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ARTE CONTEMPORÂNEA

Raquel Cardoso 2018


INSTALAÇÃO – ARTE
AMBIENTAL
• Construção de um ambiente
envolvendo a relação entre os
objetos, o ponto de vista e o corpo
do observador.

• Geralmente não poderá ser


transportado para outro lugar e
deverá desaparecer após a
exposição.

Porta 11, Marcel Duchamp,1927.


❑O espaço que
O ESPAÇO PERCEBIDO envolve o corpo do
sujeito faz parte
da obra.
❑Participação física
dos observadores:
arte
experimentada.

Lygia Clark. A casa é o


corpo: penetração,
ovulação, germinação,
expulsão (The House is the
Body), 1968.
Tropicália (1969), de Hélio Oiticica

MÚSICA: Destaque para os cantores-


compositores Caetano Veloso e Gilberto
Renuncia ao tradicional objeto de arte Gil. Buscavam universalizar a linguagem
da MPB, incorporando elementos da
como artigo de luxo único, permanente, cultura jovem mundial, como o rock, a
psicodelia e a guitarra elétrica.
portátil e vendável.
Mistura dos campos: escultura,
pintura, música
Envolve tempo, elementos
sonoros, olfativos, táteis, podem
ser documentados em imagens
fixas.

'Babel', Cildo Meireles, 2001-2006.


900 rádios, 5 metros x 5 diâmetro
Com base no texto VII, na imagem e nos
conhecimentos sobre arte contemporânea,
assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, o alvo da crítica posto por
esse trabalho.
a) A hegemonia da pintura no mercado
das artes.
b) A utilização de multimídias na arte
contemporânea.
c) A postura ativa e participativa do
público de arte contemporânea.
d) Os espaços institucionais da arte.
e) Os princípios da arte e da arquitetura
moderna.
ARTE ENGAJADA (GUERRILHA) 1968-69-70.
Cildo: Inserções em circuitos ideológicos – projeto coca cola
Quem Matou Herzog? (1970).
Tiradentes – Totem-monumento ao Preso
Político (1970), de Cildo Meireles
TROUXAS ENSANGUENTADAS (1970), DE ARTUR
BARRIO
Arte anônima, no
auditório de ópera e
Ballet de Amsterdã.
(UEL 2015) Leia o texto e analise as imagens a seguir.
A Coca-Cola é lançada em 1886 em Atlanta na máquina de refrigerantes da
Jacob’s Pharmacy. Como muitas pessoas que mudaram a história, John Pemberton,
um farmacêutico de Atlanta, foi inspirado pela simples curiosidade: em uma tarde,
ele agitou um líquido cheiroso com cor de caramelo e, quando parou, levou a
mistura até a vizinha Jacob’s Pharmacy. Lá, a mistura foi combinada com água
com gás e provada pelos clientes, que foram unânimes: essa nova bebida era, de
alguma forma, especial. Então, ela passou a ser vendida na Jacob’s Pharmacy a
cinco centavos o copo. Um século depois a The Coca-Cola Company produzia mais
de 38 bilhões de litros de xarope fazendo com que o produto alcançasse, nos
dias de hoje, extrema popularidade em vários países do mundo.
(Adaptado de: História Coca-Cola Global. Disponível em: Acesso em: 1 ago.
2104.)
Como elemento introjetado na cultura moderna e contemporânea, a Coca-Cola foi um
elemento utilizado e/ou apropriado por diversos artistas, como na pintura Cinco
Garrafas de Coca-Cola, do artista americano Andy Warhol, e na intervenção Inserção
em Circuitos Ideológicos: projeto Coca-Cola, do artista brasileiro Cildo Meireles.
Com base no texto, nas imagens e nos conhecimentos sobre a produção dos
referidos artistas,
a) descreva as principais características da produção de Andy Warhol relacionando-
as com a utilização da Coca-Cola como elemento figurativo e simbólico;
b) aborde o trabalho Inserção em Circuitos Ideológicos: projeto Coca-Cola, de Cildo
Meireles, salientando o teor crítico/político desta proposição artística.
a) As obras de Andy Warhol se particularizam pelo uso da cor brilhante e
saturada, pelo emprego de materiais industriais e pelo efeito de repetição e
simultaneidade. A multiplicação das imagens enfatiza a ideia de anonimato e
também o efeito decorativo ligado ao universo da propaganda. As imagens,
em sua maioria, são destacadas e reproduzidas quase que mecanicamente com
o auxílio da serigrafia, linguagem que afasta qualquer vestígio do gesto do
artista. Como artista da Pop Art, Andy Warhol buscou uma arte popular (pop)
que se comunicasse diretamente com o público por meio de signos e símbolos
retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e a vida cotidiana, como
a garrafa de Coca-Cola, símbolo da sociedade de consumo, da
globalização e da industrialização. Dessa forma, Andy Warhol eleva
a ícone os mais banais objetos de consumo, espelhando os
hábitos da sociedade americana de sua época.
b) Cildo Meireles se interessa em diminuir o intervalo que separa a arte da vida.
Desde o início de sua trajetória, seus trabalhos já ultrapassam o âmbito das
metáforas: não se trata de obras que se referem ao mundo a distância, mas que
se constroem a partir de objetos concretos e triviais, apropriando-se, inclusive, de
garrafas de Coca-Cola e do trânsito que esse objeto estabelece na ordem
cotidiana (circuito de distribuição). Em Inserção em Circuitos Ideológicos: projeto
Coca-Cola, o artista gravou nas garrafas de refrigerante (embalagens de
retorno) informações, opiniões e críticas e devolveu-as à circulação. Para gravar
as frases (como “Qual o lugar do objeto de arte?” e “Yankes go home!”), Cildo
Meireles utilizou o processo de serigrafia com tinta branca vetrificada, que não
aparece quando a garrafa está vazia, mas sim quando está cheia, porque então
se torna visível a inscrição contra o fundo escuro do líquido da Coca-cola. Assim,
a garrafa de Coca-Cola, símbolo da sociedade capitalista e
consumista, é convertida em suporte de protesto e denúncia por
meio de formas subversivas de atuação. A ideia era usar a extensão
da circulação de garrafas, esse circuito de permanente movimento, para se
chegar a diferentes pessoas.
INTERVENÇÕES

