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04.

PPT Princípios do Jogo 1


05. PPT Caracterização Níveis Desempenho 26
Caderno Exercícios 45
Documento Apoio Formação Futsal FPF -DE FINAL 102
Etapas_Formacao_Jogador_Futsal 144
00. Apresentação 220
01. PPT História Cronológica do Futsal 225
02. PPT Evolução do Jogo 247
03. PPT Futsal como Jogo Desportivo Colectivo 258
24-06-2015

PRINCÍPIOS DO JOGO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

JOGO DE FUTSAL

Objectivos

Momentos Princípios

Ações
Individuais Colectivas

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JOGO DE FUTSAL

Ataque Defesa

 Progressão/Finalização  Cobertura/Defesa da baliza


OBJECTIVOS  Manutenção da posse de bola  Recuperação da posse de bola

 Construção das acções  Impedir a construção das acções


ofensivas ofensivas
MOMENTOS  Criação de situações de  Anular situações de finalização
finalização  Defender a baliza
 Finalização

 Recusar a inferioridade numérica


PRINCÍPIOS GERAIS
 Evitar a igualdade numérica
 Criar a superioridade numérica

 Penetração  Contenção

ESPECÍFICOS  Cobertura Ofensiva  Cobertura Defensiva


 Mobilidade  Equilíbrio
 Espaço  Concentração

A Compreensão do Jogo

Táctica de Equipa

Táctica Individual Táctica de Grupo

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A Compreensão do Jogo

Acções de Jogo

Individuais Colectivas

Elementares Complexas

Táctica de Táctica de
Táctica Individual Grupo Equipa
(2 e 3 Jogadores)

A Compreensão do Jogo

• 1 x GR

• 1 x 1 + GR Individual

• 2 x GR
• 4x3+GR (estratégico)
• 2 x 1 + GR
• 4x4 jogo formal
• 3 x 1 + GR
Grupo • 5x4+GR (estratégico)
• 2 x 2 + GR

• 3 x 2 + GR

• 3 x 3 + GR Equipa

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Objectivos

• ATAQUE • DEFESA

• Conservar a posse da • Recuperar a bola;


bola; • Retardar a progressão
• Progressão dos dos jogadores e
aproximação da bola
jogadores e da bola
da nossa baliza
em direcção à baliza
• Protecção do espaço
contrária; defensivo e da baliza
• Finalização.

JOGO DE FUTSAL

Organização Transição Organização Transição


Ofensiva Ataque/Defesa Defensiva Defesa/Ataque

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FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Princípios de jogo:

• Conjunto de linhas orientadoras que orientam os


comportamentos tático-técnicos individuais e
coletivos

• Código de “linguagem comum” que permite


melhorar a funcionalidade da comunicação explicita
ou implícita (Castelo, 2004)

Princípios do Jogo - Gerais

• Recusar a inferioridade numérica

• Evitar a igualdade numérica

• Criar a superioridade numérica

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Princípios específicos de Jogo

Ofensivos Defensivos
Penetração Contenção

Cobertura Ofensiva Cobertura Defensiva

Mobilidade Equilíbrio

Espaço Concentração

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FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Princípios de jogo específicos:

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Penetração vs Contenção
Exploração da possibilidade de Impedir a finalização ou progressão

finalizar ou progredir em direção para a sua baliza, criando uma

ao alvo contrário situação de 1x1

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FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Cobertura Ofensiva vs Cobertura Defensiva


Para garantir superioridade numérica Para garantir superioridade numérica

um dos atacantes procura criar uma defensiva, um dos defesas “protege”

linha de passe o jogador em contenção

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Mobilidade vs Equilíbrio
Romper com a estabilidade Reajuste espacial para a manutenção

defensiva e criação de linhas de passe da estabilidade defensiva, face ao

através de movimentações sem bola posicionamento ofensivo

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FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Espaço vs Concentração
Amplitude de espaço em largura Restrição do espaço disponível para

e em profundidade para criação de jogar para criação de situações de

linhas de passe e aumento do espaço superioridade numérica em torno da

a ocupar pela defesa bola

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Penetração

• Dirigir os comportamentos técnico-tácticos em direcção à


baliza adversária.
• Tendo em conta:
 Transportar o centro de jogo para zonas de finalização;
 Evitar que a equipa adversária se organize defensivamente;
 Tirar partido de se ter a posse de bola.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Penetração

P
E
N
E
T
R
A
Ç
Ã
O

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Cobertura Ofensiva
• Quando um jogador recebe a bola, deve receber
imediatamente por parte dos seus colegas acções de
cobertura atrás da linha da bola;

• Tendo em conta:
 Dar opções técnico-tácticas da situação do jogo;
 Diminuir a pressão dos adversários sobre o portador da
bola;
 Possibilitar a manutenção do equilíbrio defensivo, em
relação ao companheiro de posse da bola.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Cobertura Ofensiva

COB
OFE

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Mobilidade

• Tentar danificar a organização defensiva da equipa


adversária, criando os espaços necessários para a
progressão da bola.
• Tendo em conta:
Criação de espaços livres;
Desequilibrar o centro de jogo defensivo;
 Tornar o jogo imprevisível do ponto de vista defensivo.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Mobilidade

MOBILIDA
DE

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Espaço

• Estruturação e racionalização das acções ofensivas colectivas


no sentido de dar maior amplitude ao ataque em:

 Largura;
 Profundidade.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Espaço

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Contenção

• Mudança de atitude ofensiva para defensiva.


• Tendo em conta:
 Marcação ao adversário de posse de bola;
 Deslocamentos rápidos para evitar o contra-ataque;
 Manter-se entre a bola e a baliza.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Contenção

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Cobertura Defensiva

• Apoiar o companheiro que marca o portador da bola, para


que este tenha maior poder de iniciativa.

• Assumir a responsabilidade de exercer contenção sobre o


adversário quando este ultrapassar o seu colega.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Cobertura Defensiva

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Equilíbrio

• Contrapõe o princípio da mobilidade, visando assegurar:

 A estabilidade do jogo defensivo;


 Criar condições desfavoráveis aos atacantes, obrigando-os a
deslocarem-se para espaços menos perigosos;
 Tornar o jogo ofensivo previsível do ponto de vista defensivo.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Equilíbrio

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Concentração

• Estruturação e racionalização das acções defensivas colectivas


no sentido de retirar amplitude às acções ofensivas:

 Largura;
 Profundidade.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO


Concentração

Operacionalização dos Princípios de jogo

• Situações de superioridade e inferioridade


• 1 x 0 (GR)
• 2 x 0 (GR)
• 2x1
• 3x1
• 3x2

34 José Luís Mendes

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1x0 (GR)

• Ofensivamente

• Jogador ataca imediatamente o GR e simula


sempre antes de rematar;
• Se possível esperar por apoio de colegas para eles
finalizarem.

35 José Luís Mendes

2x0 (GR)

• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador portador da bola ataca o • O GR deverá colocar-se perto da
GR, e passa ao jogador livre. linha de baliza para interceptar o
• Jogador livre deverá estar sempre passe ou defender o remate ao 2º
atrás da linha da bola. poste.

36 José Luís Mendes

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2x0 (GR) - defensivamente

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2x1+ GR

• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador portador da bola ataca
defensor, e passa ao jogador livre. • Se estiver longe da baliza o
• Jogador que executou passe
defensor divide linha de passe;
deverá dar solução ao colega • A cerca de 12/13 metros da
(deslocado-se de imediato para o baliza oferece linha de passe e
2º poste ou ficar a dar apoio).
referencia o poste;
• O GR ataca imediatamente
jogador livre que recebe a
bola.
• O defensor fica a marcar o
jogador sem bola impedindo
que este a volte a receber.

38 José Luís Mendes

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Transição Defesa – Ataque (2x1+Gr)


 Atacar defensor anulando a acção deste.
 Desmarca-se ao 2º poste.

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Transição Defesa – Ataque (2x1+Gr)


 Fica a dar apoio para finalizar.

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Transição Ataque - Defesa (Gr+1x2)


 Longe da baliza divide linha de passe;
 Após 12/13 m oferece linha de passe e individualiza (GR prepara saída).

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Transição Ataque - Defesa (Gr+1x2)


 Longe da baliza divide linha de passe;
 Se este acontecer a uma distância considerável da baliza o defensor deve impedir progressão
do jogador que recebeu a bola.

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3x1+GR

• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador com bola sempre no • O defensor deverá
corredor central temporizar o mais possível;
• Após passar a bola a um dos
colegas fica a dar apoio
Quando acontecer o passe:
• Se a bola foi para a ala esquerda, o
jogador da ala direita desmarca-se
imediatamente para o 2º poste - O GR ataca imediatamente o
jogador que recebe a bola,
• O jogador com bola terá duas
fechando o defensor o 2º
soluções: jogar para trás no apoio
poste.
ou passe para o 2º poste

43 José Luís Mendes

Transição Ataque - Defesa (Gr+1x3)

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3x2+GR

• Ofensivamente • Defensivamente
• Jogador com bola sempre no • Os dois defensores deverão
corredor central defender à zona, e o GR
• Após passar a bola a um dos tenta proteger o 2º poste.
colegas fica a dar apoio Ou
• Se a bola foi para a ala - O GR defende um dos
esquerda, o jogador da ala lados, previamente
direita desmarca-se definido, ficando os
imediatamente para o 2º poste defensores responsáveis
• O jogador com bola terá duas por marcar os outros dois
soluções: jogar para trás no atacantes (corredor central
apoio ou passe para o 2º poste e lado contrário do GR).

45 José Luís Mendes

Transição Defesa - Ataque (3x2+Gr)

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Transição Defesa - Ataque (3x2+Gr)

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Transição Ataque - Defesa (Gr+2x3)

 Se houver passe e o defensor não tiver tempo – INDIVIDUAL (GR ataca jogador livre);

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Transição Ataque - Defesa (Gr+2x3)


 Se tiver tempo pressiona bola e o outro defensor ataca zona central

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CARATERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

Níveis de Desempenho

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Futsal
Embrionário
Adesão massiva
Irreverência ideológica

Contexto:
Desejável emancipação e evolução,
Analogia com outras modalidades
cuja cultura desportiva está mais
desenvolvida.

Futsal

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Futsal Cognitivo

Nível de Desempenho

Condicional Coordenativo

PRIORIDADES

Cognitivo
Coordenativo
Condicional

Básico Elementar Intermédio Especialização

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Futsal – Ensino do jogo

• Cognitivo

• Compreensão do jogo

• Acção táctica

• Funcionalidade

Futsal
Cognitivo

Coordenativo Condicional

Construção do exercício
Complexidade - Envolvimento

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Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

Inicialmente no ensino do jogo de Futsal, condicionado pelo ensino de


outros jogos desportivos colectivos e pelo reconhecimento das grandes
exigências técnicas que esta modalidade requisita, utilizou-se uma
metodologia centrada no ensino da técnica.

Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

Actualmente, tal como em outros jogos desportivos colectivos, o Futsal


adoptou um modelo de ensino do jogo orientado pela dimensão táctica
(Braz 2006), cujo objectivo é o desenvolvimento das capacidades e das
qualidades de desempenho dos jogadores e da equipa, através de um
melhor entendimento do jogo.

Contudo, é importante salientar que as outras dimensões não devem ser


ignoradas ou descoradas, a dimensão táctica deve contextualizar o processo
operacional de ensino.

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Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

TENDÊNCIA

Decomposição do nível de complexidade do jogo


Aumento progressivo desses níveis de complexidade
(1x1, 2x2, 3x3, até ao jogo formal, o 5x5).

Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

O modelo de abordagem não deve assumir uma progressiva


hierarquia sequencial desses níveis.

Deve sim assumir


uma modelação em que o
horizonte estrutural e
funcional do jogo
pretendido esteja presente
e a plasticidade dessa
modelação permita
deambular pelos
diferentes níveis de
complexidade

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Níveis de desempenho
• Fazendo uma análise vertical ao
jogo de Futsal, tendo como
referência o jogo praticado
pelas crianças que o iniciam e o
nível de desempenho desejado
para que um jogador possa
integrar uma equipa sénior,
verifica-se que existem
diferentes níveis evolutivos.

Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar


relacionamento com a bola;

• A organização posicional e funcional não existe;

• A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo;

• Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola;

• A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de golos;

• Tudo funciona em torno do espaço físico da bola.

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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar


relacionamento com a bola:

• Aspectos coordenativos;
• Ações de jogo “Técnica individual”;
• Como se executam as ações de jogo individuais;
• Podemos colocar o porquê?

Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• A organização posicional e funcional não existe:


• Colocação em campo?
• Princípio do espaço já será conteúdo?
• Funcionalidade?

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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo:


• Objectivo de cada ação individual?
• Qual o objectivo do jogo?
• Para onde orientar as ações de jogo?
• Princípio de jogo fundamental?

Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola e tudo


funciona em torno do espaço físico da bola:

• Variáveis espaço nas propostas de ensino – como?


• Ações de jogo sem bola – conteúdo prioritário?

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Nível Básico
• Iniciação ao objecto do jogo

• A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de


golos:
• Princípio de jogo fundamental?
• Primeiras noções de colaboração para atingir objectivo do jogo;
• Princípio de jogo cobertura ofensiva?

Níveis de desempenho
• NÍVEL BÁSICO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?

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Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo,


enquanto jogo colectivo;

• Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as ações


individuais e colectivas de jogo;

• Aparece uma organização posicional e funcional simples;

• As ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as


individuais não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são
facilmente evidentes;

• Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola.

Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo,


enquanto jogo colectivo ou seja, as ações colectivas apenas são
realizadas quando se reconhece que as individuais não terão
possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes:

• A colaboração entre colegas começa a ser preocupação;


• Princípios de jogo cobertura ofensiva e defensiva.

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Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as ações


individuais e colectivas de jogo:
• Aspectos coordenativos continuam a ser potenciados mas sempre numa lógica
de funcionalidade;
• Objetivo claro de cada ação de jogo;
• Refinamento das ações.

Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Aparece uma organização posicional e funcional simples:


• Qual a melhor organização posicional?
• Como aproveitar o espaço existente – manipular o espaço do jogo/exercícios;
• Táctica de grupo – funcionalidade simples.

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Nível Elementar
• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola:


• Princípios de jogo defensivos têm relevância;
• Cobertura defensiva e defesa dos colegas sem bola;
• Mudança de atitude quando se perde a posse de bola.

Níveis de desempenho
• NÍVEL ELEMENTAR
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?

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Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes
garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não
provocados;

• Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de


jogo;

• Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos


estruturais e das respectivas funções;

• A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as ações


individuais começam a assumir;

• O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto colectivo em


que as ações individuais visão o benefício da equipa.

Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes
garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não
provocados:
• Complexidade cognitiva relevante;
• Maior intensidade nas ações a realizar;
• Contexto de oposição elevado;
• Refinamento das ações de jogo - total funcionalidade.

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Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de
jogo:
• Qual a melhor organização posicional?
• Como aproveitar o espaço existente – manipular o espaço do jogo/exercícios;
• Princípios de jogo mobilidade e equilíbrio cumprindo os princípios espaço e
concentração
• Táctica de grupo e de equipa – entendimento.

Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos
estruturais e das respectivas funções;
• Entendimento das diferentes posições existentes no Futsal;
• Tarefas específicas de cada função do jogo;
• Noção dos diferentes espaços ocupados no espaço de jogo.

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Nível Intermédio
• Desenvolvimento da organização posicional
• A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as ações
individuais começam a assumir;
• Funcionalidade total de cada ação de jogo
• Intencionalidade

• COMO TAL:

• O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto colectivo em


que as ações individuais visão o benefício da equipa.

Níveis de desempenho
• NÍVEL INTERMÉDIO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?

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Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva

• Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional


suportado por numa dinâmica colectiva que emerge de padrões
comportamentais referenciais;

• Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas


características importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional
permanente;

• O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários


para que se possa partir para jogares com organização estrutural e funcional
complexa.

Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva

• Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional


suportado por numa dinâmica colectiva que emerge de padrões
comportamentais referenciais;
• Clara noção colectiva de jogo;
• Cumprimento espacial em função das tarefas específicas de cada função do
jogo;
• Continuar a refinar as ações de jogo, alicerçadas fortemente na intencionalidade
e funcionalidade do jogo.

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Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva

• Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas


características importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional
permanente;
• Princípio de jogo espaço e concentração constantemente cumpridos;
• Cumprem princípios de jogo específicos “universais”!

Nível de Especialização
• Especialização da dinâmica colectiva

• O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos


necessários para que se possa partir para jogares com organização
estrutural e funcional complexa:
• Existe um identidade de jogo específica;
• Especificidade colectiva de equipa não colide com princípios específicos
“universais”.

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Níveis de desempenho
• NÍVEL INTERMÉDIO
• EXERCÍCIOS:
• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;
• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;
• Conteúdos prioritários?

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NÍVEIS DE DESEMPENHO

Caderno de Exercícios

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal


INTRODUÇÃO

Metodologia:
NIVEL BÁSICO

Problemas:

- O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar


relacionamento com a bola;

- A organização posicional e funcional não existe;

- A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo;

- Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola;

- A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de golos;

- Tudo funciona em torno do espaço físico da bola.


NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola

Organização:
Condução de bola num espaço limitado
(dentro da área). Ao sinal do Professor
dirigem-se para uma baliza (orientar
condução para um objectivo).
Colocar várias balizas, zonas de ponto, etc.

Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola, orientar rápido a ação para a baliza!.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola

Organização:
1 jogador sem bola todos os outros ficam
com 1 bola cada. O jogador sem bola é o
apanhador. Quando este apanhar um
colega invertem as posições. (Podem ser
inseridas condicionantes para a
condução).

Comportamentos Desejados:
- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Condução e Controlo da bola

Organização:
2 jogadores sem bola, 1 faz de apanhador
o outro serve de apoio aos colegas. Quem
estiver a ser perseguido passa a bola ao
jogador que faz os apoios e passa este a
ser o apoio. Se o aluno que está como
apanhador, apanhar um colega inverte as
posições.

Comportamentos Desejados:
- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada. Jogador
que está a servir de apoio deve orientar-se para o colega que está a ser perseguido pelo apanhador.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração.

Organização:
Grupos de três, todos com bola,
tentam passar com a bola controlada
nas balizas que têm um defensor.

Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para
passar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Passe, receção
contenção, posicionamento defensivo

Organização:
Grupos de três ou quatro com um
defesa que tenta intercetar a bola

Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Procura de linhas de passe livres, precisão no passe
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
Jogo 1x1 em cada zona do campo
com dois jokers que auxiliam o
portador da bola.

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do
portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Passe, recepção, drible,
Penetração, cobertura ofensiva e
contenção,

Organização:
GR+2+1x1+GR em 2 setores. Após
a bola entrar no setor ofensivo joga
2x1+GR

Comportamentos Desejados:
- Orientar a bola para a frente, após passe em profundidade um dos atacantes deve penetrar para a baliza.
Importante o modo como a bola é controlada face ao posicionamento do colega ou adversário.
Posicionamento defensivo, tempo para desarme, retorno defensivo
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
Jogo 2x2 + Joker em que 1 jogador
da equipa que defende é sempre
guarda-redes. Criam-se situações de
3x1.

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do
portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
1x1+joker, o joker é solução de passe
ao portador da bola.

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve dirigir-se para a baliza. Defensor deve esperar o melhor momento para desarmar o
atacante. Joker deve estar sistematicamente a criar linha de passe ao atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
Grupos de dois com bola, tentam
passar com a bola controlada nas
balizas que têm um defensor.

Comportamentos Desejados:
- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para
passar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e Cobertura
Ofensiva

Organização:
Jogo 2x2 em que 1 jogador da
equipa que defende é sempre guarda-
redes. Criam-se situações de
2x(1+GR).

Comportamentos Desejados:
- O atacante com bola procura dirigir as ações para a baliza adversária. O atacante sem bola efetua
cobertura ofensiva ao colega. O defensor revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão do
adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
2x2 + 2 jokers, cada equipa defende
1 baliza, jokers jogam na equipa que
tem a posse de bola.

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve direccionar-se para a baliza. Joker deve dar solução ao portador da bola.
Defensores evitam a progressão dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
Jogo 2x2 + 1 pivot cada equipa.
Pivot joga nos últimos 6 metros.
Podemos dificultar obrigando a bola
a ir ao pivot para finalizar .

