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PRINCÍPIOS DO JOGO
JOGO DE FUTSAL
Objectivos
Momentos Princípios
Ações
Individuais Colectivas
1
24-06-2015
JOGO DE FUTSAL
Ataque Defesa
Penetração Contenção
A Compreensão do Jogo
Táctica de Equipa
2
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A Compreensão do Jogo
Acções de Jogo
Individuais Colectivas
Elementares Complexas
Táctica de Táctica de
Táctica Individual Grupo Equipa
(2 e 3 Jogadores)
A Compreensão do Jogo
• 1 x GR
• 1 x 1 + GR Individual
• 2 x GR
• 4x3+GR (estratégico)
• 2 x 1 + GR
• 4x4 jogo formal
• 3 x 1 + GR
Grupo • 5x4+GR (estratégico)
• 2 x 2 + GR
• 3 x 2 + GR
• 3 x 3 + GR Equipa
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Objectivos
• ATAQUE • DEFESA
JOGO DE FUTSAL
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Princípios de jogo:
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Ofensivos Defensivos
Penetração Contenção
Mobilidade Equilíbrio
Espaço Concentração
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Penetração vs Contenção
Exploração da possibilidade de Impedir a finalização ou progressão
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Mobilidade vs Equilíbrio
Romper com a estabilidade Reajuste espacial para a manutenção
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Espaço vs Concentração
Amplitude de espaço em largura Restrição do espaço disponível para
Penetração
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P
E
N
E
T
R
A
Ç
Ã
O
Cobertura Ofensiva
• Quando um jogador recebe a bola, deve receber
imediatamente por parte dos seus colegas acções de
cobertura atrás da linha da bola;
• Tendo em conta:
Dar opções técnico-tácticas da situação do jogo;
Diminuir a pressão dos adversários sobre o portador da
bola;
Possibilitar a manutenção do equilíbrio defensivo, em
relação ao companheiro de posse da bola.
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COB
OFE
Mobilidade
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MOBILIDA
DE
Espaço
Largura;
Profundidade.
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Contenção
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Cobertura Defensiva
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14
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Equilíbrio
30
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Concentração
Largura;
Profundidade.
32
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1x0 (GR)
• Ofensivamente
2x0 (GR)
• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador portador da bola ataca o • O GR deverá colocar-se perto da
GR, e passa ao jogador livre. linha de baliza para interceptar o
• Jogador livre deverá estar sempre passe ou defender o remate ao 2º
atrás da linha da bola. poste.
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2x1+ GR
• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador portador da bola ataca
defensor, e passa ao jogador livre. • Se estiver longe da baliza o
• Jogador que executou passe
defensor divide linha de passe;
deverá dar solução ao colega • A cerca de 12/13 metros da
(deslocado-se de imediato para o baliza oferece linha de passe e
2º poste ou ficar a dar apoio).
referencia o poste;
• O GR ataca imediatamente
jogador livre que recebe a
bola.
• O defensor fica a marcar o
jogador sem bola impedindo
que este a volte a receber.
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42
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3x1+GR
• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador com bola sempre no • O defensor deverá
corredor central temporizar o mais possível;
• Após passar a bola a um dos
colegas fica a dar apoio
Quando acontecer o passe:
• Se a bola foi para a ala esquerda, o
jogador da ala direita desmarca-se
imediatamente para o 2º poste - O GR ataca imediatamente o
jogador que recebe a bola,
• O jogador com bola terá duas
fechando o defensor o 2º
soluções: jogar para trás no apoio
poste.
ou passe para o 2º poste
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3x2+GR
• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador com bola sempre no • Os dois defensores deverão
corredor central defender à zona, e o GR
• Após passar a bola a um dos tenta proteger o 2º poste.
colegas fica a dar apoio Ou
• Se a bola foi para a ala - O GR defende um dos
esquerda, o jogador da ala lados, previamente
direita desmarca-se definido, ficando os
imediatamente para o 2º poste defensores responsáveis
• O jogador com bola terá duas por marcar os outros dois
soluções: jogar para trás no atacantes (corredor central
apoio ou passe para o 2º poste e lado contrário do GR).
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Se houver passe e o defensor não tiver tempo – INDIVIDUAL (GR ataca jogador livre);
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Níveis de Desempenho
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Futsal
Embrionário
Adesão massiva
Irreverência ideológica
Contexto:
Desejável emancipação e evolução,
Analogia com outras modalidades
cuja cultura desportiva está mais
desenvolvida.
Futsal
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Futsal Cognitivo
Nível de Desempenho
Condicional Coordenativo
PRIORIDADES
Cognitivo
Coordenativo
Condicional
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• Cognitivo
• Compreensão do jogo
• Acção táctica
• Funcionalidade
Futsal
Cognitivo
Coordenativo Condicional
Construção do exercício
Complexidade - Envolvimento
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5
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TENDÊNCIA
6
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Níveis de desempenho
• Fazendo uma análise vertical ao
jogo de Futsal, tendo como
referência o jogo praticado
pelas crianças que o iniciam e o
nível de desempenho desejado
para que um jogador possa
integrar uma equipa sénior,
verifica-se que existem
diferentes níveis evolutivos.
Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
• Aspectos coordenativos;
• Ações de jogo “Técnica individual”;
• Como se executam as ações de jogo individuais;
• Podemos colocar o porquê?
Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo
Níveis de desempenho
• NÍVEL BÁSICO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?
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24-06-2015
Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo
Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo
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Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo
Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo
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Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo
Níveis de desempenho
• NÍVEL ELEMENTAR
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?
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24-06-2015
Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes
garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não
provocados;
Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes
garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não
provocados:
• Complexidade cognitiva relevante;
• Maior intensidade nas ações a realizar;
• Contexto de oposição elevado;
• Refinamento das ações de jogo - total funcionalidade.
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24-06-2015
Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de
jogo:
• Qual a melhor organização posicional?
• Como aproveitar o espaço existente – manipular o espaço do jogo/exercícios;
• Princípios de jogo mobilidade e equilíbrio cumprindo os princípios espaço e
concentração
• Táctica de grupo e de equipa – entendimento.
Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos
estruturais e das respectivas funções;
• Entendimento das diferentes posições existentes no Futsal;
• Tarefas específicas de cada função do jogo;
• Noção dos diferentes espaços ocupados no espaço de jogo.
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24-06-2015
Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as ações
individuais começam a assumir;
• Funcionalidade total de cada ação de jogo
• Intencionalidade
• COMO TAL:
Níveis de desempenho
• NÍVEL INTERMÉDIO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?
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Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva
Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva
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Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva
Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva
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24-06-2015
Níveis de desempenho
• NÍVEL INTERMÉDIO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?
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NÍVEIS DE DESEMPENHO
Caderno de Exercícios
Metodologia:
NIVEL BÁSICO
Problemas:
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola
Organização:
Condução de bola num espaço limitado
(dentro da área). Ao sinal do Professor
dirigem-se para uma baliza (orientar
condução para um objectivo).
Colocar várias balizas, zonas de ponto, etc.
Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola, orientar rápido a ação para a baliza!.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola
Organização:
1 jogador sem bola todos os outros ficam
com 1 bola cada. O jogador sem bola é o
apanhador. Quando este apanhar um
colega invertem as posições. (Podem ser
inseridas condicionantes para a
condução).
Comportamentos Desejados:
- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola
Organização:
2 jogadores sem bola, 1 faz de apanhador
o outro serve de apoio aos colegas. Quem
estiver a ser perseguido passa a bola ao
jogador que faz os apoios e passa este a
ser o apoio. Se o aluno que está como
apanhador, apanhar um colega inverte as
posições.
Comportamentos Desejados:
- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada. Jogador
que está a servir de apoio deve orientar-se para o colega que está a ser perseguido pelo apanhador.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração.
Organização:
Grupos de três, todos com bola,
tentam passar com a bola controlada
nas balizas que têm um defensor.
Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para
passar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Passe, receção
contenção, posicionamento defensivo
Organização:
Grupos de três ou quatro com um
defesa que tenta intercetar a bola
Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Procura de linhas de passe livres, precisão no passe
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
Jogo 1x1 em cada zona do campo
com dois jokers que auxiliam o
portador da bola.
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do
portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Passe, recepção, drible,
Penetração, cobertura ofensiva e
contenção,
Organização:
GR+2+1x1+GR em 2 setores. Após
a bola entrar no setor ofensivo joga
2x1+GR
Comportamentos Desejados:
- Orientar a bola para a frente, após passe em profundidade um dos atacantes deve penetrar para a baliza.
Importante o modo como a bola é controlada face ao posicionamento do colega ou adversário.
Posicionamento defensivo, tempo para desarme, retorno defensivo
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
Jogo 2x2 + Joker em que 1 jogador
da equipa que defende é sempre
guarda-redes. Criam-se situações de
3x1.
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do
portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
1x1+joker, o joker é solução de passe
ao portador da bola.
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve dirigir-se para a baliza. Defensor deve esperar o melhor momento para desarmar o
atacante. Joker deve estar sistematicamente a criar linha de passe ao atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
Grupos de dois com bola, tentam
passar com a bola controlada nas
balizas que têm um defensor.
Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para
passar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e Cobertura
Ofensiva
Organização:
Jogo 2x2 em que 1 jogador da
equipa que defende é sempre guarda-
redes. Criam-se situações de
2x(1+GR).
Comportamentos Desejados:
- O atacante com bola procura dirigir as ações para a baliza adversária. O atacante sem bola efetua
cobertura ofensiva ao colega. O defensor revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão do
adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
2x2 + 2 jokers, cada equipa defende
1 baliza, jokers jogam na equipa que
tem a posse de bola.
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve direccionar-se para a baliza. Joker deve dar solução ao portador da bola.
Defensores evitam a progressão dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
Jogo 2x2 + 1 pivot cada equipa.
Pivot joga nos últimos 6 metros.
Podemos dificultar obrigando a bola
a ir ao pivot para finalizar .
Comportamentos Desejados:
- Atacantes procuram orientar as suas acções para a baliza adversária, atacante sem bola realiza cobertura
ofensiva ao colega. Defesas devem evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
GR coloca bola em jogo nos
atacantes, desenvolvem-se situações
de 3x1+GR, um jogador serve de
joker, o jogador que finaliza fica a
defender.
Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária, um dos colegas sem bola realiza
cobertura ofensiva, joker deve dar solução de passe ao portador da bola . Defensor deve evitar a progressão
e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Condução, drible/finta, controlo de bola
e penetração, contenção
Organização:
1x1, cada grupo faz ponto quando
coloca a bola numa zona(s) pré
definida(s)
Mais zonas menor dificuldade!
Comportamentos Desejados:
- Orientar a condução de bola para uma baliza em função do posicionamento do defensor. O defensor deve
impedir a progressão do atacante para as balizas.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração e contenção
Organização:
Jogo 1x1 em que o aluno tem várias
balizas.
Iniciar o exercício com passe entre
os dois e ao sinal jogar 1x1.
Comportamentos Desejados:
- Não perder o controlo da bola na sua condução e finalização. Orientar a condução de bola para a baliza
mais adequada, em função do posicionamento do defensor.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Condução, drible/finta, controlo de
bola, penetração e contenção
Organização:
Criar situações de 1x1+GR, depois
de finalizar, os alunos trocam de
posição.
Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Defensor deve evitar a progressão e
finalização do atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
3x3, cada equipa defende e ataca 2
balizas. Podemos pedir para marcar
na baliza central (maior) ou nas duas
laterais!
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve direccionar-se para uma das balizas que pode atacar. Melhor ocupação do espaço
de jogo de forma a poderem atacar e defender as 2 balizas, evitando a aglomeração de jogadores em torno
da bola.
NIVEL ELEMENTAR
Problemas:
- O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo
colectivo;
- Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as acções individuais
e colectivas de jogo;
- Aparece uma organização posicional e funcional simples;
- As ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as individuais
não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes;
- Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração e contenção
Organização:
Comportamentos Desejados:
- O atacante: desequilibrar o adversário direto ultrapassando-o. O defensor: impedir a progressão do
atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva e defensiva
Organização:
3x3, em cada meio campo apenas
podem estar no máximo dois
defensores.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes tentam progredir e finalizar aproveitando a superioridade numérica. Os defesas devem
coordenar as ações de forma a evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração e cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.
Organização:
Jogo 3x3 em que 1 jogador da
equipa que defende é sempre guarda-
redes. Criam-se situações de
3x2(+GR).
Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, numa zona do campo, aproveitando o
jogador de campo que têm a mais
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração e cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.
Organização:
2x2+ 2 jokers, as 2 balizas pequenas
não pertencem a nenhuma equipa,
as equipas pontuam sempre que
passarem a bola por entre os mecos e
dirigida a um colega que continua
com a posse de bola.
Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a progressão dos atacantes para as
balizas. Os atacantes devem ser capazes de alterar o sentido do jogo conforme a ocupação do espaço
defensivo.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção
Organização:
Criar situações de 2x1+GR) nas 2
balizas, o jogador que finaliza fica a
defender. GR coloca bola em jogo
nos atacantes, se defesa ganhar a
bola coloca fora.
Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Atacante sem bola oferece solução
ao colega. Defensor deve evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.
Organização:
Jogo (2+Gr)x(Gr+2) em meio-
campo.
Comportamentos Desejados:
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ELEMENTAR
Conteúdos: Esquema:
Cobertura defensiva, penetração e cobertura
ofensiva.
Organização:
Grupos de dois, atrás de cada baliza. O
Gr coloca a bola em jogo e desenvolve-se
uma situação de 2x2+gr. Continuamente
para cada baliza.
Comportamentos Desejados:
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes, enquanto estes tentam colectivamente procurar situações de finalização.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção e cobertura
ofensiva.
Organização:
4 (+Gr)x4 (+Gr), em cada quadrado
pode estar 2 atacantes e 1 defesa, o
atacante que passar a bola pode dar
apoio ao atacante, mas quando perder
a posse de bola regressa ao seu
quadrado. Criar situações de 2*1, para
facilitar a finalização.
Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno
da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Os defesas impedem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Contenção, cobertura ofensiva e defensiva
Organização:
3x2 + 2 Jokers, fazem manutenção
posse bola, quem passar no joker
troca de lugar com este.
Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo, criando solução de passe. Os defesas devem
coordenar as acções de forma a eliminar linhas de passe.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ELEMENTAR
Conteúdos:
Cobertura defensiva, penetração e cobertura Esquema:
ofensiva.
Organização:
Grupos de três, tentam realizar 10 passes
dentro do quadrado, ao conseguirem,
quem estiver em posse de bola ataca uma
baliza, provocando situações de 3x1+gr.
Comportamentos Desejados:
- No ataque: Coberturas ofensivas constantes ao portador da bola; Na defesa: recuperar a posse de bola
rapidamente. Mudar de atitude ofensiva para defensiva e vice-versa
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL BÁSICO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva
Organização:
Jogo (2+GR)x(GR+2) com apoio de
2 pivôs, na parte externa do campo,
mas em todo o espaço ofensivo.
Situações de jogo 4x2.
Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, aproveitando os apoios, para progredir
e finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ELEMENTAR
Conteúdos:
Contenção e cobertura defensiva, penetração e Esquema:
cobertura ofensiva.
Organização:
Jogo 4x4: a equipa que defende terá que
ter 2 jogadores na zona ofensiva e 2
jogadores na zona defensiva; a equipa que
ataca pode ter sempre 3 jogadores no
espaço que tem a bola.
Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram progredir no térreo e finalizar aproveitando a superioridade numérica.
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NIVEL INTERMÉDIO
Problemas:
- A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com
frequência, uma sequência de acções ininterrupta sem erros não provocados;
- Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo;
- Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das
respectivas funções;
- A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as acções individuais
começam a assumir;
- O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projecto colectivo em que as acções
individuais visão o benefício da equipa.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Posição defensiva, desarme e intercepção.
Penetração e contenção.
Organização:
Jogo (GR+1)x(1+GR) com 2 apoios
na linha de baliza.
Comportamentos Desejados:
- Do atacante: procura sistemática da penetração, através do recurso à finta, e da finalização.
- Do defensor: impedir a progressão e finalização do atacante através do desarme e da interceção.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.
Organização:
3 equipas de 3 jogadores. A equipa
com bola tenta passar a bola para a
outra equipa.
Podemos obrigar a efetuar um determinado
número de passes antes de passar a bola
para a outra equipa.
Comportamentos Desejados:
- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e criar espaços livres.
Defesas reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir que a
equipa adversária realize os 6 passes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Mobilidade (específica): combinações
ofensivas – paralela, diagonal, quebra, e
sobreposição.
Organização:
Grupos de dois executam o movimento
ofensivo.
Quem passa escolhe o movimento ofensivo para obrigar
o portador da bola a orientar a recepção de acordo!
Colocar defensor para obrigar a “escolher” o
movimento ofensivo
Comportamentos Desejados:
- Portador da bola executa adequadamente em função do movimento ofensivo do colega sem bola!
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.
Organização:
Jogo (3+GR)* (3+GR) + 2 jokers nas
linhas laterais em 1/3 campo
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio e
contenção.
Organização:
Jogo (3*3+GR) + 3 apoios ofensivos
para cada equipa. Apoios jogam a 2
toques.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.
Organização:
Jogo (3*2+2, os 3 atacantes recebem
bola do GR escolhem a baliza que
querem atacar, os outros defesas fazem
recuperação defensiva para anularem o
3*2 e passarem para 3*4. Jogo termina
quando a bola sair.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Rapidez na condução de bola para poder finalizar em superioridade numérica. Dar solução
de passe ao portador da bola.
- Defensores – Contenção defensiva de forma a retardar a finalização do ataque e poder criar uma
situação de 3*4.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva e
mobilidade.
Contenção, cobertura defensiva e
equilíbrio
Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) com 2 apoio
nas linhas de baliza
Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: mobilidade constante para criar ou encontrar espaços para finalizar.
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.
Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) com 1 apoio.
Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.
Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) em meio-
campo.
Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.
Organização:
Jogo formal em espaço reduzido
(2/3 campo).
Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: cumprir com os objetivos dos princípios ofensivos.
- Dos defensores: cumprir com os objetivos dos princípios defensivos.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.
Organização:
Jogo formal, cada equipa defende e
ataca 3 balizas. Golo nas balizas
pequenas 1 ponto, baliza grande só de
cabeça 2 pontos.
Comportamentos Desejados:
- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e espaços para finalizar.
- Defesas - Reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir
que o adversário finalize.
NIVEL ESPECIALIZAÇÃO
Problemas:
- O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se
possa partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração
Organização:
Jogo 4x4 + 1 jokers que está no circulo
central. Fazem circulação e posse de
bola, sempre que fizerem 1 passe no
joker fazem 1 ponto.
Comportamentos Desejados:
- Ataque - Mobilidade constante para criar e encontrar espaços livres, criar linhas de passe para colocar
bola no Joker.
- Defesas - Reduzir o espaço defensivo, reorganização constante para fechar linhas passe para joker.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.
Organização:
Jogo (3*3)+ 2 GR, dentro do campo
10*20, a equipa que conseguir fazer 3
passes sai em situação 3*1. Se marcar
continua se falhar entra outra equipa.
Estrutura 1.3.1
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para dar linha de passe.
- Defensores – Reorganização permanente de forma a eliminar linhas de passe ao atacante e pressionar
para provocar o erro.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL INTERMÉDIO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.
Organização:
4x4+GR, 2 balizas pequenas, o atacante que
passar com bola entre 1 das 2 balizas pequenas
sai do jogo com a bola e imediatamente entra em
jogo com bola o colega que está na linha de
fundo que pode finalizar logo na cara do GR ou
espera pelo apoio dos colegas.
Estrutura 1.4.0
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para poder finalizar ou espaços para
sair pelas balizas pequenas.
- Defensores – Reorganização permanente de forma a reduzir espaços de finalização ao adversário e
ocupação do espaço junto do portador da bola.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.
Organização:
4x4 + 2 apoios, quem passa no apoio
troca de posição com o colega que está
fora.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.
Organização:
Jogo formal, o aluno que receber a bola
não pode devolver o passe ao aluno que
lhe passou.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para dar soluções alternadas de passe.
- Defensores – Cumprir princípios defensivos.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.
Organização:
Jogo formal, os 4 alunos no centro do
campo estão sentados no chão, Gr
coloca bola na equipa atacante, os
alunos que estão no chão levantam e
equilibram rapidamente. Jogo termina
quando a bola sair.
Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Aumentar o ritmo de jogo de forma a evitar o equilibrio dos defesas.
- Defensores – Reorganização defensiva rápida para impedir a finalização.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.
Organização:
Jogo (4+Gr)x(Gr+4), todos os jogadores têm
uma bola na mão. O treinador diz o nome de um
praticante, este coloca a bola no chão e
desenvolve-se jogo (reorganização defensiva). Ao
perder a posse de bola chama um 2º jogador
(Idem).
Comportamentos Desejados:
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.
- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.
