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A BOA VIDA

Inaki Abalos
a casa existencialista (1926)
martin heidegger (alemanha, 1889-
1976)
 Cabana nas montanhas, 6 x 7 metros, com três cômodos: cozinha, quarto e estúdio. É
feita de matérias naturais;
 A casa gravita ao redor do sujeito existencial que pensa e se interroga sobre si mesmo;
 Contradição com a modernidade tecnológica alienada. A casa como refúgio;
 Volta às raízes, à origem: habitar é cuidar, cultivar a terra; Relação com a natureza;
 Lugar, memória e natureza em oposição à espaço, tempo e técnica (modernidade);
 Quem é o sujeito que habita a casa existencial? Alguém que herda a casa de seus pais,
cuida e transmite (ponte) para seus filhos;
 A casa protege do mundano e superficial exterior (invasão do rádio e da tv);
 É centrada na sala (família), não tem espaço privativo;
 É um retorno a uma relação equilibrada com a natureza, com um habitar simples e
modesto, em harmonia com o passado.
a casa zaratustra (1933)
mies van der rohe (alemanha, 1886-
1969)
 Zaratustra foi um profeta persa que defendia a luta individual do bem x mal;
 Mies van der Rohe foi diretor da Baauhaus (1930-1933)
 Casas pátio urbanas, populares, de baixo custo, com boa orientação solar e
aproveitamento racional do terreno;
 Materiais industriais (vidro, aço, concreto) e tradicionais (tijolo, pedra);
 Repetição da unidade, mas de forma individualizada (variações);
 Vida moderna não se constitui de famílias (van der rohe havia se separado);
 Isolamento após a rotina conturbada da cidade;
 Espaço como continuidade e conexão (sem divisórias);
 Funcionalidade, privacidade (muros), silêncio. Liberdade e ausência de controle social;
 Relação contemplativa (vidros) / meditativa com a natureza. Tempo cíclico (24 horas,
a casa fenomenológica
pablo picasso (espanha, 1881-1973)
 Representa uma casa anárquica e desordenada, livre.
 O sujeito fenomenológico não analisa ou explica o mundo (espectador), ele experimenta
(participa); Ele é como um menino em férias na sua casa natal;
 Em sua casa, Picasso pinta, brinca com o filho, conversa, rememora o passado e vive o
presente;
 A casa fenomenológica é uma grande casa familiar, com sótãos, recantos secretos,
corredores compridos, sem um sistema hierárquico ou funcional. Sem unidade ou
coerência. Ela é um acúmulo, com múltiplas salas;
 Ela é orientada por desejos e afetos. O meio natural não é externo, ele participa da casa;
 Nela estão em desordem aparente objetos pessoais e sentimentais, móveis, cores, odores,
a bigger splash: a casa do
pragmatismo, 1967
arte pop, 242 x 243 cm, óleo sobre
tela
david hockney (eua, 1937)
 A pintura é uma síntese da relação entre a arquitetura, a cidade e a natureza. Representa o
instante do mergulho de uma pessoa na piscina de uma casa moderna com o céu azul, as
palmeiras e o clima tropical. É um convite para experimentar.
 No pragmatismo a teoria e a prática estão juntas. As teorias devem responder aos
problemas práticos.
 Os problemas são um desafio a criatividade. Os sucessos do passado informam o
presente.
 A arte, a arquitetura, em última instância, a casa, adquirem, um vínculo emocional com a
paisagem, constituindo experiências.
 A casa é feita para trazer prazer, conforto, facilidade e bem-estar através de todos os
the factory (1964)
andy wahrol
 O loft (espaços industriais de Nova Iorque convertidos para uso residencial) como um
espaço habitável anarquizante (embora Wahrol não morava no loft e sim com a sua mãe).
Apropriação do espaço.
 Combinação de sedução e glamour nesse estilo de vida americano da cultura
underground (contracultura);
 Forma de vida alternativa, marginal e sem laços familiares (crítica a esse modelo
ideológico de perpetuação da ordem social). Desvio. Contestação. Negação do
positivismo. Caos. Consumismo fetichista dos produtos de massa.
 Ambiente de festas e trabalho (atelier e estúdio dos artistas, galeria de arte), intensamente
frequentado.
cabanas, parasitas e nômades: a desconstrução da casa (década
1980)

Filme One Week, Buster Keaton, 1920.


O jovem casal adquire uma casa pré-fabricada
com manual de montagem com instruções
incorretas que resultou em uma casa que é o
símbolo da família moderna. A casa acaba
destruída pelo mesmo que trem que a trouxe.
 Discussão e desconstrução dos pensadores modernos (humanismo e ideologias
burguesas).
 Não há uma casa materializada. Renúncia a todas as alternativas e modelos tradicionais.
Habitar a impossibilidade. Morte do sujeito, incapaz de seguir ou se opor as regras.
Desaparição. Deserto.
 Desmancham-se os limites entre o privado e o público. Romance Big Brother de George
Orwell (1984) onde o “irmão mais velho” está sempre te observando.
 Nomadismo diante das constantes mudanças econômicas, tecnológicas, sociais.
 Jovens independentes, ociosos e consumistas, um sujeito banal, parasitário. Imediatismo
da necessidade presente (hedonismo). Evita a superacumulação. Desapego, são turistas,

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