. A temperatura também pode afetar
a densidade, e a composição do fluido.
Outras dificuldades incluem
1. A não planicidade da superfície livre, por causa de marolas e ondas e por causa de
sólidos em suspensão no líquido,
2. Deposição de partículas em boias e deslocadores, alterando seu peso,
3. Entupimento de tomadas de pressão diferencial,
4. Incompatibilidade do material do sensor (de contato) com o líquido a ser medido.
5. Influência de vibração em sensores com peças móveis ou que inclui a frequência
na detecção.
6. Alteração da geometria e corrosão de sensores de contato, como boias e
deslocadores.

4.2. Escolha do sensor


Os principais parâmetros na escolha do sistema de medição de nível mais adequado
são:
1. Unidade de interesse: altura, volume, peso, massa, interface.
2. Tipo do produto: líquido ou sólido, limpo ou com sujeiras e contaminantes.
3. Medição discreta ou contínua, que depende da aplicação: se quer apenas uma chave
para detectar nível alto ou baixo ou se quer uma indicação contínua do nível? A
escolha da chave (que atua somente em um ponto) é mais fácil que a de um sistema
de medição contínua de nível.
4. Vaso pressurizado ou à pressão atmosférica. Em um tanque à pressão atmosfera é
mais fácil se medir o nível e fazer a sua calibração. A calibração de um sensor de
nível em tanque atmosférico é feita através de uma trena, manualmente. Quando o
tanque é pressurizado, ele não pode ser aberto para se jogar a trena. A calibração do
medidor automático é feita através da posição conhecida de pinos, pré-instalados no
tanque. Periodicamente, a posição desses pinos deve ser calibrada.
5. Custo de propriedade, que inclui custo de compra, instalação, manutenção e
calibração futura. Geralmente a melhor escolha técnica é a opção mais cara para
comprar. Calibração, que é certamente um dos maiores custos de propriedade. Deve-
se considerar se a calibração do sistema pode ser feita no local, sem retirada do
sensor (desejável). É exigido que um sistema automático de nível seja calibrado,
inicialmente a cada seis meses.
6. Precisão, que está relacionada com a finalidade da medição, se operacional, de
apropriação ou de transferência de custódia (equivalente à medição fiscal da ANP e
medição de cabotagem da Receita Federal). Geralmente quanto maior a precisão do
instrumento, mais alto é seu custo.

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7. Instalação, que considera se o sensor está ou não em contato com o líquido a ser
medido. Uma instalação com o sensor externo é mais conveniente, segura e amigável
que uma instalação com o sensor dentro do tanque, em contato com o líquido.
8. Manutenção, que depende da instalação e é mais conveniente quando o sistema é
externo ao tanque. Sistemas com peças móveis requerem manutenção e calibração
mais frequentes que sistemas que não possuem peças móveis.
Nessa seleção, deve-se saber o que é importante e o que não interessa. Se a
instalação já existe, deve-se conhecer sua geometria, distâncias entre nível zero (innage) e
zero superior (ullage), posições do sensor e do transmissor. Muitos projetistas começam com
o fator custo. A melhor escolha para uma determinada aplicação geralmente não é a mais
econômica. Por exemplo, o custo de aquisição e instalação de um radar varia de US$2.000
(medição operacional) a US$20.000 (para transferência de custódia).
Quando se tem um processo difícil, com turbulências, espumas, fluido mal comportado,
vibração, qualquer medidor selecionado terá problema. É comum se usar um medidor para
determinada aplicação difícil e depois criticar o medidor ou o fabricante do medidor pelo seu
mau funcionamento.
Para se medir nível de modo preciso e confiável devem-se conhecer os parâmetros
físicos do tanque, as propriedades físicas e químicas do líquido cujo nível se quer medir, as
características eletrônicas dos sinais digitais de comunicação e finalmente escolher o melhor
sistema adequado às necessidades propostas.
Liptak lista 23 opções de sensores de nível:
1) Borbulhamento
2) Capacitância e RF admitância
3) Condutividade
4) Diafragma
5) Pressão diferencial
6) Deslocador móvel e imóvel
7) Boia
8) Laser
9) Visor de nível
10) Chave de nível a micro-ondas
11) Detector óptico (reflexão de luz)
12) Radar
13) Radiação
14) Fitas de resistência elétrica
15) Chave de pá rotativa
16) Vareta
17) Fita de nível
18) Sensor termal
19) Refletometria no domínio do tempo
20) Sensor de diferença de fase
21) Ultra-sônico
22) Chave vibratória.
23) Célula de carga
Os medidores favoritos de medição automática de nível são os seguintes: visor, boia,
pressão diferencial, borbulhamento (pressão diferencial), deslocador, (força de empuxo),
capacitivo, radiação, radar, ultrassônico e laser.