Comportamentos Desejados:
- Atacantes procuram orientar as suas acções para a baliza adversária, atacante sem bola realiza cobertura
ofensiva ao colega. Defesas devem evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
GR coloca bola em jogo nos
atacantes, desenvolvem-se situações
de 3x1+GR, um jogador serve de
joker, o jogador que finaliza fica a
defender.

Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária, um dos colegas sem bola realiza
cobertura ofensiva, joker deve dar solução de passe ao portador da bola . Defensor deve evitar a progressão
e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Condução, drible/finta, controlo de bola
e penetração, contenção

Organização:
1x1, cada grupo faz ponto quando
coloca a bola numa zona(s) pré
definida(s)
Mais zonas menor dificuldade!

Comportamentos Desejados:
- Orientar a condução de bola para uma baliza em função do posicionamento do defensor. O defensor deve
impedir a progressão do atacante para as balizas.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Controlo e condução da bola.
Penetração e contenção

Organização:
Jogo 1x1 em que o aluno tem várias
balizas.
Iniciar o exercício com passe entre
os dois e ao sinal jogar 1x1.

Comportamentos Desejados:
- Não perder o controlo da bola na sua condução e finalização. Orientar a condução de bola para a baliza
mais adequada, em função do posicionamento do defensor.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Condução, drible/finta, controlo de
bola, penetração e contenção

Organização:
Criar situações de 1x1+GR, depois
de finalizar, os alunos trocam de
posição.

Pode e deve-se dar vantagem posicional


ao atacante para iniciar o exercício!

Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Defensor deve evitar a progressão e
finalização do atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
3x3, cada equipa defende e ataca 2
balizas. Podemos pedir para marcar
na baliza central (maior) ou nas duas
laterais!

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola deve direccionar-se para uma das balizas que pode atacar. Melhor ocupação do espaço
de jogo de forma a poderem atacar e defender as 2 balizas, evitando a aglomeração de jogadores em torno
da bola.
NIVEL ELEMENTAR

Problemas:
- O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo
colectivo;
- Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as acções individuais
e colectivas de jogo;
- Aparece uma organização posicional e funcional simples;
- As ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as individuais
não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes;
- Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração e contenção

Organização:

1x1 num espaço delimitado.

Defensor poderá iniciar o exercício


apoiado apenas num membro inferior!

Comportamentos Desejados:
- O atacante: desequilibrar o adversário direto ultrapassando-o. O defensor: impedir a progressão do
atacante.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva e defensiva

Organização:
3x3, em cada meio campo apenas
podem estar no máximo dois
defensores.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes tentam progredir e finalizar aproveitando a superioridade numérica. Os defesas devem
coordenar as ações de forma a evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração e cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.

Organização:
Jogo 3x3 em que 1 jogador da
equipa que defende é sempre guarda-
redes. Criam-se situações de
3x2(+GR).

Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, numa zona do campo, aproveitando o
jogador de campo que têm a mais
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração e cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.

Organização:
2x2+ 2 jokers, as 2 balizas pequenas
não pertencem a nenhuma equipa,
as equipas pontuam sempre que
passarem a bola por entre os mecos e
dirigida a um colega que continua
com a posse de bola.

Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a progressão dos atacantes para as
balizas. Os atacantes devem ser capazes de alterar o sentido do jogo conforme a ocupação do espaço
defensivo.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção

Organização:
Criar situações de 2x1+GR) nas 2
balizas, o jogador que finaliza fica a
defender. GR coloca bola em jogo
nos atacantes, se defesa ganhar a
bola coloca fora.

Comportamentos Desejados:
- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Atacante sem bola oferece solução
ao colega. Defensor deve evitar a progressão e finalização dos atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
contenção e cobertura defensiva.

Organização:
Jogo (2+Gr)x(Gr+2) em meio-
campo.

Comportamentos Desejados:
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Conteúdos: Esquema:
Cobertura defensiva, penetração e cobertura
ofensiva.

Organização:
Grupos de dois, atrás de cada baliza. O
Gr coloca a bola em jogo e desenvolve-se
uma situação de 2x2+gr. Continuamente
para cada baliza.

Comportamentos Desejados:
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes, enquanto estes tentam colectivamente procurar situações de finalização.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, contenção e cobertura
ofensiva.

Organização:
4 (+Gr)x4 (+Gr), em cada quadrado
pode estar 2 atacantes e 1 defesa, o
atacante que passar a bola pode dar
apoio ao atacante, mas quando perder
a posse de bola regressa ao seu
quadrado. Criar situações de 2*1, para
facilitar a finalização.

Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno
da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Os defesas impedem a progressão e finalização dos
atacantes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Contenção, cobertura ofensiva e defensiva

Organização:
3x2 + 2 Jokers, fazem manutenção
posse bola, quem passar no joker
troca de lugar com este.

Comportamentos Desejados:
- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo, criando solução de passe. Os defesas devem
coordenar as acções de forma a eliminar linhas de passe.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Conteúdos:
Cobertura defensiva, penetração e cobertura Esquema:
ofensiva.

Organização:
Grupos de três, tentam realizar 10 passes
dentro do quadrado, ao conseguirem,
quem estiver em posse de bola ataca uma
baliza, provocando situações de 3x1+gr.

Os jogadores exteriores podem servir de apoio


ao jogo dos 10 passes!

Comportamentos Desejados:
- No ataque: Coberturas ofensivas constantes ao portador da bola; Na defesa: recuperar a posse de bola
rapidamente. Mudar de atitude ofensiva para defensiva e vice-versa
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, contenção e cobertura
ofensiva

Organização:
Jogo (2+GR)x(GR+2) com apoio de
2 pivôs, na parte externa do campo,
mas em todo o espaço ofensivo.
Situações de jogo 4x2.

Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, aproveitando os apoios, para progredir
e finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Conteúdos:
Contenção e cobertura defensiva, penetração e Esquema:
cobertura ofensiva.

Organização:
Jogo 4x4: a equipa que defende terá que
ter 2 jogadores na zona ofensiva e 2
jogadores na zona defensiva; a equipa que
ataca pode ter sempre 3 jogadores no
espaço que tem a bola.

Comportamentos Desejados:
- Os atacantes: procuram progredir no térreo e finalizar aproveitando a superioridade numérica.
- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes.
NIVEL INTERMÉDIO

Problemas:
- A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com
frequência, uma sequência de acções ininterrupta sem erros não provocados;
- Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo;
- Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das
respectivas funções;
- A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as acções individuais
começam a assumir;
- O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projecto colectivo em que as acções
individuais visão o benefício da equipa.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Posição defensiva, desarme e intercepção.
Penetração e contenção.

Organização:
Jogo (GR+1)x(1+GR) com 2 apoios
na linha de baliza.

Definir se os apoios podem ou não podem


finalizar

Comportamentos Desejados:
- Do atacante: procura sistemática da penetração, através do recurso à finta, e da finalização.
- Do defensor: impedir a progressão e finalização do atacante através do desarme e da interceção.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.

Organização:
3 equipas de 3 jogadores. A equipa
com bola tenta passar a bola para a
outra equipa.
Podemos obrigar a efetuar um determinado
número de passes antes de passar a bola
para a outra equipa.

Comportamentos Desejados:
- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e criar espaços livres.
Defesas reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir que a
equipa adversária realize os 6 passes.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Mobilidade (específica): combinações
ofensivas – paralela, diagonal, quebra, e
sobreposição.

Organização:
Grupos de dois executam o movimento
ofensivo.
Quem passa escolhe o movimento ofensivo para obrigar
o portador da bola a orientar a recepção de acordo!
Colocar defensor para obrigar a “escolher” o
movimento ofensivo

Comportamentos Desejados:
- Portador da bola executa adequadamente em função do movimento ofensivo do colega sem bola!
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.

Organização:
Jogo (3+GR)* (3+GR) + 2 jokers nas
linhas laterais em 1/3 campo

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio e
contenção.

Organização:
Jogo (3*3+GR) + 3 apoios ofensivos
para cada equipa. Apoios jogam a 2
toques.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.

Organização:
Jogo (3*2+2, os 3 atacantes recebem
bola do GR escolhem a baliza que
querem atacar, os outros defesas fazem
recuperação defensiva para anularem o
3*2 e passarem para 3*4. Jogo termina
quando a bola sair.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Rapidez na condução de bola para poder finalizar em superioridade numérica. Dar solução
de passe ao portador da bola.
- Defensores – Contenção defensiva de forma a retardar a finalização do ataque e poder criar uma
situação de 3*4.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva e
mobilidade.
Contenção, cobertura defensiva e
equilíbrio

Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) com 2 apoio
nas linhas de baliza

Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: mobilidade constante para criar ou encontrar espaços para finalizar.
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.

Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) com 1 apoio.

Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.

Organização:
Jogo (3+GR)x(GR+3) em meio-
campo.

Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade e espaço.
Contenção, cobertura defensiva,
equilíbrio e concentração.

Organização:
Jogo formal em espaço reduzido
(2/3 campo).

Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: cumprir com os objetivos dos princípios ofensivos.
- Dos defensores: cumprir com os objetivos dos princípios defensivos.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.

Organização:
Jogo formal, cada equipa defende e
ataca 3 balizas. Golo nas balizas
pequenas 1 ponto, baliza grande só de
cabeça 2 pontos.

Comportamentos Desejados:
- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e espaços para finalizar.
- Defesas - Reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir
que o adversário finalize.
NIVEL ESPECIALIZAÇÃO

Problemas:

- Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional suportado por


numa dinâmica colectiva que emerge de padrões comportamentais referenciais;

- Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas características


importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional permanente;

- O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se
possa partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração

Organização:
Jogo 4x4 + 1 jokers que está no circulo
central. Fazem circulação e posse de
bola, sempre que fizerem 1 passe no
joker fazem 1 ponto.

Comportamentos Desejados:
- Ataque - Mobilidade constante para criar e encontrar espaços livres, criar linhas de passe para colocar
bola no Joker.
- Defesas - Reduzir o espaço defensivo, reorganização constante para fechar linhas passe para joker.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade . Contenção e cobertura
defensiva, equilibrio.

Organização:
Jogo (3*3)+ 2 GR, dentro do campo
10*20, a equipa que conseguir fazer 3
passes sai em situação 3*1. Se marcar
continua se falhar entra outra equipa.
Estrutura 1.3.1

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para dar linha de passe.
- Defensores – Reorganização permanente de forma a eliminar linhas de passe ao atacante e pressionar
para provocar o erro.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.

Organização:
4x4+GR, 2 balizas pequenas, o atacante que
passar com bola entre 1 das 2 balizas pequenas
sai do jogo com a bola e imediatamente entra em
jogo com bola o colega que está na linha de
fundo que pode finalizar logo na cara do GR ou
espera pelo apoio dos colegas.
Estrutura 1.4.0

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para poder finalizar ou espaços para
sair pelas balizas pequenas.
- Defensores – Reorganização permanente de forma a reduzir espaços de finalização ao adversário e
ocupação do espaço junto do portador da bola.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.

Organização:
4x4 + 2 apoios, quem passa no apoio
troca de posição com o colega que está
fora.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar.
- Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização
ao adversário.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos: Esquema:
- Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.

Organização:
Jogo formal, o aluno que receber a bola
não pode devolver o passe ao aluno que
lhe passou.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Mobilidade constante para dar soluções alternadas de passe.
- Defensores – Cumprir princípios defensivos.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos: Esquema:
Penetração, cobertura ofensiva,
mobilidade, espaço . Contenção e
cobertura defensiva, equilibrio,
concentração.

Organização:
Jogo formal, os 4 alunos no centro do
campo estão sentados no chão, Gr
coloca bola na equipa atacante, os
alunos que estão no chão levantam e
equilibram rapidamente. Jogo termina
quando a bola sair.

Comportamentos Desejados:
- Atacantes – Aumentar o ritmo de jogo de forma a evitar o equilibrio dos defesas.
- Defensores – Reorganização defensiva rápida para impedir a finalização.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.

Organização:
Jogo (4+Gr)x(Gr+4), todos os jogadores têm
uma bola na mão. O treinador diz o nome de um
praticante, este coloca a bola no chão e
desenvolve-se jogo (reorganização defensiva). Ao
perder a posse de bola chama um 2º jogador
(Idem).

Comportamentos Desejados:
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.
- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.

Organização:
Jogo (4+Gr)x(Gr+4) com 4 apoios. Os jogadores
que estão fora, como apoios, poderão entrar em
jogo, com posse de bola, assim que um colega o
solicitar, saindo do espaço de jogo com a bola
controlada.

Comportamentos Desejados:
- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.
- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para
finalizar.
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.

Organização:
Jogo formal, quando a bola sai, ou se o Professor
entender, coloca nova bola em jogo.

Comportamentos Desejados:
- Ataque: Aproveitar vantagem posicional da nova bola em jogo.
- Defesa: Reorganização defensiva em função da nova bola em jogo
NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Conteúdos:
Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, Esquema:
espaço . Contenção e cobertura defensiva,
equilibrio, concentração.

Organização:
Jogo formal com um apoio a atuar sempre pela
equipa que está em posse de bola.

Comportamentos Desejados:
- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços
para finalizar.
- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.
Federação  Portuguesa  de  Futebol  /  Desporto  Escolar  
 
 
Ações  de  Formação  de  Futsal  
 

   
 
 
 
 
 
DOCUMENTO  DE  APOIO  

JUNHO / JULHO de 2013


ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO


1.1. Princípios
1.2. Objectivos

2. HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL


2.1. Origem e aspectos dominantes da evolução do jogo e das leis de jogo
2.2. Portugal, um caso singular
2.3. Futsal: Desenvolvimento!?
2.4. Futsal: Reconhecimento Social?
2.5. Espaços de formação no Futsal?
2.6. Urgência na qualificação do Futsal Nacional

3. O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


3.1. Futsal, caracterização das exigências do jogo
3.1.1. PRINCÍPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS
3.1.1.1. Princípios de jogo gerais
3.1.1.2. Princípios de jogo específicos, defensivos e ofensivos;
3.1.1.2.1. Princípios da Penetração e da Contenção
3.1.1.2.2. Princípios da Cobertura Ofensiva e da Cobertura Defensiva
3.1.1.2.3. Princípios da Mobilidade e do Equilíbrio
3.1.1.2.4. Princípios do Espaço e da Concentração
3.1.1. Estrutura e dinâmica do rendimento em Futsal;
3.2. Informação espácio-temporal e comunicação como base para o comportamento individual e coletivo
3.3. Ação tática e tomada de decisão (princípio central na formação de alunos/jogadores ativos)
3.4. Princípios Metodológicos no Ensino do jogo de Futsal em função da sua especificidade
3.4.1. Estabilidade vs variabilidade e forma vs funcionalidade no ensino do jogo e implicações
3.4.2. Manipulação das variáveis dos exercícios

3.5. A EVOLUÇÃO DO JOGO


3.5.1. Evolução da dinâmica de jogo na organização ofensiva/defensiva
3.5.2. Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque
3.5.3. Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual
3.5.4. Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva
3.5.5. Fragmentos constantes do jogo (“Bolas paradas”)

5. CARACTERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO


5.1. Principais características, contextualização dos problemas psico-motores e problemas para solucionar
5.1.1. NÍVEL BÁSICO - Iniciação ao objecto do jogo;
5.1.2. NÍVEL ELEMENTAR - Elaboração elementar do objectivo do jogo
5.1.3. NÍVEL INTERMÉDIO - Desenvolvimento da organização posicional
5.1.4. NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO - Especialização da dinâmica colectiva
5.2. Proposta de Exercícios para os diferentes níveis de desempenho – contextos facilitadores de aprendizagem

6. PERSPECTIVAS FUTURAS DE CONTINUIDADE FORMATIVA

7. BIBLIOGRAFIA
1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO
1.1. Princípios

No âmbito das matérias nucleares dos Programas de Educação Física e das actividades propostas
verifica-se a necessidade de realização, anualmente, de um modelo de formação de “actualização”
técnico-didáctico com uma orientação específica. O facto da inexistência de formação específica nesta
área, aliada à auscultação e conhecimento das necessidades e motivações dos profissionais de
Educação Física em actualizar conhecimentos numa modalidade que é tão só a mais praticada no
Desporto Escolar e a que melhor se adequa às condições estruturais das escolas, justificam por si só a
iniciativa. O Futsal permite uma aprendizagem dos princípios de jogo de forma mais consciente e
simplificada, dado a sua organização estrutural (5x5), auxiliadora na compreensão de uma determinada
organização funcional do jogo, a maioria das vezes transferível para outros Jogos desportivos colectivos.
Para além de proporcionar conhecimento actualizado na aprendizagem do Futsal, orientando a acção
técnico-didáctica dos Docentes, pretende-se criar novas metodologias e estratégias de ensino na
abordagem aos Jogos Desportivos Colectivos. Desta forma, conjugam-se vários indicadores de uma
forma positiva para a realização de uma acção de formação com esta denominação.
Pretende-se, organizar uma acção de formação com uma duração de vinte e cinco horas, de modo a
contemplar os conteúdos prioritários relativos à aprendizagem do Futsal, estruturados para os vários
níveis de ensino.

1.2. Objectivos
Desta forma, a ação pretende atingir os seguintes objectivos:

- Conhecer a origem e história da modalidade;


- Conhecer e interpretar as leis de jogo de Futsal;
- Perceber a estrutura e funcionalidade do jogo de Futsal, como complemento ao ensino do futebol (Prog. de
Educação Física);
- Dominar metodologias de ensino/aprendizagem das acções individuais e colectivas específicas da
modalidade;
- Conhecer os diferentes níveis de desempenho e consequentes conteúdos;
- Aplicar metodologias de ensino adequadas a cada nível de desempenho;
- Conhecer e aplicar os vários tipos de jogos de aprendizagem de Futsal e adequa-los ao nível de desempenho
dos alunos;
- Dominar e aplicar as principais progressões dos vários conteúdos de aprendizagem;
- Conhecer os vários momentos/fases do jogo e consequentes implicações no ensino/treino;
- Articular o ensino do Futsal com outros jogos desportivos colectivos;
- Promover valores e atitudes através de comportamentos desportivos integrados no ensino do Futsal.
2. HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL
2.1. Origem e aspectos dominantes da evolução do jogo e das leis de jogo

Tal como em outras modalidades desportivas surgem grandes interrogações sobre a origem do Futsal. A maior
incerteza que se levanta é a seguinte: Será o Futsal uma modalidade genuinamente brasileira ou uruguaia?
O Futebol de Salão, primeira designação da modalidade, nasceu no Uruguai no início da década de 30 e foi
criado na Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevideu. Uma segunda versão afirma que a modalidade
começou a ser praticada no Brasil, no início dos anos 40, por jovens frequentadores da ACM, em São Paulo,
pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de Futebol livres para jogar. Assim, começaram a fazer
as suas peladas nos campos de basquetebol e hóquei. O Futebol de Salão começou então a expandir-se por
toda a América do Sul e, posteriormente, Europa e resto do Mundo.
“Em 25 de Julho de 1971, no Rio de Janeiro, foi criada a Federação Internacional de Futebol de Salão
(FIFUSA)” (Sampedro, 1997: 19) que passou a superintender os destinos da Modalidade a nível mundial, pois
possuía uma federação própria, sendo João Havelange o seu primeiro presidente. Sim, já na sua origem
denominaram o Futsal de Modalidade. A nova e universal designação “FUTSAL” tornou-se a conveniente
abreviatura não só de FUTbol de SALon e FUTebol de SALão (América do Sul), como de FUTbol SALa
(Espanha), uma vez que se tratavam das designações mais difundidas a nível mundial (Oliveira, 1998).
Actualmente, o Futsal é praticado em todos os continentes, com a implementação de várias competições
internacionais sob a égide da FIFA e da União Europeia de Futebol Associado (UEFA) e uniformização das
regras a nível mundial. É um dado adquirido que a modalidade se desenvolve a bom ritmo e o seu futuro parece
assegurado.