No Rio de Janeiro, 594 vassouras são fixadas na praia de Copacabana, em ação


Contra a corrupção
Ativista
Mundano, na
represa de
Atibainha
Diferentes das instalações que ocorriam em um ambiente fechado ou aberto, as
intervenções ocorrem sempre em ambientes abertos e apresentam propostas de
espaço a ser explorado.

Joren Koolhas e Dre Urhan, favela painting, 2006


ARTE CONCEITUAL

Colocar a ideia ou o
conceito que a obra
possui no lugar da
experiência visível na
arte.

Uma e três cadeiras,


Joseph Kosuth.
Barbara Kruger
Iranian Street Art
Duo Icy and Sot
– Coca Cola
Molotov, 2010.
GRAFFITE

Odeith,
grafiteiro
português.
Bansky,
grafiteiro
anônimo da
Grã Bretanha.
INTERVENÇÃO
ESCULTURA
GRAFITTE
ARTE CONCEITUAL
INSTALAÇÃO
LAND ART

❑Terrenos naturais são usados


como ambiente para a obra e
viram parte integrante dela.
❑Estão fora dos museus.
❑Natureza é o verdadeiro
agente da obra: erosão,
chuva, estações modificam o
caráter primário.
❑Rompe com a noção de
perenidade e estabilidade. A plataforma espiral, Robert Smithson, lagao
salgado de Utha, EUA.
• Preocupações ambientais.
• Desenvolvimento econômico e
industrial predatório.
• Desconfortáveis mensagens
sobre a maneira como o
homem vive.

O espaço físico
(desertos, lagos,
canyons, planícies
e planaltos) é
campo onde os
artistas realizam
intervenções.
Campo de raios, Walter de Maria
Arte interativa
• Participação direta do espectador para que a obra tone-se efetiva.
• Reflexões sobre o papel desempenhado pela tecnologia.

Roupa corpo
a corpo,
Lygia Clark,
1968.