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Fig. 5 – Principais tecnologias para a medição de nível

4.3 Trena
Trena é o medidor manual padrão, de facto. Deve possuir escala graduada em 1 mm e
deve ser calibrada ou trocada a cada ano, quando em medição de transferência de custódia.
A trena é usada para calibrar outros medidores de nível, inclusive o radar. Nesse caso, ele
deve ser calibrada ou trocada depois de um determinado número de corridas de uso.

Fig. 6. Medição de nível por trena

4.4 Visor
Visor é um tubo transparente, de vidro onde se pode ver diretamente o nível. É
simples, direto, mas usado apenas para medição operacional. Alguma literatura chama LG de
level gauging, quando o correto é level glass. Manômetro e termômetro têm tags PG e TG
respectivamente, e agora o significado é pressure gauge e temperature gauge.

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Fig. 7. Visores de nível de líquido

4.5 Boia e escala


O método mais simples para medir nível é usar uma boia para determinar o nível do
liquido. Este método só é aceito em medições operacionais, principalmente em grandes
tanques. Porém, a ANP aceita a medição por boia e régua externa (graduação mínima de 20
mm) para tanques pequenos (menor que 100 m3) e desde que o usuário providencie meios
de evitar o erro de paralaxe na escala externa.
O sistema de medição de nível com bóia, polias e escala é também direta e simples. A
bóia ou flutuador (float) fica em contato direto com o líquido e é presa por um cabo a um
contrapeso, passando por uma polia e acionando o ponteiro de uma grande escala externa.
A escala é invertida, com o zero em cima e o 100% embaixo, posição oposta da bóia.

Fig. 8 – Medição de nível por boia e régua externa

4.6 Pressão diferencial


Um método clássico da medição de nível de líquido na indústria química e petroquímica
é através da medição da pressão exercida pela coluna líquida. A pressão hidrostática
resultante é proporcional ao valor desta altura, da densidade do fluido e da aceleração da
gravidade local. A pressão hidrostática no início da coluna líquida independe do formato do
tanque.
Para esta medição, é necessário que a densidade seja constante. Deve-se tomar o
cuidado de se ter a temperatura também constante, pois a densidade do líquido depende da
sua temperatura. Por este motivo, a medição de nível por pressão diferencial é feita apenas
por motivos operacionais e não é usada para medições mais precisas, como transferência de
custódia.

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A medição de nível de tanque pressurizado, quando são necessárias duas tomadas
físicas da pressão, apresenta alguns problemas relacionados com faixas com elevação ou
supressão de zero, dependendo da densidade do líquido cujo nível é medido e a densidade
do fluido de enchimento da perna molhada. Devem-se analisar matematicamente as
pressões de alta e de baixa, com o tanque em nível zero e em 100%, para determinar a
faixa de medição correspondente. Um modo de contornar este problema é substituir o pote
de selagem e a perna molhada por um repetidor pneumático de pressão. O repetidor tem a
pressão de saída igual à pressão de entrada, porém é limpa e seca. Atualmente, com os
transmissores microprocessados e auto-configuráveis, não há este tipo de problema.
Há várias tipos de conexões do transmissor para o tanque: tomadas convencionais,
tomadas com flange plano, tomadas com flange com extensão, tomadas com tubo capilar
cheio de óleo de selagem. O usuário pode fazer a selagem ou, o que mais conveniente
embora mais caro, pode comprar o transmissor com tomadas prontas com capilar cheio e
flanges. A escolha do melhor tipo de montagem depende da temperatura do processo, tipo
de fluido de medição envolvido.
O transmissor de pressão diferencial para medição de nível é o modelo d/p cell (®
Foxboro), embora todos os fabricantes tenham este modelo. É um transmissor de pressão
para medir pequena faixa sobre alta pressão diferencial. Ele possui um ressalto de proteção,
de modo que o diafragma não se danifica quando tiver toda a pressão estática aplicada em
um único lado. Há outro modelo de pressão diferencial para medir alta faixa de pressão, com
sobrefaixa de apenas 50% da faixa construída.