2.2. Portugal, um caso singular

Portugal despertou para a realidade do Futebol de dimensões reduzidas nos finais da década de 70, e devido à
sua espectacularidade, emergiu a necessidade de organizar, promover e divulgar esta modalidade. Como
consequência deste facto surgiram as primeiras Associações de Futebol de Salão: em 1985 Lisboa, em 1986 a
do Porto, em Outubro de 1986 a do Ribatejo, em Novembro de 1986 a do Minho e em Dezembro de 1987 a de
Alcobaça (futura Leiria). Emerge, então, a necessidade da criação de uma entidade a nível nacional que gerisse
os destinos da modalidade.
Em 8 de Abril de 1988 surge a Federação Portuguesa de Futebol de Salão (FPFS), que passou a superintender
a modalidade em Portugal. A FPF aderiu, em 1985, ao futebol de cinco, devido à criação de uma variante de
futebol de salão da FIFA.
O Futebol de Salão foi crescendo gradualmente em Portugal até que em 1991, num clima de tensão latente, se
deu origem a um movimento liderado pela Associação de Futebol de Salão do Porto que, apoiada pelas
Associações de Futebol de Salão de Bragança, Vila Real e Algarve conduziu à separação/desvinculação da
FPFS e, consequentemente, ao abandono das provas organizadas por esta. Surge a Federação Portuguesa de
Futsal e uma regionalização das três variantes. No Norte o Futsal, no Centro e Sul o Futebol de Cinco e em
Lisboa e Setúbal o Futebol de Salão.
Em meados de 1997 a FPF e FP de Futsal assinaram um protocolo que previa a integração das associações de
Futsal no seio das associações de Futebol e a criação de uma comissão nacional, na FPF, de gestão para a
modalidade. Com esta união o número de equipas e de atletas aumentou consideravelmente. Na época
desportiva anterior existiam cerca de 28827 (dados da FP) atletas, em todos os escalões e sexos, a nível
nacional, distribuídas pelas várias associações distritais, sobre a égide da FPF. Se a estes juntarmos os
praticantes do Desporto Escolar e do Desporto Universitário teremos neste momento cerca de 70000 pessoas a
nível nacional, a praticar a modalidade, de todas as idades e ambos os sexos (Rocha, 2005).

2.3. Futsal: Desenvolvimento!?

O Futsal tem revelado, pese embora a sua, ainda, prematura história, uma massificação interessante. O
incremento significativo de equipas federadas, o número de praticantes (federados, ao nível do Desporto
Escolar e Ensino Universitário), a melhoria e incremento de instalações desportivas e consequente
apetrechamento específico bem como o enquadramento legislativo de que tem sido alvo, demonstram a forma
enérgica como esta modalidade tem vindo a aumentar.

Surgiram, no entanto, alguns sinais de preocupação. Verificamos que, nas últimas três épocas desportivas, a
evolução do número de praticantes foi menor e houve, até, decréscimo do número de atletas federados na
época que findou.

Evolução  do  número  de  pra6cantes  federados  de  Futsal  

30000  

25000  

20000  

15000  

10000  

5000  

0  

GRÁFICO 1 – Evolução do número de atletas federados (Dados FPF)


O mesmo se verifica quando analisamos alguns factores de desenvolvimento desportivo. Constatamos alguma
precariedade e torna-se clara a necessidade de sustentar este crescimento, qualificando-o de modo a permitir
uma contínua curva ascendente no de desenvolvimento da modalidade.

O Futsal, apesar de ser uma modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, não possui, ainda,
lugar de destaque, por exemplo, na pesquisa científica, contrariamente a outras modalidades com outro
enquadramento histórico, facto que se constata quando se procede à análise da literatura especializada.
Consequentemente, existem dificuldades na qualificação dos recursos humanos, pese embora se verifique uma
preocupação, no concerne aos treinadores, na formação o que em muito têm contribuído para o
desenvolvimento qualitativo da modalidade. O mesmo acontece com outros agentes desportivos importantes
como Directores, Equipas Médicas, etc. Em função deste trabalho, muitas vezes de forma autodidacta, a
organização do processo de treino e de competição vai evoluindo, vai gerando informação relevante. A questão
que se coloca é: Como se gere e organiza essa informação de modo a provocar desenvolvimento? As primeiras
gerações de “futsalistas”, com conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de prática e com uma visão
sustentada e enquadrada de forma específica, poderão iniciar funções de gestão na modalidade, em toda a sua
actividade e dentro da respectiva orgânica, Estas novas gerações, poderão desenvolver um “plano de
actividades“ para o Futsal, questionando e qualificando orgânicas.

O logótipo característico identificativo da modalidade, ataque-contra-ataque, foi um exemplo positivo e


clarificador de desenvolvimento, de criação e sustentação da modalidade. Um primeiro passo a desenvolver e
qualificar, dentro do marketing do Futsal, tal como os restantes factores de desenvolvimento desportivo.

FIGURA 1 – Desenvolvimento do Futsal (Pedro Dias, 2011)


2.4. Futsal: Reconhecimento Social?

Várias questões se colocam ao analisar o estado actual do Futsal em Portugal havendo, claramente, uma
questão central: Haverá potencial para o Futsal ser reconhecido como uma das modalidades de maior
relevância social em Portugal?

Julgamos que é perfeitamente possível, havendo uma visão estratégica focada, numa fase inicial, nos laços
internos da modalidade, Federação Portuguesa de Futebol e respectivas Associações, Clubes e relação com o
Desporto Escolar e Universitário. Posteriormente, numa segunda fase, efectuar a ligação ao meio exterior para
construir reconhecimento e constatar o potencial da modalidade de forma visível.

FIGURA 2 – Foco Estratégico no desenvolvimento do Futsal (Pedro Dias, 2011)

2.5. Espaços de formação no Futsal?

Nos anos iniciais, de desenvolvimento do Fustal, verificava-se que a maioria dos atletas eram seniores,
tendência que, positivamente, se tem vindo a alterar, com o aumento do número de praticantes jovens. Apesar
deste aumento, os escalões de formação com menor número de praticantes, são os referentes às etapas iniciais
dessa própria formação. Deveria ser exactamente o contrário, possibilitando a existência de uma estrutura com
base de praticantes alargada. Este facto anteriormente descrito é ainda mais evidente, pela negativa, no que se
refere ao Futsal feminino. É quase inexistente a formação de jovens praticantes de Futsal feminino.
9000  
8000  
7000  
6000  
5000  
Masculino  
4000  
3000   Feminino  

2000  
1000  
0  

Gráfico 2 – Relação entre praticantes Federados Masculinos e Femininos (Dados FPF, época 2011/12)

O aumento de praticantes jovens tem-se verificado não apenas nos clubes federados, mas também, no
Desporto Escolar. Ao tentar relacionar os vários espaços de formação, ou antes, os vários “sistemas
desportivos”, verificamos que existem oportunidades a considerar no Desporto Escolar.

No Futsal escolar 70% dos atletas de Futsal do DE competem nos escalões Infantil e Iniciado, constituindo a
base da formação inicial da modalidade (74% no masculino e 59% no feminino), ao contrário do que se verifica
no Futsal federado. Dos cerca de 308 concelhos (municípios) do país, o Futsal escolar tem uma penetração em
243 concelhos (79%). Sabemos a problemática de desenvolvimento desportivo que vivemos no interior do país.
Existem cerca de 1476 equipas, que consequentemente necessitam de 1476 treinadores. Apesar de haver
qualificação pedagógica (Professores de Educação Física), há claramente défice de formação específica da
modalidade. Em relação à formação de árbitros, verificamos que 2361 jovens árbitros participaram na formação
ministrada pelo DE. Serão claramente, potenciais árbitros para integrar no subsistema a cada 4-5 anos (no
mínimo). O fortalecimento da relação clube-escola-comunidade poderá potenciar a possibilidade de se
minimizar uma das maiores debilidades dos clubes, a inexistência de instalações desportivas próprias. As
instalações desportivas existentes no meio escolar poderão vir a estar disponíveis em horários compatíveis às
necessidades dos alunos/praticantes e clubes. Existem números significativos de prática feminina, facto que não
se verifica actualmente no Futsal federado.
2500  

2000  

1500   Escolar  
Federado  
1000  

500  

0  
Juniores   Juvenis   Iniciados   Infantis  

Gráfico 3 – Relação entre praticantes Femininos de Futsal do DE (2012-2013) e FPF (2011-2012)

O Futsal escolar preenche claramente a lacuna existente no Futsal federado, mesmo sendo uma análise
meramente quantitativa. Sem realçar outras vantagens inerentes a centrar o processo de ensino/treino do jogo,
das etapas iniciais de formação, na escola.

12000  

10000  

8000  

6000  

4000  

2000  

0  
Juniores  
Juvenis  
Iniciados  
Infantis  

Gráfico 4 – Relação entre praticantes Masculinos de Futsal do DE (2012-2013) e FPF (2011-2012)


2.6. Urgência na qualificação do Futsal nacional

Após uma análise diagnóstica cuidada, e tendo em conta que pretendemos estabelecer uma determinada
estratégia para o desenvolvimento do Fustal, tal como no jogo, o foco da estratégia deverá estar na criação de
informação e não apenas, no processamento do que foi analisado.

A visão seria:

- Garantir o acesso aos jovens em idade escolar a uma prática de Futsal num ambiente educativo, de qualidade
e com diálogo permanente entre os agentes envolvidos.

- Aumentar os índices de prática do Futsal em Portugal e, particularmente, aumentar os índices de prática de


Futsal fora do horário lectivo dos jovens em idade escolar.

- Proporcionar uma oferta adaptada às diferentes realidades e necessidades existentes no país, criando um
mapa da prática de Futsal do país.

A visão está assente numa co-responsabilização de todos os agentes envolvidos, com a finalidade de alcançar
os seguintes objectivos estratégicos:

Elevar o reconhecimento social do futsal. Dar a conhecer os critérios de qualidade do programa de


desenvolvimento do Futsal, de forma a que as famílias e os jovens possam realizar uma boa escolha.

Elevar o nível de qualificação técnica dos quadros envolvidos na formação de base no futsal escolar.
Criar condições para elevar as oportunidades de acesso a formação específica, qualificando e elevando a
intervenção técnica na etapa inicial de formação de Futsal jovem em idade escolar.
Qualificar os recursos materiais que participam na formação de base no futsal escolar. Qualificar os
meios pedagógicos disponíveis para a prática/ensino do Futsal escolar.
Aumentar a base de praticantes de futsal. Focar a intervenção na elevação do número de praticantes nos
escalões: escolas, infantis e iniciados.
3. O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLETIVO

3.1. Futsal, caracterização das exigências do jogo

Integrado no conjunto de modalidades que constituem os jogos desportivos coletivos (JDC), o Futsal, ainda não
possui lugar de destaque na pesquisa científica, tal como o futebol, basquetebol e voleibol. No entanto, nos
últimos anos, verificou-se um aumento no número de produção científica no que diz respeito à compreensão
dos constrangimentos informacionais que guiam o comportamento dos jogadores e equipas em jogo, isto é, as
relações espácio-temporais que caracterizam o jogo de futsal (Travassos, Araújo, Davids, Esteves, &
Fernandes, 2012; Travassos, Araújo, Vilar, & McGarry, 2011; Travassos, Duarte, Vilar, Davids, & Araújo, 2012;
Vilar et al., 2012). Apesar desta constatação, e do crescente do diálogo entre ciência e prática, na procura de
novos procedimentos pedagógicos, com vista a facilitar a aprendizagem do jogo (Oliveira e Pães, 2004) poucas
são ainda as informações referentes às variáveis que determinam o sucesso no jogo de Futsal (Souza, 2002,
Barbero, 2002).
O Futsal, modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, é um desporto inserido na classificação
dos JDC, porque apresenta características comuns a outras modalidades deste grupo (Souza, 2002).
Garganta (1999), refere que a identidade dos diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de produção –
ganhar o jogo – é indissociável de um quadro de atividades particulares, dado por:
- uma relação de forças materializada no confronto entre dois grupos de jogadores de equipas diferentes que
disputam ou trocam um objeto, móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola);
- uma escolha de habilidades motoras em função das condições do contexto;
- estratégias individuais e coletivas que condicionam as decisões implícitas e explícitas, tomadas com o intuito
de levar de vencida o adversário.
Podemos ainda citar Morato (2004), que refere que o Futsal é uma modalidade classificada de desporto coletivo
ou Jogo Desportivo Coletivo por possuir as seis invariantes atribuídas a esta categoria, anteriormente
enunciadas por Bayer (1994): uma bola ou implemento similar, um espaço de jogo, adversários, colegas, um
alvo a atacar e outro para defender e regras específicas.
Acresce dizer que os desportos de cooperação/oposição que se disputam em espaço comum e participação
simultânea, são também referenciados na literatura como Desportos de Invasão (DI), pois as duas equipas
disputam a posse do objeto na mesma superfície de jogo e tentam, por um lado, proteger a sua zona de
baliza/cesto e, por outro, invadir a do adversário para concretizar.
Do ponto de vista estrutural, estas características comuns foram integralmente preservadas nos DI que
atualmente conhecemos, apesar das especificidades que identificam e diferenciam cada um deles.
Do ponto de vista funcional, se observarmos um jogo minimamente organizado de um qualquer DI, mesmo que
ambas as equipas em confronto não se distingam pela cor do equipamento, é possível, passado algum tempo,
identificar os elementos constituintes de cada uma delas. Esta possibilidade resulta do facto da relação de
oposição/cooperação, para ser sustentável e eficaz, reclamar dos jogadores comportamentos congruentes com
as sucessivas situações do jogo, de acordo com os respetivos objetivos de sinal contrário de cada uma das
equipas (Garganta e Pinto, 1994).
Estas características peculiares dos DI conferem um elevado grau de aleatoriedade e imprevisibilidade às ações
de jogo. Todavia, as equipas em confronto operam como coletivos, organizados de acordo com uma lógica
particular, em função de regras, princípios e prescrições. As ações dos jogadores da mesma equipa tendem a
ser convergentes, na medida em que as estratégias e ações individuais são direcionadas no sentido de
satisfazer finalidades e objetivos comuns (Gréhaigne e Garganta, 1999).
É pois fundamental perspetivar a relação cooperação/oposição em função da posse do móbil do jogo, a bola.
Efetivamente, ter ou não a posse da bola constitui o aspeto mais crucial e determinante da dinâmica do jogo,
uma vez que estabelece a permanente dualidade ataque/defesa.
O êxito do ataque e da defesa está dependente da ação coordenada dos jogadores, que reclama a observância
de uma linguagem comum que fomenta a compreensão mútua no seio de cada equipa. Esta linguagem assenta
no respeito de um conjunto de objetivos e princípios (gerais e específicos) que permitem aos jogadores
compreender e antecipar o desenrolar do jogo, agindo de maneira vantajosa nas situações em que se encontra
implicado.
Queiroz (1983) estruturou de forma muita clara (figura 3) as diferenças entre ataque e defesa, com base nos
seus objetivos, fases e princípios gerais e específicos.
 

 
Figura 3 - A organização do jogo nos desportos de cooperação/oposição (Adaptado de Queiroz, 1983)
3.1.1. PRINCÍPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Os princípios de jogo, traduzem basicamente um conjunto de linhas orientadoras em virtude das quais os
jogadores orientam e coordenam os seu comportamentos táctico-técnicos individuais e colectivos. Com efeito,
os princípios de jogo estabelecem um quadro referencial que evidencia um valor interno que se radica na
possibilidade de os jogadores atingirem rapidamente a solução táctica para o problema, que a situação de jogo
em si encerra. E um valor externo determinado pelo estabelecimento dos aspectos relacionados com a
comunicação da equipa, isto é, de uma “linguagem comum” por forma a melhorar a sua funcionalidade (2004,
Castelo).

3.1.1.1. Princípios de jogo gerais

Os princípios gerais realçam a preocupação de que, relativamente ao número de jogadores, no local da disputa
da bola, se deve procurar criar superioridade numérica, evitar a igualdade numérica e impedir, que em algum
momento, haja inferioridade numérica (Hainaut & Benoit, 1979).
Relativamente ao Futsal, estes comportamentos nem sempre são fáceis de cumprir. O reduzido número de
jogadores, o reduzido espaço de jogo e a dinâmica que, frequentemente, o jogo apresenta criam dificuldades
quanto ao cumprimento destas normas de ação, e de tal ordem que só as equipas com melhor qualidade de
desempenho os evidenciam de uma forma consistente.

3.1.1.2. Princípios de jogo específicos, defensivos e ofensivos;

Os princípios de jogo específicos são padrões de ação, coletivos e individuais, pelas quais os jogadores se
regem em jogo e interagem, com ou sem bola, a defender ou a atacar, independentemente da forma particular
como essa equipa jogue (Worthington, 1974).

3.1.1.2.1. Princípios da Penetração e da Contenção

A primeira preocupação do portador da bola deverá ser a exploração da possibilidade de finalizar ou então
progredir em direção ao alvo contrário, dando cumprimento ao primeiro princípio do ataque – Penetração.
Em resposta, a equipa adversária tenta impedir de imediato a linha de remate ou de progressão para a sua
baliza, criando uma situação de 1x1 – Contenção.
Figura 4 – Princípio de jogo específico do ataque: Penetração e Princípio de jogo específico da defesa: Contenção

3.1.1.2.2. Princípios da Cobertura Ofensiva e da Cobertura Defensiva

Apesar da reposição da igualdade numérica, esta situação continua a favorecer o ataque, pelo que a defesa se
vê obrigada a incorporar mais um jogador na procura da superioridade numérica – Cobertura defensiva,
respeitando assim o segundo princípio defensivo. Agora em inferioridade numérica, o ataque sente necessidade
de repor o equilíbrio e apelando à Cobertura ofensiva, agrega um segundo atacante.

Figura 5 - Princípio de jogo específico do ataque: Cobertura Ofensiva e Princípio de jogo específico da defesa:
Cobertura Defensiva

3.1.1.2.3. Princípios da Mobilidade e do Equilíbrio

A Mobilidade do ataque constitui o terceiro princípio ofensivo e visa romper com a estabilidade defensiva
entretanto criada pela situação 2x2. As movimentações do atacante sem bola são fundamentais na rotura do
equilíbrio vigente, obrigando os defensores a reajustar o seu posicionamento (Equilíbrio) sob pena de
hipotecarem uma situação que lhes era vantajosa.
Figura 6 - Princípios de jogo específicos do ataque e da defesa: Mobilidade e Equilíbrio

3.1.1.2.4. Princípios do Espaço e da Concentração

A amplitude do ataque, tanto em largura como em profundidade, é um requisito fundamental para o seu
sucesso, uma vez que potencia a criação de linhas de passe, pelas dificuldades acrescidas que coloca aos
defensores em cobrir um espaço maior. Este constitui o quarto princípio do ataque – Espaço. Ao anterior
princípio responde a defesa promovendo a Concentração dos seus jogadores, restringindo o espaço disponível,
para assim diminuir a amplitude do ataque e potenciar a criação permanente de situações de superioridade
numérica.

Figura 7 - Princípios de jogo específicos do ataque e da defesa: Espaço e Concentração.