David Bowen, fly


Tweet, 2012.
Acerca dessas manifestações artísticas na contemporaneidade, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às
afirmativas a seguir.
( ) Manifestações como as de Efigênia Rolim e Jum Nakao são parte de um programa de reciclagem
dos detritos industriais para reduzir o problema do lixo nas grandes cidades.
( ) As intervenções de Efigênia Rolim minimizam as fronteiras entre as produções visuais, cênicas e
literárias.
( ) Em Luxdelix, a presença da ironia, ao aproximar luxo e lixo, evidencia o aspecto crítico da obra.
( ) As manifestações de Efigênia estão em sintonia com os paradoxos presentes nas cidades.
( ) Para Efigênia Rolim e Jum Nakao, arte e vida são instâncias separadas e isto pode ser notado na
escolha dos materiais que constituem seus trabalhos.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, V, F, F.
b) V, F, F, V, V.
c) F, V, V, V, F.
d) F, F, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.
Body Arte
Gabarito: a
PERFORMANCE

• “É a arte plástica, mas sua


natureza não é exclusivamente
pictórica, é também
cinematográfica, poética,
teatral, alucinatória,
sociodramática, musical,
política, erótica, psicoquímica.
Não se distingue unicamente
aos olhos do observador, mas
a todos os seus sentidos”. Grupo Fluxus, “Como explicar desenhos a uma lebre
morta” (1965)
Manifesto de George Maciunas, um dos fundadores do Fluxus,
1963:

Joseph Beuys, 'I like America and America likes me' (New York) 1974
Marina Abramovic
A performance é a
execução e um trabalho
de arte diante de uma
audiência viva, embora
possa acontecer também
como integração a
outros meios, como
vídeo, cinema, trabalhos
de rua.
Marina Abramovic em Rhythm 5 (Ritmo 5) realizado no
Student Cultural Center, Belgrado, 1974 Foto: Divulgação
“Quero usar meu corpo como material e
manipulá-lo”
Beth Moyses

Performance coletiva do dia 25 de


novembro de 2000, Dia
Internacional da Não Violência
contra a Mulher.
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=OpAJIeDJPUA
• 5º Prêmio Marcantonio Vilaça - Berna Reale (PA)
Performances de Berna Reale
HAPPENING

Improvisações
conduzem a cena -
ritmada pelas
ideias de acaso e
espontaneidade

Não é repetível Compositor John Cage: música aleatória com


instrumentos não convencionai "4'33"", de
1952 – silêncio, paisagem sonora.
ACONTECIMENTO
COM A
PARTICIPAÇÃO
PÚBLICO.
Estrutura flexível,
sem começo, meio
e fim.
Não há enredo, assim como não há separação entre
o público e o espetáculo.
• Elementos do teatro, das artes visuais e da música
• Tentativas de dirigir a criação artística à realidade urbana
• Rompimento de barreiras entre a arte e não-arte.
(UEL 2012 - ADAPTADA) No texto a seguir, a artista brasileira Beth Moysés descreve
uma performance realizada por ela.
Tem uma performance em que as mulheres, vestidas de noiva (eu fiz esse trabalho em
Montevidéu, em Las Palmas, nas Ilhas Canárias, e em Cáceres, na Espanha), caminham
para uma praça, sentam-se em círculo e colocam luvas transparentes nas mãos. Com
um fio preto e uma agulha elas vão bordando; como a luva é transparente, elas
bordam a linha da vida pensando na vida delas, em tudo o que passou. Quando o
bordado está pronto, elas tiram as luvas, como se descascassem a pele antiga e
começassem uma nova vida. (CANTON, K. Da Política às micropolíticas. São Paulo:
Martins Fontes, 2009. p.48-49.)
Com base no texto, na
imagem e nos conhecimentos
sobre o tema, diferencie o
teatro, performance e
happening.
O TEATRO é uma forma de arte na qual um ou vários atores
apresentam uma determinada história, planejada e ensaiada, que
desperta na plateia sentimentos variados. Na PERFORMANCE,
nenhuma apresentação é igual a outra, elas são mais experimentais e
antinarrativas, valorizando a originalidade mais que o ensaio.
Geralmente, não tem começo nem fim, pois é um pedaço do processo
criativo do artista que é exposto ao público. Por esse motivo, o artista
performático raramente ‘representa’ outro, em vez disso, permite que a
sua multiplicidade de egos e vozes se apresente ao público. A
performance pode contar ou não com a participação do público,
enquanto no HAPPENING (ou acontecimento), essa participação é
fundamental, o que lhe confere um caráter muito mais imprevisível que
o teatro e a performance. Assim, a improvisação da cena conduz o
happening ao acaso e à espontaneidade. Geralmente não há trama,
nem enredo.

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