Organização:
Jogo (4+Gr)x(Gr+4) com 4 apoios. Os jogadores
que estão fora, como apoios, poderão entrar em
jogo, com posse de bola, assim que um colega o
solicitar, saindo do espaço de jogo com a bola
controlada.
Comportamentos Desejados:
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.
- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.
Organização:
Jogo formal, quando a bola sai, ou se o Professor
entender, coloca nova bola em jogo.
Comportamentos Desejados:
- Ataque: Aproveitar vantagem posicional da nova bola em jogo.
- Defesa: Reorganização defensiva em função da nova bola em jogo
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios
NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO
Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.
Organização:
Jogo formal com um apoio a atuar sempre pela
equipa que está em posse de bola.
Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
Federação
Portuguesa
de
Futebol
/
Desporto
Escolar
Ações
de
Formação
de
Futsal
DOCUMENTO
DE
APOIO
7. BIBLIOGRAFIA
1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO
1.1. Princípios
No âmbito das matérias nucleares dos Programas de Educação Física e das actividades propostas
verifica-se a necessidade de realização, anualmente, de um modelo de formação de “actualização”
técnico-didáctico com uma orientação específica. O facto da inexistência de formação específica nesta
área, aliada à auscultação e conhecimento das necessidades e motivações dos profissionais de
Educação Física em actualizar conhecimentos numa modalidade que é tão só a mais praticada no
Desporto Escolar e a que melhor se adequa às condições estruturais das escolas, justificam por si só a
iniciativa. O Futsal permite uma aprendizagem dos princípios de jogo de forma mais consciente e
simplificada, dado a sua organização estrutural (5x5), auxiliadora na compreensão de uma determinada
organização funcional do jogo, a maioria das vezes transferível para outros Jogos desportivos colectivos.
Para além de proporcionar conhecimento actualizado na aprendizagem do Futsal, orientando a acção
técnico-didáctica dos Docentes, pretende-se criar novas metodologias e estratégias de ensino na
abordagem aos Jogos Desportivos Colectivos. Desta forma, conjugam-se vários indicadores de uma
forma positiva para a realização de uma acção de formação com esta denominação.
Pretende-se, organizar uma acção de formação com uma duração de vinte e cinco horas, de modo a
contemplar os conteúdos prioritários relativos à aprendizagem do Futsal, estruturados para os vários
níveis de ensino.
1.2. Objectivos
Desta forma, a ação pretende atingir os seguintes objectivos:
Tal como em outras modalidades desportivas surgem grandes interrogações sobre a origem do Futsal. A maior
incerteza que se levanta é a seguinte: Será o Futsal uma modalidade genuinamente brasileira ou uruguaia?
O Futebol de Salão, primeira designação da modalidade, nasceu no Uruguai no início da década de 30 e foi
criado na Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevideu. Uma segunda versão afirma que a modalidade
começou a ser praticada no Brasil, no início dos anos 40, por jovens frequentadores da ACM, em São Paulo,
pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de Futebol livres para jogar. Assim, começaram a fazer
as suas peladas nos campos de basquetebol e hóquei. O Futebol de Salão começou então a expandir-se por
toda a América do Sul e, posteriormente, Europa e resto do Mundo.
“Em 25 de Julho de 1971, no Rio de Janeiro, foi criada a Federação Internacional de Futebol de Salão
(FIFUSA)” (Sampedro, 1997: 19) que passou a superintender os destinos da Modalidade a nível mundial, pois
possuía uma federação própria, sendo João Havelange o seu primeiro presidente. Sim, já na sua origem
denominaram o Futsal de Modalidade. A nova e universal designação “FUTSAL” tornou-se a conveniente
abreviatura não só de FUTbol de SALon e FUTebol de SALão (América do Sul), como de FUTbol SALa
(Espanha), uma vez que se tratavam das designações mais difundidas a nível mundial (Oliveira, 1998).
Actualmente, o Futsal é praticado em todos os continentes, com a implementação de várias competições
internacionais sob a égide da FIFA e da União Europeia de Futebol Associado (UEFA) e uniformização das
regras a nível mundial. É um dado adquirido que a modalidade se desenvolve a bom ritmo e o seu futuro parece
assegurado.
Portugal despertou para a realidade do Futebol de dimensões reduzidas nos finais da década de 70, e devido à
sua espectacularidade, emergiu a necessidade de organizar, promover e divulgar esta modalidade. Como
consequência deste facto surgiram as primeiras Associações de Futebol de Salão: em 1985 Lisboa, em 1986 a
do Porto, em Outubro de 1986 a do Ribatejo, em Novembro de 1986 a do Minho e em Dezembro de 1987 a de
Alcobaça (futura Leiria). Emerge, então, a necessidade da criação de uma entidade a nível nacional que gerisse
os destinos da modalidade.
Em 8 de Abril de 1988 surge a Federação Portuguesa de Futebol de Salão (FPFS), que passou a superintender
a modalidade em Portugal. A FPF aderiu, em 1985, ao futebol de cinco, devido à criação de uma variante de
futebol de salão da FIFA.
O Futebol de Salão foi crescendo gradualmente em Portugal até que em 1991, num clima de tensão latente, se
deu origem a um movimento liderado pela Associação de Futebol de Salão do Porto que, apoiada pelas
Associações de Futebol de Salão de Bragança, Vila Real e Algarve conduziu à separação/desvinculação da
FPFS e, consequentemente, ao abandono das provas organizadas por esta. Surge a Federação Portuguesa de
Futsal e uma regionalização das três variantes. No Norte o Futsal, no Centro e Sul o Futebol de Cinco e em
Lisboa e Setúbal o Futebol de Salão.
Em meados de 1997 a FPF e FP de Futsal assinaram um protocolo que previa a integração das associações de
Futsal no seio das associações de Futebol e a criação de uma comissão nacional, na FPF, de gestão para a
modalidade. Com esta união o número de equipas e de atletas aumentou consideravelmente. Na época
desportiva anterior existiam cerca de 28827 (dados da FP) atletas, em todos os escalões e sexos, a nível
nacional, distribuídas pelas várias associações distritais, sobre a égide da FPF. Se a estes juntarmos os
praticantes do Desporto Escolar e do Desporto Universitário teremos neste momento cerca de 70000 pessoas a
nível nacional, a praticar a modalidade, de todas as idades e ambos os sexos (Rocha, 2005).
O Futsal tem revelado, pese embora a sua, ainda, prematura história, uma massificação interessante. O
incremento significativo de equipas federadas, o número de praticantes (federados, ao nível do Desporto
Escolar e Ensino Universitário), a melhoria e incremento de instalações desportivas e consequente
apetrechamento específico bem como o enquadramento legislativo de que tem sido alvo, demonstram a forma
enérgica como esta modalidade tem vindo a aumentar.
Surgiram, no entanto, alguns sinais de preocupação. Verificamos que, nas últimas três épocas desportivas, a
evolução do número de praticantes foi menor e houve, até, decréscimo do número de atletas federados na
época que findou.
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
O Futsal, apesar de ser uma modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, não possui, ainda,
lugar de destaque, por exemplo, na pesquisa científica, contrariamente a outras modalidades com outro
enquadramento histórico, facto que se constata quando se procede à análise da literatura especializada.
Consequentemente, existem dificuldades na qualificação dos recursos humanos, pese embora se verifique uma
preocupação, no concerne aos treinadores, na formação o que em muito têm contribuído para o
desenvolvimento qualitativo da modalidade. O mesmo acontece com outros agentes desportivos importantes
como Directores, Equipas Médicas, etc. Em função deste trabalho, muitas vezes de forma autodidacta, a
organização do processo de treino e de competição vai evoluindo, vai gerando informação relevante. A questão
que se coloca é: Como se gere e organiza essa informação de modo a provocar desenvolvimento? As primeiras
gerações de “futsalistas”, com conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de prática e com uma visão
sustentada e enquadrada de forma específica, poderão iniciar funções de gestão na modalidade, em toda a sua
actividade e dentro da respectiva orgânica, Estas novas gerações, poderão desenvolver um “plano de
actividades“ para o Futsal, questionando e qualificando orgânicas.
Várias questões se colocam ao analisar o estado actual do Futsal em Portugal havendo, claramente, uma
questão central: Haverá potencial para o Futsal ser reconhecido como uma das modalidades de maior
relevância social em Portugal?
Julgamos que é perfeitamente possível, havendo uma visão estratégica focada, numa fase inicial, nos laços
internos da modalidade, Federação Portuguesa de Futebol e respectivas Associações, Clubes e relação com o
Desporto Escolar e Universitário. Posteriormente, numa segunda fase, efectuar a ligação ao meio exterior para
construir reconhecimento e constatar o potencial da modalidade de forma visível.
Nos anos iniciais, de desenvolvimento do Fustal, verificava-se que a maioria dos atletas eram seniores,
tendência que, positivamente, se tem vindo a alterar, com o aumento do número de praticantes jovens. Apesar
deste aumento, os escalões de formação com menor número de praticantes, são os referentes às etapas iniciais
dessa própria formação. Deveria ser exactamente o contrário, possibilitando a existência de uma estrutura com
base de praticantes alargada. Este facto anteriormente descrito é ainda mais evidente, pela negativa, no que se
refere ao Futsal feminino. É quase inexistente a formação de jovens praticantes de Futsal feminino.
9000
8000
7000
6000
5000
Masculino
4000
3000
Feminino
2000
1000
0
Gráfico 2 – Relação entre praticantes Federados Masculinos e Femininos (Dados FPF, época 2011/12)
O aumento de praticantes jovens tem-se verificado não apenas nos clubes federados, mas também, no
Desporto Escolar. Ao tentar relacionar os vários espaços de formação, ou antes, os vários “sistemas
desportivos”, verificamos que existem oportunidades a considerar no Desporto Escolar.
No Futsal escolar 70% dos atletas de Futsal do DE competem nos escalões Infantil e Iniciado, constituindo a
base da formação inicial da modalidade (74% no masculino e 59% no feminino), ao contrário do que se verifica
no Futsal federado. Dos cerca de 308 concelhos (municípios) do país, o Futsal escolar tem uma penetração em
243 concelhos (79%). Sabemos a problemática de desenvolvimento desportivo que vivemos no interior do país.
Existem cerca de 1476 equipas, que consequentemente necessitam de 1476 treinadores. Apesar de haver
qualificação pedagógica (Professores de Educação Física), há claramente défice de formação específica da
modalidade. Em relação à formação de árbitros, verificamos que 2361 jovens árbitros participaram na formação
ministrada pelo DE. Serão claramente, potenciais árbitros para integrar no subsistema a cada 4-5 anos (no
mínimo). O fortalecimento da relação clube-escola-comunidade poderá potenciar a possibilidade de se
minimizar uma das maiores debilidades dos clubes, a inexistência de instalações desportivas próprias. As
instalações desportivas existentes no meio escolar poderão vir a estar disponíveis em horários compatíveis às
necessidades dos alunos/praticantes e clubes. Existem números significativos de prática feminina, facto que não
se verifica actualmente no Futsal federado.
2500
2000
1500
Escolar
Federado
1000
500
0
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis
O Futsal escolar preenche claramente a lacuna existente no Futsal federado, mesmo sendo uma análise
meramente quantitativa. Sem realçar outras vantagens inerentes a centrar o processo de ensino/treino do jogo,
das etapas iniciais de formação, na escola.
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis
Após uma análise diagnóstica cuidada, e tendo em conta que pretendemos estabelecer uma determinada
estratégia para o desenvolvimento do Fustal, tal como no jogo, o foco da estratégia deverá estar na criação de
informação e não apenas, no processamento do que foi analisado.
A visão seria:
- Garantir o acesso aos jovens em idade escolar a uma prática de Futsal num ambiente educativo, de qualidade
e com diálogo permanente entre os agentes envolvidos.
- Proporcionar uma oferta adaptada às diferentes realidades e necessidades existentes no país, criando um
mapa da prática de Futsal do país.
A visão está assente numa co-responsabilização de todos os agentes envolvidos, com a finalidade de alcançar
os seguintes objectivos estratégicos:
Elevar o nível de qualificação técnica dos quadros envolvidos na formação de base no futsal escolar.
Criar condições para elevar as oportunidades de acesso a formação específica, qualificando e elevando a
intervenção técnica na etapa inicial de formação de Futsal jovem em idade escolar.
Qualificar os recursos materiais que participam na formação de base no futsal escolar. Qualificar os
meios pedagógicos disponíveis para a prática/ensino do Futsal escolar.
Aumentar a base de praticantes de futsal. Focar a intervenção na elevação do número de praticantes nos
escalões: escolas, infantis e iniciados.
3. O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLETIVO
Integrado no conjunto de modalidades que constituem os jogos desportivos coletivos (JDC), o Futsal, ainda não
possui lugar de destaque na pesquisa científica, tal como o futebol, basquetebol e voleibol. No entanto, nos
últimos anos, verificou-se um aumento no número de produção científica no que diz respeito à compreensão
dos constrangimentos informacionais que guiam o comportamento dos jogadores e equipas em jogo, isto é, as
relações espácio-temporais que caracterizam o jogo de futsal (Travassos, Araújo, Davids, Esteves, &
Fernandes, 2012; Travassos, Araújo, Vilar, & McGarry, 2011; Travassos, Duarte, Vilar, Davids, & Araújo, 2012;
Vilar et al., 2012). Apesar desta constatação, e do crescente do diálogo entre ciência e prática, na procura de
novos procedimentos pedagógicos, com vista a facilitar a aprendizagem do jogo (Oliveira e Pães, 2004) poucas
são ainda as informações referentes às variáveis que determinam o sucesso no jogo de Futsal (Souza, 2002,
Barbero, 2002).
O Futsal, modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, é um desporto inserido na classificação
dos JDC, porque apresenta características comuns a outras modalidades deste grupo (Souza, 2002).
Garganta (1999), refere que a identidade dos diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de produção –
ganhar o jogo – é indissociável de um quadro de atividades particulares, dado por:
- uma relação de forças materializada no confronto entre dois grupos de jogadores de equipas diferentes que
disputam ou trocam um objeto, móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola);
- uma escolha de habilidades motoras em função das condições do contexto;
- estratégias individuais e coletivas que condicionam as decisões implícitas e explícitas, tomadas com o intuito
de levar de vencida o adversário.
Podemos ainda citar Morato (2004), que refere que o Futsal é uma modalidade classificada de desporto coletivo
ou Jogo Desportivo Coletivo por possuir as seis invariantes atribuídas a esta categoria, anteriormente
enunciadas por Bayer (1994): uma bola ou implemento similar, um espaço de jogo, adversários, colegas, um
alvo a atacar e outro para defender e regras específicas.
Acresce dizer que os desportos de cooperação/oposição que se disputam em espaço comum e participação
simultânea, são também referenciados na literatura como Desportos de Invasão (DI), pois as duas equipas
disputam a posse do objeto na mesma superfície de jogo e tentam, por um lado, proteger a sua zona de
baliza/cesto e, por outro, invadir a do adversário para concretizar.
Do ponto de vista estrutural, estas características comuns foram integralmente preservadas nos DI que
atualmente conhecemos, apesar das especificidades que identificam e diferenciam cada um deles.
Do ponto de vista funcional, se observarmos um jogo minimamente organizado de um qualquer DI, mesmo que
ambas as equipas em confronto não se distingam pela cor do equipamento, é possível, passado algum tempo,
identificar os elementos constituintes de cada uma delas. Esta possibilidade resulta do facto da relação de
oposição/cooperação, para ser sustentável e eficaz, reclamar dos jogadores comportamentos congruentes com
as sucessivas situações do jogo, de acordo com os respetivos objetivos de sinal contrário de cada uma das
equipas (Garganta e Pinto, 1994).
Estas características peculiares dos DI conferem um elevado grau de aleatoriedade e imprevisibilidade às ações
de jogo. Todavia, as equipas em confronto operam como coletivos, organizados de acordo com uma lógica
particular, em função de regras, princípios e prescrições. As ações dos jogadores da mesma equipa tendem a
ser convergentes, na medida em que as estratégias e ações individuais são direcionadas no sentido de
satisfazer finalidades e objetivos comuns (Gréhaigne e Garganta, 1999).
É pois fundamental perspetivar a relação cooperação/oposição em função da posse do móbil do jogo, a bola.
Efetivamente, ter ou não a posse da bola constitui o aspeto mais crucial e determinante da dinâmica do jogo,
uma vez que estabelece a permanente dualidade ataque/defesa.
O êxito do ataque e da defesa está dependente da ação coordenada dos jogadores, que reclama a observância
de uma linguagem comum que fomenta a compreensão mútua no seio de cada equipa. Esta linguagem assenta
no respeito de um conjunto de objetivos e princípios (gerais e específicos) que permitem aos jogadores
compreender e antecipar o desenrolar do jogo, agindo de maneira vantajosa nas situações em que se encontra
implicado.
Queiroz (1983) estruturou de forma muita clara (figura 3) as diferenças entre ataque e defesa, com base nos
seus objetivos, fases e princípios gerais e específicos.
Figura 3 - A organização do jogo nos desportos de cooperação/oposição (Adaptado de Queiroz, 1983)
3.1.1. PRINCÍPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS
Os princípios de jogo, traduzem basicamente um conjunto de linhas orientadoras em virtude das quais os
jogadores orientam e coordenam os seu comportamentos táctico-técnicos individuais e colectivos. Com efeito,
os princípios de jogo estabelecem um quadro referencial que evidencia um valor interno que se radica na
possibilidade de os jogadores atingirem rapidamente a solução táctica para o problema, que a situação de jogo
em si encerra. E um valor externo determinado pelo estabelecimento dos aspectos relacionados com a
comunicação da equipa, isto é, de uma “linguagem comum” por forma a melhorar a sua funcionalidade (2004,
Castelo).
Os princípios gerais realçam a preocupação de que, relativamente ao número de jogadores, no local da disputa
da bola, se deve procurar criar superioridade numérica, evitar a igualdade numérica e impedir, que em algum
momento, haja inferioridade numérica (Hainaut & Benoit, 1979).
Relativamente ao Futsal, estes comportamentos nem sempre são fáceis de cumprir. O reduzido número de
jogadores, o reduzido espaço de jogo e a dinâmica que, frequentemente, o jogo apresenta criam dificuldades
quanto ao cumprimento destas normas de ação, e de tal ordem que só as equipas com melhor qualidade de
desempenho os evidenciam de uma forma consistente.
Os princípios de jogo específicos são padrões de ação, coletivos e individuais, pelas quais os jogadores se
regem em jogo e interagem, com ou sem bola, a defender ou a atacar, independentemente da forma particular
como essa equipa jogue (Worthington, 1974).
A primeira preocupação do portador da bola deverá ser a exploração da possibilidade de finalizar ou então
progredir em direção ao alvo contrário, dando cumprimento ao primeiro princípio do ataque – Penetração.
Em resposta, a equipa adversária tenta impedir de imediato a linha de remate ou de progressão para a sua
baliza, criando uma situação de 1x1 – Contenção.
Figura 4 – Princípio de jogo específico do ataque: Penetração e Princípio de jogo específico da defesa: Contenção
Apesar da reposição da igualdade numérica, esta situação continua a favorecer o ataque, pelo que a defesa se
vê obrigada a incorporar mais um jogador na procura da superioridade numérica – Cobertura defensiva,
respeitando assim o segundo princípio defensivo. Agora em inferioridade numérica, o ataque sente necessidade
de repor o equilíbrio e apelando à Cobertura ofensiva, agrega um segundo atacante.
Figura 5 - Princípio de jogo específico do ataque: Cobertura Ofensiva e Princípio de jogo específico da defesa:
Cobertura Defensiva
A Mobilidade do ataque constitui o terceiro princípio ofensivo e visa romper com a estabilidade defensiva
entretanto criada pela situação 2x2. As movimentações do atacante sem bola são fundamentais na rotura do
equilíbrio vigente, obrigando os defensores a reajustar o seu posicionamento (Equilíbrio) sob pena de
hipotecarem uma situação que lhes era vantajosa.
Figura 6 - Princípios de jogo específicos do ataque e da defesa: Mobilidade e Equilíbrio
A amplitude do ataque, tanto em largura como em profundidade, é um requisito fundamental para o seu
sucesso, uma vez que potencia a criação de linhas de passe, pelas dificuldades acrescidas que coloca aos
defensores em cobrir um espaço maior. Este constitui o quarto princípio do ataque – Espaço. Ao anterior
princípio responde a defesa promovendo a Concentração dos seus jogadores, restringindo o espaço disponível,
para assim diminuir a amplitude do ataque e potenciar a criação permanente de situações de superioridade
numérica.
Finalmente, as situações 1x1, 2x1, 2x2, 3x2 e 3x3 são das mais frequentes no Futsal e constituem as estruturas
organizadoras da actividade dos jogadores, as quais se designam por Formas. Estas devem constituir o ponto
de partida para a aprendizagem do jogo e refere que, qualquer que seja a estrutura organizadora ou forma
utilizada, a presença da finalização deverá ser uma constante (Queiroz, 1983).