Fig. 9 – Grande variedade de conexões para medição da pressão diferencial

4.7 Borbulhamento
A medição de nível por borbulhamento também se baseia na pressão diferencial.
Borbulha-se gás inerte ou ar puro através de um tubo de vidro que se apoia no fundo do
tanque. Enquanto a pressão da coluna líquida for maior que a pressão aplicada, não há
vazão do gás. Quando a pressão fica aproximadamente igual à pressão da coluna líquida
começa haver o borbulhamento do ar ou gás inerte. Neste ponto limite, tem-se a pressão
aplicada igual à pressão exercida pela coluna líquida. Transmite-se esta pressão e tem-se o
nível medido. Obviamente, a instalação prática é muito mais complicada, com rotâmetro de
purga, inclinações nas linhas de transmissão, purgador de condensado, chave seletora para
aplicação de contra pressão para desentupimento do tubo. É um método simples utilizado
em medição de nível de tanque aberto.

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Fig. 10. Medição de nível por borbulhamento de gás

4.8 Deslocador imóvel


A medição de nível por deslocador se baseia na lei de Arquimedes: quando um corpo é
submerso em um líquido, ele perde peso igual ao peso do líquido deslocado. O sistema de
medição de nível por deslocador se resume na detecção e medição de um peso que varia
com o nível.
Há quem que estranhe o fato de se chamar o sensor fixo de deslocador. Realmente o
sensor está livre, imóvel, não se desloca, mas desloca o líquido em seu redor e com este
deslocamento do líquido, o deslocador perde peso.
O deslocador é suspenso de um transmissor de nível, que detecta a força (peso)
variável. Quando o nível é mínimo, o deslocador está imediatamente acima do nível e
totalmente fora do líquido. Seu peso é máximo e o sinal transmitido deve corresponder ao
zero da escala de medição. Quando o nível sobe, o peso aparente do deslocador diminui,
mantendo assim uma relação linear e proporcional entre o peso e o nível do líquido. Quando
o nível atinge o valor máximo calibrado, o deslocador deve estar totalmente submerso.
Nessa posição ele apresenta o mínimo peso aparente e o transmissor deve gerar sinal
correspondente a 100% do nível.

Fig. 11. Medição de nível por deslocador imóvel

Os problemas práticos que aparecem e devem ser superados são:


1) A selagem do sistema detector do transmissor com o tanque de processo, que
não deve ter atrito, deve suportar as pressões e temperatura do processo e não
sofrer corrosão do líquido.

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2) O cálculo correto do peso e do tamanho do deslocador. Às vezes, é conveniente
adicionar ao sistema uma proteção ao transmissor, de modo que o peso do
deslocador não lhe fique aplicado durante muito tempo.
3) O comprimento do deslocador nunca pode ser menor que o nível a ser medido.
4) A densidade do material do deslocador deve ser sempre maior que a densidade
do líquido do tanque (se não fosse, o deslocador seria uma boia).

