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DESCRIÇÃO FENOMENOLÓGICA
Arthur Fleck, homem de meia idade que vive na pobreza, condição financeira difícil,
muito magro, rosto pálido, seco e sem vida.
O que é emocionalmente valioso para ele é sua mãe. Todas as noites ele
assiste com a mãe seu talkshow favorito com o apresentador Murray, cuida de sua
mãe que é doente, dá comida e banho. É carinhoso e muito próximo de sua mãe.
Fala para as pessoas que sua mãe diz que ele nasceu para fazer as
pessoas sorrirem. Arthur é muito tímido e retraído. Demonstra carência paterna.
A cidade que ele vive, Gothan City, é uma cidade que está sofrendo com a
recessão, uma onda de desigualdade social, no momento das cenas está ocorrendo
uma greve extensa dos lixeiros que já dura seis semanas.
A única coisa que alegra sua vida é o seu trabalho como palhaço. Enquanto
ele alegrava as crianças em seu trabalho em um hospital, sua arma cai no chão,
causando, assim, sua demissão. Arrasado após sua demissão, no trajeto de volta
para sua casa, dentro do metrô, três jovens executivos assediam uma garota. Neste
momento, Arthur começa sua risada patológica (angústia), causando irritação nos
jovens, que então começam a espanca-lo. Diante dessa situação, Arthur saca a
arma e atira nos jovens, matando um a um. Após cometer os assassinatos, Arthur
foge, e ao entrar em um local, se acalma e começa a dançar.
O personagem principal vai, então, até o sanatório onde sua mãe esteve
internada, e descobre que ela realmente tem transtornos mentais, e que ele, na
verdade, foi adotado por ela. Além disso, descobre que sofreu inúmeras violências
domésticas durante sua infância, e durante uma dessas agressões, sofreu um
traumatismo craniano, acidente que possivelmente causou seu transtorno de
expressão involuntária (Risada Patológica).
Por conta de toda recessão que atinge a cidade, o governo corta o seu
tratamento, não havendo acesso mais aos seus atendimentos com a assistente
social e nem a seus medicamentos. A partir de tudo isso, Arthur inicia a construção
de seu personagem, o Coringa, e começa a cometer uma série de crimes. Mata sua
mãe no hospital, provoca as mortes dos policiais que o investigam, e mata o colega
que lhe forneceu a arma.
Neste meio tempo, Arthur é convidado pelo apresentador Murray para ser
entrevistado em seu programa, convite que ele aceita, e planeja aproveitar o
momento para mostrar ao mundo o seu personagem. Ele muda a cor do seu cabelo,
usa maquiagem de palhaço e usa roupas extravagantes e coloridas para aparecer
no programa. Durante o programa, fala de todos os sentimentos que o acometeram
no decorrer de sua vida, culpando a sociedade por seus problemas. Confessa os
seus crimes, e mata o apresentador em transmissão ao vivo, causando rebeliões por
toda a cidade.
Arthur sai do programa algemado e é levado para o sanatório.
Cena Um:
Arthur está se preparando para sua atuação como palhaço, ele se maquia,
tenta forçar um sorriso no rosto, levantando os lábios com o dedo, e enquanto isso
uma lágrima escorre de seu olho. Na cena, é notório o isolamento de Arthur, ele está
sozinho em sua bancad, enquanto é possível ver, através do espelho, um grupo de
colegas que conversa e interage atrás dele.
Cena Dois:
Quando Arthur diz à assistente social que nunca foi feliz, e que sua vida não
faz sentido, percebe-se em sua fala a representação do que diz respeito ao vazio
existencial.
Cena Três:
Nesta cena, após o episódio em que sua arma cai de seu bolso durante sua
apresentação em um hospital, Arthur é demitido pelo seu chefe. Neste momento, ele
diz ao chefe que este emprego é tudo que ele tem.
Cena Quatro:
Arthur procura Thomas Waynne pensando que ele poderia ser seu pai e
buscando algum contato. Ao confrontar o possível pai, ele é recebido com pouca
empatia, e neste momento descobre, além de sua mãe ter transtornos mentais, ela
nunca esteve realmente grávida, e que ele é, na verdade, adotado. Para completar,
Waynne dá-lhe um soco na cara.
Nesse momento, percebe-se que Arthur sente, mais uma vez, o que se
relaciona ao vazio existencial, através da rejeição por parte de quem ele achava que
seria seu pai, e pela perspectiva de perder o único sentido que ele tinha em sua
vida: sua mãe.
Cena Cinco:
Arthur descobriu verdades sobre sua mãe e sobre seu passado. Sua mãe
tem transtornos mentais, que ele é adotado e sofreu violência doméstica de sua mãe
e seu padrasto. Além disso, diante das agressões sofridas, ocorre um traumatismo
craniano, ele foi encontrado amarrado e desmaiado junto a um radiador, situação
que possivelmente causou o transtorno que acomete Arthur.
Em todas essas cenas e diante da história de Arthur, fica claro que ele não
tem um sentido na vida, e um vazio existencial o acomete. No decorrer do filme, o
personagem está constantemente buscando um sentido, sendo ao tentar perseguir a
carreira em stand up comedy, seja ao buscar as verdades sobre seus pais e sua
infância.
Além disso, notamos que no filme aborda questões sociais, que vimos ainda
nos dias de hoje no que tange as exclusões sociais, por diversas questões e no caso
dele por ser talvez, diferente dos demais ou ter um transtorno mental. Escolhemos
mais uma cena que estava escrito em seu diário a seguinte mensagem: “A pior parte
de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como
se não a tivesse”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FRANKL, Viktor E. Um sentido para a vida: Psicoterapia e Humanismo. 14. ed. São
Paulo: Ideias e Letras, 2005.
DURKHEIM Émile (1893), De la Division du travail social, Paris, PUF, apud TOMÁS,
J.S.P. A invisibilidade social, uma perspectiva fenomenológica. Conference: VI
Congresso Português de Sociologia: “Mundos sociais, saberes e práticas. Jun 2008.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/228333118_A_invisibilidade_social_uma_p
erspectiva_fenomenologica. Acesso em 12. Mai 2020