3.1.1. Estrutura e dinâmica do rendimento em Futsal
Os desportos coletivos, caracterizados pela funcionalidade simultânea de cooperação e oposição, geram uma
série de interações entre os jogadores onde os fatores decisionais, táticos e estratégicos se apresentam como
fundamentais para o desenvolvimento das ações de jogo (Arroyo et al., 2003). Se nos reportarmos
especificamente ao Futsal, as exigências impostas pelas regras da modalidade e a complexidade das ações
fazem com que os jogadores tenham de adotar permanentemente uma atitude de exploração das condições de
jogo para superarem a imprevisibilidade estrutural oferecida e, sobretudo, para a coordenação das ações entre
atacantes e defesas em relação ao objetivo do jogo (Souza, 2002). As ações realizadas no jogo de futsal
dependem de problemas situacionais, estando a sua execução dependente das condições particulares de cada
momento do jogo, ditando o tempo e espaço disponíveis para a sua realização (Graça, 1994). Deste modo, fruto
das constantes interações entre jogadores e adversários as modalidades desportivas coletivas como o futsal
podem ser caracterizadas como sistemas complexos e dinâmicos em que o comportamento coletivo não resulta
da soma do comportamento de cada um dos jogadores, mas sim das interações que estes estabelecem para
alcançar um dado objetivo ao longo do tempo (Duarte, Araújo, Correia, & Davids, 2012; Passos, Araújo, &
Davids, 2012). Tendo em consideração a complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo importa então
perceber como é que o comportamento dos jogadores permite a emergência de padrões de jogo coletivo.
Uma característica do comportamento dos jogadores nos JDC é que todas as ações realizadas são fortemente
determinadas do ponto de vista tático (Konzag, 1983). D’Ottavio & Tranquilli (1993) referem que, os jogos
desportivos caracterizam-se e expressam-se, em geral, mediante ações de jogo que não respondem a códigos
predeterminados. O contexto de jogo é, em determinada altura, o meio que coloca problemas ao jogador e onde
estes adquirem um significado completo (Read & Devis, 1990). Desta forma, face ao jogo, o problema primeiro é
de natureza tática, isto é, o praticante na constante relação que estabelece com o contexto de jogo deve
conseguir percecionar as suas possibilidades de ação num dado instante face às suas características
individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas ações para alcançar o objetivo proposto (como fazer). Tal
exige, então, que os praticantes possuam uma adequada capacidade de decisão.
Uma das fases evolutivas mais importantes nos JDC passou pelo facto de se considerar a comunicação entre
jogadores como um fator chave do comportamento tático-estratégico (Garganta, Arda, & Lago, 2002),
orientando esta premissa a preocupação central na compreensão do jogo, coletivo, que é o Futsal. Para analisar
o Futsal como JDC, e face às questões anteriormente apresentadas, temos que centrar a compreensão do jogo
em duas premissas fundamentais: informação espácio-temporal que determina a comunicação entre jogadores
e tomada de decisão (ação tática).
3.2. Informação espácio-temporal e comunicação como base para o comportamento individual e coletivo
Face à complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo de futsal, a forma de atuação de um jogador está
fortemente condicionada pelo modo como ele percebe e compreende o jogo em si. Tendo por base a perspetiva
da dinâmica ecológica (Araújo, Davids, & Hristovski, 2006), perceção e ação estabelecem uma relação direta e
cíclica de influência mútua que varia constantemente no tempo em função das condições do contexto de jogo e
das variações das capacidades do jogador. Deste modo, mais do que dotar os jogadores de muita informação
procedimental sobre o que fazer e como fazer em determinados momentos do jogo, o treino deverá permitir a
exploração da informação do contexto que caracteriza os diferentes momentos do jogo, para que o jogador
continuamente explore quais as ações que melhor contribuem para a resolução funcional da situação. É
importante referir que esta relação não acontece apenas na direção ambiente-indivíduo mas que o próprio
indivíduo com as suas ações condiciona também ele o contexto, e como tal as possibilidades de ação do
adversário. É nesta perspetiva que podemos referir que o treino de determinados modelos de execução
individuais ou padrões de comportamento coletivos de forma isolada podem estar completamente desajustados
da realidade que o jogo impõe, uma vez que o desempenho em jogo surge pela sua adequação física e
temporal a cada situação. Por exemplo, a decisão de um atacante no futsal em alterar a sua linha de progressão
só acontece porque perceciona a posição do defensor no seu caminho para a zona de finalização, e ao alterar a
sua progressão fá-lo para percecionar como o defensor irá reajustar a sua posição de modo a conseguir gerar
um desequilíbrio na relação entre ambos que lhe permita passar (Duarte, Araújo, Davids, et al., 2012; Oliveira,
2010). Assim, podemos afirmar que os comportamentos de um jogador, em jogo, não se constituem como um
fim em si mesmo, mas como um meio para exploração das possibilidades de ação tendo por base as relações
espácio-temporais percecionadas entre colegas e adversários. Este facto é realçado por Garganta (2002) ao
afirmar que os “experts” não se centram em informações individuais para guiar o seu comportamento, mas na
conjugação de pistas informacionais que lhes permitem aferir quais as suas possibilidades de ação em cada
instante. De forma consistente os peritos estão mais sensibilizados à informação relevante do contexto que lhes
permite agir com mais sucesso em cada situação de jogo (Abernethy, Zawi, & Jackson, 2008). Importa então
perceber quais algumas das pistas informacionais que guiam o comportamento dos jogadores no jogo.
Por exemplo, Travassos, Araújo, et al. (2012) mostraram recentemente que o passe no futsal tende a ocorrer
quando os jogadores detetam uma janela espácio-temporal definida pela relação entre portador da bola e os
defesas imediatos que especificam uma possibilidade de ação. Do mesmo modo, mas agora para o remate,
Vilar et al. (2012) mostraram que o ângulo definido entre o portador da bola, o defesa imediato e a baliza, na
relação com a proximidade entre portador da bola e defensor possibilitam a identificação de possibilidades de
ação para o remate. Assim, através da perceção da informação relevante do contexto de jogo, e tendo em
consideração as capacidades de um jogador num dado instante, ele irá percecionar o ambiente em termos de
possibilidades para a ação (i.e., affordances) (Araújo et al., 2006).
No entanto, a capacidade para perceber o jogo e potenciar um modo de organização coletiva não depende
apenas da capacidade de identificar a informação relevante em situações específicas do jogo, mas em
continuamente perceber como essa informação se integra com a informação proveniente da globalidade do jogo
tendo por base os princípios específicos de jogo. Deste modo, mais do que compreender a informação
situacional, é necessário que esta seja integrada na comunicação coletiva que permite a definição de
possibilidades de ação coletivas (Duarte, Araújo, Correia, et al., 2012). É nesta perspetiva que Eccles and
Tenenbaum (2004) afirmam que para melhorar o comportamento de coordenação entre os membros de uma
equipa, é necessário que a informação verbal e não verbal que caracteriza o jogo assuma o mesmo significado
para todos os membros da equipa em função das suas próprias características. Segundo os autores, as
melhores equipas caracterizam-se pela atribuição de valor semelhante por parte de todos os jogadores à
informação percecionada. Este facto permite o reconhecimento das possibilidades de ação que cada colega
possui, conseguindo assim melhorar a coordenação entre si face à oposição do adversário.
Face ao exposto, a criação dos exercícios para o ensino do jogo deverão ser direcionados para a exploração da
informação presente em contextos simplificados do jogo de futsal que permitam a descoberta de soluções
individuais, i.e., contextos representativos do jogo de futsal (Travassos, Duarte, et al., 2012). Uma possibilidade
para a construção dos exercícios de treino representativos, será a divisão do jogo em unidades funcionais, i.e.,
situações de 1x1, 2x1, 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 e por fim 4x4 onde poderão ser potenciados comportamentos
individuais e coletivos com grande transfer para o jogo.
3.3. Ação tática e tomada de decisão (princípio central na formação de alunos/jogadores ativos)
Ao caracterizar as exigências do Futsal, Lozano (1999) afirmou que o controlo da bola é importante, mas tomar
decisões de forma rápida é mais importante. No Futsal, dado o pouco espaço existente para cada jogador, a
pressão temporal sobre a bola, e pela dinâmica que o jogo vem assumindo, torna-se essencial que os jogadores
tomem decisões que lhes permitam melhorar as suas ações com qualidade em pouquíssimo tempo. Importa
então, para uma intervenção no processo de ensino e treino do jogo, uma melhor compreensão de como
decidem os jogadores no decorrer do jogo de futsal?
De acordo com Araújo (2006) a decisão é um processo emergente, uma estratégia ativa de busca das
possibilidades de ação mais eficazes tendo por base as informações espácio-temporais do jogo face ao objetivo
imediato do jogador e da equipa. A ação tática, suportada pela tomada de decisão caracteriza-se então como
um processo de ajustamento contínuo entre indivíduo e contexto, isto é, uma busca de informação para agir e
de agir para ter mais informação, regulada pela intenção do jogador, que permite a emergência das ações mais
funcionais em detrimento de ações pré-determinadas. Neste contexto, a tomada de decisão configura-se como
uma transição no curso de ação dos indivíduos face às possibilidades de ação disponíveis que permitem
alcançar o objetivo pretendido (Araújo et al., 2006). Tal como referido anteriormente, as possibilidades de ação
são definidas pelo modo como o jogador perceciona a informação do jogo em relação às suas próprias
características. Deste modo, a melhor decisão para um jogador num dado momento poderá não o ser no
momento seguinte devido às alterações que ocorreram no ambiente ou no próprio indivíduo. Do mesmo modo, a
melhor decisão para um jogador poderá não a ser para outro, mesmo que as condições do contexto sejam
semelhantes, uma vez que diferentes jogadores terão diferentes capacidades (e.g., velocidade, coordenação,
precisão) e diferentes formas de ajustamento às condições do contexto. Perceber e potenciar a descoberta de
possibilidades de ação para a emergência das decisões mais eficazes significa, deste modo, perceber como é
que um indivíduo poderá agir num contexto particular de ação.
Para isso, a intervenção do treinador deverá ser no sentido de focar a atenção dos jogadores na informação
relevante do contexto de modo a que estes fiquem sensibilizados para a sua utilização e consequentemente
aumentem a probabilidade de resolver cada problema do jogo com maior sucesso (Passos et al., 2012). Mesmo
que o treinador defina planos para a competição e para diferentes momentos do jogo que constrangem a
intenção dos jogadores para a identificação de determinadas possibilidades de ação, é o jogador que a cada
momento identifica e constrange as suas próprias possibilidades de ações de acordo com as suas capacidades
momentâneas e as informações provenientes do ambiente. Ao decidir uma alteração no seu comportamento, o
jogador está a alterar intencionalmente os seus padrões de ação para influenciar as relações com companheiros
e adversários de modo a criar condições mais favoráveis para a sua equipa (Travassos, Araújo, et al., 2012).
Muitas das vezes é da exploração constante das possibilidades de ação para a decisão que os jogadores
descobrem novas soluções que até ai nunca tinham sido descobertas, tornando-se mais criativos e
imprevisíveis. Como nos refere Laguna (2005), se dermos prioridade à atuação consciente dos jogadores sobre
uma ação intuitiva baseada na adaptação às condições do jogo, estaremos a formar jogadores que
compreendem tudo, mas que não conseguem inovar e resolver de modo mais funcional cada problema do jogo.
Para além do referido, a existência regular de decisões coordenadas, apoiadas num conhecimento específico
mútuo, confere qualidade coletiva, ao jogo de equipa que certamente qualquer treinador pretende. Assim, as
decisões devem efetuar-se numa dinâmica relacional coletiva e serem coordenadas no seio de unidades amplas
de jogo (Tavares & Faria, 1993).
FIGURA 8 – Manipulações realizadas para o treino do passe. Nas condições de cima os jogadores tinham que passar apenas a bola em
função da prescrição do treinador. Nas condições de baixo teriam que passar para um dos jogadores que não tinha bola em função das
possibilidades de ação definidas. Apenas a condição em que os jogadores poderiam realizar passe na frente, diagonal ou lado não
mostrou diferenças em relação ao comportamento dos jogadores em jogo (Adaptado de Travassos et al., 2012).
3.4.1. Estabilidade vs variabilidade e forma vs funcionalidade no ensino do jogo e implicações
Influenciada por uma perspetiva cognitivista, tendo por base a representação mental que o jogador
realiza da ação, o ensino do jogo foi focado durante largos anos no ensino das habilidades técnicas
em contexto isolado. Nesta perspetiva, o fator determinante para a aprendizagem é aumentar a
estabilidade das relações entre aspetos cognitivos e motores, negligenciando fortemente o contexto de
aplicação dessas mesmas habilidades (Araújo & Davids, 2011). Deste modo, não raramente, a
aprendizagem das habilidades isoladas transformou-se num fim em si mesmo, perdendo a sua
conexão com a aprendizagem do jogo (Oliveira, 2010), pois partia-se do princípio que a compreensão
e aperfeiçoamento de cada ação de forma analítica possibilitavam uma resolução eficaz dos
problemas do jogo (Garganta & Pinto, 1998).
O ensino do jogo, tendo por base esta perspetiva cognitivista, é então baseado na forma de execução
de uma dada ação para garantir a estabilidade desse comportamento no tempo. A aprendizagem é
realizada de forma fracionada através da repetição mecânica de partes do gesto para posteriormente
se ir reconstruindo a globalidade da ação. Uma vez adquirida estabilidade pela automatização da
execução do modelo, começa a segunda fase que tem por objetivo a integração da habilidade
adquirida em situações simuladas do jogo (Oliveira, 2010). Nesta perspetiva, a variabilidade das
condições de prática e o erro são vistos como algo a erradicar desde o primeiro momento em que o
aluno é confrontado com a habilidade, pois considera-se que o aluno poderá desenvolver padrões de
coordenação incorrigíveis que não vão ao encontro do gesto típico dos melhores executantes da
modalidade (Araújo & Davids, 2011; Oliveira, 2010).
No entanto, vários são os estudos na área da biomecânica e da biologia que mostram que para atingir
um nível ótimo de funcionamento humano, mais do que mecanizar ações e eliminar o erro, os
indivíduos deverão ser expostos ao erro e à variabilidade das condições de prática (Davids, Glazier,
Araújo, & Bartlett, 2003; Van Emmerik & Van Wegen, 2000). O ensino do jogo tendo por base a
exploração de soluções coordenativas únicas e individuais em contextos de variabilidade permite que
os jogadores potenciem as suas capacidades individuais, melhorando não apenas a sua coordenação
para a realização de um gesto, mas o acoplamento perceção-ação para a resolução dos problemas de
forma intencional (Araújo & Davids, 2011). Desta forma, o desenvolvimento das capacidades técnicas
não é visto como um fim em si mesmo, mas como um meio para a resolução de um dado problema de
jogo ao qual os jogadores têm que se adaptar face ao espaço e tempo disponíveis (Davids, Araújo, &
Shuttleworth, 2005). É nesta perspetiva que passamos de uma lógica de estabilidade e forma da ação
para variabilidade e funcionalidade da ação. Nesta perspetiva, mais do que ensinar os jogadores a
executarem como os melhores, deveremos ensinar os jogadores a explorarem as suas possibilidades
de ação em situações específicas de jogo tal como os melhores o fazem. Para isso é necessário
potenciar a sua afinação às informações relevantes do contexto e a sua calibração para a adequação
das suas ações de acordo com a sua intencionalidade e o tempo e espaço disponíveis (Davids, Araújo,
Correia, & Vilar, in press; Renshaw, Chow, Davids, & Hammond, 2010). Para isso é fundamental que o
feedback do treinador não seja prescritivo no sentido de dar as suas soluções aos jogadores, mas
permita a descoberta guiada das soluções que permitirão a cada jogador, de acordo com as suas
capacidades descobrir as suas possibilidades de ação a cada instante (Chow et al., 2009; Griffin,
Mitchell, & Oslin, 1997). Como refere Ericsson (2006), no deporto como em outras atividades
humanas, o treino através de situações representativas que permitam a prática deliberada da atividade
em questão é fundamental, pois os peritos apenas manifestam realmente a sua “expertise” quando
inseridos no seu contexto de prática. Deste modo, a aprendizagem do jogo deverá ter por base
situações representativas que se constituam como prática deliberada para os jogadores. A
compreensão de como poderemos manipular as variáveis dos exercícios de treino para alcançar os
objetivos pretendidos, mantendo a representatividade das tarefas de treino é nesta perspetiva um fator
fundamental para alcançar os objetivos pretendidos.
Para a manipulação dos constrangimentos da tarefa são infindáveis as alterações que o treinador pode realizar.
No entanto, mais importante do que saber quais as variáveis a manipular é necessário saber quais os efeitos
que a manipulação dessas variáveis produz no comportamento dos jogadores. Tendo por base este
pressuposto, a manipulação das tarefas de treino deverá ser realizada de modo a: i) manter os acoplamentos
informação-ação permitindo aos jogadores ajustarem os seus comportamentos às variações nas informações do
jogo; ii) simplificar o jogo e ampliar a informação relevante que guia o comportamento dos jogadores em jogo; ii)
permitir a exploração das possibilidades de ação que surgem de entre as múltiplas soluções do jogo. De entre
inúmeras possibilidades, apresentamos alguns exemplos de como poderemos manipular o exercício de treino
para alcançar um dado objetivo. Salientamos que estas variáveis são apenas alguns exemplos que podem
ajudar a estruturar o exercício de treino em função dos objetivos a alcançar. Para isso o treinador deverá ter um
objetivo bem definido que lhe permita uma constante avaliação sobre se as manipulações realizadas estão a
surtir o efeito desejado.
Objetivo Variável a manipular Porquê
Passe Distância dos defesas ao portador Permite dar mais tempo e espaço
da bola e ao outro atacante para que o portador da bola
através da definição de setores adeque a sua ação às janelas
espácio-temporais que surgem
Realçar determinados espaços Definição de espaços alvo Permite que os jogadores foquem
que podem ser mais explorados a sua atenção na exploração de
determinados espaços de jogo que
até aí não procuravam
FIGURA 9 – Modelo esquemático do sistema de jogo 2:2
As defesas eram à zona e no meio campo defensivo procurava-se recuperar a posse da bola e sair rápido para
situações de contra-ataque, apurando ao máximo a finalização, para depois retrocederem o mais rápido
possível à defesa e reiniciarem o ciclo. O conceito de cobertura defensiva não era, ainda, desenvolvido e
favorecia o ataque. Sendo as acções tácticas colectivas praticamente inexistentes, ofensivamente os jogadores
procuravam situações de 1x1, apelando à sua criatividade individual. Hoje em dia o sistema 2.2 foi aperfeiçoado
devido ao progresso que se tem feito na modalidade, podendo oferecer distintas formas e variações. Em
algumas situações no jogo é, ainda, utilizado dependendo das características dos jogadores e, também, da
forma de jogar do adversário.
Nesta fase, o jogo ofensivo sobrepõe-se ao defensivo surgindo, naturalmente, as primeiras rotações, com trocas
simples de posições entre atacantes e defesas, como forma de imputar alguma organização ao jogo.
De salientar que, o facto de termos considerado o Futsal como um sistema complexo e dinâmico, resulta
também da imprevisibilidade das ações e da flexibilidade dos sistemas de jogo, pelo que, de forma momentânea
podemos, adoptar um sistema de jogo, p.ex., 2:2, sem ser esse, efectivamente o modelo de jogo adotado pela
equipa em questão.
O tempo foi passando e a evolução foi dando lugar a uma racionalização mais evoluída do espaço de jogo,
promovendo uma organização sectorial mais compacta e especializada, com as linhas defensivas mais
próximas e com menos profundidade, o que levou à necessidade de uma evolução na organização do jogo
ofensivo. Uma maior dedicação ao treino físico fez com que o jogo se tornasse mais dinâmico e, como
consequência, apareceram mais situações de golo.
Surge o sistema 3.1, sendo considerado por alguns autores (Filho, 1998; Voser, 2001) como o sistema ofensivo
mais utilizado actualmente no Futsal. A especialização dos jogadores começou a ficar mais definida e as suas
funções melhor estabelecidas. Surgem denominações específicas para as funções dos diferentes jogadores que
compõem uma equipa de Futsal, em função da especificidade de tarefas inerentes a determinados espaços
predominantemente ocupados. Surge a denominação de fixo, jogador que se localiza na posição mais recuada.
Predomina a função de defesa sobre o atacante finalizador, maioria das vezes e, juntamente com o guarda-
redes, assume um papel importante na organização do processo defensivo. É frequente realizar acções de
ajuda permanentes (compensações e dobras).
Jogador geralmente dinâmico e com elevada capacidade de impor mobilidade ao jogo é o ala. Denomina-se por
direito ou esquerdo em função do espaço de jogo que ocupa e não em função da lateralidade do jogador. Ocupa
mais as zonas laterais do espaço de jogo, denominados anteriormente por corredores de jogo, sempre com a
função de criar superioridade numérica.