4.9 Deslocador móvel


É possível se medir nível com um deslocador móvel, em vez de fixo. Este sistema de
medição de nível foi desenvolvido pela empresa Enraf. Há quem chame o deslocador móvel
de flutuador ou de boia. O nome é incorreto, pois, na realidade o elemento sensor não
flutua, mas fica parcialmente submerso no líquido cujo nível está sendo medido.
O medidor de nível utiliza como elemento sensor um pequeno deslocador com
densidade maior que a do líquido cujo nível é medido. O deslocador é suspenso por um cabo
flexível que se enrola em um tambor de medição com ranhuras. Na condição de equilíbrio, o
deslocador fica parcialmente imerso no líquido permitindo a sua aplicação em líquidos com
turbulência na superfície e com variações de densidade do produto.
Um circuito integrador com ajuste de tempo permite a medição estável do nível,
mesmo com turbulência na superfície do fluído, já que a ação do integrador proporciona um
nível estável e preciso.
Utiliza-se o princípio de servomecanismo para eliminar os efeitos de atrito mecânico
que prejudicam a sensibilidade e a precisão do sistema. O eixo do tambor de medição está
acoplado a uma balança capacitiva de equilíbrio, que mede continuamente o peso aparente
do deslocador, que é o seu peso real modificado pela força de empuxo exercida pelo produto
sobre o deslocador parcialmente imerso. As variações de nível provocam alterações no peso
aparente do deslocador, que são detectadas pela balança capacitiva de equilíbrio através do
deslocamento das placas centrais. Variando sua capacitância em relação às placas laterais
ativas, através de um circuito eletrônico com servomotor reversível. Este servo motor está
acoplado ao eixo sem fim que aciona a coroa dentada e consequentemente, o tambor de
medição, de modo a fazer subir ou descer o deslocador, até que seja obtida novamente a
imersão correta.

Fig. 12. Medição de nível por deslocador móvel

A tensão mecânica do fio que sustenta o deslocador é igual à diferença entre o peso
do deslocador e o empuxo correspondente ao volume do líquido deslocado pela parte
submersa. Na balança de equilíbrio, as placas centrais são tencionadas por duas molas para
contrabalançar a tensão do fio e manter o deslocador em equilíbrio. O peso do deslocador,
mesmo quando totalmente imerso mantém o cabo de medição sempre tencionado. O eixo do

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servomotor aciona o indicador mecânico de nível integral e o codificador óptico utilizado para
transmissão remota de nível e temperatura.
A medição com deslocador móvel apresenta precisão compatível com medição de
transferência de custódia, porém a maior dificuldade está na freqüente e cara manutenção
do sistema que possui muitas peças móveis, frágeis e de mecânica fina. Atualmente, por
causa da manutenção mais frequente, por causa do problema de ruptura do fio que sustenta
o deslocador, estes sistemas estão sendo substituídos por medição a radar, sem contato com
o fluido.

4.10 Medidor capacitivo


Um sensor metálico é localizado verticalmente no tanque e eletricamente isolado do
tanque. O sensor e as paredes do tanque formam um capacitor cuja capacitância depende
da quantidade de material dentro do tanque (nível) e o meio entre o sensor e a parede.
Quando há somente vapor, a capacitância é muito baixa. A capacitância irá aumentar
continuamente quando o material cobrir o sensor. O método é adequado para líquidos e
para sólidos, não possui peças moveis e pode medir nível de fluidos corrosivos. As
desvantagens são aplicação limitada pela variação das propriedades elétricas e pode ser
susceptível às incrustações do sensor. A seleção do sensor é critica principalmente quando o
material cujo nível é medido for condutor elétrico.
A capacitância depende diretamente do dielétrico e da área das placas e é
inversamente proporcional à distância entre as placas do capacitor. Assim, é possível medir o
nível de um tanque a partir da medição da capacitância do tanque. Este método pode ser
usado para líquido condutor e para líquido não condutor, que constitui o dielétrico do
capacitor.

Fig. 13. Medição de nível para capacitância

4.11 Medidor radar, ultra-sônico, laser e radiativo


Sinais com diferentes frequências podem ser usados para medição de nível. Estas
frequências incluem: radar (10 GHz), ultrassom (40 kHz), laser (10 THz) e raios gama (10
ZHz). Estes sinais diferem entre si, além da frequência, pelo comprimento de onda, modo de
propagação, capacidade de penetrar materiais, propriedade de ser defletida ou não.