Finalmente, as situações 1x1, 2x1, 2x2, 3x2 e 3x3 são das mais frequentes no Futsal e constituem as estruturas
organizadoras da actividade dos jogadores, as quais se designam por Formas. Estas devem constituir o ponto
de partida para a aprendizagem do jogo e refere que, qualquer que seja a estrutura organizadora ou forma
utilizada, a presença da finalização deverá ser uma constante (Queiroz, 1983).
3.1.1. Estrutura e dinâmica do rendimento em Futsal
Os desportos coletivos, caracterizados pela funcionalidade simultânea de cooperação e oposição, geram uma
série de interações entre os jogadores onde os fatores decisionais, táticos e estratégicos se apresentam como
fundamentais para o desenvolvimento das ações de jogo (Arroyo et al., 2003). Se nos reportarmos
especificamente ao Futsal, as exigências impostas pelas regras da modalidade e a complexidade das ações
fazem com que os jogadores tenham de adotar permanentemente uma atitude de exploração das condições de
jogo para superarem a imprevisibilidade estrutural oferecida e, sobretudo, para a coordenação das ações entre
atacantes e defesas em relação ao objetivo do jogo (Souza, 2002). As ações realizadas no jogo de futsal
dependem de problemas situacionais, estando a sua execução dependente das condições particulares de cada
momento do jogo, ditando o tempo e espaço disponíveis para a sua realização (Graça, 1994). Deste modo, fruto
das constantes interações entre jogadores e adversários as modalidades desportivas coletivas como o futsal
podem ser caracterizadas como sistemas complexos e dinâmicos em que o comportamento coletivo não resulta
da soma do comportamento de cada um dos jogadores, mas sim das interações que estes estabelecem para
alcançar um dado objetivo ao longo do tempo (Duarte, Araújo, Correia, & Davids, 2012; Passos, Araújo, &
Davids, 2012). Tendo em consideração a complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo importa então
perceber como é que o comportamento dos jogadores permite a emergência de padrões de jogo coletivo.
Uma característica do comportamento dos jogadores nos JDC é que todas as ações realizadas são fortemente
determinadas do ponto de vista tático (Konzag, 1983). D’Ottavio & Tranquilli (1993) referem que, os jogos
desportivos caracterizam-se e expressam-se, em geral, mediante ações de jogo que não respondem a códigos
predeterminados. O contexto de jogo é, em determinada altura, o meio que coloca problemas ao jogador e onde
estes adquirem um significado completo (Read & Devis, 1990). Desta forma, face ao jogo, o problema primeiro é
de natureza tática, isto é, o praticante na constante relação que estabelece com o contexto de jogo deve
conseguir percecionar as suas possibilidades de ação num dado instante face às suas características
individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas ações para alcançar o objetivo proposto (como fazer). Tal
exige, então, que os praticantes possuam uma adequada capacidade de decisão.
Uma das fases evolutivas mais importantes nos JDC passou pelo facto de se considerar a comunicação entre
jogadores como um fator chave do comportamento tático-estratégico (Garganta, Arda, & Lago, 2002),
orientando esta premissa a preocupação central na compreensão do jogo, coletivo, que é o Futsal. Para analisar
o Futsal como JDC, e face às questões anteriormente apresentadas, temos que centrar a compreensão do jogo
em duas premissas fundamentais: informação espácio-temporal que determina a comunicação entre jogadores
e tomada de decisão (ação tática).

3.2. Informação espácio-temporal e comunicação como base para o comportamento individual e coletivo
Face à complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo de futsal, a forma de atuação de um jogador está
fortemente condicionada pelo modo como ele percebe e compreende o jogo em si. Tendo por base a perspetiva
da dinâmica ecológica (Araújo, Davids, & Hristovski, 2006), perceção e ação estabelecem uma relação direta e
cíclica de influência mútua que varia constantemente no tempo em função das condições do contexto de jogo e
das variações das capacidades do jogador. Deste modo, mais do que dotar os jogadores de muita informação
procedimental sobre o que fazer e como fazer em determinados momentos do jogo, o treino deverá permitir a
exploração da informação do contexto que caracteriza os diferentes momentos do jogo, para que o jogador
continuamente explore quais as ações que melhor contribuem para a resolução funcional da situação. É
importante referir que esta relação não acontece apenas na direção ambiente-indivíduo mas que o próprio
indivíduo com as suas ações condiciona também ele o contexto, e como tal as possibilidades de ação do
adversário. É nesta perspetiva que podemos referir que o treino de determinados modelos de execução
individuais ou padrões de comportamento coletivos de forma isolada podem estar completamente desajustados
da realidade que o jogo impõe, uma vez que o desempenho em jogo surge pela sua adequação física e
temporal a cada situação. Por exemplo, a decisão de um atacante no futsal em alterar a sua linha de progressão
só acontece porque perceciona a posição do defensor no seu caminho para a zona de finalização, e ao alterar a
sua progressão fá-lo para percecionar como o defensor irá reajustar a sua posição de modo a conseguir gerar
um desequilíbrio na relação entre ambos que lhe permita passar (Duarte, Araújo, Davids, et al., 2012; Oliveira,
2010). Assim, podemos afirmar que os comportamentos de um jogador, em jogo, não se constituem como um
fim em si mesmo, mas como um meio para exploração das possibilidades de ação tendo por base as relações
espácio-temporais percecionadas entre colegas e adversários. Este facto é realçado por Garganta (2002) ao
afirmar que os “experts” não se centram em informações individuais para guiar o seu comportamento, mas na
conjugação de pistas informacionais que lhes permitem aferir quais as suas possibilidades de ação em cada
instante. De forma consistente os peritos estão mais sensibilizados à informação relevante do contexto que lhes
permite agir com mais sucesso em cada situação de jogo (Abernethy, Zawi, & Jackson, 2008). Importa então
perceber quais algumas das pistas informacionais que guiam o comportamento dos jogadores no jogo.
Por exemplo, Travassos, Araújo, et al. (2012) mostraram recentemente que o passe no futsal tende a ocorrer
quando os jogadores detetam uma janela espácio-temporal definida pela relação entre portador da bola e os
defesas imediatos que especificam uma possibilidade de ação. Do mesmo modo, mas agora para o remate,
Vilar et al. (2012) mostraram que o ângulo definido entre o portador da bola, o defesa imediato e a baliza, na
relação com a proximidade entre portador da bola e defensor possibilitam a identificação de possibilidades de
ação para o remate. Assim, através da perceção da informação relevante do contexto de jogo, e tendo em
consideração as capacidades de um jogador num dado instante, ele irá percecionar o ambiente em termos de
possibilidades para a ação (i.e., affordances) (Araújo et al., 2006).
No entanto, a capacidade para perceber o jogo e potenciar um modo de organização coletiva não depende
apenas da capacidade de identificar a informação relevante em situações específicas do jogo, mas em
continuamente perceber como essa informação se integra com a informação proveniente da globalidade do jogo
tendo por base os princípios específicos de jogo. Deste modo, mais do que compreender a informação
situacional, é necessário que esta seja integrada na comunicação coletiva que permite a definição de
possibilidades de ação coletivas (Duarte, Araújo, Correia, et al., 2012). É nesta perspetiva que Eccles and
Tenenbaum (2004) afirmam que para melhorar o comportamento de coordenação entre os membros de uma
equipa, é necessário que a informação verbal e não verbal que caracteriza o jogo assuma o mesmo significado
para todos os membros da equipa em função das suas próprias características. Segundo os autores, as
melhores equipas caracterizam-se pela atribuição de valor semelhante por parte de todos os jogadores à
informação percecionada. Este facto permite o reconhecimento das possibilidades de ação que cada colega
possui, conseguindo assim melhorar a coordenação entre si face à oposição do adversário.
Face ao exposto, a criação dos exercícios para o ensino do jogo deverão ser direcionados para a exploração da
informação presente em contextos simplificados do jogo de futsal que permitam a descoberta de soluções
individuais, i.e., contextos representativos do jogo de futsal (Travassos, Duarte, et al., 2012). Uma possibilidade
para a construção dos exercícios de treino representativos, será a divisão do jogo em unidades funcionais, i.e.,
situações de 1x1, 2x1, 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 e por fim 4x4 onde poderão ser potenciados comportamentos
individuais e coletivos com grande transfer para o jogo.

3.3. Ação tática e tomada de decisão (princípio central na formação de alunos/jogadores ativos)
Ao caracterizar as exigências do Futsal, Lozano (1999) afirmou que o controlo da bola é importante, mas tomar
decisões de forma rápida é mais importante. No Futsal, dado o pouco espaço existente para cada jogador, a
pressão temporal sobre a bola, e pela dinâmica que o jogo vem assumindo, torna-se essencial que os jogadores
tomem decisões que lhes permitam melhorar as suas ações com qualidade em pouquíssimo tempo. Importa
então, para uma intervenção no processo de ensino e treino do jogo, uma melhor compreensão de como
decidem os jogadores no decorrer do jogo de futsal?
De acordo com Araújo (2006) a decisão é um processo emergente, uma estratégia ativa de busca das
possibilidades de ação mais eficazes tendo por base as informações espácio-temporais do jogo face ao objetivo
imediato do jogador e da equipa. A ação tática, suportada pela tomada de decisão caracteriza-se então como
um processo de ajustamento contínuo entre indivíduo e contexto, isto é, uma busca de informação para agir e
de agir para ter mais informação, regulada pela intenção do jogador, que permite a emergência das ações mais
funcionais em detrimento de ações pré-determinadas. Neste contexto, a tomada de decisão configura-se como
uma transição no curso de ação dos indivíduos face às possibilidades de ação disponíveis que permitem
alcançar o objetivo pretendido (Araújo et al., 2006). Tal como referido anteriormente, as possibilidades de ação
são definidas pelo modo como o jogador perceciona a informação do jogo em relação às suas próprias
características. Deste modo, a melhor decisão para um jogador num dado momento poderá não o ser no
momento seguinte devido às alterações que ocorreram no ambiente ou no próprio indivíduo. Do mesmo modo, a
melhor decisão para um jogador poderá não a ser para outro, mesmo que as condições do contexto sejam
semelhantes, uma vez que diferentes jogadores terão diferentes capacidades (e.g., velocidade, coordenação,
precisão) e diferentes formas de ajustamento às condições do contexto. Perceber e potenciar a descoberta de
possibilidades de ação para a emergência das decisões mais eficazes significa, deste modo, perceber como é
que um indivíduo poderá agir num contexto particular de ação.
Para isso, a intervenção do treinador deverá ser no sentido de focar a atenção dos jogadores na informação
relevante do contexto de modo a que estes fiquem sensibilizados para a sua utilização e consequentemente
aumentem a probabilidade de resolver cada problema do jogo com maior sucesso (Passos et al., 2012). Mesmo
que o treinador defina planos para a competição e para diferentes momentos do jogo que constrangem a
intenção dos jogadores para a identificação de determinadas possibilidades de ação, é o jogador que a cada
momento identifica e constrange as suas próprias possibilidades de ações de acordo com as suas capacidades
momentâneas e as informações provenientes do ambiente. Ao decidir uma alteração no seu comportamento, o
jogador está a alterar intencionalmente os seus padrões de ação para influenciar as relações com companheiros
e adversários de modo a criar condições mais favoráveis para a sua equipa (Travassos, Araújo, et al., 2012).
Muitas das vezes é da exploração constante das possibilidades de ação para a decisão que os jogadores
descobrem novas soluções que até ai nunca tinham sido descobertas, tornando-se mais criativos e
imprevisíveis. Como nos refere Laguna (2005), se dermos prioridade à atuação consciente dos jogadores sobre
uma ação intuitiva baseada na adaptação às condições do jogo, estaremos a formar jogadores que
compreendem tudo, mas que não conseguem inovar e resolver de modo mais funcional cada problema do jogo.
Para além do referido, a existência regular de decisões coordenadas, apoiadas num conhecimento específico
mútuo, confere qualidade coletiva, ao jogo de equipa que certamente qualquer treinador pretende. Assim, as
decisões devem efetuar-se numa dinâmica relacional coletiva e serem coordenadas no seio de unidades amplas
de jogo (Tavares & Faria, 1993).

3.4. Princípios Metodológicos no Ensino do jogo de Futsal em função da sua especificidade


É interessante constatar que existem jogadores que quase sempre escolhem a melhor solução, apesar dos
escassos décimos de segundo que têm para agir (Araújo, 1997). Dada a quantidade de variações que ocorrem
no jogo de futsal num curto espaço de tempo, a variação nas informações que provêm das relações espácio-
temporais entre os jogadores são imensas, tornando-se difícil para um jogador inexperiente identificar qual a
informação mais importante para guiar a sua ação, bem como ajustar o seu comportamento a essa mesma
informação. Desta forma, a exploração do contexto de jogo para a identificação de possibilidades de ação, tal
como ocorrem no jogo devem constituir o processo central do ensino do futsal (Travassos, 2011).
É nesta perspetiva que a abordagem da dinâmica ecológica considera que o ensino do jogo deverá passar por
melhorar a afinação percetiva dos jogadores (i.e., identificar quais as informações relevantes para guiar a sua
ação) dentro de um quadro estratégico coletivo, bem como a sua calibração (i.e., adequar as suas ações às
condições do contexto) para agir no contexto das possibilidades de ação detetadas (Araújo, Davids, Chow, &
Passos, 2009). Para tal, é importante que os exercícios de treino propostos para o ensino do jogo de futsal
preservem o acoplamento perceção-ação, isto é, os exercícios de treino devem manter as pistas informacionais
que levam ao surgimento de ações tal como ocorre no jogo, como referido anteriormente. Estas ideias são
reforçadas por estudos científicos recentes que mostram que em situações desportivas, quando se retira a
informação do exercício de treino se altera o modo como o jogador se coordena para responder ao problema
proposto (e.g., intercetar uma bola ou realizar um passe) (Pinder, Davids, Renshaw, & Araújo, 2011; Travassos
et al., 2013) . Por exemplo, num estudo realizado no cricket, Pinder e colaboradores (2011) mostraram que o
batimento do batedor se altera em função da utilização de uma máquina de lançar bolas ou de um lançador, tal
como ocorre no jogo. Quando é retirada parte da informação que o batedor utiliza para agir, i.e., a informação
do lançador, o seu modo de coordenação é completamente diferenciado do que quando este utiliza a
informação do lançador. Do mesmo modo, Travassos, Duarte, et al. (2012) mostraram que a utilização de
exercícios para o treino do passe no futsal frente a frente, em que os jogadores não têm que explorar o contexto
para agir, em comparação com a utilização de exercícios em que os jogadores têm que explorar as
possibilidades do contexto para agir traduziu-se em comportamentos diferenciados. Quando comparados os
comportamentos dos jogadores na realização de passes em cada condição atrás referida, em relação ao jogo,
os autores observaram que apenas na condição em que os jogadores foram obrigados a explorar as
possibilidades do contexto para agir, existindo 3 possibilidades para a ação consecutivamente, foram
assegurados comportamentos de passe semelhantes (ver figura 3). Deste modo, para assegurar um maior
transfer entre treino e competição exige-se na operacionalização do processo de treino, criatividade na
elaboração dos exercícios, de modo a garantir uma adequação dos exercícios às capacidades dos jogadores,
permitindo potenciar continuamente a sua afinação e calibração em função dos reais problemas da competição.

FIGURA 8 – Manipulações realizadas para o treino do passe. Nas condições de cima os jogadores tinham que passar apenas a bola em
função da prescrição do treinador. Nas condições de baixo teriam que passar para um dos jogadores que não tinha bola em função das
possibilidades de ação definidas. Apenas a condição em que os jogadores poderiam realizar passe na frente, diagonal ou lado não
mostrou diferenças em relação ao comportamento dos jogadores em jogo (Adaptado de Travassos et al., 2012).
3.4.1. Estabilidade vs variabilidade e forma vs funcionalidade no ensino do jogo e implicações

Influenciada por uma perspetiva cognitivista, tendo por base a representação mental que o jogador
realiza da ação, o ensino do jogo foi focado durante largos anos no ensino das habilidades técnicas
em contexto isolado. Nesta perspetiva, o fator determinante para a aprendizagem é aumentar a
estabilidade das relações entre aspetos cognitivos e motores, negligenciando fortemente o contexto de
aplicação dessas mesmas habilidades (Araújo & Davids, 2011). Deste modo, não raramente, a
aprendizagem das habilidades isoladas transformou-se num fim em si mesmo, perdendo a sua
conexão com a aprendizagem do jogo (Oliveira, 2010), pois partia-se do princípio que a compreensão
e aperfeiçoamento de cada ação de forma analítica possibilitavam uma resolução eficaz dos
problemas do jogo (Garganta & Pinto, 1998).
O ensino do jogo, tendo por base esta perspetiva cognitivista, é então baseado na forma de execução
de uma dada ação para garantir a estabilidade desse comportamento no tempo. A aprendizagem é
realizada de forma fracionada através da repetição mecânica de partes do gesto para posteriormente
se ir reconstruindo a globalidade da ação. Uma vez adquirida estabilidade pela automatização da
execução do modelo, começa a segunda fase que tem por objetivo a integração da habilidade
adquirida em situações simuladas do jogo (Oliveira, 2010). Nesta perspetiva, a variabilidade das
condições de prática e o erro são vistos como algo a erradicar desde o primeiro momento em que o
aluno é confrontado com a habilidade, pois considera-se que o aluno poderá desenvolver padrões de
coordenação incorrigíveis que não vão ao encontro do gesto típico dos melhores executantes da
modalidade (Araújo & Davids, 2011; Oliveira, 2010).
No entanto, vários são os estudos na área da biomecânica e da biologia que mostram que para atingir
um nível ótimo de funcionamento humano, mais do que mecanizar ações e eliminar o erro, os
indivíduos deverão ser expostos ao erro e à variabilidade das condições de prática (Davids, Glazier,
Araújo, & Bartlett, 2003; Van Emmerik & Van Wegen, 2000). O ensino do jogo tendo por base a
exploração de soluções coordenativas únicas e individuais em contextos de variabilidade permite que
os jogadores potenciem as suas capacidades individuais, melhorando não apenas a sua coordenação
para a realização de um gesto, mas o acoplamento perceção-ação para a resolução dos problemas de
forma intencional (Araújo & Davids, 2011). Desta forma, o desenvolvimento das capacidades técnicas
não é visto como um fim em si mesmo, mas como um meio para a resolução de um dado problema de
jogo ao qual os jogadores têm que se adaptar face ao espaço e tempo disponíveis (Davids, Araújo, &
Shuttleworth, 2005). É nesta perspetiva que passamos de uma lógica de estabilidade e forma da ação
para variabilidade e funcionalidade da ação. Nesta perspetiva, mais do que ensinar os jogadores a
executarem como os melhores, deveremos ensinar os jogadores a explorarem as suas possibilidades
de ação em situações específicas de jogo tal como os melhores o fazem. Para isso é necessário
potenciar a sua afinação às informações relevantes do contexto e a sua calibração para a adequação
das suas ações de acordo com a sua intencionalidade e o tempo e espaço disponíveis (Davids, Araújo,
Correia, & Vilar, in press; Renshaw, Chow, Davids, & Hammond, 2010). Para isso é fundamental que o
feedback do treinador não seja prescritivo no sentido de dar as suas soluções aos jogadores, mas
permita a descoberta guiada das soluções que permitirão a cada jogador, de acordo com as suas
capacidades descobrir as suas possibilidades de ação a cada instante (Chow et al., 2009; Griffin,
Mitchell, & Oslin, 1997). Como refere Ericsson (2006), no deporto como em outras atividades
humanas, o treino através de situações representativas que permitam a prática deliberada da atividade
em questão é fundamental, pois os peritos apenas manifestam realmente a sua “expertise” quando
inseridos no seu contexto de prática. Deste modo, a aprendizagem do jogo deverá ter por base
situações representativas que se constituam como prática deliberada para os jogadores. A
compreensão de como poderemos manipular as variáveis dos exercícios de treino para alcançar os
objetivos pretendidos, mantendo a representatividade das tarefas de treino é nesta perspetiva um fator
fundamental para alcançar os objetivos pretendidos.

3.4.2.Manipulação das variáveis dos exercícios


A ainda escassa produção científica no que diz respeito ao ensino da modalidade de Futsal, conduz-nos para a
análise de outras modalidades, inseridas na família dos JDC, que entre si partilham várias questões estruturais
e funcionais, entre elas, as variáveis inerentes aos exercícios de ensino / treino. Ford, Yates, and Williams
(2010) realizaram um estudo em clubes ingleses de futebol, onde procuraram perceber qual o tempo dispendido
no treino em atividades designadas por “Training form” (aspetos físicos, exercícios de técnica individual e prática
de skills individuais) e “Playing form” (jogos reduzidos e condicionados e jogo). Os autores verificaram que,
independente dos escalões etários em análise (sub-9, sub-13 e sub-16), a maior percentagem de tempo de
treino (cerca de 65%) era passada em atividades de “Training form”, ficando apenas reservado 35% para
atividades de “Playing form”. Para além disso, os autores verificaram ainda que independentemente das
atividades realizadas, 30% do tempo de treino era consumido pelos treinadores em atividades de instrução e
24% do tempo em atividades de organização dos exercícios de treino. De acordo com os dados obtidos, e de
modo a obter um maior transfer entre treino e competição, os autores consideram que deverá existir uma
inversão no ênfase que é dado ao treino de ações individuais em relação ao tempo disponibilizado para a
realização de jogos reduzidos e condicionados. Para além disso, os autores referem ainda que existe um
tendência generalizada por parte dos treinadores para quererem controlar os comportamentos dos jogadores
em campo não lhes permitindo espaço para a descoberta. Apesar de o papel do treinador ser fundamental na
descoberta das soluções individuais dos jogadores, a existência de 30% de treino utilizado em atividades de
instrução aos jogadores é demasiado excessivo, não lhes permitindo deste modo uma exploração das suas
possibilidades de ação face às manipulações realizadas nos exercícios.
Tendo por base a abordagem baseada nos constrangimentos e, de acordo com Newell (Newell, 1986) a
manipulação dos exercícios de treino pode ser feita através da manipulação de três tipos de constrangimentos:
i) do indivíduo; ii) da tarefa; iii) do contexto. Os constrangimentos do indivíduo dizem respeito às características
estruturais ou funcionais dos indivíduos (fadiga, stress, pesos nos pés…). Os constrangimentos da tarefa dizem
respeito às regras, regulamentos, espaço, alvos e objetos utilizados no jogo (regras jogo, dimensão jogo, nº
jogadores, balizas, tipo bola…), enquanto que os constrangimentos do ambiente dizem respeito às condições
ambientais onde são desenvolvidas as tarefas (tipo de piso, altitude, iluminação, humidade…). Para o processo
de aprendizagem, interessa-nos sobretudo perceber como poderemos manipular os constrangimentos da tarefa
de modo a que do imenso número de possibilidades de ação que os jogadores têm ao seu dispor, eles
descubram as soluções individuais que lhes permitem de modo mais funcional a resolução dos problemas do
jogo.