A última função específica é a do pivot. Inicialmente, o pivot jogava muito adiantado e estático, passando o jogo
maioritariamente por ele, decidindo este, no seu espaço, quais as acções a desenvolver, procurando o 1x1 ou
tabelas simples com os seus colegas. É necessário que possua uma excelente capacidade para conservar a
posse de bola, protejendo esta. Deverá ser capaz de realizar recepções de bola de todas as formas possíveis e
sob grande pressão e ainda, ser capaz de manter a posse de bola em zonas próximas da baliza, de forma a
servir os colegas que realizam desmarcações de apoio para finalizar. Não tinha grandes preocupações
defensivas e jogava, preferencialmente, de costas para a baliza adversária. Perante tal situação, o fixo viu-se na
obrigação de antecipar a acção do seu adversário directo, passando a defendê-lo com estratégias
diferenciadas, tentando anulá-lo. Para fazer com que o fixo saísse da sua zona defensiva, o pivot começa a
procurar posições mais recuadas e a fazer rotações com os seus colegas de equipa, ficando a ser defendido por
um adversário menos especializado e aí tenta impor-se. O corte ofensivo, com desmarcações de ruptura, na
diagonal ou mais tarde na paralela, criava grandes dificuldades aos acompanhamentos defensivos surgindo,
muitas vezes, os atacantes nas costas dos defensores.
Estas rotações, denominadas actualmente como circulações táticas, revolucionaram completamente o jogo
ofensivo dando uma maior dinâmica ao mesmo, com entradas dos jogadores sem bola. A defesa teve que
responder avançando no espaço de jogo, defendendo a ¾ ou mesmo a campo inteiro, ocupando racionalmente
os espaços, impedindo que a bola chegasse ao pivot e anulando os cortes dos jogadores sem bola. Começa a
praticar-se a marcação individual que, de acordo com Saad e Costa (2001), é o tipo de marcação mais utilizada
no Futsal actual. Também contribuiu para este avanço a especialização do ataque nos livres com barreira ao
conseguirem grandes percentagens de acerto, obrigando as defesas a cometerem as faltas em zonas mais
avançadas no terreno. A defesa pressionante ao jogador portador da bola, a estreita vigilância aos jogadores
que não a têm, juntando os conceitos de cobertura e ajudas defensivas, cria grandes dificuldades ao ataque
obrigando-o a melhorar a qualidade técnica do jogo, com e sem bola, e o jogo colectivo por forma a contrariar as
defesas, ganhando espaço, de preferência nas costas dos adversários.
Surge, então, uma grande universalidade de funções nos jogadores. Como referem Repullo Casas e Luque
Reina (2004), as equipas de Futsal são compostas por um conjunto de jogadores que só em pequenos casos
são especializados em alguma função específica dentro do campo. No estudo de Barbero (2002) verificou-se,
através dos resultados obtidos, que o cumprir e desempenhar funções específicas durante o jogo não implica
um perfil de actuação diferenciado. Tal constatação parece apontar para uma polivalência implícita dos
jogadores de Futsal. Dada a mobilidade constante que o jogo de Futsal apresenta, a capacidade de assumir
todas as funções e consequentemente as tarefas inerentes será fundamental, pelo que é característico do
jogador evoluído. Por conseguinte, as funções não são rotuladas a um jogador específico. Estes devem sim, ser
capaz de assumir determinadas funções, em relação ao posicionamento da bola, e à sua localização no espaço
de jogo.
Os únicos jogadores com funções específicas são os guarda-redes. No entanto, estes também podem, em
determinados momentos, realizar funções de jogador de campo pelo que o grau de especialização tende a
diminuir. No Brasil desenvolveu-se uma nova tendência. Algumas equipas actuam durante uma boa parte do
jogo com o guarda-redes em linha, agindo como se de um jogador de campo se tratasse (Osimani, 2004b).
Em termos defensivos, os jogadores que se encontram do lado contrário à bola, devem preocupar-se em fazer
ajuda e cobertura defensiva aos jogadores mais próximos desta. As defesas pressionantes desmantelam de
certa forma o sucesso deste sistema de ataque. Os jogadores de Futsal passam a ter necessidade de
desempenhar simultaneamente um papel defensivo e ofensivo. Desta forma, desenvolvem-se estratégias
defensivas muito específicas, que passam quer pela adopção de métodos defensivos individuais, quer zonais e
ainda mistos.
A organização defensiva passa a ter princípios estratégicos específicos, ajustando-se em função do adversário,
e as equipas mais evoluídas adoptam métodos defensivos onde procuram condicionar a iniciativa do adversário
pela agressividade que impõem. No relatório técnico do mundial da Guatemala (2000), o grupo de estudo do
mesmo salienta que as nações que dominam hoje o Futsal constroem as suas equipas à volta de uma defesa
estável, fechando todos os caminhos através de um bom jogo posicional.
Hoje, o Futsal caracteriza-se por uma dinâmica crescente e alternada pelo movimento constante, obrigando as
equipas a alterar ritmos e sistemas durante os jogos. Spreij (1999), seleccionador da Holanda, refere que as
equipas precisam de mais do que um sistema de jogo, especialmente no ataque, dado o sucesso que a maioria
das defesas hoje assumiram.
Dada a dificuldade em concretizar o objectivo do jogo através do ataque posicional, pela evolução agressiva dos
sistemas defensivos, os momentos de transição entre o processo ofensivo e defensivo ganharam um interesse
particular na preparação da maioria das equipas. Constituindo este facto uma regularidade, o contra-ataque e o
ataque rápido constituem métodos de jogo extremamente eficazes. Os momentos de transição têm-se assumido
como particularmente importantes para alcançar golo. A adopção de combinações, circulações e rotações que
permitam modelar o ataque em fases de variação de ritmos e intensidades, traz vantagens, pelo aproveitar
momentâneo da desorganização defensiva adversária. Este facto é relatado pelo grupo de estudo técnico do
Mundial da Guatemala (2000), ao referir que o principal objectivo das equipas, nesta competição, era alternar
rapidamente entre a defesa e o ataque e vice-versa.
Pela evolução dinâmica da organização do jogo concluímos que, na organização do jogo de Futsal, os
treinadores encararam como principais preocupações a organização do ataque, da defesa e, posteriormente,
dos momentos de transição entre ambas, ou seja pela organização dos diferentes momentos do jogo.
A preocupação central do estudo em relação aos conteúdos de treino consiste em saber quais os princípios
gerais de organização que os treinadores de topo conferem aos diferentes momentos do jogo, nomeadamente,
métodos e sistemas de jogo privilegiados.
Para além dos momentos do jogo referidos, existem momentos de paragem importantes que vêm assumindo
uma importância particular no seio da preparação das equipas, os fragmentos constantes do jogo (“bolas
paradas”).
Fazendo uma análise ao jogo de Futsal, tendo como referência o jogo praticado pelas crianças que o iniciam e o
nível de desempenho desejado para que um jogador possa integrar uma equipa sénior, verifica-se que existem
diferentes níveis evolutivos. Tendo como referência (i) o relacionamento com a bola, (ii) a identificação com o
objetivo do jogo, (iii) a organização posicional nos diferentes momentos do jogo e (iv) a dinâmica coletiva que se
consegue criar, consideramos quatro níveis qualitativos de desempenho, a saber, o nível básico, o nível
elementar, o nível intermédio e o nível de especialização.
Não obstante a identificação destes níveis, convém estar ciente de que os mesmos interagem, pelo que importa
preservar alguma plasticidade nas respetivas interpretação e operacionalização.
5.1. Principais características, contextualização dos problemas psico-motores e problemas para solucionar.
O processo de ensino deve ter como objetivo primordial permitir que os praticantes adquiram, cada vez mais,
conhecimentos específicos, capacidades e competências para jogar, promovendo aprendizagens graduais e
ajustáveis. Nesse sentido, existe a necessidade de adaptar os conteúdos ao nível qualitativo que os praticantes
apresentam.
O jogo de Futsal ostenta diversas possibilidades de organização estrutural, e múltiplas alternativas de
organização funcional. A decomposição da complexidade do jogo, sem lhe retirar essência, será importante na
operacionalização do processo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho. Assim, tentaremos
sustentar o processo ensino-aprendizagem no desenvolvimento gradual de estruturas simplificadas de jogo,
articulando a sua funcionalidade.
Desta forma, iremos expor uma sequência de exercícios com conteúdos de complexidade e dificuldade
crescentes, apesar de termos consciência que tal sequência deve ser adaptada a cada contexto particular. O
Quadro 1 representa, de forma resumida, a sequência de conteúdos, por níveis de desempenho, que propomos.
Neste nível de ensino, tendo em consideração as debilidades técnicas e a escassa compreensão do jogo,
sugerimos o desenvolvimento da relação com a bola e a exposição de princípios táticos que possibilitem o
entendimento dos objetivos centrais do jogo, i.e., marcar golo na baliza adversária e evitar que o façam na nossa.
Assim, a nível técnico, propomos exercícios que invoquem as diferentes habilidades técnicas específicas, de forma
a garantir a sustentabilidade do jogo. Porém, a variabilidade e a competitividade não devem estar alienadas das
diferentes propostas apresentadas.
No domínio tático, defendemos que convém apresentar exercícios que fomentem os princípios específicos
ofensivos da penetração e da cobertura ofensiva e o princípio específico defensivo da contenção. A penetração e
cobertura ofensiva surgem com o objetivo dos praticantes começarem a perceber a verdadeira essência ofensiva do
jogo, isto é, entenderem que o objetivo primordial do jogo é progredir para marcar golo, em condução da bola ou,
em caso de impossibilidade, em passe para um colega. A contenção emerge da necessidade de evitar que os
adversários com bola cumpram com o objetivo da penetração, ou seja, de marcar golo.
Quando os praticantes perceberem estes dois propósitos e adquirirem competências técnicas para os aplicarem em
situação de jogo estarão prontos para acederem a outros patamares de envolvimento no jogo.
Exemplos
de
exercícios
CONTEÚDOS
ORGANIZAÇÃO
ESQUEMA
COMPORTAMENTOS
DESEJADOS
Controlo
e
Grupos
de
três,
todos
Não
perder
o
domínio
da
condução
da
bola.
com
bola,
tentam
bola.
Passar
na
baliza
Penetração.
passar
com
a
bola
com
a
bola
controlada.
controlada
as
balizas
Escolher
o
melhor
que
têm
um
defensor.
momento
para
passar.
Controlo
e
Jogo
1x1
em
que
o
Não
perder
o
controlo
da
condução
da
bola.
aluno
tem
várias
bola
na
sua
condução
e
Passe
e
receção.
balizas.
finalização.
Orientar
a
Penetração
e
Iniciar
o
exercício
com
condução
de
bola
para
a
contenção
passe
entre
os
dois
e
baliza
mais
adequada,
ao
sinal
jogar
1x1.
em
função
do
posicionamento
do
defensor.
Penetração,
Jogo
2x2
+
Joker
em
Portador
da
bola
procura
contenção
e
que
1
jogador
da
dirigir-‐se
para
a
baliza.
cobertura
ofensiva.
equipa
que
defende
é
Defensor
tenta
impedir
sempre
guarda-‐redes.
essa
progressão.
Colega
Criam-‐se
situações
de
do
portador
da
bola
3x1.
participa
na
ação
oferecendo
uma
solução.
Penetração,
Jogo
1x1
em
cada
Portador
da
bola
procura
contenção
e
zona
do
campo
com
dirigir-‐se
para
a
baliza.
cobertura
ofensiva.
dois
jokers
que
Defensor
tenta
impedir
auxiliam
o
portador
da
essa
progressão.
Colega
bola.
do
portador
da
bola
participa
na
ação
oferecendo
uma
solução.
Penetração,
Jogo
2x2
em
que
1
O
atacante
com
bola
contenção
e
jogador
da
equipa
que
procura
dirigir
as
ações
cobertura
ofensiva.
defende
é
sempre
para
a
baliza
adversária.
guarda-‐redes.
Criam-‐ O
atacante
sem
bola
se
situações
de
efetua
cobertura
2x(1+GR).
ofensiva
ao
colega.
O
defensor
revela
comportamentos
defensivos
impeditivos
de
progressão
do
adversário.
Quadro 2 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Básico
5.2.2. Nível Elementar
No segundo nível, pretende-se que exista sequência do desenvolvimento técnico para que o jogo possa, cada vez
mais, ter fluidez e dinâmica. A nível tático, existem ainda algumas debilidades no entendimento do jogo, sobretudo
aos níveis das funções e dos posicionamentos dos jogadores que não intervêm diretamente na bola. Como tal,
neste nível, existem preocupações acrescidas que recaem sobre os princípios de cobertura ofensiva e defensiva.
Relativamente à cobertura ofensiva, pretende-se apetrechar a equipa que ataca com competências para dar
continuidade ao jogo ofensivo. Isto é, os jogadores da equipa que tem a bola devem aprender a apoiar o jogador
com bola e, consequentemente, darem continuidade ao jogo, ou seja, estamos a criar o suporte para que o jogo
seja efetivamente coletivo.
No que diz respeito à cobertura defensiva, também se pretende munir os jogadores, que não estão a intervir
diretamente com o portador da bola, de conhecimentos que lhes permitam saber o que devem fazer para ajudar o
colega que está a realizar a contenção. Ou seja, estamos, em termos defensivos, a criar os alicerces da
organização defensiva coletiva.
Exemplos de exercícios
CONTEÚDOS
ORGANIZAÇÃO
ESQUEMA
COMPORTAMENTOS
DESEJADOS
Condução,
1x1
num
espaço
O
atacante:
desequilibrar
controlo
de
bola
e
delimitado.
o
adversário
direto
drible/finta.
ultrapassando-‐o.
Posição
defensiva
O
defensor:
impedir
a
e
desarme
progressão
do
atacante.
Penetração
e
contenção
Penetração
e
Jogo
Os
atacantes:
procuram
criar
cobertura
(2+GR)x(GR+2)
situações
de
superioridade
ofensiva.
com
apoio
de
2
numérica,
aproveitando
os
pivôs,
na
parte
apoios,
para
progredir
e
externa
do
finalizar.
campo,
mas
em
todo
o
espaço
ofensivo.
Situações
de
jogo
4x2.
Contenção
e
Jogo
Os
defensores:
procuram
cobertura
(2+Gr)x(Gr+2)
em
coordenar
as
suas
ações
para
defensiva.
meio-‐campo.
impedirem
a
progressão
e
finalização
dos
atacantes.
Penetração
e
Jogo
3x3
em
que
Os
atacantes:
procuram
criar
cobertura
1
jogador
da
situações
de
superioridade
ofensiva,
equipa
que
numérica,
numa
zona
do
contenção
e
defende
é
campo,
aproveitando
o
cobertura
sempre
guarda-‐ jogador
de
campo
que
têm
a
defensiva.
redes.
Criam-‐se
mais
situações
de
Os
defensores:
procuram
3x2(+GR).
coordenar
as
suas
ações
para
impedirem
a
progressão
e
finalização
dos
atacantes.
5.2.3. Nível Intermédio
O terceiro nível de desempenho caracteriza-se pelo facto dos praticantes apresentarem uma qualidade técnica que
permite que o jogo evidencie continuidade. A nível tático, os jogadores já sabem o que devem fazer, tanto em
organização defensiva como ofensiva, de modo a que a sequência do jogo seja efetiva. Como tal, os objetivos
fundamentais deste nível procuram fomentar a dinâmica do jogo das equipas e dos respetivos praticantes. Para que
essas pretensões sejam alcançadas, existe um investimento no desenvolvimento técnico, criado através de
situações em que o tempo e o espaço para a execução passe a ser substancialmente mais reduzido do que até
então. Por sua vez, a nível tático, introduz-se a apresentação dos princípios específicos ofensivos da mobilidade e
do espaço, os quais se assumem como fundamentos para a dinâmica que caracteriza o jogo de Futsal. Em termos
defensivos, contempla-se os princípios do equilíbrio e da concentração, que serão as bases da organização
defensiva coletiva, essencialmente da defesa à zona.
A implementação destes princípios vai promover um aumento significativo da qualidade de jogo, coletiva e
individual.
Exemplos
de
exercícios
CONTEÚDOS
ORGANIZAÇÃO
ESQUEMA
COMPORTAMENTOS
DESEJADOS
Condução,
controlo
Jogo
Do
atacante:
procura
de
bola,
drible/finta
(GR+1)x(1+GR)
sistemática
da
e
remate.
com
2
apoios
na
penetração,
através
do
Posição
defensiva,
linha
de
baliza.
recurso
à
finta,
e
da
desarme
e
Os
apoios
não
finalização.
interceção.
podem
finalizar.
Do
defensor:
impedir
a
Penetração
e
progressão
e
finalização
contenção.
do
atacante
através
do
desarme
e
da
interceção.
Quadro 4 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Intermédio
5.2.4. Nível de Especialização
No nível de especialização, os praticantes já patenteiam uma qualidade técnica e tática que permite que o jogo
evidencie uma boa organização e dinâmica. Assim, neste nível, pretende-se aprimorar todos os princípios
específicos, defensivos e ofensivos, de forma a preparar os praticantes para poderem assumir níveis de jogo de
maior complexidade.
Exemplos de exercícios
CONTEÚDOS
ORGANIZAÇÃO
ESQUEMA
COMPORTAMENTOS
DESEJADOS
Contenção,
Jogo
(4+Gr)x(Gr+4),
Dos
defensores:
cobertura
todos
os
jogadores
reorganização
defensiva
defensiva,
têm
uma
bola
na
permanente.
equilíbrio
e
mão.
O
treinador
concentração.
diz
o
nome
de
um
praticante,
este
coloca
a
bola
no
chão
e
desenvolve-‐
se
jogo
(reorganização
defensiva).
Ao
perder
a
posse
de
bola
chama
um
2º
jogador
(Idem).
Penetração,
Jogo
(4+Gr)x(Gr+4)
Dos
atacantes:
grande
cobertura
com
4
apoios.
Os
mobilidade
e
amplitude
ofensiva,
jogadores
que
estão
do
jogo,
permanente
mobilidade
e
fora,
como
apoios,
procura
e
criação
de
espaço.
poderão
entrar
em
espaços
para
finalizar.
jogo,
com
posse
de
bola,
assim
que
um
colega
o
solicitar,
saindo
do
espaço
de
jogo
com
a
bola
controlada.
Contenção,
Jogo
formal
com
Dos
atacantes:
abertura
cobertura
um
apoio
a
atuar
da
equipa,
em
largura,
e
defensiva,
sempre
pela
equipa
mobilidade
constante
equilíbrio
e
que
está
em
posse
para
criar
ou
encontrar
concentração.
de
bola.
espaços
para
finalizar.
Penetração,
Dos
defensores:
fecho
da
cobertura
equipa,
em
largura,
e
ofensiva,
reorganização
defensiva
mobilidade
e
permanente
para
espaço.
impedir
a
abertura
de
espaços
para
o
adversário
finalizar.
Contenção,
Situações
de
jogo
Dos
atacantes:
cumprir
cobertura
formal
com
limite
os
objetivos
dos
defensiva,
de
toques
em
princípios
ofensivos.
equilíbrio
e
função
da
Dos
defensores:
cumprir
concentração.
mobilidade
os
objetivos
dos
Penetração,
pretendida.
princípios
defensivos.
cobertura
ofensiva,
mobilidade
e
espaço.
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FP F · P ROGRAMA E3L 1 P2 · PERFIL D O PRATICAN T E DE F U T SA L
ETAPAS DE
FORMAÇÃO DO JOGADOR
DE FUTSAL
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2 F.P.F
> 5.1 Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo
> 5.2 Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo
> 5.3 Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo
> 5.4 Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo
6. BIBLIOGRAFIA
FUTSAL 3
4 F.P.F
1. INTRODUÇÃO
O Futsal, ao longo dos últimos anos, tem-se revelado, nacional e internacionalmente, uma modalidade em
franca expansão. Tal facto fica a dever-se não apenas ao crescimento massivo do número de praticantes
masculinos e femininos, ao crescente reconhecimento social mas também à adesão cada vez mais
significativa dos órgãos de comunicação social a esta modalidade.
O crescimento do Futsal em Portugal tem tocado várias áreas do desenvolvimento desportivo, sendo
os factores humanos, a formação e a documentação áreas prioritárias em termos de implementação de
programas que visam qualificar a formação e intervenção dos agentes que intervêm no Futsal.
A Direcção da FPF liderada por Fernando Gomes, definiu metas ambiciosas para o Futsal em Portugal,
consubstanciada na construção partilhada com os diversos agentes da modalidade, de um plano
estratégico nacional (PEN) para o Futsal, que estabeleceu os caminhos e metas a percorrer para alcançar
o patamar de desenvolvimento ambicionado: Até 2016 tornar o Futsal a modalidade colectiva de pavilhão
mais praticada em Portugal.