Tabela 1

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Fig. 14. Medição de nível por radar ou ultrassom

4.12 Medidor radiativo


Na medição radiativa de nível, tem-se uma fonte radiativa na lateral externa do tanque
e um detector na outra extremidade (um ou vários). A quantidade de radiação que alcança o
detector radiativo depende da quantidade do material que está no caminho (nível do
produto). É uma medição cara, requer licença governamental, exige procedimentos rigorosos
de rastreamento do pessoal envolvido na operação próxima do sistema. É um método usado
como última alternativa, principalmente porque também há algum preconceito suspeito.
A diferença básica entre as três radiações, alfa, beta e gama, entre outras
características, é sua capacidade de penetrar em outros materiais. A radiação nuclear pode
ultrapassar paredes metálicas. Quando o sinal é muito fraco e menos penetrante, é possível
usá-lo através do eco ou reflexão.
O sistema de medição de nível através da radiação nuclear é constituído de:
1. Fonte de material radioativo (Cs 137 ou Co 60) que se desintegra continuamente,
segundo uma equação exponencial simples e conhecida.
2. Detector da radiação, colocado dentro do campo radioativo da fonte.
3. Material que se quer medir o nível, colocado entre a fonte e o detector.
O medidor radiativo tipicamente é uma fonte de raios gama, que têm um grande poder
de penetração e não são defletidos. São usados os isótopos radiativos Cobalto 60 (Co 60) e
o Césio 137 (Cs 137). Estes isótopos são de baixa potência, a sua radiação penetra no
líquido ou sólido cujo nível se quer medir, é absorvida proporcionalmente ao tamanho do
nível e à sua densidade.
A fonte de radiação é construída em um invólucro cerâmico, colocado em uma cápsula
com parede dupla de aço inoxidável. A cápsula é contida em uma estrutura construída de
modo a permitir a saída do raio de radiação através de uma janela muito estreita, enquanto
é bloqueada em todas as outras direções por uma blindagem de chumbo. O chumbo é um
material especial na radiação, pois ele é o fim de linha de todas as cadeias de desintegração
de materiais pesados. Há um obturador para fechar a janela, quando a fonte estiver fora de
operação ou em transporte.
A grande vantagem do sistema de medição radiativo é a possibilidade de se medir
nível de sólidos. É um sistema extremamente simples, porém não é muito usado porque
existem preconceitos e mal-entendidos.

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Fig. 15. Medição de nível radiativa ou nuclear

4.13 Medidor de nível tipo radar


Na medição de nível por radar tem-se um sinal de onda pulsada transmitida do topo do
tanque que atinge a superfície do produto do qual se quer medir o nível e é refletida de volta
para um receptor. A distancia é inferida pelo tempo de transmissão. Embora a distância seja
relativamente pequena, o tempo é a variável que se mede com maior precisão e resolução
possível: de 10-9 a 10-10. A precisão típica de medição de nível por radar é de ±1 mm.
O sistema de medição de nível com radar usa ondas eletromagnéticas, tipicamente
microondas na faixa de 9 a 10 GHz. Geralmente a medição é contínua e se aplica em nível
de líquido. Rigorosamente, o radar mede o não nível (ullage) e infere o nível (innage).
As emissões são de baixa potência, tipicamente menores que 0,015 mW/cm2 pois as
aplicações industriais requerem geralmente faixas menores que 30 m, que é uma distância
pequena para a técnica de radar. Nesta faixa de energia, não há problema de saúde,
segurança, licença ou considerações de contaminação. Os dispositivos envolvidos são os
prosaicos transistores e diodos para gerar e detectar as microondas.
O sensor radar é montado no topo do vaso e é dirigido para baixo, perpendicular à
superfície do líquido. Isto faz o sinal ser refletido da fonte para retornar diretamente para o
sensor. O caminho do sinal é afetado pelo tamanho da antena.
O tempo de propagação do sinal refletido é medido pelo controle do oscilador (sensor),
de modo que ele envia uma freqüência linear varrida em uma largura de faixa fixa e tempo
varrido. O detector radar é exposto simultaneamente à varredura enviada do radar e ao sinal
de retorno refletido, que é uma parte mais velha da varredura do radar. A saída do detector
é um sinal de freqüência que é igual à diferença entre o sinal enviado e o refletido. Esta
diferença em freqüência ou diferença de tempo é diretamente proporcional ao tempo de
propagação e assim à distância entre o sensor e o nível do líquido.
Gases que conhecidamente afetam a transmissão das ondas de radar são: Oxido de
propileno, Éter etílico, Éter propílico, Acetaldeido, Acetona, Metanol, Amônia, Gás Liquefeito
de Petróleo.
Há fabricantes (e.g., Saab) que utilizam a técnica da freqüência modulada (FMCW –
Frequency Modulated Continuous Wave – Onda contínua com freqüência modulada). O
medidor de tanque a radar transmite microondas na direção da superfície do líquido. O
medidor transmite um sinal com uma freqüência variando continuamente. Quando o sinal vai
para baixo até a superfície do produto e é refletida de volta para a antena, ele é misturado
com o sinal que está sendo transmitido neste momento. Desde que o sinal transmitido
alterou levemente a freqüência durante o tempo que ele foi e voltou, misturando os sinais

