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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE


DIREITO

PARECER SOBRE A ARGUIÇÃO DE


DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL, ADPF/186,
APRESENTADA AO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

MARIA VICTORIA GOMES DA SILVA


NASCIMENTO
PARECER SOBRE A ARGUIÇÃO DE
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL, ADPF/186,
APRESENTADA AO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

CAMPINAS
2021
Introdução

O seguinte relatório de Brasil Contemporâneo, do curso de direito da Pontifícia


Universidade Católica de Campinas, direcionado pelo professor Lindener Pareto Junior,
tem como fundamento principal a análise do texto “Parecer sobre a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental, ADPF/186, apresentada ao Supremo Tribunal
Federal” de Luiz Felipe de Alencastro.

Objetivos

O objetivo desta análise é compreender a importância dos brasileiros afrodescendentes,


que se auto-declaram como pretos e pardos, e como eles passaram a formar a maior parte
da população do Brasil.

Importância

A importância do tema é a dos ensinamentos sobre nossa história, uma mudança que vai
além da demografia e traz a tona os questionamentos sobre quem somos e de onde viemos.
Um passado que deu origem a população brasileira devido a presença da população negra
em nossa história que foi marcada pela violência e escravidão.

A população Afrodescendente na História do Brasil

É fundamental relacionarmos o início da história do povo brasileiro aos negros trazidos ao


país entre os séculos XVI e XIX. Milhões de negros foram trazidos como escravos para o
Brasil e em meio ao sofrimento e a miséria ainda foram capazes de formarem familias que
nos dias de hoje representam maior parte do povo brasileiro. O Brasil foi o País que
praticou a escravidão em maior escala de toda América. O Império do Brasil mesmo sendo
considerado uma nação independente no século XIX continuava praticando o tráfico
negreiro. Mesmo com diversos tratados sendo consolidados para colocar um fim na
escravidão, era comum a prática do tráfico clandestino da população africana em terras
brasileiras. O Brasil foi o ultimo País do continenente a abolir a escravidão e isso ocorreu
devido a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888 que foi aprovada não por um
gesto de solidariedade mas pela força que o abolicionismo ganhou após a aprovação da Lei
Eusébio de Queirós que pretendia colocar um fim no tráfico negreiro. Os escravos
realizavam fugas em massa o que deu origem aos quilombos que se tornaram centros de
resistência. O ano de 1880 foi marcado por diversos casos de revoltas e fugas de escravos e
a pressão realizada pelos escravos e a população livre fez com que o Império perdesse o
controle sobre a situação aprovando-se entao a Lei Áurea. Esta conquista foi bastante
celebrada, mas a população negra, no entanto, não teve suporte e continua até os dias de
hoje sendo vitima de preconceito, violência e falta de acesso às boas oportunidades como o
estudo.

ADPF/186

Como visto anteriormente, na breve narrativa sobre a população afrodescendente na


história do Brasil, a população que se auto-declara preta ou parda mesmo após anos de luta
e de finalmente alcançarem a sua liberdade, ainda sofrem preconceito e restrição ás
oportunidades. No texto de Alencastro, o autor procura defender o seu posicionamento de
ser a favor as cotas raciais especialmente ao Ensino Superior. Ele busca defender sua tese e
seu ponto de vista explicificando fatos reais da atual situação decorrente a presença da
população negra nas instituições de ensino. Podemos ver que a desigualdade racial ainda é
existente e devemos tratar desigual o problema gerado por uma situação desigual. Podemos
tirar como exemplo as mulheres, até 1932 quando foi instaurado o voto feminino, os
tradicionalistas alegavam que a capacitação política das mulheres iria dividir as famílias e
conturbar a tranquilidade da nação. Podemos fazer uma comparação entre as situações de
desigualdade racial com desigualdade de gênero que pouco a pouco vão tomando seu
espaço na sociedade. Podemos analisar que entre 1999 e 2008 a diferença entre brancos e
negros no ensino fundamental e ensino médio é praticamente a mesma. Porém, vemos uma
disparidade entre os dois grupos no Ensino Superior. Por esta razão, o autor através de
estudos sobre o assunto e pesquisas para consolidar seus argumentos reafirma sua adesão
ao sistema de cotas raciais nas instituições de ensino superior.

Conclusão

O autor, Luiz Felipe de Alencastro, procurou por meio de estudos aprofudados sobre o
tema, trazendo uma reflexão sobre o passado do povo brasileiro e a desigualdade entre
brancos e negros, deixar seu posicionamento a favor da cotas raciais nas instituições de
ensino superior. É importante ressaltar que para que uma sociedade prospere, é
fundamental que não haja desigualdade entre os povos que formam esta sociedade, e a cor
da pele de cada um, não deveria ser fator determinante para que se determine privilégios e
acesso à educação.

Bibliografia

ALENCASTRO, Luiz Felipe. Parecer sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental, ADPF/186, apresentada ao Supremo Tribunal Federal. São Paulo, 2010.
Disponível em: parecer.pdf (adusp.org.br)

ALENCASTRO, Felipe. África, números do tráfico atlântico. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz
e GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018, p. 60

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