O crescimento e desenvolvimento registado no Futsal em Portugal, permitiu num curto espaço de tempo,
evidenciar duas caraterísticas importantes para a sua afirmação: passar a ser um dos jogos desportivos
coletivos mais praticados; e, em virtude desse destaque, ter um relevante reconhecimento social.
Atualmente, o Futsal já não é mais visto como uma variante do Futebol, mas como uma modalidade com
caraterísticas e especificidades próprias.
Este último pressuposto permitiu que o Futsal criasse uma identidade. Todavia, apesar do
desenvolvimento desportivo verificado, são ainda escassas as referências bibliográficas ou a investigação
científica que sustentem a intervenção dos treinadores nos diferentes níveis de intervenção da formação
desportiva dos jogadores.
Neste sentido, tendo por base investigação recente na área do Futsal e do desenvolvimento desportivo, o
presente texto pretende apresentar os principais fundamentos para a compreensão do jogo e respetiva
evolução, assim como expor uma proposta para direcionar o ensino desta modalidade.
FUTSAL 5
adversário.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A essência do jogo pode então ser descrita pela
necessidade de uma equipa coordenar as suas
> 2.1 Futsal como jogo desportivo coletivo ações para recapturar, conservar e transportar
Os Jogos Desportivos Coletivos (JDC), designação a bola até uma zona de finalização e marcar golo
que engloba, entre outras, modalidades como o (Gréhaigne, Bouthier & David, 1997). Os jogadores
basquetebol, o andebol, o futebol e o voleibol, interagem constantemente em relações de
ocupam um lugar importante na cultura cooperação para atingir objetivos que envolvem
desportiva contemporânea. Devido à riqueza de os membros da equipa para marcar golo, e de
situações que proporcionam, os JDC constituem competição de modo a e evitar a marcação de golos
um meio formativo por excelência (Mesquita, dos adversários (Garganta, 1997; Lames & McGarry,
1997), na medida em que a sua prática, quando 2007).
corretamente orientada, induz o desenvolvimento Face à constante competição e cooperação entre
de competências em vários planos, de entre os os praticantes, materializadas na variabilidade
quais nos permitimos salientar o tático-cognitivo, de relações entre jogadores, entre equipas,
o técnico e o sócioafetivo. Nesta perspetiva, jogadores-bola e equipas-bola, são geradas um
os JDC contribuem de forma privilegiada para conjunto de interações espácio-temporais onde
a concretização dos objetivos definidos pelas os fatores decisionais, táticos e estratégicos
atividades de Educação Física (EF) e Desporto. se apresentam como fundamentais para o
Para os atingir, torna-se imprescindível um desenvolvimento das ações de jogo (Travassos,
ensino adequado, não obstante as dificuldades Araújo, Davids, Esteves & Fernandes, 2012). É
apresentadas pelas múltiplas componentes nesta perspetiva que podemos considerar o Futsal
do jogo e as escassas certezas existentes como um jogo de atividade complexa e dinâmica,
acerca do desenvolvimento metodológico da devido à multiplicidade de fatores que incidem
respetiva formação técnica e tática (Konzag, diretamente no comportamento dos jogadores,
1983). No panorama nacional, quer ao nível do equipas e no desenrolar do próprio jogo (Sampedro,
Desporto Escolar (DE) quer ao nível do Desporto 1993; Travassos, Araújo, Duarte & McGarry, 2012).
Universitário, o Futsal é já a modalidade coletiva Deste modo, fruto da evolução da complexidade
com maior número de praticantes. Devido a este do jogo, aliada à alta velocidade e intensidade do
facto consideramos que o Futsal assume desde mesmo, levam a que a compreensão do jogo e dos
já um grau de enorme relevância na formação fatores que sustentam elevados desempenhos seja
desportiva dos nossos jovens e como tal urge o fundamental para o planeamento do treino e do
desenvolvimento de mais conhecimento no que diz jogo (Braz, 2006), desde as etapas mais baixas de
respeito aos conteúdos a abordar nos diferentes formação até ao alto rendimento.
níveis de formação dos jovens praticantes em
contexto escolar e competitivo. > 2.2 – Fatores de rendimento e aprendizagem
Garganta (1996), refere que a identidade dos no Futsal
diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de No Futsal existe grande imprevisibilidade e
produção – ganhar o jogo – é indissociável de um variabilidade nas relações entre jogadores e
quadro de atividades particulares, dado por: equipas, e como tal é extremamente complexo,
- uma relação de forças materializada no confronto definir, ou hierarquizar, os fatores que contribuem
entre dois grupos de jogadores de equipas para o rendimento dos jogadores e equipas
diferentes que disputam ou trocam um objeto, de Futsal. Para Garganta (1997) aqueles que
móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola); habitualmente se consideram assumir maior
- uma variação nas habilidades motoras preponderância no desempenho dos jogadores e
desenvolvidas a partir da variação das capacidades equipas na generalidade dos desportos coletivos
dos indivíduos e das variações no contexto; são: táticos; técnicos; físicos e psicológicos. Konzag
- estratégias individuais e coletivas que (1995) refere mesmo que o desenvolvimento
condicionam as decisões implícitas e explícitas, das capacidades condicionais e coordenativas,
tomadas com o intuito de levar de vencida o técnicas, táticas e psicológicas, são determinantes
6 F.P.F
para aumentar a capacidade geral de prestação Voser, 2001) e surge como o resultado de décadas
desportiva de acordo com as especificidades da de experiências levadas a cabo por diversos
modalidade. Apesar da distinção que possamos treinadores em diferentes países (Sampedro,
fazer entre fatores de rendimento no Futsal para a 1997). Esta caracteriza-se, para além da posição
sua compreensão, dadas as diversas configurações habitual do “Guarda-Redes”, pelo posicionamento
do jogo, o pouco espaço e elevada velocidade, mais recuado de um jogador na zona central,
todas as ações realizadas exigem uma elevada denominado de “Fixo”, dois jogadores em posição
adaptabilidade dos jogadores e equipas e como tal intermédia, colocados nas zonas laterais do campo,
são fortemente determinadas do ponto de vista os chamados “Alas”, e, pela colocação de um quinto
tático, ainda que esta dependa de uma interligação jogador mais adiantado, posicionado na zona
adequada de todos os fatores (Konzag, 1983). Como central, apelidado de “Pivô”.
tal, para intervir no jogo é fundamental um grande
conhecimento sobre a organização estrutural e
funcional que carateriza o jogo de Futsal.
FUTSAL 7
um posicionamento equilibrado dos jogadores
no espaço, tanto a atacar como a defender,
potenciando as possibilidades de mobilidade e de
trocas posicionais. É um sistema com a forma de
losango, que dividido ao meio no sentido latitudinal
assume a forma de dois triângulos com os vértices
invertidos, facilitando passes na diagonal, que
são os ideais devido ao menor risco de serem
intercetados, e os que se configuram como
mais adequados tendo em conta a organização
posicional e estrutural, bem como a dinâmica
coletiva do jogo de Futsal.
A ocupação equilibrada do espaço de jogo, tanto
em largura como em profundidade, é uma das
caraterísticas mais importantes desta estrutura e
assume-se como um aspeto facilitador do processo
de ensino/aprendizagem, da compreensão e da
qualidade de jogo a produzir, quer ofensiva quer
defensivamente.
8 F.P.F
pelas diferentes posições, tendo que assumir eficazes e desejáveis, também são regularmente
as respetivas funções. A segunda, refere-se à intercetados pelo defensor do portador da bola,
necessidade dos jogadores terem um elevado porque requerem qualidade e precisão no passe,
entendimento e uma manifesta cultura de jogo. Tal o que nas idades de iniciação, tal prefigura uma
deve-se ao facto desta estrutura não privilegiar dificuldade inerente à potência necessária para a
uma ocupação racional do espaço de jogo e, respetiva execução, a que acresce a limitada leitura
portanto, requerer uma grande mobilidade para de jogo. Como tal, esta estrutura, dada a distância
ocupação dos espaços livres importantes e uma a que os jogadores da mesma equipa se encontram
reorganização posicional permanente, entre os uns dos outros, embora potencie situações de
quatro jogadores, para que o equilíbrio da estrutura 1x1, não promove de forma consistente as ações
esteja permanentemente garantido. táticas e técnicas que se afiguram determinantes
para o desenvolvimento da qualidade de jogo
> 2.2.1.3 – Organização estrutural 1:2:2 coletiva e individual dos jovens jogadores. Segundo
A estrutura 1:2:2 (Figura 3), pela configuração Lozano Cid (1995), pode ser um sistema vantajoso
geométrica que assume (quadrado) através da se tivermos um jogador muito hábil e com muita
colocação de dois jogadores em posições mais segurança com a bola nos pés, pois sempre
recuadas e dois em posições mais avançadas, leva que jogar 1x1, criará situações de superioridade
a um aumento da distância entre os jogadores, numérica. Outra particularidade prende-se com
e deste modo, potencia mais passes laterais o facto do portador da bola dispor apenas de
e verticais. Os primeiros são passes de risco um apoio para possível passe, o que no Futsal de
elevado, porque no caso de serem intercetados, alto nível é manifestamente pouco para se poder
podem provocar situações de finalização (1xGR). fomentar a mobilidade necessária para se criar a
Os segundos, que em termos teóricos são os mais fluidez e a qualidade de jogo pretendidas. É uma
estrutura que tem vindo a cair em desuso, embora
esporadicamente, em situações muito específicas,
ainda se utiliza, dependendo das caraterísticas
dos jogadores e, também, da forma de jogar do
adversário, quando existe a necessidade, por
exemplo, de assumir maior risco no posicionamento
dos jogadores, face ao posicionamento defensivo
da equipa adversária (muito recuada).
> 2.2.1.4 – Defesa à zona
De acordo com Lozano Cid et al (2002) defender
à zona significa que os defensores não possuem
responsabilidade direta sobre um atacante em
concreto, devendo preocupar-se em ocupar uma
determinada zona do campo, na qual são responsáveis
pelos adversários que por aí passem. O fecho
desse espaço varia constantemente em função do
posicionamento da bola e das ações que a defesa
realize. Já Amieiro (2005) diz que este modelo de
organização defensiva caracteriza-se pela ocupação e
controlo dos espaços mais importantes, em função da
posição da bola, pelos posicionamentos de cobertura
ao jogador que está a pressionar o portador da bola
e pelo fecho coletivo da equipa, de forma a encurtar
o espaço real de jogo, com o objetivo de colocar aos
adversários problemas espácio-temporais, tanto de
decisão como de ação.
FUTSAL 9
> 2.2.1.5 – Defesa individual em situação de superioridade posicional ou
Segundo Lozano Cid et al (2002) a defesa numérica (Chaves & Amor, 1998). Ainda segundo
individual é aquela defesa na qual cada jogador tem os mesmos autores, isto deve-se a que a perda
responsabilidade prioritária sobre um adversário da bola aconteça de forma brusca, rápida e de
atacante concreto, acompanhando-o em todas surpresa, e por tanto existirá uma maior demora na
as movimentações que este realize no campo. No resposta defensiva. As situações de superioridade
entanto, isto não significa que na defesa individual posicional ou numérica, mais comuns, resultantes
o defesa deva seguir literalmente o adversário das transições ataque-defesa e defesa-ataque no
pelo qual está responsável em todo o espaço de jogo de Futsal são: 1xGR; 2xGR; 3x1+GR; 2x1+GR e
jogo. Estando responsável por um atacante, as 3x2+GR.
suas ações deverão, em função do posicionamento
da bola, contribuir para restringir coletivamente
as opções do ataque, bem como contribuir para o
equilíbrio defensivo da equipa. Ainda que haja essa
responsabilidade, sempre que um companheiro
seja ultrapassado deve haver uma cobertura
defensiva.
10 F.P.F
> 2.2.2 – Organização funcional Tendo em consideração o referido, é importante
A organização funcional está relacionada com a salientar que, no Futsal, quando se opta por
dinâmica que os jogadores e a equipa conseguem jogar com determinada organização estrutural, a
imprimir à organização estrutural. Assim, a dinâmica coletiva assume caraterísticas próprias,
organização funcional assume-se como um embora variem de equipa para equipa, em
conjunto de padrões de ação específicos dessa função dos princípios de jogo que os respetivos
equipa em interação, que fazem emergir uma treinadores preconizam.
determinada forma de jogar, manifestando-se Os referidos princípios constituem-se como regras
como princípios de jogo específicos dessa equipa que regulam o comportamento individual e coletivo
(Guilherme, 2004). para alcançar um dado objetivo (Travassos, 2014)
pelo que são fundamentais para a aprendizagem
do jogo. Para Teodorescu (1984), os princípios de
jogo são normas de funcionamento pelas quais
os jogadores se devem orientar para coordenar
as suas ações individuais e coletivas durante
todas as ocorrências do jogo. Estes manifestam-
se em jogo como padrões de comportamento
que podem assumir várias escalas, isto é, a nível
individual, grupal ou coletivo, devendo no entanto
ser vistos de um modo articulado de modo serem
representativos da dinâmica coletiva que se
pretende implementar (Guilherme, 2004).
Neste sentido, é possível identificar diferentes
tipos de princípios que durante o jogo coexistem
em interação: os princípios gerais, os princípios
específicos e os princípios específicos da equipa.
FUTSAL 11
equilíbrio ofensivo através de linhas de passe em ações para alcançar o objetivo proposto (como
segurança apelando a um segundo atacante iii) fazer). Tal exige, então, que para a obtenção de
mobilidade – ações com ou sem bola que procuram elevadas performances em competição, desde
romper e desequilibrar a estabilidade da estrutura as etapas de formação mais baixas os jogadores
defensiva adversária através da criação de espaços sejam confrontados com progressões pedagógicas
livres e de linhas de passe; iv) espaço – tornar que lhes permitam o desenvolvimento da sua ação
o jogo mais aberto, com maior amplitude do tática, ainda que esta dependa de uma interligação
ataque em largura e em profundidade obrigando adequada com os fatores físicos (condicionais e
assim a equipa adversária a uma maior flutuação coordenativos), psicológicos e técnicos. Para além
defensiva. Os defensivos são i) contenção – ação do referido, o modo de conjugação dos diferentes
individual defensiva que visa impedir a progressão fatores de rendimento bem como das exigências
ou remate através da colocação de um jogador da competição devem estar adequados às idades
entre o portador da bola e a baliza; ii) cobertura dos praticantes e de acordo com o seu processo
defensiva – necessidade de manter o equilíbrio maturacional para que o desenvolvimento das suas
defensivo através de ocupação espacial de ajuda capacidades seja otimizado face às exigências das
ao companheiro defensor do portador da bola; iii) modalidades em causa, neste caso o Futsal. Assim,
equilíbrio – ajuste do posicionamento defensivo para percebermos como conjugar os diferentes
em função do posicionamento adversário, da fatores de rendimento no processo de formação
bola e da baliza, pretendendo-se a cobertura dos desportiva no Futsal, é necessário atendermos
espaços e jogadores livres e eventuais linhas de aos modelos de desenvolvimento desportivo
passe fazendo com que os atacantes se desloquem existentes.
para espaços menos perigosos; iv) concentração
– diminuição do espaço disponível da defesa para > 2.3 –Preparação desportiva a longo prazo
condicionar as opções de jogo do ataque, retirando- O período entre a iniciação e o alto rendimento é
lhes largura e profundidade. designado pela teoria do treino como um período
de formação, onde se procura desenvolver bases
> 2.2.2.2 – Princípios de Jogo Específicos da Equipa que permitam aos jogadores alcançar os objetivos
Os princípios de jogo específicos da equipa são finais. Este período de formação é denominado por
padrões de ação, de intencionalidades coletivas, de Preparação Desportiva a Longo Prazo (PDLP) (Balyi
grupo ou individuais que o treinador pretende que & Hamilton, 2004). Harre (1982) define a PDLP como
a equipa evidencie nas diferentes fases/momentos um processo pedagógico regido de acordo com as leis
de jogo (Guilherme, 2004). São estes princípios do desenvolvimento pessoal e performance atlética,
que permitem configurar um conjunto de padrões que tem por objetivo maximizar as capacidades dos
de referência específicos e especificadores indivíduos numa determinada idade. Assim, autores
sobre os quais os jogadores se articulam e que como Platonov (1994), Bompa, (1999), ou Martin
qualificam cada equipa, conferindo-lhe identidade. (2007), referem que o alto rendimento não pode ser
Estes princípios específicos da equipa não se obtido sem a PDLP tornando-se uma característica do
sobrepõem aos princípios específicos nem aos desporto moderno.
princípios gerais, mas, pelo contrário, interagem O processo de desenvolvimento desportivo e os
com eles dando-lhes uma interpretação e uma pressupostos metodológicos que o sustentam
forma de manifestação própria, criando um jogar assumem ainda mais importância face às evidências
substantivo. de que são necessários 10 anos de prática deliberada
Sendo que na articulação dos referidos intensiva para que o potencial de um indivíduo se
pressupostos de organização estrutural e concretize na prática de uma dada modalidade ou
funcional, o problema primeiro é de natureza tarefa (Stafford, 2005, Ericsson, 2006).
tática, isto é, o praticante na constante relação que Marques (2000), refere, no entanto, que a
estabelece com o contexto de jogo deve conseguir concretização do potencial de um individuo e a
percecionar as suas possibilidades de ação obtenção de resultados de elevado desempenho,
num dado instante face às suas características após a sua preparação desportiva, dependem
individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas cada vez mais do que se fez nos anos de
formação (adequação da prática aos níveis de identificadas e caraterizadas etapas especificas
desenvolvimento dos jovens e das exigências da no PDLP que permitem um desenvolvimento mais
atividade desportiva) e não no número de anos sustentado dos jovens jogadores. No caso dos
passados na preparação. Isto é, dependem mais desportos coletivos o modelo é designado por
da qualidade e menos da quantidade de trabalho “Modelo de Especialização Tardia do Jogador”
realizado. É nesta perspetiva que Coelho (2000), (METJ) e possui 5 níveis de desempenho. Esta
considera que para a obtenção de níveis de proposta distingue-se das demais por considerar
desempenho superiores a preparação desportiva que a divisão das etapas de formação deverá
dos jovens, não pode deixar de ter como referencia ter em consideração as especificidades das
a especificidade das modalidades desportivas, modalidades a praticar, bem como não deverá
bem como os objetivos e características do alto ter apenas em consideração a idade cronológica
rendimento. De acordo com Serrano, Santos, dos jogadores, mas a sua idade maturacional,
Sampaio & Leite (2013), os melhores jogadores permitindo que os conteúdos e objetivos de cada
adultos de Futsal, em Portugal, distinguem-se dos etapa se adequem às necessidades especificas dos
jogadores de níveis competitivos inferiores pela jogadores. De acordo com a proposta apresentada,
dedicação precoce ao treino desportivo no Futsal, os autores definem as seguintes etapas e
com acréscimo progressivo do volume de treino conteúdos para o METJ (ver quadro 1).
semanal e na duração das épocas desportivas. Do
mesmo modo, tal como observado em estudos
anteriores em diferentes modalidades desportivas
coletivas, a prática deliberada mais diversificada,
em idades precoces, potenciou o desenvolvimento
das capacidades dos melhores jogadores
portugueses de Futsal.
É hoje aceite de forma consensual que, quando
se trata de crianças e jovens, a preparação
desportiva deve ir ao encontro das características
de desenvolvimento do indivíduo, impondo-se
assim, uma delimitação consciente das diferentes
etapas desse desenvolvimento. Cada uma
dessas etapas deve, respeitando o jovem atleta,
conciliar um ajuste no peso a dar a cada um dos
fatores de rendimento, aos objetivos a alcançar,
bem como à seleção criteriosa dos meios e
métodos de treino a utilizar em cada momento,
possibilitando um desenvolvimento equilibrado
e sustentado e evitando a especialização
precoce (Brito, 2002). Assim, a divisão dos
programas de desenvolvimento desportivo em
etapas específicas, de acordo com as etapas
de maturação dos jovens jogadores, permite
a definição e hierarquização de conteúdos, a
definição de objetivos (Fernandes, 2004) e mesmo
a avaliação da evolução de cada jogador face aos
objetivos a alcançar e em relação aos demais
jogadores da sua idade.
Ao longo dos tempos têm surgido várias propostas
de modelos de desenvolvimento desportivo entre
as quais gostaríamos de destacar o modelo de Balyi
& Hamilton (2004), que considera que podem ser
FUTSAL 13
QUADRO 1 - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização Tardia do Jogador.
Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).
14 F.P.F
QUADRO 1 (cont.) - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização tardia do jogador.
Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).
Ainda assim, consideramos ser de extrema importância uma melhor compreensão de quais os conteúdos
técnicos e táticos a desenvolver em função da especificidade do jogo de Futsal.