Para a manipulação dos constrangimentos da tarefa são infindáveis as alterações que o treinador pode realizar.
No entanto, mais importante do que saber quais as variáveis a manipular é necessário saber quais os efeitos
que a manipulação dessas variáveis produz no comportamento dos jogadores. Tendo por base este
pressuposto, a manipulação das tarefas de treino deverá ser realizada de modo a: i) manter os acoplamentos
informação-ação permitindo aos jogadores ajustarem os seus comportamentos às variações nas informações do
jogo; ii) simplificar o jogo e ampliar a informação relevante que guia o comportamento dos jogadores em jogo; ii)
permitir a exploração das possibilidades de ação que surgem de entre as múltiplas soluções do jogo. De entre
inúmeras possibilidades, apresentamos alguns exemplos de como poderemos manipular o exercício de treino
para alcançar um dado objetivo. Salientamos que estas variáveis são apenas alguns exemplos que podem
ajudar a estruturar o exercício de treino em função dos objetivos a alcançar. Para isso o treinador deverá ter um
objetivo bem definido que lhe permita uma constante avaliação sobre se as manipulações realizadas estão a
surtir o efeito desejado.
Objetivo Variável a manipular Porquê

Melhorar o controle de bola Tamanho, peso, flexibilidade da Permite alterar o padrão de


bola coordenação utilizado para o
controle da bola e deste modo o
seu controle

Passe Distância dos defesas ao portador Permite dar mais tempo e espaço
da bola e ao outro atacante para que o portador da bola
através da definição de setores adeque a sua ação às janelas
espácio-temporais que surgem

Drible Defesa apenas se pode mover Permite que em fases inicias de


numa linha em relação ao portador aprendizagem o portador da bola
da bola explore a relação com o adversário
de proximidade e afastamento
para o deslocar para um dos lados
e tentar o drible

Largura de jogo Corredores Permite que o espaço seja


ocupado de forma equilibrada
impedindo a aglomeração e
direciona a atenção dos jogadores
para a busca do espaço a ocupar

Profundidade de jogo Setores Permite que o espaço seja


ocupado em profundidade com o
objetivo de transportar a bola para
locais de proximidade da baliza
contrária para finalização

Realçar determinados espaços Definição de espaços alvo Permite que os jogadores foquem
que podem ser mais explorados a sua atenção na exploração de
determinados espaços de jogo que
até aí não procuravam

Quadro 1 - Manipulação das variáveis dos exercícios


3.5. A evolução do jogo

3.5.1. Evolução da dinâmica de jogo na organização ofensiva/defensiva


O Futsal é um desporto distinto do Futebol convencional pois é uma conjunção de vários desportos, incluindo o
Futebol. Recorreu não só a regras de outros desportos mas, também, a técnicas de jogo, como os bloqueios
(basquetebol) e as rotações (hóquei em patins). Como JDC evoluiu ao longo dos tempos nas suas
características mais particulares, com incidência na dinâmica funcional do jogo.
Ao fazer a análise da dinâmica de jogo considera-se de forma simultânea o ataque e a defesa, já que são
interdependentes um do outro pois, como refere Riera (1995a), muito frequentemente o ataque e a defesa são
facetas de uma mesma actividade. Além da necessidade de compreender conjuntamente a dialéctica
ataque/defesa, especificam-se as particularidades do processo ofensivo em toda a sua conjuntura
organizacional, assim como o processo defensivo. Geralmente, a evolução do jogo processa-se pelo
aperfeiçoamento da organização ofensiva ou defensiva como forma de suplantar o adversário nesses mesmos
momentos de jogo.
Ao longo dos últimos anos a dinâmica de jogo sofreu profundas alterações apresentando-se claramente distinta
em relação aos primórdios da modalidade. No início, as posições dos jogadores em campo, exceptuando o
guarda-redes, não estavam visivelmente definidas, havendo a convicção, quase generalizada, de que as
equipas tinham que ganhar por mais de um golo de diferença. O ataque predominava sobre a defesa, não
resultando daqui um jogo equilibrado. A falta de domínio da bola era a maior inconveniência para se fazer um
jogo com fundamento e intencionado. Não podemos esquecer que os primeiros jogadores eram oriundos do
Futebol e que jogar em espaços mais reduzidos era algo que lhes acarretava grandes dificuldades acrescendo o
facto do diâmetro da bola ser menor.

3.5.2. Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque


Com o passar do tempo as equipas foram-se organizando num quadrado (2.2), estático e muito recuado. Para
Lozano Cid (1995), este sistema foi o primeiro a utilizar-se na história do Futsal, talvez por ser a colocação mais
lógica em função da preparação (física-técnica-táctica) da época. Nesta altura, os sistemas e as estratégias não
eram significativamente diferentes das do Futebol (Aranda, 2001). As substituições eram limitadas tendo, como
consequência, um baixo ritmo de jogo. A capacidade física (CF) dos jogadores não era específica, pelo que
contribuía para a utilização de métodos o mais económico possível em termos de desgaste físico.

     
FIGURA 9 – Modelo esquemático do sistema de jogo 2:2
As defesas eram à zona e no meio campo defensivo procurava-se recuperar a posse da bola e sair rápido para
situações de contra-ataque, apurando ao máximo a finalização, para depois retrocederem o mais rápido
possível à defesa e reiniciarem o ciclo. O conceito de cobertura defensiva não era, ainda, desenvolvido e
favorecia o ataque. Sendo as acções tácticas colectivas praticamente inexistentes, ofensivamente os jogadores
procuravam situações de 1x1, apelando à sua criatividade individual. Hoje em dia o sistema 2.2 foi aperfeiçoado
devido ao progresso que se tem feito na modalidade, podendo oferecer distintas formas e variações. Em
algumas situações no jogo é, ainda, utilizado dependendo das características dos jogadores e, também, da
forma de jogar do adversário.
Nesta fase, o jogo ofensivo sobrepõe-se ao defensivo surgindo, naturalmente, as primeiras rotações, com trocas
simples de posições entre atacantes e defesas, como forma de imputar alguma organização ao jogo.
De salientar que, o facto de termos considerado o Futsal como um sistema complexo e dinâmico, resulta
também da imprevisibilidade das ações e da flexibilidade dos sistemas de jogo, pelo que, de forma momentânea
podemos, adoptar um sistema de jogo, p.ex., 2:2, sem ser esse, efectivamente o modelo de jogo adotado pela
equipa em questão.

2.3.2. Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

O tempo foi passando e a evolução foi dando lugar a uma racionalização mais evoluída do espaço de jogo,
promovendo uma organização sectorial mais compacta e especializada, com as linhas defensivas mais
próximas e com menos profundidade, o que levou à necessidade de uma evolução na organização do jogo
ofensivo. Uma maior dedicação ao treino físico fez com que o jogo se tornasse mais dinâmico e, como
consequência, apareceram mais situações de golo.

FIGURA 10 – Modelo esquemático do sistema de jogo 3:1

Surge o sistema 3.1, sendo considerado por alguns autores (Filho, 1998; Voser, 2001) como o sistema ofensivo
mais utilizado actualmente no Futsal. A especialização dos jogadores começou a ficar mais definida e as suas
funções melhor estabelecidas. Surgem denominações específicas para as funções dos diferentes jogadores que
compõem uma equipa de Futsal, em função da especificidade de tarefas inerentes a determinados espaços
predominantemente ocupados. Surge a denominação de fixo, jogador que se localiza na posição mais recuada.
Predomina a função de defesa sobre o atacante finalizador, maioria das vezes e, juntamente com o guarda-
redes, assume um papel importante na organização do processo defensivo. É frequente realizar acções de
ajuda permanentes (compensações e dobras).
Jogador geralmente dinâmico e com elevada capacidade de impor mobilidade ao jogo é o ala. Denomina-se por
direito ou esquerdo em função do espaço de jogo que ocupa e não em função da lateralidade do jogador. Ocupa
mais as zonas laterais do espaço de jogo, denominados anteriormente por corredores de jogo, sempre com a
função de criar superioridade numérica.
A última função específica é a do pivot. Inicialmente, o pivot jogava muito adiantado e estático, passando o jogo
maioritariamente por ele, decidindo este, no seu espaço, quais as acções a desenvolver, procurando o 1x1 ou
tabelas simples com os seus colegas. É necessário que possua uma excelente capacidade para conservar a
posse de bola, protejendo esta. Deverá ser capaz de realizar recepções de bola de todas as formas possíveis e
sob grande pressão e ainda, ser capaz de manter a posse de bola em zonas próximas da baliza, de forma a
servir os colegas que realizam desmarcações de apoio para finalizar. Não tinha grandes preocupações
defensivas e jogava, preferencialmente, de costas para a baliza adversária. Perante tal situação, o fixo viu-se na
obrigação de antecipar a acção do seu adversário directo, passando a defendê-lo com estratégias
diferenciadas, tentando anulá-lo. Para fazer com que o fixo saísse da sua zona defensiva, o pivot começa a
procurar posições mais recuadas e a fazer rotações com os seus colegas de equipa, ficando a ser defendido por
um adversário menos especializado e aí tenta impor-se. O corte ofensivo, com desmarcações de ruptura, na
diagonal ou mais tarde na paralela, criava grandes dificuldades aos acompanhamentos defensivos surgindo,
muitas vezes, os atacantes nas costas dos defensores.
Estas rotações, denominadas actualmente como circulações táticas, revolucionaram completamente o jogo
ofensivo dando uma maior dinâmica ao mesmo, com entradas dos jogadores sem bola. A defesa teve que
responder avançando no espaço de jogo, defendendo a ¾ ou mesmo a campo inteiro, ocupando racionalmente
os espaços, impedindo que a bola chegasse ao pivot e anulando os cortes dos jogadores sem bola. Começa a
praticar-se a marcação individual que, de acordo com Saad e Costa (2001), é o tipo de marcação mais utilizada
no Futsal actual. Também contribuiu para este avanço a especialização do ataque nos livres com barreira ao
conseguirem grandes percentagens de acerto, obrigando as defesas a cometerem as faltas em zonas mais
avançadas no terreno. A defesa pressionante ao jogador portador da bola, a estreita vigilância aos jogadores
que não a têm, juntando os conceitos de cobertura e ajudas defensivas, cria grandes dificuldades ao ataque
obrigando-o a melhorar a qualidade técnica do jogo, com e sem bola, e o jogo colectivo por forma a contrariar as
defesas, ganhando espaço, de preferência nas costas dos adversários.

2.3.3. Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva


Com o avançar das linhas defensivas e a tentativa consequente de explorar o espaço existente, o Futsal
começa a caracterizar-se pela mobilidade constante dos seus jogadores. Desta forma, na vanguarda do
processo ofensivo surge o sistema 4.0, propiciando uma grande quantidade de deslocamentos sucessivos e
simultâneos em direcção à baliza adversária, tentando ocupar espaços nas costas da defensiva contrária.
Requer um grande sentido de jogo colectivo e de coordenação de movimentos. Pelo posicionamento dos
jogadores em campo praticamente não existe cobertura ofensiva e uma perca de bola poderá tornar-se em
grande perigo, dadas as dificuldades em realizar a ajuda defensiva atempadamente.

FIGURA 11 – Modelo esquemático do sistema de jogo 4:0

Surge, então, uma grande universalidade de funções nos jogadores. Como referem Repullo Casas e Luque
Reina (2004), as equipas de Futsal são compostas por um conjunto de jogadores que só em pequenos casos
são especializados em alguma função específica dentro do campo. No estudo de Barbero (2002) verificou-se,
através dos resultados obtidos, que o cumprir e desempenhar funções específicas durante o jogo não implica
um perfil de actuação diferenciado. Tal constatação parece apontar para uma polivalência implícita dos
jogadores de Futsal. Dada a mobilidade constante que o jogo de Futsal apresenta, a capacidade de assumir
todas as funções e consequentemente as tarefas inerentes será fundamental, pelo que é característico do
jogador evoluído. Por conseguinte, as funções não são rotuladas a um jogador específico. Estes devem sim, ser
capaz de assumir determinadas funções, em relação ao posicionamento da bola, e à sua localização no espaço
de jogo.
Os únicos jogadores com funções específicas são os guarda-redes. No entanto, estes também podem, em
determinados momentos, realizar funções de jogador de campo pelo que o grau de especialização tende a
diminuir. No Brasil desenvolveu-se uma nova tendência. Algumas equipas actuam durante uma boa parte do
jogo com o guarda-redes em linha, agindo como se de um jogador de campo se tratasse (Osimani, 2004b).
Em termos defensivos, os jogadores que se encontram do lado contrário à bola, devem preocupar-se em fazer
ajuda e cobertura defensiva aos jogadores mais próximos desta. As defesas pressionantes desmantelam de
certa forma o sucesso deste sistema de ataque. Os jogadores de Futsal passam a ter necessidade de
desempenhar simultaneamente um papel defensivo e ofensivo. Desta forma, desenvolvem-se estratégias
defensivas muito específicas, que passam quer pela adopção de métodos defensivos individuais, quer zonais e
ainda mistos.
A organização defensiva passa a ter princípios estratégicos específicos, ajustando-se em função do adversário,
e as equipas mais evoluídas adoptam métodos defensivos onde procuram condicionar a iniciativa do adversário
pela agressividade que impõem. No relatório técnico do mundial da Guatemala (2000), o grupo de estudo do
mesmo salienta que as nações que dominam hoje o Futsal constroem as suas equipas à volta de uma defesa
estável, fechando todos os caminhos através de um bom jogo posicional.
Hoje, o Futsal caracteriza-se por uma dinâmica crescente e alternada pelo movimento constante, obrigando as
equipas a alterar ritmos e sistemas durante os jogos. Spreij (1999), seleccionador da Holanda, refere que as
equipas precisam de mais do que um sistema de jogo, especialmente no ataque, dado o sucesso que a maioria
das defesas hoje assumiram.
Dada a dificuldade em concretizar o objectivo do jogo através do ataque posicional, pela evolução agressiva dos
sistemas defensivos, os momentos de transição entre o processo ofensivo e defensivo ganharam um interesse
particular na preparação da maioria das equipas. Constituindo este facto uma regularidade, o contra-ataque e o
ataque rápido constituem métodos de jogo extremamente eficazes. Os momentos de transição têm-se assumido
como particularmente importantes para alcançar golo. A adopção de combinações, circulações e rotações que
permitam modelar o ataque em fases de variação de ritmos e intensidades, traz vantagens, pelo aproveitar
momentâneo da desorganização defensiva adversária. Este facto é relatado pelo grupo de estudo técnico do
Mundial da Guatemala (2000), ao referir que o principal objectivo das equipas, nesta competição, era alternar
rapidamente entre a defesa e o ataque e vice-versa.
Pela evolução dinâmica da organização do jogo concluímos que, na organização do jogo de Futsal, os
treinadores encararam como principais preocupações a organização do ataque, da defesa e, posteriormente,
dos momentos de transição entre ambas, ou seja pela organização dos diferentes momentos do jogo.
A preocupação central do estudo em relação aos conteúdos de treino consiste em saber quais os princípios
gerais de organização que os treinadores de topo conferem aos diferentes momentos do jogo, nomeadamente,
métodos e sistemas de jogo privilegiados.
Para além dos momentos do jogo referidos, existem momentos de paragem importantes que vêm assumindo
uma importância particular no seio da preparação das equipas, os fragmentos constantes do jogo (“bolas
paradas”).

2.3.4. Fragmentos constantes do jogo (“Bolas paradas”)


Os fragmentos constantes do jogo têm assumido grande importância na organização e desenvolvimento do jogo
de Futsal. Lozano Cid (1995) considera estas situações do jogo como situações estratégicas, considerando as
mesmas fundamentais, não só no Futsal como em qualquer modalidade. Valdericeda (1994) refere que
qualquer equipa que pretenda realizar um jogo de qualidade, além de ter um conhecimento exacto dos
movimentos a realizar nos momentos ofensivos e defensivos do jogo, deve estar preparada para a qualquer
momento executar um pontapé de canto, uma falta, etc. a seu favor, pelo que deverá ter uma série de
estratégias para a resolução dos mesmos. Dado o espaço reduzido onde se desenvolve o jogo e a frequência
com que surgem situações de bola parada, estes momentos tornam-se, muitas vezes, preponderantes no
desfecho do jogo. Nuccorini (2002) considera que todas as situações de bola parada a executar nos últimos
dez/quinze metros do campo permitem desenvolver estratégias de extrema eficácia.
Na mesma linha de entendimento, Voser (2001) refere que as situações de bola parada devem ser treinadas,
bastantes vezes, antes de serem postas em prática. As ideias destes autores vêm justificar estas situações de
jogo como conteúdos importantes no processo de preparação de uma equipa de Fustal. A preparação dos
fragmentos constantes do jogo dependerá do tempo que disponha o treinador para as ensinar e desenvolver
(Velasco Tejada & Lorente Peñas, 2003), pelo que deverá haver critério e objectividade na definição do volume
de treino para cada uma das situações, em função da importância particular atribuída.
A importância relativa de cada fragmento constante do jogo, será uma das preocupações do presente estudo,
de modo a definir as mesmas como conteúdo de treino.
Reconhecendo a importância destas situações padronizadas, e dado o jogo proporcionar sempre algum tempo
para a preparação das mesmas (encontra-se parado), a estratégia de resolução deverá primar pela definição de
esquemas tácticos rígidos, definidos pelo treinador, ou deve-se apelar à criatividade do jogador em função da
configuração momentânea do jogo?
Vários autores (Lozano Cid, 1995; Lozano Cid et al, 2002; Valdericeda, 1994, Voser, 2001), revelam a
importância de ser um jogador experiente e com elevada capacidade de decisão a executar a tarefa. Voser
(2001) refere que nestas situações do jogo será importante que os jogadores utilizem a sua criatividade no
momento em que não for possível realizar o que foi ensaiado.
Velasco Tejada & Lorente Peñas (2003) defendem que o facto de mecanizar determinados movimentos pode
amputar a criatividade dos jogadores e a sua capacidade de ler o jogo, pontos primordiais no entendimento do
processo ofensivo, não devendo sacrificar este a favor de uma estratégia excessivamente rígida. Os mesmos
autores referem ainda que estes tipos de jogadas devem ser versáteis, ou seja, dentro de uma possível gama
de soluções o jogador deve ser capaz de escolher a que nesse momento seja mais fácil de executar.
Estas situações de jogo devem ser pessoais, renováveis com o decorrer do tempo (Lozano Cid, 1995), tal como
toda a restante organização do jogo. Por isso, o treinador ao liderar o processo, necessita de definir um modelo
de jogo (MJ), possível de ser identificável pelos jogadores, aceite por estes e constantemente em evolução,
dado que um modelo é algo utópico, nunca acabado.
5. CARACTERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO

Fazendo uma análise ao jogo de Futsal, tendo como referência o jogo praticado pelas crianças que o iniciam e o
nível de desempenho desejado para que um jogador possa integrar uma equipa sénior, verifica-se que existem
diferentes níveis evolutivos. Tendo como referência (i) o relacionamento com a bola, (ii) a identificação com o
objetivo do jogo, (iii) a organização posicional nos diferentes momentos do jogo e (iv) a dinâmica coletiva que se
consegue criar, consideramos quatro níveis qualitativos de desempenho, a saber, o nível básico, o nível
elementar, o nível intermédio e o nível de especialização.
Não obstante a identificação destes níveis, convém estar ciente de que os mesmos interagem, pelo que importa
preservar alguma plasticidade nas respetivas interpretação e operacionalização.