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transmitido e refletido resulta em um sinal com uma baixa freqüência. Este diferença entre a
freqüência transmitida e recebida é proporcional à distância até a superfície.
Há fabricantes (e.g., Magnetrol) que utilizam a técnica de onda guiada, que se baseia
na Refletometria no Domínio do Tempo, onde os pulsos eletromagnéticos de alta freqüência
se propagam através de um guia de onda, que é muito mais eficiente do que a propagação
através do ar. Esta técnica pode ser combina com a Amostragem de Tempo Equivalente,
para melhorar a precisão da medição. A velocidade da onda eletromagnética é difícil de
medir em distâncias pequenas e por isso a precisão é ruim. A amostragem de tempo
equivalente captura o sinal eletromagnético em tempo real (10-9 s) e o reconstrói em tempo
equivalente (10-3 s), que é muito mais preciso e fácil de medir.

Fig. 16. Medição de nível por radar e diferentes antenas

As principais dificuldades na medição de nível com radar são:


1. Escolha da antena mais apropriada, onde a parabólica é a escolha default e as
alternativas são: antena cônica, antena para Gás Liquefeito de Petróleo, antena
para tubo acalmador.
2. Conhecimento das dimensões corretas do tanque: ponto de zero superior do
tanque, ponto de colocação do radar.
3. Tipo do líquido cujo nível é medido: se limpo, se possui espuma, se afeta as
ondas de radar, se possui marolas.
As principais vantagens da técnica de medição de nível com radar são:
1. Pode se medir nível de líquidos complexos (tóxicos, perigosos, sanitários)
2. Não se requer licença legal (como o radiativo)
3. É uma medição de sensor sem contato com o fluido
4. Apresenta alta precisão em faixa de 1,5 a 60 m.
5. A antena pode ser colocada externamente, totalmente isolada do processo.
6. Nenhuma recalibração é requerida quando se altera as condições de processo,
pois a mudança do líquido não afeta a velocidade e freqüência e processamento
do sinal.
A operação do sistema pode tolerar revestimento do sensor, turbulência da superfície e
espuma no líquido (melhor que laser e ultra-som).
Como desvantagem, tem-se:
1. É uma técnica de medição de nível relativamente muito cara.
2. Só é aplicada em processo com líquido limpo. Alguns líquidos, como amônia e gás
liquefeito de petróleo, requerem antenas especiais e mais caras.
3. Apresenta problema em aplicação com sólido, por causa do sinal fraco de reflexão.

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4.14 Medidor ultrassônico
As características do som são determinadas pela temperatura, reflexão, propagação e
absorção. A compensação da temperatura na medição de nível é essencial porque a
velocidade do som é proporcional à raiz quadrada da temperatura. No caso do ar, ele varia
de 0,6 m/s por cada oC de variação de temperatura. A velocidade de propagação aumenta
como aumento da temperatura em cerca de 0,2% por oC.
Para medir o tempo de propagação do eco de um pulso ultra-sônico, é essencial que
alguma energia sônica seja refletida. Líquidos e sólidos com partículas grandes e duras são
bons refletores. Material fofo ou sujeira solta são ruins refletores, pois tendem a absorver o
pulso sônico. É também importante que a superfície refletora seja plana e como o ângulo de
reflexão é igual ao de incidência, se o pulso sônico é refletido de uma superfície inclinada,
seu eco não será dirigido de volta para a fonte e o tempo total de propagação não é
diretamente proporcional à distância vertical. Superfícies irregulares resultam em reflexão
difusa, onde apenas uma parte do eco total volta verticalmente para a fonte.
A propagação do som resulta em sua dispersão e perda de intensidade. A intensidade
do som diminui com o quadrado da distância e por isso o eco se torna exponencialmente
mais fraco quando se aumenta a faixa de calibração do nível. A diminuição da energia
sonora é causada pela dispersão (distância percorrida) e pela absorção da substância através
do caminho.
Um transmissor ultrassônico está sujeito a muitas interferências, que afetam a
potência do eco. Muitos destes fenômenos estão além do controle do fabricante de
instrumento. O instrumento pode fazer compensação da temperatura, evitar a condensação,
focalizar e amplificar o sinal do pulso, porém é incapaz de alterar a reflexão, propagação ou
absorção do processo.