FUTSAL 15
> 2.4 – Níveis de desempenho no Futsal diferenciadas. Neste nível existe uma melhoria
Tendo por pressuposto que o alto rendimento no relacionamento individual com a bola que
não pode ser obtido sem uma PDLP e, tendo permite, com regularidade, o surgimento de
como referência o jogo praticado pelas crianças sequências de jogo individuais e coletivas. Contudo,
que o iniciam e o nível de desempenho desejado ainda evidenciam frequentes erros técnicos não
para que um jogador possa integrar uma equipa provocados. Começa a surgir alguma organização
sénior, podemos caracterizar a sua evolução em posicional e funcional em situações específicas
diferentes níveis evolutivos. Nesta perspetiva, simplificadas. De um modo geral deixa de ocorrer
considerando os comportamentos observados uma evidente aglomeração em torno da bola, mas
em relação: (i) às ações individuais com e sem continua a verificar-se uma individualização das
bola, (ii) ao conhecimento do jogo e seus objetivos, ações por parte dos diferentes jogadores, em
(iii) à organização posicional e estrutural e (iv) detrimento da organização coletiva.
à organização funcional e dinâmica coletiva
geradas, Guilherme & Braz (2013) consideram a Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural
existência de 4 níveis qualitativos de desempenho,
a saber, o nível básico, o nível elementar, o nível O nível intermédio caracteriza-se pelo entendido
intermédio e o nível de especialização. Conquanto do jogo como um projeto coletivo em que as ações
a identificação destes níveis, convém estar ciente individuais visam o benefício da equipa. No nível
de que os mesmos interagem, pelo que importa intermédio já se verifica com frequência elevada,
preservar alguma plasticidade nas respetivas a ocorrência de sequências de ações ininterruptas
interpretação e operacionalização. com cada vez menos erros não provocados. O jogo,
Face ao exposto, e de acordo com a proposta de passa a evidenciar organização posicional nas
Guilherme & Braz (2013) a caracterização dos níveis de diferentes fases/momentos e os jogadores passam
desempenho pode ser considerada do seguinte modo: a ter consciência dos distintos posicionamentos
estruturais e das respetivas tarefas e funções. A
Nível Básico - Ações individuais com e sem bola ocupação dos espaços, tanto defensivos como
As crianças pequenas são egocêntricas - jogar a ofensivos, passa a ser equilibrada de acordo com
bola é o objetivo mais importante, e como tal o as fases/momentos de jogo. A evolução deste
nível básico manifesta-se, fundamentalmente, passa pelo enquadramento coletivo que as ações
pelo rudimentar relacionamento com a bola. individuais começam a evidenciar, tornando-se o
Existem grandes dificuldades na execução das jogo mais dinâmico.
diferentes ações técnicas com consequências
para o envolvimento e participação no jogo. Do Nível de Especialização - Organização funcional e
mesmo modo, a organização posicional e funcional dinâmica coletiva
é residual, tornando o jogo num conjunto de ações
individuais, isoladas e sem sequência coletiva O nível de especialização caracteriza-se como
intencional. Existe constante aglomeração sendo um projeto realmente coletivo e com todos
dos diferentes jogadores em torno da bola, os pressupostos necessários para que se possa
fazendo com que o jogo tenha uma configuração partir para formas de jogar com organização
essencialmente individual e desorganizada, sendo estrutural e funcional complexa, suportadas por
que existe pouca consciência do objetivo primeiro uma dinâmica coletiva que emerge de padrões
do jogo, a marcação de golos. de ação referenciais. Neste nível de jogo, os
praticantes evidenciam frequente e adequada
Nível Elementar - Conhecimento do jogo mobilidade e equilíbrio posicional permanente.
e seus objetivos A mobilidade é motivada pelas movimentações
específicas das diferentes posições e, também,
O nível elementar caracteriza-se pelo início do pelos permanentes movimentos de trocas
entendimento do jogo, enquanto jogo coletivo, posicionais – rotações – características desta
porém, ainda com manifestações individuais e com modalidade. O equilíbrio posicional acontece
consciência de posicionamentos e funcionalidades porque os jogadores já são capazes de diferenciar
16 F.P.F
e assumir as distintas posições e as respetivas
funções, tanto a atacar como a defender.
Para além de caracterizarem os níveis de
desempenho, os autores sistematizaram ainda, de
um modo geral, os conteúdos a abordar em cada um
dos níveis de desempenho (ver quadro 2).
NÍVEIS DE DESEMPENHO
CONTEÚDOS BÁSICO ELEMENTAR INTERMÉDIO ESPECIALIZAÇÃO
Enquanto a proposta referente ao modelo de especialização tardia do jogador (Quadro 1) foca a sua
atenção em quatro vertentes (físico, técnico, tático e psicológico) e nos conteúdos a abordar em cada
uma das etapas de um modo geral, e de acordo com a idade dos praticantes, a proposta dos níveis de
desempenho no Futsal foca a sua atenção na compreensão dos conteúdos a abordar que dizem respeito
ao conhecimento do jogo enquanto desporto coletivo e à capacidade que os jogadores terão em resolver
os problemas do jogo de forma coletiva. Para além deste aspeto, a proposta dos níveis de desempenho no
Futsal não estipula a correspondência entre a idade dos praticantes e os conteúdos a abordar, mas centra
a sua atenção na qualidade de jogo evidenciada pelos próprios praticantes.
FUTSAL 17
3. ESCALÕES ETÁRIOS/NÍVEIS DE DESEMPENHO
Num estudo realizado recentemente por Mendes, J.L. (2014) tendo por base os cinco escalões etários
institucionalizados pela FPF, Sub 11, Sub 13, Sub 15, Sub 17 e Sub 19, teve como objetivo a definição de
conteúdos de treino e processos para o ensino do jogo nas diferentes etapas do processo de especialização
desportiva no Futsal. Este trabalho pretendeu balizar uma progressão de ensino / aprendizagem do jogo
de Futsal baseada em competências para a prática do jogo, pela definição de quais os conteúdos (ações
individuais, conhecimento do jogo e seus objetivos, organização posicional e estrutural, e organização
funcional e dinâmica) a abordar em cada nível de desempenho/escalões de formação no Futsal, de acordo
com o apresentado no quadro 3. O referido estudo teve por base a opinião de 44 treinadores em atividade na
época desportiva 2013/2014
QUADRO 3 - Relação dos conteúdos com os respetivos escalões de formação. Mendes, J.L. (2014)
ESCALÕES ETÁRIOS
CONTEÚDOS
ÁREAS SUB 11 SUB 13 SUB 15 SUB 17 e 19
18 F.P.F
Os resultados revelam Trabalho específico -Inicio da de bola parada;
que os conteúdos do GR. especialização -Os atletas devem
destas áreas não pelas funções a conseguir modificar
assumem particular desempenhar. comportamentos
destaque neste escalão. -Conhecimento em função da
Organização
das organizações forma de jogar do
posicional e
estruturais com adversário;
estrutural particular destaque -Início do trabalho
para o 1:3:1; das situações de
-Grande relevância risco 5x4+GR.
para o trabalho
específico do GR.
Segundo Mendes, J.L. (2014) foi possível identificar algumas convergências entre os conteúdos identificados
pelos treinadores para os diferentes escalões de formação e os níveis de desempenho propostos por
Guilherme & Braz (2013), permitindo uma proposta de correspondência entre cada escalão de formação
institucionalizado pela FPF e o nível de desempenho preferencial a atingir no processo de desenvolvimento
desportivo do jogador de Futsal:
- Sub 11 vs Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo;
- Sub 13 vs Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo.
- Sub 15 vs Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo.
- Sub 17 Sub 19 vs Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo.
Consideramos que a conjugação entre os resultados obtidos no estudo de Mendes, J.L. (2014) e a proposta
de Guilherme & Braz (2013) podem ajudar a clarificar a sequência a seguir nas diferentes dimensões da
preparação técnico-tática do jogador de Futsal e a sequência que os conteúdos devem ter.
Apesar da proposta de correspondência entre os escalões de formação institucionalizados pela FPF e os
níveis de desempenho do jogador de Futsal, e considerando que o ensino do jogo não estará dependente
do escalão etário considerado, mas sim, do conhecimento do jogo evidenciado pelos atletas, consideramos
que a apresentação de uma proposta de formação para o Futsal se deve referenciar em função dos níveis de
desempenho e não dos escalões etários.
Tal como Balyi & Hamilton (2004), propuseram que a definição dos conteúdos de treino não devem ter
apenas em consideração a idade cronológica, mas sobretudo maturacional, consideramos que deveremos
ir mais além e atender a outros fatores que condicionam de sobremaneira a intervenção do treinador. Ao
FUTSAL 19
considerarmos as especificidades, por exemplo, espaço de resolução de problemas, tendo por base
dos diferentes distritos de Portugal, e dos clubes a complexidade do próprio jogo, em que as ações
que praticam Futsal, observamos realidades técnicas são vistas como um meio para atingir um
completamente distintas ao nível da idade em fim e não um fim em si mesmo. Este modelo tem
que os jogadores iniciam a sua prática, ao nível do por base os aspetos táticos do jogo, tendo por
número de horas de prática, da assiduidade aos base a compreensão dos princípios de jogo, sobre
treinos e competição (Serrano, Santos, Sampaio os quais assenta a tomada de decisão do que fazer
& Leite, 2013) ou mesmo ao nível do número de e como fazer nas diferentes situações de jogo
equipas e competitividade dos campeonatos (Bunker & Thorpe, 1982).
que disputam, com consequências óbvias nas A metodologia que tem vindo a ser mais utilizada no
capacidades e qualidades dos jogadores e das ensino do jogo de Futsal, vai ao encontro do modelo
equipas. Afigura-se dizermos que atletas que de ensino dos jogos para a compreensão, através
pertencem aos mesmos escalões etários, mas que da decomposição do jogo nas várias unidades
vivem diferentes realidades formativas e de cultura funcionais como são os casos das estruturas
de clube ou da existência ou não de ídolos, ou de (GR+1x1+GR); (GR+2x2+GR), (GR+3x3+GR), e
uma equipa de referência na modalidade na sua (GR+4x4+GR). Esta opção, teoricamente, parece
cidade ou região (aspeto de enorme relevância para apresentar uma certa lógica e coerência, contudo,
o desenvolvimento de peritos (Côté, Macdonald, em termos operacionais denota fragilidades, pois
Baker, & Abernethy, (2006)) terão, certamente, um é necessário perceber-se a diferença entre níveis
comprometimento e dedicação diferentes face de complexidade e de dificuldade das estruturas
à modalidade e deste modo, necessitam de um funcionais passíveis de serem propostas face
acompanhado diferenciado de outros. às capacidades individuais e relacionais dos
De acordo com o referido, de seguida jogadores (Guilherme & Braz, 2013). De acordo
apresentaremos uma proposta metodológica com a proposta de Vilar (2013) a dificuldade de
para operacionalização dos conteúdos de treno no um exercício pode ser definida tendo por base o
ensino do jogo de Futsal tendo por base os níveis de número de possibilidades de ação do portador
desempenho com correspondência aos conteúdos da bola em relação ao número de defensores que
apresentados nos Quadros 1,2 e 3. condicionam essas mesmas possibilidades de ação,
enquanto a complexidade do exercício pode ser
4. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA definida tendo em consideração a quantidade de
OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE informação que os jogadores necessitam atender
TREINO NO ENSINO DO JOGO DE FUTSAL para conseguir identificar as suas possibilidades
de ação, em relação ao que ocorre no jogo. Por
No passado, foi consensual que, no ensino dos exemplo, uma estrutura de GR+2x2+GR possui
JDC, primeiro se deveria dar ênfase às habilidades maior dificuldade, mas menor complexidade do
básicas do jogo, ao ensino hierarquizado das que uma estrutura de GR+4x3+GR. Enquanto que,
técnicas de uma forma isolada e repetitiva, na estrutura de GR+2x2+GR o portador da bola
dotando os jogadores de mais ferramentas tem todas as opções marcadas, mas tem que gerir
para intervirem no jogo. No entanto, verificou- apenas a relação com mais 1 atacante e o GR, na
se que esta abordagem levava a problemas na relação com 2 opositores mais o GR adversário, na
compreensão do jogo (Garganta, 1994). Face ao estrutura de GR+4x3+GR, o portador da bola tem
referido, uma das alternativas proposta ao modelo sempre uma linha de passe livre, ou ele mesmo
anterior foi o modelo de ensino dos jogos para a pode progredir livremente para a baliza em função
compreensão (Teaching Games for Understanding do posicionamento do adversário, mas tem que
– TGfU) que enfatiza que a atenção seja colocada gerir a relação com mais 3 atacantes e o seu GR em
no desenvolvimento da capacidade de jogo através relação a 3 opositores mais o GR adversário.
da compreensão tática do mesmo (Bunker & Quando ao nível do treino, para trabalharmos
Thorpe, 1982). A ideia do modelo anterior tem como ações individuais com bola (condução de bola,
objetivo deixar de ver o jogo como um momento de finta e remate), propomos jogos com a estrutura
aplicação de técnicas, para passar a vê-lo como um GR+1x1+GR, o objetivo principal é ultrapassar o
20 F.P.F
oponente direto e progredir para a baliza com dispõem dessa qualidade técnica que permite que
o intuito de fazer golo. Perante este cenário, é o jogo possa ter continuidade? E o jogador que
pertinente dizermos que as estruturas simples, passa a bola para onde se deve desmarcar? Para a
de complexidade reduzida, estão associadas frente, para trás, para a direita ou para a esquerda?
a níveis de desempenho iniciais ou escalões Admitimos que não e, como tal, advogamos que
etários mais baixos. A questão que se coloca é esta não é a melhor estrutura funcional para iniciar
a de saber se o principiante que evidencia uma o ensino do jogo.
fraca compreensão de jogo e défices técnicos que Analisando agora a estrutura GR+3x3+GR
limitam sobremaneira a sua relação com a bola, tem (estrutura considerada adequada por 59% dos
possibilidades de conseguir obter êxito perante treinadores para o escalão de sub 11 no estudo de
tais condições e exigências. Apesar de ser uma Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola, já tem 3
estrutura simples, devido ao número reduzido de possibilidades de linha de passe, se incluirmos a do
intervenientes, a estrutura GR+1x1+GR requer sem GR (apesar de esta estar condicionada pelo plano
dúvida uma qualidade técnica apurada para que o regulamentar). Por norma em termos posicionais
objetivo do exercício se concretize, pois o seu nível em relação à ocupação de espaços, o portador
de dificuldade é bastante elevado, o que se revela da bola ocupa o corredor central podendo-a
um contrassenso com os níveis de desempenho passar para o colega da direita ou esquerda,
inicias uma vez que a estes níveis estão associadas desmarcando-se de seguida através da realização
grandes debilidades técnicas. Face ao exposto de combinações diretas ou indiretas ou ficar a
consideramos que o praticante irá ter dificuldades dar apoio. Em termos de largura passa a existir
em obter êxito na realização de exercícios com uma ocupação equilibrada no campo, faltando
esta estrutura. Queremos com isto realçar que aqui um jogador em posições mais avançadas par
jogos com número reduzido de jogadores, ou seja, se solucionar o problema da profundidade. Para
menos complexos, podem apresentar um grau de jogadores principiantes com défice ao nível do
dificuldade elevado quanto às qualidades técnicas conhecimento do jogo poderão surgir aqui outros
e de conhecimento de jogo que os praticantes problemas. Segundo Guilherme & Braz (2013) neste
manifestam, condicionando a fluência do jogo e a nível os praticantes ainda não têm compreensão de
evolução do jogador. jogo que lhes permita perceber os posicionamentos
Na realização de exercícios de treino com estrutura que devem adotar em função da dinâmica que o
GR+2x2+GR (estrutura considerada adequada por jogo assume ou de acordo com os princípios de
73% dos treinadores para o escalão de sub 11 no jogo. Referindo ainda os mesmos autores que outra
estudo de Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola dificuldade que esta estrutura apresenta prende-
poderá optar entre duas situações, driblar um se com o facto de evidenciar uma configuração
dos adversários progredindo de imediato para a a atacar e outra a defender. Existe uma inversão
baliza e passar a bola e desmarcar-se fazendo-o de posicionamentos em relação ao jogador do
através de combinações simples ou diretas, ou corredor central que quando ataca se encontra
ficar a dar apoio (princípio da cobertura ofensiva). numa posição mais recuada e quando defende
Tendo já sido acima referidos alguns problemas posiciona-se numa posição mais avançada.
que se podem encontrar para que a primeira Achamos que esta estrutura poderá ter grande
opção tenha sucesso, em relação à segunda, outra relevância no ensino do jogo de Futsal, uma vez que
questão se levanta. Será que nestas idades os exige dos atacantes uma mobilidade permanente
praticantes já possuem um conhecimento do jogo e consequentemente, uma organização e
que lhes permita perceber qual é a melhor opção reorganização constante dos espaços de jogo,
a ser tomada? De facto, a qualidade de passe dos tanto ofensivos como defensivos, características
principiantes é muito débil e, no jogo que propomos, fundamentais para o jogo e jogador de Futsal, mas
os adversários estão sempre a uma distância pelo exposto anteriormente somos de opinião que
reduzida, e como tal a direção do passe tem que não será a mais indicada para se iniciar o ensino do
ser muito precisa. Também no plano da qualidade jogo nos níveis mais baixos.
da receção, pelos mesmos motivos, os praticantes Falta analisar o jogo na estrutura GR+4x4+GR
têm que revelar proficiência. Será que os jogadores (estrutura considerada adequada por 59% dos
FUTSAL 21
treinadores mas apenas para o escalão de sub 13 no
estudo de Mendes, J.L. (2014)). Segundo Guilherme
& Braz (2013) esta é a estrutura que evidencia
menores dificuldades para os principiantes
iniciarem a aprendizagem do jogo, quer a nível
técnico quer a nível tático, o que acaba por ser um
paradoxo em virtude de ser a estrutura de maior
complexidade. Os mesmos autores justificam a
sua opinião referindo que a nível técnico, como a
quantidade de jogadores é elevada, mesmo com
erros, a continuidade de jogo pode ser assegurada
de modo mais efetivo do que em estruturas
mais reduzidas. Ao nível tático, permite que os
praticantes iniciais, sem grande conhecimento
do jogo, ocupem de uma forma mais equilibrada e
organizada os espaços do jogo.
Outra reflexão que merece ser destacada diz Face ao referido, de modo a que os exercícios
respeito à compreensão dos princípios específicos de treino a utilizar permitam desenvolver a
de jogo (ofensivos – penetração, cobertura compreensão dos princípios de jogo ajustados às
ofensiva, mobilidade, espaço; defensivos – capacidades dos jogadores, consideramos que
contenção, cobertura defensiva, equilíbrio, o recurso a estruturas de GR+4x4+GR pode ser
concentração). No estudo levado a cabo por a mais apropriada. No entanto, estas situações
Mendes, J.L. (2014) (ver quadro 3) só no escalão deverão ser manipuladas (variação de espaço,
de Sub 13 os treinadores lhe conferem grau de sectores e corredores a ocupar, tamanho das
importância, embora os mesmos opinem que balizas, número de balizas) de modo a permitir
no escalão etário de Sub 11 o jogo já deve ser realçar os comportamentos individuais e os
trabalhado como um projeto coletivo. Segundo princípios específicos de jogo a trabalhar em cada
Travassos (2014) os princípios específicos de jogo escalão. O recurso a situações de superioridade /
são uma informação essencial para suportar o inferioridade numérica ou da existência de jokers
ensino do jogo como projeto coletivo, pois é através de apoio no exterior do campo a partir da lógica
deles que os jogadores iniciam o desenvolvimento de ocupação espacial da estrutura GR+4x4+GR
de comportamentos coletivos que permitem uma poderão também ser soluções viáveis a explorar
ocupação espacial equilibrada face ao objetivo (por exemplo GR+2x1+GR, GR+3x1+GR, GR+4x2+GR
momentâneo do jogo (atacar ou defender). ou GR+4x3+GR). Do mesmo modo, apesar de
Como pudemos verificar no Quadro 2 - Relação defendermos que a estrutura, GR+4x4+GR,
dos conteúdos com os respetivos níveis de constitui um bom ponto de partida, estamos
desempenho, adaptado de Guilherme & Braz (2013), convictos que outras estruturas funcionais,
os princípios específicos ofensivos (penetração em determinadas fases do processo ensino-
e cobertura ofensiva) e defensivos (contenção) aprendizagem, poderão assumir uma importância
fazem parte dos objetivos no nível básico. Deste muito particular, sobretudo se formos capazes de
modo, consideramos que os princípios específicos adequar as respetivas potencialidades intrínsecas
de jogo devem começar a ser trabalhados desde e a respetiva variação entre complexidade
o início do processo formativo no Futsal. Nesta e dificuldade inerente às mesmas, face às
perspetiva, cremos que a compreensão do jogo necessidades que os praticantes vão revelando ao
e a introdução de regras básicas para potenciar longo do seu percurso evolutivo.
a cooperação entre os jogadores na realização A reflexão que temos vindo a fazer remete-nos
de situações jogadas, como proposto por Balyi para o jogo na estrutura GR+4x4+GR enquanto
& Hamilton (2004) (ver quadro 1) para a etapa estrutura funcional mais adequada para iniciar
“FUNdamental stage” deverão ter por base os o processo de ensino-aprendizagem no jogo
referidos princípios. de Futsal. A questão que agora se coloca é a de
22 F.P.F
esse tipo de passe aconteça em condições
favoráveis, existe a necessidade de os jogadores se
posicionarem e movimentarem.