5.1. Principais características, contextualização dos problemas psico-motores e problemas para solucionar.

5.1.1. Nível Básico - Iniciação ao objecto do jogo


O nível básico manifesta-se, fundamentalmente, pelo rudimentar relacionamento com a bola. A existência de
grandes dificuldades na execução das diferentes ações técnicas induz problemas no cumprimento e no
entendimento do objetivo do jogo e, em alguns casos, no envolvimento e participação nesse mesmo jogo. Face
a estas premissas, a organização posicional e funcional é residual, tornando o jogo num conjunto de ações
individuais sem sequência coletiva intencional.
A bola não é só o objeto como também é o objetivo do jogo, o que faz emergir duas caraterísticas peculiares
deste nível de jogo. A primeira, prende-se com a constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da
bola, fazendo com que o jogo tenha uma configuração essencialmente individual e desorganizada. A segunda
reporta-se à ausência de consciência do objetivo primeiro do jogo, a marcação de golos.
De facto, tudo funciona em torno do espaço físico da bola e desta forma, este nível caracteriza-se por uma
ausência de entendimento do jogo e por debilidades técnicas que não permitem uma sequência desse mesmo
jogo, tanto nos planos individual como coletivo.

5.1.2. Nível Elementar - Elaboração elementar do objetivo do jogo


O nível elementar caracteriza-se pelo reconhecimento, por parte dos diferentes jogadores, do objetivo do jogo e
por um relacionamento com a bola que permite, com regularidade, uma sequência de jogo tanto no plano
individual como coletivo. Contudo, ainda evidenciam frequentes erros técnicos não provocados, interrompendo
as ações individuais e coletivas.
As caraterísticas referidas permitem o aparecimento de uma organização posicional e funcional. Todavia, esses
níveis de organização evidenciam-se de forma muito simples, estática e individualizada. Isto é, deixa de ocorrer
uma evidente aglomeração em torno da bola, mas continua a verificar-se uma individualização das ações por
parte dos diferentes jogadores, em detrimento da organização coletiva. As ações coletivas apenas são
realizadas quando se reconhece que as individuais não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios
são facilmente evidentes.
A noção de posição funde-se na noção de função e a estas duas noções junta-se a diferenciação entre ter e não
ter a posse da bola, passando, o jogador, a assumir comportamentos posicionais e funcionais dissemelhantes,
estando a atacar ou a defender.
Pelo que acabamos de mencionar, pode-se considerar que este nível se caracteriza pelo início do entendimento
do jogo, enquanto jogo coletivo, porém, ainda com manifestações individuais, mas com consciência de
posicionamentos e funcionalidades diferenciadas. Contudo, as noções de organização, quer posicional quer
funcional, referidas apenas se manifestam quando o jogo apresenta uma estrutura simplificada.

5.1.3. Nível Intermédio - Desenvolvimento da organização posicional


No nível intermédio a qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com
frequência, uma sequência de ações ininterrupta com cada vez menos erros não provocados.
Relativamente ao jogo, este nível evidencia-se pelo início da noção de organização posicional das diferentes
fases/momentos. Os jogadores passam a ter consciência dos distintos posicionamentos estruturais e das
respetivas funções. A ocupação dos espaços, tanto defensivos como ofensivos, passa a ser equilibrada e
racional com as fases/momentos de jogo.
A evolução do jogo passa pelo enquadramento coletivo que as ações individuais começam a evidenciar. Desta
forma, a dinâmica de jogo começa a assumir-se pelas manifestações coletivas, embora simples, que o jogo
passa a ter e pelas ações individuais contextualizadas pelo coletivo.
O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto coletivo em que as ações individuais visam o
benefício da equipa.

5.1.4. Nível de Especialização - Especialização da dinâmica coletiva


O nível de especialização manifesta-se pelo facto de os jogadores patentearem uma boa qualidade técnica
contextualizada e uma organização estrutural e funcional que lhes permite criar um jogo suportado por uma
dinâmica coletiva que emerge de padrões de ação referenciais.
Neste nível de jogo, os praticantes evidenciam, simultaneamente, duas caraterísticas importantes: frequente e
adequada mobilidade e equilíbrio posicional permanente. A mobilidade é motivada pelas movimentações
específicas das diferentes posições e, também, pelos permanentes movimentos de trocas posicionais –
rotações – caraterísticas desta modalidade. O equilíbrio posicional acontece porque os jogadores já são
capazes de diferenciar e assumir as distintas posições e as respetivas funções, tanto a atacar como a defender.
O jogo torna-se realmente coletivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa partir para
formas de jogar com organização estrutural e funcional complexa.
Após esta identificação global dos diferentes níveis de desempenho, o problema que se coloca é saber qual o
caminho a traçar para formar jogadores que consigam responder às exigências que os mais elevados níveis de
jogo colocam.
Como desenvolver jogadores com elevado potencial técnico e com um elevado conhecimento específico do
jogo, que permita que a equipa evidencie uma eficaz organização nas diferentes fases e momentos?

5.2. Proposta de Exercícios para os diferentes níveis de desempenho – contextos facilitadores de


aprendizagem

O processo de ensino deve ter como objetivo primordial permitir que os praticantes adquiram, cada vez mais,
conhecimentos específicos, capacidades e competências para jogar, promovendo aprendizagens graduais e
ajustáveis. Nesse sentido, existe a necessidade de adaptar os conteúdos ao nível qualitativo que os praticantes
apresentam.
O jogo de Futsal ostenta diversas possibilidades de organização estrutural, e múltiplas alternativas de
organização funcional. A decomposição da complexidade do jogo, sem lhe retirar essência, será importante na
operacionalização do processo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho. Assim, tentaremos
sustentar o processo ensino-aprendizagem no desenvolvimento gradual de estruturas simplificadas de jogo,
articulando a sua funcionalidade.
Desta forma, iremos expor uma sequência de exercícios com conteúdos de complexidade e dificuldade
crescentes, apesar de termos consciência que tal sequência deve ser adaptada a cada contexto particular. O
Quadro 1 representa, de forma resumida, a sequência de conteúdos, por níveis de desempenho, que propomos.

5.2.1. Nível Básico

Neste nível de ensino, tendo em consideração as debilidades técnicas e a escassa compreensão do jogo,
sugerimos o desenvolvimento da relação com a bola e a exposição de princípios táticos que possibilitem o
entendimento dos objetivos centrais do jogo, i.e., marcar golo na baliza adversária e evitar que o façam na nossa.
Assim, a nível técnico, propomos exercícios que invoquem as diferentes habilidades técnicas específicas, de forma
a garantir a sustentabilidade do jogo. Porém, a variabilidade e a competitividade não devem estar alienadas das
diferentes propostas apresentadas.
No domínio tático, defendemos que convém apresentar exercícios que fomentem os princípios específicos
ofensivos da penetração e da cobertura ofensiva e o princípio específico defensivo da contenção. A penetração e
cobertura ofensiva surgem com o objetivo dos praticantes começarem a perceber a verdadeira essência ofensiva do
jogo, isto é, entenderem que o objetivo primordial do jogo é progredir para marcar golo, em condução da bola ou,
em caso de impossibilidade, em passe para um colega. A contenção emerge da necessidade de evitar que os
adversários com bola cumpram com o objetivo da penetração, ou seja, de marcar golo.
Quando os praticantes perceberem estes dois propósitos e adquirirem competências técnicas para os aplicarem em
situação de jogo estarão prontos para acederem a outros patamares de envolvimento no jogo.
Exemplos  de  exercícios  
 
CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  
DESEJADOS  
Controlo  e   Grupos  de  três,  todos   Não  perder  o  domínio  da  
condução  da  bola.   com  bola,  tentam   bola.  Passar  na  baliza  
Penetração.   passar  com  a  bola   com  a  bola  controlada.  
  controlada  as  balizas   Escolher  o  melhor  
  que  têm  um  defensor.   momento  para  passar.  
   
   

 
Controlo  e   Jogo  1x1  em  que  o   Não  perder  o  controlo  da  
condução  da  bola.   aluno  tem  várias   bola  na  sua  condução  e  
Passe  e  receção.   balizas.     finalização.  Orientar  a  
Penetração  e   Iniciar  o  exercício  com   condução  de  bola  para  a  
contenção   passe  entre  os  dois  e   baliza  mais  adequada,  
  ao  sinal  jogar  1x1.     em  função  do  
    posicionamento  do  
  defensor.  
   

 
Penetração,   Jogo  2x2  +  Joker  em   Portador  da  bola  procura  
contenção  e   que  1  jogador  da   dirigir-­‐se  para  a  baliza.  
cobertura  ofensiva.   equipa  que  defende  é   Defensor  tenta  impedir  
  sempre  guarda-­‐redes.   essa  progressão.  Colega  
  Criam-­‐se  situações  de   do  portador  da  bola  
  3x1.   participa  na  ação  
  oferecendo  uma  
  solução.  

 
Penetração,   Jogo  1x1  em  cada   Portador  da  bola  procura  
contenção  e   zona  do  campo  com   dirigir-­‐se  para  a  baliza.  
cobertura  ofensiva.   dois  jokers  que   Defensor  tenta  impedir  
  auxiliam  o  portador  da   essa  progressão.  Colega  
  bola.   do  portador  da  bola  
  participa  na  ação  
oferecendo  uma  
solução.  
 
Penetração,   Jogo  2x2  em  que  1   O  atacante  com  bola  
contenção  e   jogador  da  equipa  que   procura  dirigir  as  ações  
cobertura  ofensiva.   defende  é  sempre   para  a  baliza  adversária.  
  guarda-­‐redes.  Criam-­‐ O  atacante  sem  bola  
  se  situações  de   efetua  cobertura  
  2x(1+GR).   ofensiva  ao  colega.  O  
  defensor  revela  
  comportamentos  
defensivos  impeditivos  
de  progressão  do  
  adversário.    
 
Quadro 2 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Básico

 
 
 
 
5.2.2. Nível Elementar

No segundo nível, pretende-se que exista sequência do desenvolvimento técnico para que o jogo possa, cada vez
mais, ter fluidez e dinâmica. A nível tático, existem ainda algumas debilidades no entendimento do jogo, sobretudo
aos níveis das funções e dos posicionamentos dos jogadores que não intervêm diretamente na bola. Como tal,
neste nível, existem preocupações acrescidas que recaem sobre os princípios de cobertura ofensiva e defensiva.
Relativamente à cobertura ofensiva, pretende-se apetrechar a equipa que ataca com competências para dar
continuidade ao jogo ofensivo. Isto é, os jogadores da equipa que tem a bola devem aprender a apoiar o jogador
com bola e, consequentemente, darem continuidade ao jogo, ou seja, estamos a criar o suporte para que o jogo
seja efetivamente coletivo.
No que diz respeito à cobertura defensiva, também se pretende munir os jogadores, que não estão a intervir
diretamente com o portador da bola, de conhecimentos que lhes permitam saber o que devem fazer para ajudar o
colega que está a realizar a contenção. Ou seja, estamos, em termos defensivos, a criar os alicerces da
organização defensiva coletiva.
 
   
Exemplos de exercícios
CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  
DESEJADOS  
Condução,   1x1  num  espaço     O  atacante:  desequilibrar  
controlo  de  bola  e   delimitado.   o  adversário  direto  
drible/finta.   ultrapassando-­‐o.  
Posição  defensiva   O  defensor:  impedir  a  
e  desarme   progressão  do  atacante.  
Penetração  e  
contenção  
 
 
 
 
 
Penetração  e   Jogo     Os  atacantes:  procuram  criar  
cobertura   (2+GR)x(GR+2)   situações  de  superioridade  
ofensiva.   com  apoio  de  2   numérica,  aproveitando  os  
  pivôs,  na  parte   apoios,  para  progredir  e  
  externa  do   finalizar.  
  campo,  mas  em    
  todo  o  espaço  
  ofensivo.  
Situações  de  jogo  
4x2.  
 
Contenção  e   Jogo     Os  defensores:  procuram  
cobertura   (2+Gr)x(Gr+2)  em   coordenar  as  suas  ações  para  
defensiva.   meio-­‐campo.   impedirem  a  progressão  e  
  finalização  dos  atacantes.    
 
 
 
 
 
 
Penetração  e   Jogo  3x3  em  que     Os  atacantes:  procuram  criar  
cobertura   1  jogador  da   situações  de  superioridade  
ofensiva,   equipa  que   numérica,  numa  zona  do  
contenção  e   defende  é   campo,  aproveitando  o  
cobertura   sempre  guarda-­‐ jogador  de  campo  que  têm  a  
defensiva.   redes.  Criam-­‐se   mais  
  situações  de   Os  defensores:  procuram  
3x2(+GR).   coordenar  as  suas  ações  para  
impedirem  a  progressão  e  
finalização  dos  atacantes.  

Penetração  e   Jogo  4x4:  a   Os  atacantes:  procuram  


cobertura   equipa  que   progredir  no  térreo  e  finalizar  
ofensiva,   defende  terá  que   aproveitando  a  superioridade  
contenção  e   ter  2  jogadores   numérica.  
cobertura   na  zona  ofensiva   Os  defensores:  procuram  
defensiva     e  2  jogadores  na   coordenar  as  suas  ações  para  
  zona  defensiva;  a   impedirem  a  progressão  e  
  equipa  que  ataca   finalização  dos  atacantes.  
pode  ter  sempre  
3  jogadores  no  
espaço  que  tem  a    
bola.  
 
 
Quadro 3 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Elementar

 
 
5.2.3. Nível Intermédio

O terceiro nível de desempenho caracteriza-se pelo facto dos praticantes apresentarem uma qualidade técnica que
permite que o jogo evidencie continuidade. A nível tático, os jogadores já sabem o que devem fazer, tanto em
organização defensiva como ofensiva, de modo a que a sequência do jogo seja efetiva. Como tal, os objetivos
fundamentais deste nível procuram fomentar a dinâmica do jogo das equipas e dos respetivos praticantes. Para que
essas pretensões sejam alcançadas, existe um investimento no desenvolvimento técnico, criado através de
situações em que o tempo e o espaço para a execução passe a ser substancialmente mais reduzido do que até
então. Por sua vez, a nível tático, introduz-se a apresentação dos princípios específicos ofensivos da mobilidade e
do espaço, os quais se assumem como fundamentos para a dinâmica que caracteriza o jogo de Futsal. Em termos
defensivos, contempla-se os princípios do equilíbrio e da concentração, que serão as bases da organização
defensiva coletiva, essencialmente da defesa à zona.
A implementação destes princípios vai promover um aumento significativo da qualidade de jogo, coletiva e
individual.
 
   
Exemplos  de  exercícios  
 
CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  
DESEJADOS  
Condução,  controlo   Jogo   Do  atacante:  procura  
de  bola,  drible/finta   (GR+1)x(1+GR)   sistemática  da  
e  remate.   com  2  apoios  na   penetração,  através  do  
Posição  defensiva,   linha  de  baliza.     recurso  à  finta,  e  da  
desarme  e   Os  apoios  não   finalização.  
interceção.   podem  finalizar.   Do  defensor:  impedir  a  
Penetração  e   progressão  e  finalização  
contenção.   do  atacante  através  do  
  desarme  e  da  interceção.  
 
   

Penetração,  cobertura   Jogo     Dos  atacantes:  mobilidade  


ofensiva  e  mobilidade.   (3+GR)x(GR+3)   constante  para  criar  ou  
Contenção,  cobertura   com  2  apoio  nas   encontrar  espaços  para  
defensiva  e  equilíbrio.   linhas  de  baliza.   finalizar.  
    Dos  defensores:  
  reorganização  defensiva  
  permanente  para  impedir  
a  abertura  de  espaços  
para  o  adversário  finalizar.  
 

Penetração,  cobertura   Jogo     Dos  atacantes:  abertura  


ofensiva,  mobilidade  e   (3+GR)x(GR+3)   da  equipa,  em  largura,  e  
espaço.   com  1  apoio.   mobilidade  constante  
Contenção,  cobertura   para  criar  ou  encontrar  
defensiva,  equilíbrio  e   espaços  para  finalizar.  
concentração.   Dos  defensores:  fecho  da  
  equipa,  em  largura,  e  
  reorganização  defensiva  
  permanente  para  impedir  
  a  abertura  de  espaços  
para  o  adversário  finalizar.  
 
Penetração,  cobertura   Jogo     Dos  atacantes:  abertura  
ofensiva,  mobilidade  e   (3+GR)x(GR+3)   da  equipa,  em  largura,  e  
espaço.   em  meio-­‐campo   mobilidade  constante  
Contenção,  cobertura     para  criar  ou  encontrar  
defensiva,  equilíbrio  e   espaços  para  finalizar.  
concentração.   Dos  defensores:  fecho  da  
  equipa,  em  largura,  e  
  reorganização  defensiva  
  permanente  para  impedir  
  a  abertura  de  espaços  
    para  o  adversário  finalizar.  
 

Penetração,  cobertura   Jogo  formal  em   Dos  atacantes:  cumprir  


ofensiva,  mobilidade  e   espaço  reduzido   com  os  objetivos  dos  
espaço.   (2/3  campo).   princípios  ofensivos.  
Contenção,  cobertura     Dos  defensores:  cumprir  
defensiva,  equilíbrio  e   com  os  objetivos  dos  
concentração.   princípios  defensivos.  
   

 
 
Quadro 4 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Intermédio

 
 
5.2.4. Nível de Especialização

No nível de especialização, os praticantes já patenteiam uma qualidade técnica e tática que permite que o jogo
evidencie uma boa organização e dinâmica. Assim, neste nível, pretende-se aprimorar todos os princípios
específicos, defensivos e ofensivos, de forma a preparar os praticantes para poderem assumir níveis de jogo de
maior complexidade.

Exemplos de exercícios
CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  
DESEJADOS  
Contenção,   Jogo  (4+Gr)x(Gr+4),     Dos  defensores:  
cobertura   todos  os  jogadores   reorganização  defensiva  
defensiva,   têm  uma  bola  na   permanente.  
equilíbrio  e   mão.  O  treinador    
concentração.   diz  o  nome  de  um  
  praticante,  este  
  coloca  a  bola  no  
  chão  e  desenvolve-­‐
  se  jogo  
(reorganização  
defensiva).  Ao  
perder  a  posse  de  
bola  chama  um  2º  
jogador  (Idem).    
Penetração,   Jogo  (4+Gr)x(Gr+4)   Dos  atacantes:  grande  
cobertura   com  4  apoios.  Os   mobilidade  e  amplitude  
ofensiva,   jogadores  que  estão   do  jogo,  permanente  
mobilidade  e   fora,  como  apoios,   procura  e  criação  de  
espaço.   poderão  entrar  em   espaços  para  finalizar.  
  jogo,  com  posse  de  
  bola,  assim  que  um  
  colega  o  solicitar,  
  saindo  do  espaço  
  de  jogo  com  a  bola  
controlada.  
 
Contenção,   Jogo  formal  com   Dos  atacantes:  abertura  
cobertura   um  apoio  a  atuar   da  equipa,  em  largura,  e  
defensiva,   sempre  pela  equipa   mobilidade  constante  
equilíbrio  e   que  está  em  posse   para  criar  ou  encontrar  
concentração.   de  bola.   espaços  para  finalizar.  
Penetração,   Dos  defensores:  fecho  da  
cobertura   equipa,  em  largura,  e  
ofensiva,   reorganização  defensiva  
mobilidade  e   permanente  para  
espaço.   impedir  a  abertura  de  
  espaços  para  o  
  adversário  finalizar.  
 
Contenção,   Situações  de  jogo   Dos  atacantes:  cumprir  
cobertura   formal  com  limite   os  objetivos  dos  
defensiva,   de  toques  em   princípios  ofensivos.  
equilíbrio  e   função  da   Dos  defensores:  cumprir  
concentração.   mobilidade   os  objetivos  dos  
Penetração,   pretendida.   princípios  defensivos.  
cobertura    
ofensiva,  
mobilidade  e  
espaço.  
   