Fig. 17. Medição de nível por ultrassom

4.15 Células de carga


Há uma correlação entre o peso líquido do tanque e o seu nível. As células de carga
sentem o peso do tanque e através de uma tabela de calibração, infere-se o seu nível.
Células de carga foram consideradas o melhor sensor para medição de inventários para
estes tanques, por muito tempo. Como células de carga requerem uma grande engenharia e
tem alto custo de instalação para tubulações especiais, suportes e sistemas de calibração,
atualmente se procuram alternativas que ofereçam melhor desempenho no chão de fábrica.
A precisão de instalação com célula de carga é de ±0,25%, quando se tem calibração
eletrônica. Balanças que pesam caminhões que entram e saem da fabrica e que são usados
para encher ou esvaziar tanques de armazenagem em unidades de produção podem ter uma
precisão de ±0,1%. Esta precisão é conseguida desde que não haja vibração, deflexão ou
restrição do movimento do tanque. Vibração pode aparecer de equipamentos vizinhos,

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agitação, ebulição ou reações gasosas. Deflexão pode ser resultado de vento, calor solar,
enchimento, expansão termal da tubulação e deslocamento da estrutura. Restrições em
movimento podem ocorrer de tubulação e das conexões de suporte que não são
suficientemente flexíveis.

Fig. 18. Medição de nível por pesagem com células de carga

5. Conclusão
A medição precisa e confiável do nível embora fácil, quando comparada à medição de
temperatura e vazão, requer certos cuidados e o completo conhecimento dos detalhes da
aplicação. Para medições mais precisas, como de transferência de custódia, deve-se
conhecer totalmente a geometria do tanque, para a instalação correta do medidor de nível,
como o radar, que é colocado acima ou externamente ao tanque. A documentação também
deve ser atualizada e estar de conformidade com o as built da instalação.
A grande variedade de sensores e tecnologias torna mais difícil a escolha do sistema
mais adequado. O essencial é saber exatamente o que se quer, analisar as tabelas propostas
na literatura especializada, fazer a média ponderada dos parâmetros mais relevantes da
aplicação real. Saber que mesma uma medição prosaica de nível, se errada, pode ser
catastrófica (Usina de Three Mile Island, e Refinaria de BP Deer Park foram acidentes
provocados por medição incorreta de nível).
E o nível do artigo, como foi?

6. Referências bibliográficas
1. Lipták, B. G., Process Measurement and Analysis, 3ª. ed., Butterworth Heinemann,
1995.
2. McMillan, G. K., Essentials of modern measurements and final elements in the
process industry, Research Triangle Park, ISA, 2010.
3. Trevathan, V. L., Guide to the automation body of knowledge, 2nd. Ed., Research
Triangle Park, ISA, 2006.
4. ISO 4512, Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Equipment for Measurement
of Liquid Levels in Storage Tanks – Manual Methods, 2000.
5. ISO 4266-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products - Measurement of Level and
Temperature in Storage Tanks by Automatic Methods -- Part 1: Measurement of Level
in Atmospheric Tanks, 1994.
6. OIML R71 – Fixed Storage Tanks. General Requirements, 1985.
7. OIML R85 – Automatic Level Gauges for Measuring the Level of Liquid in Fixed
Storage Tanks, 1998.

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