De acordo com Mendes, J.L. (2014) é no escalão
de Sub 15 que os jogadores devem passar a ter
consciência dos distintos posicionamentos
estruturais e das respetivas funções a
desempenhar tendo em vista a especialização
dos jogadores nas várias posições (fixo, ala e
pivô). Ocupar os espaços defensivos de uma forma
equilibrada e evidenciarem mobilidade ofensiva,
de acordo com as fases/momentos de jogo. De
acordo com o referido, e tendo em consideração que
a definição da organização estrutural e respetivo
sistema a utilizar deve ter um enfoque a partir
do escalão de Sub 15, consideramos que até este
saber qual a estrutura mais indicada para iniciar o escalão os jogadores devem passar por experiências
processo. Será o “1:3:1” o “1:4:0” ou o “1:2:2”? Tanto diferenciadas em termos de posições a ocupar
a proposta de Guilherme & Braz (2013) como no campo, não existindo preocupação com uma
o estudo de Mendes, J.L. (2014) convergem no organização estrutural rígida e claramente definida.
sentido de que a estrutura 1:3:1 é a mais favorável Até ao escalão de Sub 15, o ênfase do treino deverá
para a aprendizagem do jogo, referindo o último, apontar para o desenvolvimento de ações individuais
no seu estudo, que é no escalão de Sub 15 que se com e sem bola, associados ao desenvolvimento do
deve dar particular destaque ao conhecimento conhecimento do jogo, através da articulação entre
das várias organizações estruturais, com especial os princípios específicos do jogo, dotando, deste
ênfase nesta. Como já foi referido anteriormente modo, os jogadores de maior capacidade individual e
esta é a estrutura que permite uma ocupação plasticidade na relação com os colegas e adversários,
mais equilibrada dos espaços de jogo quer em bem como com os diferentes momentos do jogo. Ao
largura e profundidade, quer a defender como a invés o trabalho específico do GR deverá ter ênfase
atacar. Sabe-se que o tipo de passe mais seguro no escalão de Sub 13 assumindo grande relevância a
e simultaneamente mais eficaz é o que se realiza partir dos Sub 15.
na diagonal, isto porque, tendo em consideração o No que concerne ao método de jogo defensivo, os
posicionamento defensivo do adversário, o passe dados do estudo de Mendes, J.L. (2014) apontam
vertical (paralela), é provavelmente mais fácil de que é a defesa individual que melhor se ajusta
ser intercetado pelo defensor do portador da bola, ao ensino do jogo divergindo da opinião de
excetuando situações muito específicas de passes Guilherme & Braz (2013) que referem a defesa à
na paralela, onde a profundidade é conseguida, zona. Independentemente das características dos
mas em espaços afastados da baliza. Por outro métodos anteriormente referidos em que na defesa
lado, o passe lateral é, em muitas circunstâncias, individual o foco é o jogador e na defesa à zona é
um passe de risco, em virtude da proximidade e do o local onde a bola se encontra, ambos convergem
posicionamento fechado dos defensores. Todavia, no sentido de que um dos princípios essenciais
este tipo de passe, quando acontece, é realizado prende-se com a necessidade de uma ocupação de
em espaços mais curtos, após desmarcações de espaço equilibrada face aos referenciais do jogo
apoio, precedidas de desmarcações de rutura (bola e baliza) de modo a que os caminhos para
interrompidas (quebras), de forma a ultrapassar a baliza estejam protegidos e que o defensor do
o posicionamento defensivo próximo dos portador da bola esteja protegido pela cobertura
defensores, anulando o risco existente. Assim, o defensiva. Segundo Guilherme & Braz (2013),
passe em diagonal é o mais frequente e permite, mesmo que o defensor do portador da bola esteja
simultaneamente, uma maior continuidade e protegido por duas coberturas defensivas, uma
segurança do jogo ofensivo. Contudo, para que de cada lado, se estiver na zona central, ou apenas
FUTSAL 23
uma interior se estiver no corredor lateral, em anteriormente, a utilização das referidas situações
virtude da exterior ser a linha limitadora do campo, de inferioridade / superioridade numérica poderão
a(s) cobertura(s) têm, obrigatoriamente, que estar ser utilizadas desde o início da formação dos
posicionada(s) em diagonais recuadas e fechadas, jogadores como forma de compreensão do jogo
isto é, próximas do defensor que está sobre o em estruturas simplificadas ao nível da dificuldade
portador da bola, caso contrário não conseguem e complexidade do jogo, ou no treino de ações
ser eficazes. Neste sentido, as configurações de técnicas em contexto representativo (por exemplo
losango e de triângulo, também para a defesa, são 2x1 ou 3x1 em posse de bola para treino do passe).
catalisadoras e facilitadoras dos comportamentos O mesmo estudo refere que os conteúdos
pretendidos e do entendimento do modo de jogar relacionados com a organização funcional e
para que se possa defender com equilíbrio. dinâmica coletiva apenas devem ser abordados
De acordo com o referido, mais do que discutir com maior ênfase nos escalões de Sub 17 e Sub 19.
se o ensino do jogo se deve iniciar pela defesa Para que isso aconteça, de forma clara, permitindo
individual ou pela defesa zona, consideramos o desenvolvimento da capacidade dos jogadores
que o fundamental, tal como para o processo face às exigências de jogo atuais, é necessário
ofensivo, será que até ao escalão de Sub 13 que todos os conteúdos referidos anteriormente
os jogadores adquiram de forma gradual, estejam consolidados. Nomeadamente, que nos Sub
capacidade de posicionamento individual e 11 e Sub 13 o conhecimento do jogo e as capacidades
equilíbrio coletivo tendo por base os princípios individuais sejam desenvolvidas, para que nos Sub
específicos defensivos. A variação entre alguns 15 se permita o desenvolvimento da organização
comportamentos de defesa zonal ou de defesa posicional e estrutural. Deste modo, nos Sub 17 e
individual, permitirão dotar os jogadores, mais uma 19, será possível proceder-se à especialização de
vez, de maiores capacidades individuais e de um comportamentos individuais e coletivos tendo
grande conhecimento do jogo que lhes permita uma por base o desenvolvimento de uma organização
aprendizagem mais efetiva dos diferentes métodos funcional e dinâmica coletiva que permitam
defensivos no futuro. aprender cada vez mais a competir e a ganhar, tal
Respeitante aos esquemas táticos, o estudo de como proposto por Balyi & Hamilton (2004).
Mendes, J.L. (2014) refere que estes devem assumir Por último, a questão que se coloca é como treinar
maior ênfase no treino a partir do escalão de todos estes aspetos ao longo das diferentes
Sub 15, considerando-se que a utilização destes etapas de aprendizagem do jogo? Consideramos
fragmentos do jogo poderão ser utilizados em que, desde o início do processo de formação, a
escalões mais baixos para o trabalho de ações decomposição da complexidade do jogo, sem lhe
individuais com e sem bola, desde a execução de retirar essência, e mantendo a representatividade
diferentes ações técnicas individuais ofensivas dos exercícios de treino (Travassos, 2014) será
com bola, até a ações técnicas individuais ofensivas importante na operacionalização do processo de
sem bola e defensivas. A utilização deste tipo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho.
situações, com oposição, permitirá em contextos Assim, tentaremos sustentar o processo ensino-
específicos e bem controlados, mantendo grande aprendizagem no desenvolvimento gradual de
parte dos “ingredientes” do jogo, um grande volume estruturas simplificadas de jogo, articulando
na execução das referidas ações. a sua funcionalidade para a melhoria das
Em relação às transições em superioridade/ capacidades individuais e coletivas na prática
inferioridade numérica, e de acordo com o do Futsal (Guilherme & Braz, 2013). Tendo por
estudo de Mendes, J.L. (2014), estas situações base a estruturação de conteúdos e os princípios
após transição de posse de bola, assumem papel anteriormente definidos para sustentar o processo
preponderante como conteúdos prioritários de ensino-aprendizagem, serão apresentados
treino desde logo a partir do escalão de Sub 13, de seguida alguns exemplos de exercícios que
uma vez que o seu entendimento é também ele consideramos adequados para cada um dos níveis
fundamental para a compreensão do jogo e da de desempenho. Estes exercícios têm como objetivo
transição entre os momentos (ataque / defesa) elucidar o tipo de intervenção requerido para
que o caracterizam. No entanto, tal como referido potenciar o processo de aprendizagem do jogo.
24 F.P.F
FUTSAL 25
5. CONSTRUÇÃO DE EXERCÍCIO DE TREINO DE
ACORDO COM OS CONTEÚDOS A ABORDAR NOS
DIFERENTES NÍVEIS DE DESEMPENHO
26 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da condução
de bola, o mais rápido possível sem perder o
controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e
agilidade.
Organização:
Posicionados conforme figura. No mínimo 1 bola 1
jogador.
Descrição:
Ao sinal do Professor/Treinador dirigem-se zona
adversária com o objetivo de irem “roubar” a bola
adversária (orientar condução para um objetivo).
Variantes:
Colocar várias obstáculos pelo caminho, defensor
na zona de meio campo para impedir progressão,
condução com o pé “fraco” etc.
Comportamentos desejados:
Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola,
orientar rápido a ação para o alvo.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola e o espaço
a proteger.
FUTSAL 27
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da condução
de bola o mais rápido possível sem perder o
controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e
agilidade. Penetração vs contenção.
Organização:
Cada jogador com uma bola, num espaço
delimitado (área do GR).
Descrição:
Condução de bola. Ao sinal do Professor/Treinador
dirigem-se para a área no lado oposto (orientar
condução para um objetivo).
Variantes:
Colocar várias balizas, zonas de ponto, obstáculos
pelo caminho, defensor na zona de meio campo
para impedir progressão, etc.
Comportamentos desejados:
Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola,
orientar rápido a ação para o alvo.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola e o espaço
a proteger.
28 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais: passe,
receção, condução de bola e remate. Coordenação,
lateralidade e agilidade
Organização:
Disposição conforme figura.
Descrição:
Percurso técnico: Condução de bola, passe e
remate. O jogador desloca-se seguindo a bola.
Após tempo definido inverter sentido do percurso,
condução de bola e remate com os dois pés.
Comportamentos desejados:
Executar ações técnicas com um mínimo de
correção.
FUTSAL 29
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Exercitação das ações técnicas individuais, passe
e receção. Contenção com todos os princípios
posicionais que lhe são inerentes.
Organização:
Grupos de 4 ou 5 jogadores, distribuídos num
espaço ± 10mx10m.
Descrição:
Jogo do “meinho”. O defensor que se encontra no
meio, ao tocar na bola troca de posição com o
atacante que a perdeu. Limitar o número de toques
por jogador, colocar objetivos para o número de
passes, etc.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Procura da linha de passe que se
encontra livre, orientar a receção sem perder o
domínio da bola, passe direcionado.
Defensor - revela comportamentos defensivos
inerentes ao princípio da contenção executando um
posicionamento defensivo correto.
30 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais.
Penetração através da progressão em condução
de bola, drible ou finta e passe tendo em vista o
objetivo do exercício. Contenção em oposição ao
princípio da penetração.
Organização:
Grupos de dois jogadores, 4 balizas (ou mais) e um
defensor em cada baliza.
Descrição:
Os pares tentam passar a baliza com a bola
controlada. Se o defensor intercetar a bola passa a
atacar e o atacante que a perdeu passa a defender.
Inverter o sentido do percurso.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Não perder o domínio da bola. Passar a
baliza com a bola controlada através de condução,
drible ou passe para o colega. Escolher o melhor
momento para passar a bola.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola, o espaço a
proteger e o atacante sem bola.
FUTSAL 31
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais.
Penetração através da progressão em condução
de bola, drible ou finta e passe, cobertura ofensiva
dando solução, através da criação de linha de
passe segura, ao portador da bola. Contenção em
oposição ao princípio da penetração, e retorno
defensivo.
Organização:
GR+2+1x1+GR em dois setores.
Descrição:
Jogo GR+2x1 no setor defensivo. Após a bola
passar para o setor ofensivo, quer seja através do
passe em profundidade quer seja em condução de
bola, joga-se: 1xGR, 2xGR ou 2x1+GR. O defensor
terá que fazer retorno.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Procura da linha segura para executar
o passe com o objetivo de se passar a jogar no
setor ofensivo; orientar a bola para a frente, após
passe em profundidade um dos atacantes deve
penetrar para a baliza.
Defensor - revela comportamentos defensivos
inerentes ao princípio da contenção executando um
posicionamento defensivo correto e modo a evitar
a progressão dos atacantes. Retorno defensivo
rápido por forma a impedir a finalização.
32 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva.
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola e drible).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (desarme e posicionamento defensivo).
Organização:
Organizar grupos de 3 jogadores.
Descrição:
Jogo 1x1 + Joker. Para o golo ser válido tem que
passar a baliza com a bola controlada.
Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária. Após o passe poderá optar por
entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo
uma linha de passe que permita a continuidade
do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura
ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.
FUTSAL 33
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva,
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (marcação, desarme interceção e
posicionamento defensivo).
Organização:
Organizar grupos de 5 jogadores.
Descrição:
Jogo 2x2 + Joker. Um jogador da equipa que
defende é sempre GR. Criam-se situações de
3x(1+GR).
Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária podendo passar a bola a um
dos colegas que se encontra livre ou driblando o
defensor. Após o passe poderá optar por entre
duas soluções: desmarcar-se oferecendo uma linha
de passe que permita a continuidade do jogo ou
ficar a dar apoio realizando cobertura ofensiva.
Caso opte pela primeira situação o colega que não
recebeu a bola deve realizar cobertura ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.
34 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva.
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (desarme e posicionamento defensivo).
Organização:
Organizar grupos de 2 jogadores.
Descrição:
Jogo 2x2. Um dos elementos da equipa que
defende é GR.
Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária. Após o passe poderá optar por
entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo
uma linha de passe que permita a continuidade
do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura
ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.
FUTSAL 35
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Básico
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva,
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (marcação, desarme interceção e
posicionamento defensivo).
Organização:
Formar equipas de 3 jogadores + 2 Jokers.
Descrição:
Jogo GR + 2 x 2 + GR + 2 Jokers. Dividir o espaço
em 4 quadrados iguais. Em cada quadrado podem
estar, no máximo, dois atacantes e um defensor. O
atacante ao passar a bola a um dos seus colegas
deverá dar apoio. Os defensores devem ocupar
sempre o quadrado onde se encontra a bola.
Criam-se situações de 2x1 em espaços delimitados
com o objetivo de facilitar a progressão para a
baliza adversária aumentando as hipóteses de
finalização. Os Jokers jogam sempre da equipa que
tem a posse de bola.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.
36 F.P.F
FUTSAL 37
5.2 NÍVEL ELEMENTAR - ENTENDIMENTO DO JOGO ENQUANTO PROJETO COLETIVO
Conteúdos prioritários a desenvolver:
Neste nível propomos a continuidade do trabalho relacionado com o desenvolvimento das habilidades
técnicas no contexto de jogos básicos de Futsal com o objetivo que o jogo tenha continuidade e dinâmica.
Deverá dar-se maior ênfase a exercícios que visem desenvolver as ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulação e desmarcação) através de combinações simples e diretas. Promover exercícios através dos
quais se dê relevância a aspetos relacionados com a cooperação e oposição tendo por base os princípios
específicos da cobertura ofensiva e defensiva com o objetivo de distinguir quais os comportamentos a
adotar em função de se ter ou não a posse de bola. No ataque os jogadores que não têm a bola devem
perceber a importância do apoio ao portador da bola, através de linhas de passe seguras, para que o jogo
tenha continuidade, na defesa o praticante que não está a marcar diretamente o portador da posse de bola
deve realizar ações defensivas com o objetivo de ajudar o jogador que está a realizar contenção com um
posicionamento defensivo adequado em relação ao contexto que se verifica. É importante ainda na defesa,
incrementar o trabalho das ações coletivas elementares defensivas como as marcações, compensações e
dobras. Com o cumprimento destes pressupostos o jogo começa a ser realmente entendido como um projeto
coletivo. Exercícios direcionados para o trabalho específico do GR e para as situações de transição em
superioridade e inferioridade numérica. Para tal, consideramos importante continuar a promover exercícios
com recurso a jokers ou a situações de vantagem numérica em espaços delimitados como elementos
facilitadores da continuidade do processo ofensivo, obrigando também a uma reorganização mais rápida no
processo defensivo.
38 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.
Transições em superioridade/inferioridade
numérica.
Organização:
Formar 2 colunas conforme figura.
Descrição:
Situações de 2x1+GR. O exercício começa com
a reposição do GR num dos jogadores que se
encontram na zona central. Estes ao receberem
a bola atacam 2x1. O defensor se intercetar a
reposição do GR finaliza.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Orientação do jogo para a baliza
adversária o mais rápido possível. Finalização no
menor tempo possível.
Defensor - retarda a progressão e finalização dos
atacantes.
FUTSAL 39
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.
Transições em superioridade/inferioridade
numérica.
Organização:
Formar grupos de 3 jogadores.
Descrição:
Situações de GR+3x1+GR. A equipa de 3 (pretos)
ataca consecutivamente as duas balizas.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo em largura (três corredores).
Orientação do jogo para a baliza adversária o mais
rápido possível. Finalização no menor tempo possível.
Defensor - retarda a progressão e finalização dos
atacantes.
40 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com
bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulações e desmarcações) através de
combinações simples e diretas. Ações técnicas
individuais defensivas (marcação, desarme
interceção e posicionamento defensivo). PEJ
penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva.
Organização:
Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.
Descrição:
Jogo 3x3, em 20mx20m, delimitado por uma linha
central. A equipa que não tem posse de bola só
pode colocar dois jogadores no meio campo onde a
bola se encontra. Criam-se situações de 3x2.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.
FUTSAL 41
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção, posicionamento defensivo e
dobras). PEJ penetração vs contenção; cobertura
ofensiva vs cobertura defensiva.
Organização:
Formar equipas de 2 jogadores + jokers.
Descrição:
Jogo 2x2 + 1 joker que dá profundidade no espaço
delimitado (± 6m) a toda a largura do campo. O
joker se receber a bola pode finalizar ou assistir os
colegas de equipa.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo em largura e profundidade.
Orientação do jogo para a baliza adversária.
Vantagem numérica para a equipa que ataca.
Enquadramento do joker (orientação espacial) para
com a baliza.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço
de jogo em função do local onde se encontra a
bola, o posicionamento dos atacantes e as balizas,
reorganização defensiva rápida caso o joker receba
a bola.
42 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com
bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulações e desmarcações) através de
combinações simples e diretas. Ações técnicas
individuais defensivas (marcação, desarme
interceção, posicionamento defensivo e dobras).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva.
Organização:
Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.
Descrição:
Jogo 3x3, em 20mx20m. Um dos elementos da
equipa que não tem a bola é GR. Criam-se situações
de 3x2.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.
FUTSAL 43
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva.
Organização:
Formar equipas de 2 jogadores + 2 jokers, em meio
campo.
Descrição:
Jogo 2x2 + 2Jokers, em 20mx20m. As balizas
pequenas não pertencem a nenhuma equipa, as
equipas pontuam (golo) sempre que passarem a
bola por entre os mecos e dirigida a um colega que
continua com a posse de bola.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para
a equipa que ataca. Capacidade de virar o sentido de
jogo em função do posicionamento dos defensores.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço de
jogo em função do local onde se encontra a bola, o
posicionamento dos atacantes e as balizas.
44 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura
ofensiva vs cobertura defensiva. Transições em
superioridade/inferioridade numérica.
Organização:
Equipas de 2.
Descrição:
Jogo GR+2x2+GR em meio campo. Sempre que um
atacante falhar um passe tem que ir tocar no poste
da baliza da equipa adversária. Criam-se situações
de GR+2x1+GR.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Orientação do jogo para a baliza
adversária o mais rápido possível. Combinações a
dois jogadores.
Defensores – devem coordenar as suas ações
para retardarem a progressão e finalização dos
atacantes.
FUTSAL 45
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva. Ações técnicas individuais
ofensivas com bola (passe, receção, condução de
bola, drible e remate). Ações técnicas individuais
ofensivas sem bola (simulações e desmarcações).
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
Ações coletivas elementares defensivas
(marcações, compensações e dobras).
Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.