Quadro 5 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Especialização


6. PERSPECTIVAS FUTURAS DE CONTINUIDADE FORMATIVA
 
A FPF pretende ser um parceiro ativo do Ministério da Educação e Ciência, na operacionalização e
implementação de programas e projetos que visem aumentar de forma sustentada, os índices de prática
desportiva regular em Portugal. É elevado o interesse da FPF em participar de forma ativa, na implementação
de medidas conducentes a uma plena integração dos diversos “sub-sistemas” que atuam em termos do
desenvolvimento desportivo.
No domínio da Formação, pretende-se qualificar a intervenção na escola, de modo a elevar o nível de
qualificação técnica dos quadros envolvidos na formação de base no futsal escolar. Pretende-se criar
condições para elevar as oportunidades de acesso a formação específica, qualificando e elevando a intervenção
técnica na etapa inicial de formação de Futsal jovem em idade escolar, colocando o enfoque no valor educativo
do desporto em idade escolar, nomeadamente através do programa nacional de formação inicial e especializada
de treinadores, com a elaboração de documentação própria de auxílio e consequente discussão acerca das
matérias específicas da modalidade no seu ensino.
Dado que a base (Infantil e Iniciado) da formação inicial da modalidade no âmbito escolar, 74% no masculino e
59% no feminino, se encontra na escola, a continuidade deste projeto de formação tem todo o sentido e deve
merecer prioridade estratégica em termos de intervenção e Focus.
A extensão da intervenção a demais regiões educativas torna-se essencial, pelo que o preenchimento do mapa
nacional, através da replicação destas ações de formação parece-nos fundamental.
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FP F · P ROGRAMA E3L 1 P2 · PERFIL D O PRATICAN T E DE F U T SA L

ETAPAS DE
FORMAÇÃO DO JOGADOR
DE FUTSAL
1. INTRODUÇÃO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

> 2.1 Futsal como jogo desportivo coletivo


> 2.2 Fatores de rendimento e aprendizagem no Futsal
> 2.2.1 Organização estrutural
> 2.2.1.1 Organização estrutural 1:3:1
> 2.2.1.2 Organização estrutural 1:4:0
> 2.2.1.3 Organização estrutural 1:2:2
> 2.2.1.4 Defesa à zona
> 2.2.1.5 Defesa individual
> 2.2.1.6 Defesa mista
> 2.2.1.7 Transições em superioridade/inferioridade numérica
> 2.2.2 Organização funcional
> 2.2.2.1 Princípios de Jogo Gerais
> 2.2.2.2 Princípios de Jogo Específicos
> 2.2.2.3 Princípios de Jogo Específicos da Equipa
> 2.3 Preparação desportiva a longo prazo
> 2.4 Níveis de desempenho no Futsal

3. ESCALÕES ETÁRIOS/NÍVEIS DE DESEMPENHO

4. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE TREINO


NO ENSINO DO JOGO DE Futsal

5. CONSTRUÇÃO DE EXERCÍCIO DE TREINO DE ACORDO COM OS CONTEÚDOS A ABORDAR


NOS DIFERENTES NÍVEIS DE DESEMPENHO

ETAPAS DE FORMAÇÃO Propriedade/Edição/Redação Autores


DO JOGADOR DE FUTSAL Federação Portuguesa de Futebol Jorge Braz, José Luís
Mendes, Pedro Palas
Ensino do Futsal nas escolas Rua Alexandre Herculano, 58
1250-012 Lisboa – PORTUGAL Design
do 1º Ciclo - Ensino Básico Departamento de Eventos
Programa E3L1P2 - Perfil do NIF: 500 110 387
e Marketing da FPF
Praticante de Futsal Telefone: (+351) 213 252 700
Fax: (+351) 213 252 780
Email: info@fpf.pt
www.fpf.pt

2 F.P.F
> 5.1 Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo
> 5.2 Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo
> 5.3 Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo
> 5.4 Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo

6. BIBLIOGRAFIA

FUTSAL 3
4 F.P.F
1. INTRODUÇÃO
O Futsal, ao longo dos últimos anos, tem-se revelado, nacional e internacionalmente, uma modalidade em
franca expansão. Tal facto fica a dever-se não apenas ao crescimento massivo do número de praticantes
masculinos e femininos, ao crescente reconhecimento social mas também à adesão cada vez mais
significativa dos órgãos de comunicação social a esta modalidade.
O crescimento do Futsal em Portugal tem tocado várias áreas do desenvolvimento desportivo, sendo
os factores humanos, a formação e a documentação áreas prioritárias em termos de implementação de
programas que visam qualificar a formação e intervenção dos agentes que intervêm no Futsal.
A Direcção da FPF liderada por Fernando Gomes, definiu metas ambiciosas para o Futsal em Portugal,
consubstanciada na construção partilhada com os diversos agentes da modalidade, de um plano
estratégico nacional (PEN) para o Futsal, que estabeleceu os caminhos e metas a percorrer para alcançar
o patamar de desenvolvimento ambicionado: Até 2016 tornar o Futsal a modalidade colectiva de pavilhão
mais praticada em Portugal.
O crescimento e desenvolvimento registado no Futsal em Portugal, permitiu num curto espaço de tempo,
evidenciar duas caraterísticas importantes para a sua afirmação: passar a ser um dos jogos desportivos
coletivos mais praticados; e, em virtude desse destaque, ter um relevante reconhecimento social.
Atualmente, o Futsal já não é mais visto como uma variante do Futebol, mas como uma modalidade com
caraterísticas e especificidades próprias.
Este último pressuposto permitiu que o Futsal criasse uma identidade. Todavia, apesar do
desenvolvimento desportivo verificado, são ainda escassas as referências bibliográficas ou a investigação
científica que sustentem a intervenção dos treinadores nos diferentes níveis de intervenção da formação
desportiva dos jogadores.
Neste sentido, tendo por base investigação recente na área do Futsal e do desenvolvimento desportivo, o
presente texto pretende apresentar os principais fundamentos para a compreensão do jogo e respetiva
evolução, assim como expor uma proposta para direcionar o ensino desta modalidade.

FUTSAL 5
adversário.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A essência do jogo pode então ser descrita pela
necessidade de uma equipa coordenar as suas
> 2.1 Futsal como jogo desportivo coletivo ações para recapturar, conservar e transportar
Os Jogos Desportivos Coletivos (JDC), designação a bola até uma zona de finalização e marcar golo
que engloba, entre outras, modalidades como o (Gréhaigne, Bouthier & David, 1997). Os jogadores
basquetebol, o andebol, o futebol e o voleibol, interagem constantemente em relações de
ocupam um lugar importante na cultura cooperação para atingir objetivos que envolvem
desportiva contemporânea. Devido à riqueza de os membros da equipa para marcar golo, e de
situações que proporcionam, os JDC constituem competição de modo a e evitar a marcação de golos
um meio formativo por excelência (Mesquita, dos adversários (Garganta, 1997; Lames & McGarry,
1997), na medida em que a sua prática, quando 2007).
corretamente orientada, induz o desenvolvimento Face à constante competição e cooperação entre
de competências em vários planos, de entre os os praticantes, materializadas na variabilidade
quais nos permitimos salientar o tático-cognitivo, de relações entre jogadores, entre equipas,
o técnico e o sócioafetivo. Nesta perspetiva, jogadores-bola e equipas-bola, são geradas um
os JDC contribuem de forma privilegiada para conjunto de interações espácio-temporais onde
a concretização dos objetivos definidos pelas os fatores decisionais, táticos e estratégicos
atividades de Educação Física (EF) e Desporto. se apresentam como fundamentais para o
Para os atingir, torna-se imprescindível um desenvolvimento das ações de jogo (Travassos,
ensino adequado, não obstante as dificuldades Araújo, Davids, Esteves & Fernandes, 2012). É
apresentadas pelas múltiplas componentes nesta perspetiva que podemos considerar o Futsal
do jogo e as escassas certezas existentes como um jogo de atividade complexa e dinâmica,
acerca do desenvolvimento metodológico da devido à multiplicidade de fatores que incidem
respetiva formação técnica e tática (Konzag, diretamente no comportamento dos jogadores,
1983). No panorama nacional, quer ao nível do equipas e no desenrolar do próprio jogo (Sampedro,
Desporto Escolar (DE) quer ao nível do Desporto 1993; Travassos, Araújo, Duarte & McGarry, 2012).
Universitário, o Futsal é já a modalidade coletiva Deste modo, fruto da evolução da complexidade
com maior número de praticantes. Devido a este do jogo, aliada à alta velocidade e intensidade do
facto consideramos que o Futsal assume desde mesmo, levam a que a compreensão do jogo e dos
já um grau de enorme relevância na formação fatores que sustentam elevados desempenhos seja
desportiva dos nossos jovens e como tal urge o fundamental para o planeamento do treino e do
desenvolvimento de mais conhecimento no que diz jogo (Braz, 2006), desde as etapas mais baixas de
respeito aos conteúdos a abordar nos diferentes formação até ao alto rendimento.
níveis de formação dos jovens praticantes em
contexto escolar e competitivo. > 2.2 – Fatores de rendimento e aprendizagem
Garganta (1996), refere que a identidade dos no Futsal
diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de No Futsal existe grande imprevisibilidade e
produção – ganhar o jogo – é indissociável de um variabilidade nas relações entre jogadores e
quadro de atividades particulares, dado por: equipas, e como tal é extremamente complexo,
- uma relação de forças materializada no confronto definir, ou hierarquizar, os fatores que contribuem
entre dois grupos de jogadores de equipas para o rendimento dos jogadores e equipas
diferentes que disputam ou trocam um objeto, de Futsal. Para Garganta (1997) aqueles que
móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola); habitualmente se consideram assumir maior
- uma variação nas habilidades motoras preponderância no desempenho dos jogadores e
desenvolvidas a partir da variação das capacidades equipas na generalidade dos desportos coletivos
dos indivíduos e das variações no contexto; são: táticos; técnicos; físicos e psicológicos. Konzag
- estratégias individuais e coletivas que (1995) refere mesmo que o desenvolvimento
condicionam as decisões implícitas e explícitas, das capacidades condicionais e coordenativas,
tomadas com o intuito de levar de vencida o técnicas, táticas e psicológicas, são determinantes

6 F.P.F
para aumentar a capacidade geral de prestação Voser, 2001) e surge como o resultado de décadas
desportiva de acordo com as especificidades da de experiências levadas a cabo por diversos
modalidade. Apesar da distinção que possamos treinadores em diferentes países (Sampedro,
fazer entre fatores de rendimento no Futsal para a 1997). Esta caracteriza-se, para além da posição
sua compreensão, dadas as diversas configurações habitual do “Guarda-Redes”, pelo posicionamento
do jogo, o pouco espaço e elevada velocidade, mais recuado de um jogador na zona central,
todas as ações realizadas exigem uma elevada denominado de “Fixo”, dois jogadores em posição
adaptabilidade dos jogadores e equipas e como tal intermédia, colocados nas zonas laterais do campo,
são fortemente determinadas do ponto de vista os chamados “Alas”, e, pela colocação de um quinto
tático, ainda que esta dependa de uma interligação jogador mais adiantado, posicionado na zona
adequada de todos os fatores (Konzag, 1983). Como central, apelidado de “Pivô”.
tal, para intervir no jogo é fundamental um grande
conhecimento sobre a organização estrutural e
funcional que carateriza o jogo de Futsal.

> 2.2.1 – Organização estrutural


O Futsal, pela sua ainda curta existência e
simultânea adesão massiva, tem passado por fases
de grande irreverência conceptual. Esse contexto
se, por um lado, é positivo porque promove uma
dinâmica importante para a sua necessária e
desejável emancipação e evolução, por outro lado,
por vezes torna-se negativo porque não permite
discernir o que de positivo se pode extrair, através
de analogias, com outras modalidades cujas
culturas desportivas e organizativas estão mais
desenvolvidas.
Apesar das grandes diferenças estruturais e
funcionais entre as várias modalidades, importa ter
em consideração as similitudes que suportam os
conhecimentos no plano organizacional tático do
jogo. Desta forma, tal como em outros JDC, somos
da opinião que a organização do jogo de Futsal
pode ser perspetivada segundo dois níveis, um
estrutural e outro funcional, que devem, contudo,
estar em permanente interação.
A organização estrutural, também denominada
na literatura por sistema de jogo, relaciona-
se com a disposição inicial dos jogadores em Dois dos aspetos mais relevantes desta estrutura
campo (Guilherme, 2004). No Futsal, são várias prendem-se com a organização posicional e
as organizações estruturais que podem ser funcional dos diferentes jogadores, e com o
assumidas pelas equipas. Todavia, atualmente, respetivo equilíbrio posicional.
as mais utilizadas são as denominadas de “1:3:1” e Segundo Lozano Cid (1995), é no sistema 1:3:1 que os
de “1:4:0”. Porém, em circunstâncias específicas, o jovens praticantes começam a ser formados para
“1:2:2” também se apresenta como uma alternativa que desenvolvam as suas qualidades passando por
a considerar. todas as posições, porque este sistema permite,
a existência de rotações, e trocas posicionais
> 2.2.1.1 – Organização estrutural 1:3:1 sem que a estrutura fique descompensada. De
A “1-3-1” (Figura 1) é a organização estrutural mais acordo com Guilherme & Braz (2013) esta estrutura
utilizada no jogo de Futsal (Cid & Gutierrez, 2002; facilita a compreensão do jogo, porque permite

FUTSAL 7
um posicionamento equilibrado dos jogadores
no espaço, tanto a atacar como a defender,
potenciando as possibilidades de mobilidade e de
trocas posicionais. É um sistema com a forma de
losango, que dividido ao meio no sentido latitudinal
assume a forma de dois triângulos com os vértices
invertidos, facilitando passes na diagonal, que
são os ideais devido ao menor risco de serem
intercetados, e os que se configuram como
mais adequados tendo em conta a organização
posicional e estrutural, bem como a dinâmica
coletiva do jogo de Futsal.
A ocupação equilibrada do espaço de jogo, tanto
em largura como em profundidade, é uma das
caraterísticas mais importantes desta estrutura e
assume-se como um aspeto facilitador do processo
de ensino/aprendizagem, da compreensão e da
qualidade de jogo a produzir, quer ofensiva quer
defensivamente.

> 2.2.1.2 – Organização estrutural 1:4:0


Esta estrutura caracteriza-se por posicionar os
quatro jogadores na zona do meio-campo, dois
jogadores na zona central e dois jogadores abertos
nas laterais (Figura 2). Praticamente não existem
coberturas ofensivas e no caso de perca de uma
bola é difícil realizar, atempadamente, o balanço
defensivo. De acordo com Lozano Cid (1995) para
pô-lo em prática necessita-se de notável domínio
da bola, requer um grande sentido de jogo coletivo
e de coordenação de movimentos.
Em termos ofensivos, o jogo na estrutura de 1:4:0
carateriza-se pela tentativa de aproveitamento
do espaço central desprotegido e quando tal
não é conseguido, pelo facto da defesa não
permitir, verifica-se uma preocupação em criar
condições para libertar esse espaço, de modo
a que outros jogadores o possam aproveitar.
Tendo em consideração esses pressupostos, o
jogo na estrutura de 1:4:0, traduz-se numa grande
mobilidade dos jogadores, materializada através de
trocas posicionais e desmarcações permanentes
nos espaços livres nas zonas frontais da baliza
do adversário e por uma patente variedade de
movimentações ofensivas.
Este tipo de jogo requisita duas condições
importantes. A primeira, reporta-se à necessária
polivalência posicional e funcional dos diferentes
jogadores, ainda maior do que na estrutura de 1:3:1,
uma vez que todos eles passam frequentemente

8 F.P.F
pelas diferentes posições, tendo que assumir eficazes e desejáveis, também são regularmente
as respetivas funções. A segunda, refere-se à intercetados pelo defensor do portador da bola,
necessidade dos jogadores terem um elevado porque requerem qualidade e precisão no passe,
entendimento e uma manifesta cultura de jogo. Tal o que nas idades de iniciação, tal prefigura uma
deve-se ao facto desta estrutura não privilegiar dificuldade inerente à potência necessária para a
uma ocupação racional do espaço de jogo e, respetiva execução, a que acresce a limitada leitura
portanto, requerer uma grande mobilidade para de jogo. Como tal, esta estrutura, dada a distância
ocupação dos espaços livres importantes e uma a que os jogadores da mesma equipa se encontram
reorganização posicional permanente, entre os uns dos outros, embora potencie situações de
quatro jogadores, para que o equilíbrio da estrutura 1x1, não promove de forma consistente as ações
esteja permanentemente garantido. táticas e técnicas que se afiguram determinantes
para o desenvolvimento da qualidade de jogo
> 2.2.1.3 – Organização estrutural 1:2:2 coletiva e individual dos jovens jogadores. Segundo
A estrutura 1:2:2 (Figura 3), pela configuração Lozano Cid (1995), pode ser um sistema vantajoso
geométrica que assume (quadrado) através da se tivermos um jogador muito hábil e com muita
colocação de dois jogadores em posições mais segurança com a bola nos pés, pois sempre
recuadas e dois em posições mais avançadas, leva que jogar 1x1, criará situações de superioridade
a um aumento da distância entre os jogadores, numérica. Outra particularidade prende-se com
e deste modo, potencia mais passes laterais o facto do portador da bola dispor apenas de
e verticais. Os primeiros são passes de risco um apoio para possível passe, o que no Futsal de
elevado, porque no caso de serem intercetados, alto nível é manifestamente pouco para se poder
podem provocar situações de finalização (1xGR). fomentar a mobilidade necessária para se criar a
Os segundos, que em termos teóricos são os mais fluidez e a qualidade de jogo pretendidas. É uma
estrutura que tem vindo a cair em desuso, embora
esporadicamente, em situações muito específicas,
ainda se utiliza, dependendo das caraterísticas
dos jogadores e, também, da forma de jogar do
adversário, quando existe a necessidade, por
exemplo, de assumir maior risco no posicionamento
dos jogadores, face ao posicionamento defensivo
da equipa adversária (muito recuada).

> 2.2.1.4 – Defesa à zona
De acordo com Lozano Cid et al (2002) defender
à zona significa que os defensores não possuem
responsabilidade direta sobre um atacante em
concreto, devendo preocupar-se em ocupar uma
determinada zona do campo, na qual são responsáveis
pelos adversários que por aí passem. O fecho
desse espaço varia constantemente em função do
posicionamento da bola e das ações que a defesa
realize. Já Amieiro (2005) diz que este modelo de
organização defensiva caracteriza-se pela ocupação e
controlo dos espaços mais importantes, em função da
posição da bola, pelos posicionamentos de cobertura
ao jogador que está a pressionar o portador da bola
e pelo fecho coletivo da equipa, de forma a encurtar
o espaço real de jogo, com o objetivo de colocar aos
adversários problemas espácio-temporais, tanto de
decisão como de ação.

FUTSAL 9
> 2.2.1.5 – Defesa individual em situação de superioridade posicional ou
Segundo Lozano Cid et al (2002) a defesa numérica (Chaves & Amor, 1998). Ainda segundo
individual é aquela defesa na qual cada jogador tem os mesmos autores, isto deve-se a que a perda
responsabilidade prioritária sobre um adversário da bola aconteça de forma brusca, rápida e de
atacante concreto, acompanhando-o em todas surpresa, e por tanto existirá uma maior demora na
as movimentações que este realize no campo. No resposta defensiva. As situações de superioridade
entanto, isto não significa que na defesa individual posicional ou numérica, mais comuns, resultantes
o defesa deva seguir literalmente o adversário das transições ataque-defesa e defesa-ataque no
pelo qual está responsável em todo o espaço de jogo de Futsal são: 1xGR; 2xGR; 3x1+GR; 2x1+GR e
jogo. Estando responsável por um atacante, as 3x2+GR.
suas ações deverão, em função do posicionamento
da bola, contribuir para restringir coletivamente
as opções do ataque, bem como contribuir para o
equilíbrio defensivo da equipa. Ainda que haja essa
responsabilidade, sempre que um companheiro
seja ultrapassado deve haver uma cobertura
defensiva.