Descrição:
Jogo GR + 2x2 + GR em que cada equipa possui
mais dois jokers, no exterior do campo, que podem
circular livremente no espaço ofensivo criando-se
assim situações de GR + 4x2 +GR com o objetivo
de facilitar a progressão para a baliza adversária
aumentando as hipóteses de finalização. Os jokers
poderão posicionar-se os dois lateralmente ou 1
lateral e 1 linha de fundo.
Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram criar situações de
superioridade numérica, aproveitando os apoios,
para progredir e finalizar. Ao ganhar superioridade
numérica direcionar comportamentos para a baliza
adversária.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.
O defensor que não está a defender o portador da
bola deve posicionar-se de forma a poder realizar
contenção caso o seu colega seja ultrapassado.
46 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.
Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.
Descrição:
GR+4x4+GR, em cada quadrado pode estar 2
atacantes e 1 defesa, o atacante que passar a bola
pode dar apoio ao atacante, mas quando perder
a posse de bola regressa ao seu quadrado. Criar
situações de 2x1, para facilitar a progressão e
finalização.
Comportamentos desejados:
Atacantes - Vantagem numérica para a equipa que
ataca no espaço delimitado.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes.
FUTSAL 47
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Elementar
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva. Ações técnicas individuais
ofensivas com bola (passe, receção, condução de
bola, drible e remate). Ações técnicas individuais
ofensivas sem bola (simulações e desmarcações).
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
Ações coletivas elementares defensivas
(marcações, compensações e dobras). Situações de
superioridade numérica em espaços delimitados.
Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.
Descrição:
Jogo GR + 4x4 + GR. A equipa que não tem a posse
de bola terá que ter 2 jogadores na zona ofensiva e
2 jogadores na zona defensiva; a equipa que ataca
pode ter sempre 3 jogadores no espaço onde se
encontra a bola.
Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram progredir no terreno e criar
situações de finalização em superioridade numérica,
explorando os desequilíbrios momentâneos impostos
pelas regras do exercício.
Defensores - procuram coordenar as suas ações
para ocupação equilibrada do espaço em função da
bola e das distâncias entre os jogadores, de modo a
impedirem a progressão e finalização dos atacantes,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.
48 F.P.F
FUTSAL 49
5.3 NÍVEL INTERMÉDIO - ORGANIZAÇÃO POSICIONAL E ESTRUTURAL PARA AS DIFERENTES
FASES/MOMENTOS DO JOGO
50 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio.
Exercitação das ações técnicas individuais em
contexto de jogo.
Organização:
3 equipas de 3 jogadores.
Descrição:
Jogo 3x3x3. A equipa de posse de bola tenta passar
a bola entre os cones (espaço de passagem) para
a equipa de cinzento. A equipa que está no meio
tenta intercetar a bola, caso o consigam invertem
os papéis.
Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram através do passe encontrar
situações favoráveis que lhes permitam passar a
bola sem que seja intercetada.
Defensores – articularem a 1ª e 2ª linha defensivas
para que não permitam o sucesso do passe. Caso
o passe seja efetuado com sucesso, reorganização
defensiva rápida.
FUTSAL 51
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.
Organização:
Grupos de 3 + 2 jokers.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR + 2 jokers que servem de apoios
laterais com o objetivo de dar continuidade ao jogo
face à superioridade numérica que proporcionam.
Comportamentos desejados:
Atacantes – largura e profundidade na posse da
bola. Exploração dos apoios nas alas para encontrar
situações de finalização. Mobilidade dos jogadores
sem bola para dar continuidade ao jogo.
Defensores – pressão ao portador da bola. Melhoria
da coordenação entre os jogadores da 1ª e 2ª linha.
Coberturas defensivas constantes para impedirem a
progressão dos atacantes.
52 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo. Articulação funcional na estrutura
1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade
numérica.
Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios
ao receberem a bola passam a jogar. O jogador que
fez o passe sai e assume as funções de apoio. Os
apoios podem deslocar-se ao longo de toda a zona
lateral.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do
jogo, permanente procura e criação de espaços
para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional
dos apoios em função do posicionamento
defensivo adversário. Criação de situações de
superioridade numérica para finalizar com especial
relevância para 1xGR.
Defensores – procuram coordenar as suas ações
para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes. O defensor que se encontra do lado
contrário à bola deve adotar um posicionamento
que permita impedir situações de 1xGR. Coberturas
defensivas constantes e reorganização defensiva
rápida se apoio exterior entrar em campo.
FUTSAL 53
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo. Articulação funcional na estrutura
1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade
numérica.
Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado da baliza, na linha de fundo. Os apoios
ao receberem a bola devem assistir. O GR não pode
sair do enfiamento dos postes.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos
apoios em função da profundidade que dão ao jogo.
Defensores – procuram coordenar as suas ações
para impedirem a finalização dos atacantes. Fecho
das linhas de passe em profundidade. Reorganização
defensiva rápida sempre que a bola entre nos apoios
por forma a evitar a finalização.
54 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.
Organização:
Grupos de 3 + 3 jokers.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR + 3 jokers. 2 são apoios laterais
para dar largura e 1 de fundo para dar profundidade
com o objetivo de haver continuidade face à
superioridade numérica que proporcionam. Os
apoios jogam a dois toques.
Comportamentos desejados:
Atacantes – largura e profundidade na posse
da bola. Exploração dos apoios nas alas e no
fundo para encontrar situações de finalização.
Mobilidade dos jogadores sem bola para dar
continuidade ao jogo. Orientação do jogo para a
baliza adversária.
Defensores – pressão ao portador da bola.
Melhoria da coordenação entre os jogadores da
1ª e 2ª linha. Coberturas defensivas constantes
para impedirem a progressão dos atacantes.
Reorganização permanente em inferioridade de
forma a reduzir os espaços de finalização.
FUTSAL 55
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.
Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios
têm uma bola no pé e poderão entrar em campo
sempre que o colega sair do espaço de jogo, do
mesmo lado, com a bola controlada.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos
apoios em função do posicionamento defensivo
adversário. Criação de situações de superioridade
numérica para finalizar.
Defensores – procuram coordenar as suas ações para
impedirem a progressão e finalização dos atacantes.
O defensor que se encontra do lado contrário à bola
deve adotar um posicionamento que permita impedir
situações de 1xGR. Coberturas defensivas constantes
e reorganização defensiva se apoio exterior entrar
em campo.
56 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.
Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR
Descrição:
O jogo inicia-se GR+3x3+GR tendo cada equipa
2 apoios laterais (1 de cada lado) que circulam
no exterior nas laterais do campo. No ataque,
sempre que se pretender tirar vantagem pelo
posicionamento dos apoios poder-se-á fazê-lo
através do passe passando a equipa a atacar com 4
elementos + GR. Por sua vez, sempre que a situação
anterior se verifique, o defensor do lado contrário
deverá também entrar, para que as equipas joguem
com o mesmo número de jogadores.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do
jogo, permanente procura e criação de espaços
para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional
do apoio.
Defensores – fecho da equipa, em largura, e
reorganização defensiva permanente para impedir
a abertura de espaços para o adversário finalizar.
FUTSAL 57
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.
Organização:
Grupos de 3.
Descrição:
Jogo GR+3x2+2+GR. Os 3 atacantes, que se
situam na zona de meio campo, recebem bola do
GR e escolhem o sentido do ataque. Os outros
dois defensores fazem retorno defensivo para
tentarem anular a situação evidente de 3x2. O jogo
termina quando a bola sair.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Receção orientada para a baliza
adversária. Velocidade na condução de bola para
conseguirem finalizar em superioridade numérica.
Dar solução de passe ao portador da bola.
Defensores – Equilíbrio defensivo de forma a retardar
a progressão do ataque, esperar que os jogadores
que fazem retorno cheguem para se anular a situação
de inferioridade numérica.
58 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.
Organização:
Grupos de 3.
Descrição:
Os 3 atacantes atacam consecutivamente as
duas balizas. O exercício inicia-se com reposição
do GR, os atacantes atacam os dois defensores,
após finalizarem a ação ou perderem a posse de
bola atacam a outra baliza onde já se encontra
um defensor. Um dos outros dois defensores faz
retorno defensivo. Criam-se situações de 3x2, 3x1
ou 2x1.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Receção orientada para a baliza
adversária. Velocidade na condução de bola para
conseguirem finalizar em superioridade numérica.
Dar solução de passe ao portador da bola.
Defensores – Equilíbrio defensivo de forma
a retardar a progressão do ataque e esperar
que o jogador que faz o retorno chegue. Evitar
finalização.
FUTSAL 59
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Intermédio
Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR+ Joker.
Descrição:
Jogo GR+3x3+GR com 1 joker.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional do apoio.
Defensores – fecho da equipa, em largura, e
reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
60 F.P.F
FUTSAL 61
5.4 NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO – ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA COLETIVA PARA A VARIABILIDADE
DO JOGO
62 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
Jogo 4x4 em que um dos elementos da equipa que
defende tem uma bola na mão. Este para poder
jogar tem que a passar a um colega de equipa.
Quando a equipa recuperar a bola devem passar a
bola que anda na mão a um elemento da equipa que
ficou a defender.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional em
relação ao defensor que tem a bola na mão.
Defensores – Capacidade de comunicação para
fazer variar a bola na mão em função do contexto
de jogo. Fecho da equipa em largura e profundidade
para evitar situações de finalização.
FUTSAL 63
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
Jogo GR+4x+4+GR, todos os jogadores têm
uma bola na mão. O treinador diz o nome de um
praticante, este coloca a bola no chão e desenvolve-
se o jogo (reorganização defensiva). Ao perder a
posse de bola chama um 2º jogador (Idem). E assim
sucessivamente.
Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Capacidade de exploração de soluções de
jogo individuais e coletivas em função da bola em
jogo e do posicionamento adversário.
Defensores – reorganização defensiva permanente
tendo por base a bola em jogo. Pressão sobre a bola
para condicionar atacante com bola em função do
comportamento coletivo da defesa, e concentração
defensiva para impedir progressão, situações de
1x1 com vantagem para atacante com bola e remate
exterior à baliza.
64 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
Jogo GR+4x+4+GR. Jogo formal, quando a bola sai,
ou sempre que os treinadores o entendam, colocam
uma nova bola em jogo em substituição da que se
encontra em jogo.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional da nova bola em jogo através de ajustes
rápidos em função da posição da bola no campo e do
tipo de defesa adotado pela equipa adversária.
Defensores – Reorganização defensiva em função
da nova bola em jogo. Manter 3 linhas defensivas.
Guarda Redes procura ajudar na coordenação dos
seus colegas e é capaz de alterar posicionamento
na baliza em função do posicionamento da bola e
companheiros.
FUTSAL 65
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
3 equipas. Jogo GR+4x+4+GR. Joga uma equipa
contra a outra estando uma terceira de fora com
dois jogadores de cada lado do campo. Sempre que
um dos elementos da equipa passe a bola a um dos
apoios exteriores, saem todos os elementos e entra
a equipa que está de fora prosseguindo o jogo.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional do elemento que entra em jogo e
restantes colegas com o objetivo de criar rápidas
situações de finalização devido à vantagem
posicional.
Defensores – Reorganização defensiva em função
da entrada da nova equipa em jogo. Manter 3 linhas
defensivas revelando sempre equilíbrio defensivo.
66 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Transições em superioridade e
inferioridade numérica. Variação posicional do
ataque. Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
O exercício começa 1x1, passado “x” tempo
entra um jogador de uma equipa e joga-se 2x1 e
posteriormente 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 até chegar ao
4x4. Depois faz-se na ordem decrescente até
chegar novamente ao 1x1.
Comportamentos desejados:
Atacantes – explorar e aproveitar vantagem
numérica dos elementos que vão entrando para
criar situações de finalização.
Defensores – impedir situações de finalização em
inferioridade numérica.
FUTSAL 67
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Transições em superioridade e
inferioridade numérica. Variação posicional do
ataque. Reorganização constate da defesa.
Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR
Descrição:
Jogo formal. Quando uma equipa passar o meio
campo com a bola controlada pode atacar para
qualquer das balizas. Criam-se situações de
superioridade numérica.
Comportamentos desejados:
Atacantes – explorar e aproveitar vantagem
numérica da decisão de inverter o sentido do
ataque após ter passado o meio campo.
Defensores – impedir situações de finalização em
inferioridade numérica. Reorganização defensiva
rápida.
68 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.
Organização:
Equipas de 5 elementos.
Descrição:
O Jogo começa 5x4+GR. Os elemento da equipa de
5 jogadores atuam de uma forma mais posicional,
sem mobilidade, e têm por objetivo através do
passe fazer a bola chegar a um dos pivôs. Quando a
bola chegar a um destes elementos o pivô que não a
recebeu sai e joga-se 4x4 até que a equipa que está
a atacar perca a posse de bola.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional de ter um elemento a mais para quando
a bola chegar a um dos pivôs criarem situações de
finalização.
Defensores – Fechar linhas de passe em
profundidade. Reorganização defensiva rápida
sempre que a bola chegue a um dos pivôs.
FUTSAL 69
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Situações de
risco 5x4+GR.
Organização:
Equipas de 5 elementos.
Descrição:
Jogo formal GR+4x4+GR. Sempre que uma equipa
consiga passar o meio campo e continuar de posse
de bola tem que atacar 5x4+GR.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional de ter um elemento a mais para
conseguir criar situações de finalização.
Defensores – Pressão e concentração sobre a bola
para não abrir espaços nas diagonais e dificultar a
circulação de bola.
70 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Esquemas
táticos (pontapés de linha lateral).
Organização:
Equipas de 5 elementos.
Descrição:
Estão várias bolas ao longo das linhas laterais. Jogo
formal GR+4x4+GR. A jogada começa sempre com
a marcação de um pontapé de linha lateral e termina
quando a equipa que defende recuperar a posse de
bola ou que esta saia do campo de jogo.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação
dos esquemas táticos para criar situações de
finalização.
Defensores – Evitar que o adversário consiga
finalizar.
FUTSAL 71
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho
Especialização
Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Esquemas
táticos (pontapés de canto).
Organização:
Equipas de 4 elementos.
Descrição:
O exercício inicia-se com a marcação de um
pontapé de canto. Quando a equipa finalizar ou
quem defende intercetar a bola inicia-se uma
situação de superioridade numérica (3x2) para
a baliza contrária onde estão dois defensores. A
equipa que defendeu o pontapé de canto marca a
seguir na outra baliza.
Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação
dos esquemas táticos para criar situações de
finalização.
Defensores – Evitar que o adversário consiga
finalizar e sair em rápidas transições.
72 F.P.F
FUTSAL 73
6. BIBLIOGRAFIA
Balyi, I., & Hamilton, A. (2004). Long-term athlete development: trainability in childhood and adolescence. Olympic
Coach, 16(1), 4-9.
Bompa, T. (1999). Planeamento a Longo prazo. In CEFD (Ed.). Livro de Comunicações apresentadas no Seminário
Internacional Treino de Jovens - “Os caminhos do sucesso”. Lisboa: Secretaria do Estado do Desporto.
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FUTSAL 75
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Formação de Professores
OBJETIVOS
• Conhecer a origem e história da modalidade;
OBJETIVOS
• Aplicar metodologias de ensino adequadas a cada nível de
desempenho;
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO
TRABALHO INDIVIDUAL:
Formadores
André Teixeira
teix.andre@gmail.com
24-06-2015
ORIGEM
1
24-06-2015
ENQUADRAMENTO
PORTUGAL
2
24-06-2015
DIAGNÓSTICO
ENQUADRAMENTO DA MODALIDADE ??????
NEGATIVISMO CONSTANTE!
FUTSAL EM NÚMEROS
3
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Evolução em Portugal
1985 F. P. F. F. P. Fut. Salão
1991 F. P. Futsal
4
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O “PESO DA HISTÓRIA”
5
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4 (01/03/05/07)
Europeu UEFA 1 (99) 2 (10/12)
UEFA Champions L. 8 4
1 (2008) Portugal
Europeu Sub-21
não participou
3º Mundial’00 2º Europeu’10
4º CMU’00 2º CMU/10
4º CMU’96 4º Europeu’07 1º/2º CEU’10
PORTUGAL
4º CMU’98 1º CMU’08 2º/3º CEU’11
2º CMU/08 2º TM/10
1º Champions L 3º TM/11
6
24-06-2015
7
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ORGANIZAÇÃO DO FUTSAL
Entidades que enquadram e animam o processo de desenvolvimento desportivo. Estas
entidades podem ser Nacionais, Internacionais, governamentais e não governamentais
(Pires, G, 1986).
Escolas
30000
25000
20000
15000
10000
5000
8
24-06-2015
9
24-06-2015
TOTAL 29334
Masculino 25455 87%
Feminino 3879 13%
Diagnóstico Nacional
9000
8000
7000
6000
5000
Masculino
Feminino
4000
3000
2000
1000
0
Seniores JA JB JC JD JE JF JG
10
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Diagnóstico Nacional
25000
20000
15000
MASCULINO
FEMININO
10000
5000
0
Seniores Formação Total
Diagnóstico Nacional
Seniores
Formação
11
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FPF 29334
ESCOLAR 44151
2º e 3º ciclos 32496
ESCOLA?????????????
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Futsal
•É a modalidade mais praticada no âmbito do Desporto Escolar e Desporto Universitário.
Adaptado do Projecto de Desenvolvimento e qualificação formativa do Futsal da FPF, elaborado por Jorge Braz, Março de 2010
13
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Desporto Escolar
600
500
400
INF A
INF B
300 INIC
JUV
JUN
200
100
0
ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL
Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal masculinos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)
Desporto Escolar
160
140
120
100 INF A
INF B
80 INIC
JUV
60 JUN
40
20
0
ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL
Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal femininos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)
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Futsal
Cooperação!
Partilha de boas práticas e interesses!
12000
10000
8000
6000
Federado
4000
Escolar
2000
0
Escolar
Seniores
Juniores
Juvenis Federado
Iniciados
Infantis
15
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14000
12000
10000
8000
6000 Escolar
Federado
4000
2000
0
Seniores
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis
8000
7000
6000
5000
Federado
4000 Escolar
3000
2000
1000
0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis
Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado MASCULINOS
16
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2500
2000
1500
Federado
Escolar
1000
500
0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis
Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado FEMININOS
Eixos de Intervenção
2500
2000
1500 Escolar
Federado
1000
500
0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis
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Eixos de Intervenção
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis
Situação Atual
• No FUTSAL FEDERADO, tem havido um aumento de praticantes nos
escalões de formação. No entanto, os escalões com menor número de
praticantes, são os referentes às etapas iniciais de formação. Deveria ser
exactamente o contrário.
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Futuro?
IMAGEM?
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IMPACTO SOCIAL?
VISÃO? / ANÁLISE?
20
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VISÃO
2020
Futsal é reconhecido como um dos
desportos com maior relevância social em
Portugal.
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Estratégia
Diferenciação: Focus:
- Sistema Educativo - Reconhecimento
- Critérios de Social
qualidade - Qualificação RH
Investidores
Clubes
Televisão
Marketing
DE/DU FPF/AD
Público Patrocinadores
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EVOLUÇÃO DO JOGO
ESTRUTURA – FUNÇÃO!
1
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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
2
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4:0
3:1
2:2
Evolução / Complexidade
Jogo de Futsal
Organização
No futsal estrutural
atual destacam-se três sistemas de
jogo ofensivo:
Organização funcional
3
24-06-2015
SISTEMAS DE JOGO
Complexidade Crescente
4:0
Evolução
3:1
2:2
José Luís Mendes
SISTEMAS DE JOGO
4
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- Defesa “à zona”;
- Predominância no contra-ataque;
SISTEMAS DE JOGO
5
24-06-2015
• Vantagens
• Vantagens
6
24-06-2015
• Vantagens
• Desvantagens
7
24-06-2015
- Evolução na mobilidade…;
8
24-06-2015
ESTRUTURA / FUNÇÃO
• Estrutura:
SISTEMAS DE JOGO
9
24-06-2015
Rigidez tática
ou…
…Criatividade??
10
24-06-2015
ESTRUTURA / FUNÇÃO
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1
24-06-2015
2
24-06-2015
Cooperação
Constantes interações entre
os jogadores no espaço e
Oposição
tempo…
3
24-06-2015
Sistema Complexo
4
24-06-2015
5
24-06-2015
6
24-06-2015
7
24-06-2015
8
24-06-2015
Tomada de Decisão
Transição no curso de ação dos indivíduos face às
possibilidades de ação disponíveis
9
24-06-2015
10
24-06-2015
Passes
Passe
Quando e
Sucessivos
como
executar??
Repetição
Analítica
Estabilidade
11
24-06-2015
12
24-06-2015
Jogo de
Futsal
13
24-06-2015
14
24-06-2015
Jogos
Açoes
Reduzidos /
Individuais
Condicionados
…do individuo…
…da tarefa…
…do contexto…
15
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…da tarefa…
Manter o permitir a exploração
Simplificar o jogo e
acoplamento das possibilidades de
ampliar informação
perceção-ação ação
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