> 2.2.1.6 – Defesa mista


No que concerne ao método misto segundo
Lozano, Gutierrez, Rodrigo, Candelas, & Barrio
(2002) a responsabilidade dos jogadores na
defesa passa por se defender à zona e individual
simultaneamente. Geralmente realiza-se perante
equipas adversárias que tenham um jogador
tecnicamente evoluído, defendendo-se de forma
individual esse jogador e zona os restantes,
formando um triângulo defensivo entre os outros
três defensores.

> 2.2.1.7 –Transições em superioridade/


inferioridade numérica
No Futsal, as alternâncias no jogo, em função de
ter ou não a posse de bola, são contínuas, com
o que as equipas são obrigadas a reposicionar-
se continuamente. A estes momentos em que
as equipas trocam de papéis (ataque-defesa e
defesa-ataque), as ações de reposicionamento e
a mudança de atitude que adotam, denominam-se
transições (Chaves & Amor,1998). Para Guilherme
(2004), o momento de transição ataque-defesa
é caracterizado pelos comportamentos que se
devem assumir durante os segundos após a perde
da posse de bola e o momento de transição defesa-
ataque é caracterizado pelos comportamentos que
se devem ter nos segundos imediatos à conquista
da posse de bola. Sempre que uma equipa fique em
posse de bola, por perda de bola pelo adversário,
interceção de passe, desarme, erros técnicos,
etc. o mais certo é que se consiga uma transição

10 F.P.F
> 2.2.2 – Organização funcional Tendo em consideração o referido, é importante
A organização funcional está relacionada com a salientar que, no Futsal, quando se opta por
dinâmica que os jogadores e a equipa conseguem jogar com determinada organização estrutural, a
imprimir à organização estrutural. Assim, a dinâmica coletiva assume caraterísticas próprias,
organização funcional assume-se como um embora variem de equipa para equipa, em
conjunto de padrões de ação específicos dessa função dos princípios de jogo que os respetivos
equipa em interação, que fazem emergir uma treinadores preconizam.
determinada forma de jogar, manifestando-se Os referidos princípios constituem-se como regras
como princípios de jogo específicos dessa equipa que regulam o comportamento individual e coletivo
(Guilherme, 2004). para alcançar um dado objetivo (Travassos, 2014)
pelo que são fundamentais para a aprendizagem
do jogo. Para Teodorescu (1984), os princípios de
jogo são normas de funcionamento pelas quais
os jogadores se devem orientar para coordenar
as suas ações individuais e coletivas durante
todas as ocorrências do jogo. Estes manifestam-
se em jogo como padrões de comportamento
que podem assumir várias escalas, isto é, a nível
individual, grupal ou coletivo, devendo no entanto
ser vistos de um modo articulado de modo serem
representativos da dinâmica coletiva que se
pretende implementar (Guilherme, 2004).
Neste sentido, é possível identificar diferentes
tipos de princípios que durante o jogo coexistem
em interação: os princípios gerais, os princípios
específicos e os princípios específicos da equipa.

> 2.2.2.1 – Princípios de Jogo Gerais


Os princípios gerais realçam a preocupação de
que, relativamente ao número de jogadores,
no local da disputa da bola, se deve procurar
criar superioridade numérica, evitar a igualdade
numérica e impedir, que em algum momento, haja
inferioridade numérica (Hainaut & Benoit, 1979).
Relativamente ao Futsal, estes comportamentos
não são fáceis de cumprir. O reduzido número
de jogadores, o reduzido espaço de jogo e a
dinâmica que, frequentemente, o jogo apresenta
criam dificuldades quanto ao cumprimento
destas normas de ação, e de tal ordem que só as
equipas com melhor qualidade de desempenho os
evidenciam de uma forma consistente.

> 2.2.2.2 – Princípios de Jogo Específicos


Por princípios específicos do jogo são entendidos
4 princípios ofensivos a que correspondem outros
tantos da defesa. Os ofensivos são a i) penetração
– exploração da possibilidade de finalizar ou
então progredir em direção ao alvo contrário; ii)
cobertura ofensiva – necessidade de manter o

FUTSAL 11
equilíbrio ofensivo através de linhas de passe em ações para alcançar o objetivo proposto (como
segurança apelando a um segundo atacante iii) fazer). Tal exige, então, que para a obtenção de
mobilidade – ações com ou sem bola que procuram elevadas performances em competição, desde
romper e desequilibrar a estabilidade da estrutura as etapas de formação mais baixas os jogadores
defensiva adversária através da criação de espaços sejam confrontados com progressões pedagógicas
livres e de linhas de passe; iv) espaço – tornar que lhes permitam o desenvolvimento da sua ação
o jogo mais aberto, com maior amplitude do tática, ainda que esta dependa de uma interligação
ataque em largura e em profundidade obrigando adequada com os fatores físicos (condicionais e
assim a equipa adversária a uma maior flutuação coordenativos), psicológicos e técnicos. Para além
defensiva. Os defensivos são i) contenção – ação do referido, o modo de conjugação dos diferentes
individual defensiva que visa impedir a progressão fatores de rendimento bem como das exigências
ou remate através da colocação de um jogador da competição devem estar adequados às idades
entre o portador da bola e a baliza; ii) cobertura dos praticantes e de acordo com o seu processo
defensiva – necessidade de manter o equilíbrio maturacional para que o desenvolvimento das suas
defensivo através de ocupação espacial de ajuda capacidades seja otimizado face às exigências das
ao companheiro defensor do portador da bola; iii) modalidades em causa, neste caso o Futsal. Assim,
equilíbrio – ajuste do posicionamento defensivo para percebermos como conjugar os diferentes
em função do posicionamento adversário, da fatores de rendimento no processo de formação
bola e da baliza, pretendendo-se a cobertura dos desportiva no Futsal, é necessário atendermos
espaços e jogadores livres e eventuais linhas de aos modelos de desenvolvimento desportivo
passe fazendo com que os atacantes se desloquem existentes.
para espaços menos perigosos; iv) concentração
– diminuição do espaço disponível da defesa para > 2.3 –Preparação desportiva a longo prazo
condicionar as opções de jogo do ataque, retirando- O período entre a iniciação e o alto rendimento é
lhes largura e profundidade. designado pela teoria do treino como um período
  de formação, onde se procura desenvolver bases
> 2.2.2.2 – Princípios de Jogo Específicos da Equipa que permitam aos jogadores alcançar os objetivos
Os princípios de jogo específicos da equipa são finais. Este período de formação é denominado por
padrões de ação, de intencionalidades coletivas, de Preparação Desportiva a Longo Prazo (PDLP) (Balyi
grupo ou individuais que o treinador pretende que & Hamilton, 2004). Harre (1982) define a PDLP como
a equipa evidencie nas diferentes fases/momentos um processo pedagógico regido de acordo com as leis
de jogo (Guilherme, 2004). São estes princípios do desenvolvimento pessoal e performance atlética,
que permitem configurar um conjunto de padrões que tem por objetivo maximizar as capacidades dos
de referência específicos e especificadores indivíduos numa determinada idade. Assim, autores
sobre os quais os jogadores se articulam e que como Platonov (1994), Bompa, (1999), ou Martin
qualificam cada equipa, conferindo-lhe identidade. (2007), referem que o alto rendimento não pode ser
Estes princípios específicos da equipa não se obtido sem a PDLP tornando-se uma característica do
sobrepõem aos princípios específicos nem aos desporto moderno.
princípios gerais, mas, pelo contrário, interagem O processo de desenvolvimento desportivo e os
com eles dando-lhes uma interpretação e uma pressupostos metodológicos que o sustentam
forma de manifestação própria, criando um jogar assumem ainda mais importância face às evidências
substantivo. de que são necessários 10 anos de prática deliberada
Sendo que na articulação dos referidos intensiva para que o potencial de um indivíduo se
pressupostos de organização estrutural e concretize na prática de uma dada modalidade ou
funcional, o problema primeiro é de natureza tarefa (Stafford, 2005, Ericsson, 2006).
tática, isto é, o praticante na constante relação que Marques (2000), refere, no entanto, que a
estabelece com o contexto de jogo deve conseguir concretização do potencial de um individuo e a
percecionar as suas possibilidades de ação obtenção de resultados de elevado desempenho,
num dado instante face às suas características após a sua preparação desportiva, dependem
individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas cada vez mais do que se fez nos anos de
formação (adequação da prática aos níveis de identificadas e caraterizadas etapas especificas
desenvolvimento dos jovens e das exigências da no PDLP que permitem um desenvolvimento mais
atividade desportiva) e não no número de anos sustentado dos jovens jogadores. No caso dos
passados na preparação. Isto é, dependem mais desportos coletivos o modelo é designado por
da qualidade e menos da quantidade de trabalho “Modelo de Especialização Tardia do Jogador”
realizado. É nesta perspetiva que Coelho (2000), (METJ) e possui 5 níveis de desempenho. Esta
considera que para a obtenção de níveis de proposta distingue-se das demais por considerar
desempenho superiores a preparação desportiva que a divisão das etapas de formação deverá
dos jovens, não pode deixar de ter como referencia ter em consideração as especificidades das
a especificidade das modalidades desportivas, modalidades a praticar, bem como não deverá
bem como os objetivos e características do alto ter apenas em consideração a idade cronológica
rendimento. De acordo com Serrano, Santos, dos jogadores, mas a sua idade maturacional,
Sampaio & Leite (2013), os melhores jogadores permitindo que os conteúdos e objetivos de cada
adultos de Futsal, em Portugal, distinguem-se dos etapa se adequem às necessidades especificas dos
jogadores de níveis competitivos inferiores pela jogadores. De acordo com a proposta apresentada,
dedicação precoce ao treino desportivo no Futsal, os autores definem as seguintes etapas e
com acréscimo progressivo do volume de treino conteúdos para o METJ (ver quadro 1).
semanal e na duração das épocas desportivas. Do
mesmo modo, tal como observado em estudos
anteriores em diferentes modalidades desportivas
coletivas, a prática deliberada mais diversificada,
em idades precoces, potenciou o desenvolvimento
das capacidades dos melhores jogadores
portugueses de Futsal.
É hoje aceite de forma consensual que, quando
se trata de crianças e jovens, a preparação
desportiva deve ir ao encontro das características
de desenvolvimento do indivíduo, impondo-se
assim, uma delimitação consciente das diferentes
etapas desse desenvolvimento. Cada uma
dessas etapas deve, respeitando o jovem atleta,
conciliar um ajuste no peso a dar a cada um dos
fatores de rendimento, aos objetivos a alcançar,
bem como à seleção criteriosa dos meios e
métodos de treino a utilizar em cada momento,
possibilitando um desenvolvimento equilibrado
e sustentado e evitando a especialização
precoce (Brito, 2002). Assim, a divisão dos
programas de desenvolvimento desportivo em
etapas específicas, de acordo com as etapas
de maturação dos jovens jogadores, permite
a definição e hierarquização de conteúdos, a
definição de objetivos (Fernandes, 2004) e mesmo
a avaliação da evolução de cada jogador face aos
objetivos a alcançar e em relação aos demais
jogadores da sua idade.
Ao longo dos tempos têm surgido várias propostas
de modelos de desenvolvimento desportivo entre
as quais gostaríamos de destacar o modelo de Balyi
& Hamilton (2004), que considera que podem ser

FUTSAL 13
QUADRO 1 - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização Tardia do Jogador.
Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).

ETAPAS FÍSICOS TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO

Desenvolver o ABC do Melhorar Conceitos de jogo Conhecimento


movimento: agilidade, relacionamento com e regras básicas. básico do
equilíbrio, coordenação a bola: controlo da Introduzir a contexto de jogo
Fundamental e velocidade em bola através das cooperação entre para construir a
stage saltos, deslocamentos, ações individuais os jogadores na inteligência de
remates, lançamentos (receção, drible, realização de jogo e tomada de
e outros jogos. passe e remate). situações jogadas. decisão.

Momento fundamental Desenvolver Desenvolver A motivação


para o treino da um maior leque concentração e intrínseca é
velocidade, flexibilidade de movimentos incentivar a tomada desenvolvida pelo
e aspetos técnicos relacionados de decisão através divertimento e
(skills). com o Futsal. As de combinações prazer de jogar.
Learning habilidades técnicas simples, Apelar à imaginação,
to Train são desenvolvidas introduzindo criatividade e incutir
no contexto de jogos as marcações, o aumento das
básicos do Futsal. desmarcações e regras de treino.
ocupação de espaço
livre.

Condicionamento Aquisições técnicas Maior ênfase no Introduzir rotinas


específico da num contexto jogo de equipa. pré-competitivas, e
modalidade - a mais complexo Compreender preparação mental
resistência, velocidade, e habilidades os princípios de (autocontrolo,
força, flexibilidade. específicas jogo ofensivos autoeficácia,
Training Trabalho de core para em função das e defensivos comunicação).
to Train prevenção de lesões posições. Treino em função da Introduzir treino
individualizado para especificidade e competição
melhorar os pontos posicional diária. Técnicas
fortes e fracos. desenvolvida através de relaxamento
de jogos reduzidos e e controlo da
competição. ansiedade.

14 F.P.F
QUADRO 1 (cont.) - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização tardia do jogador.
Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).

ETAPAS FÍSICOS TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO

Continuar a desenvolver Continuar a Organização Pré-competição:


a flexibilidade, a desenvolver posicional e metacognição,
agilidade, resistência habilidades estrutural para autocontrolo,
aeróbica e anaeróbica, avançadas. potenciar a imaginação e
a força Prevenção e Habilidades performance. criatividade,
cuidados de lesões. individuais surgem Relação entre estabelecimento
Individualização como “estilo os jogadores em de metas, força
Training to de treino físico. pessoal”. O treino função das unidades mental, controle
Compete Monitorização níveis das competências funcionais. Uso da ansiedade
físicos. acontece em eficaz das situações e relaxamento.
alta intensidade estratégicas. Manter capacidades
em condições Capacidade mentais sob a fadiga
competitivas. de adaptação e pressão. Análise
à organização de desempenho para
adversária e identificar os pontos
consequentes fracos mentais.
alterações táticas.

Maximização das Concluir o Alta confiança e As práticas e rotinas


capacidades físicas refinamento competência na pré-competitivas
para a performance. de habilidades tomada de decisão, são automáticas.
Programas para a específicas para liderança e análise Firme confiança na
manutenção e melhoria assegurar um de jogo. Capacidade tomada de decisão.
das capacidades melhor desempenho de ajustar o plano Maior sentido de
Training
individuais. Periodização sob pressão. de jogo e adaptar responsabilidade,
to Win
e controle do treino Habilidades estratégias de disciplina e
e recuperação são ajustadas às jogo de acordo liderança.
essenciais. exigências e com mudanças Mentalidade
características da nas condições do competitiva e
competição devem mesmo. vontade de vencer.
ser potenciadas.

Ainda assim, consideramos ser de extrema importância uma melhor compreensão de quais os conteúdos
técnicos e táticos a desenvolver em função da especificidade do jogo de Futsal.

FUTSAL 15
> 2.4 – Níveis de desempenho no Futsal diferenciadas. Neste nível existe uma melhoria
Tendo por pressuposto que o alto rendimento no relacionamento individual com a bola que
não pode ser obtido sem uma PDLP e, tendo permite, com regularidade, o surgimento de
como referência o jogo praticado pelas crianças sequências de jogo individuais e coletivas. Contudo,
que o iniciam e o nível de desempenho desejado ainda evidenciam frequentes erros técnicos não
para que um jogador possa integrar uma equipa provocados. Começa a surgir alguma organização
sénior, podemos caracterizar a sua evolução em posicional e funcional em situações específicas
diferentes níveis evolutivos. Nesta perspetiva, simplificadas. De um modo geral deixa de ocorrer
considerando os comportamentos observados uma evidente aglomeração em torno da bola, mas
em relação: (i) às ações individuais com e sem continua a verificar-se uma individualização das
bola, (ii) ao conhecimento do jogo e seus objetivos, ações por parte dos diferentes jogadores, em
(iii) à organização posicional e estrutural e (iv) detrimento da organização coletiva.
à organização funcional e dinâmica coletiva
geradas, Guilherme & Braz (2013) consideram a Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural
existência de 4 níveis qualitativos de desempenho,
a saber, o nível básico, o nível elementar, o nível O nível intermédio caracteriza-se pelo entendido
intermédio e o nível de especialização. Conquanto do jogo como um projeto coletivo em que as ações
a identificação destes níveis, convém estar ciente individuais visam o benefício da equipa. No nível
de que os mesmos interagem, pelo que importa intermédio já se verifica com frequência elevada,
preservar alguma plasticidade nas respetivas a ocorrência de sequências de ações ininterruptas
interpretação e operacionalização. com cada vez menos erros não provocados. O jogo,
Face ao exposto, e de acordo com a proposta de passa a evidenciar organização posicional nas
Guilherme & Braz (2013) a caracterização dos níveis de diferentes fases/momentos e os jogadores passam
desempenho pode ser considerada do seguinte modo: a ter consciência dos distintos posicionamentos
estruturais e das respetivas tarefas e funções. A
Nível Básico - Ações individuais com e sem bola ocupação dos espaços, tanto defensivos como
As crianças pequenas são egocêntricas - jogar a ofensivos, passa a ser equilibrada de acordo com
bola é o objetivo mais importante, e como tal o as fases/momentos de jogo. A evolução deste
nível básico manifesta-se, fundamentalmente, passa pelo enquadramento coletivo que as ações
pelo rudimentar relacionamento com a bola. individuais começam a evidenciar, tornando-se o
Existem grandes dificuldades na execução das jogo mais dinâmico.
diferentes ações técnicas com consequências
para o envolvimento e participação no jogo. Do Nível de Especialização - Organização funcional e
mesmo modo, a organização posicional e funcional dinâmica coletiva
é residual, tornando o jogo num conjunto de ações
individuais, isoladas e sem sequência coletiva O nível de especialização caracteriza-se como
intencional. Existe constante aglomeração sendo um projeto realmente coletivo e com todos
dos diferentes jogadores em torno da bola, os pressupostos necessários para que se possa
fazendo com que o jogo tenha uma configuração partir para formas de jogar com organização
essencialmente individual e desorganizada, sendo estrutural e funcional complexa, suportadas por
que existe pouca consciência do objetivo primeiro uma dinâmica coletiva que emerge de padrões
do jogo, a marcação de golos. de ação referenciais. Neste nível de jogo, os
praticantes evidenciam frequente e adequada
Nível Elementar - Conhecimento do jogo mobilidade e equilíbrio posicional permanente.
e seus objetivos A mobilidade é motivada pelas movimentações
específicas das diferentes posições e, também,
O nível elementar caracteriza-se pelo início do pelos permanentes movimentos de trocas
entendimento do jogo, enquanto jogo coletivo, posicionais – rotações – características desta
porém, ainda com manifestações individuais e com modalidade. O equilíbrio posicional acontece
consciência de posicionamentos e funcionalidades porque os jogadores já são capazes de diferenciar

16 F.P.F
e assumir as distintas posições e as respetivas
funções, tanto a atacar como a defender.
Para além de caracterizarem os níveis de
desempenho, os autores sistematizaram ainda, de
um modo geral, os conteúdos a abordar em cada um
dos níveis de desempenho (ver quadro 2).

QUADRO 2 - Relação dos conteúdos com os respetivos níveis de desempenho.


Adaptado de Guilherme & Braz (2013).

NÍVEIS DE DESEMPENHO
CONTEÚDOS BÁSICO ELEMENTAR INTERMÉDIO ESPECIALIZAÇÃO

Controlo da bola Controlo da bola Controlo da bola Controlo da bola


Passe vs receção Passe vs receção Passe vs receção Passe vs receção
Relação Condução Condução Condução Condução
com a bola Remate Remate Remate Remate
Posição defensiva Drible/Finta Drible/Finta Drible/Finta
Posição defensiva Posição defensiva Posição defensiva
Interceção/desarme Interceção/desarme Interceção/desarme

Penetração Penetração Penetração Penetração


Princípios Cobertura ofensiva Cobertura ofensiva Cobertura ofensiva Cobertura ofensiva
ofensivos Mobilidade Mobilidade
Espaço Espaço

Contenção Contenção Contenção Contenção


Princípios Cobertura defensiva Cobertura defensiva Cobertura defensiva
defensivos Equilíbrio Equilíbrio
Concentração Concentração

Enquanto a proposta referente ao modelo de especialização tardia do jogador (Quadro 1) foca a sua
atenção em quatro vertentes (físico, técnico, tático e psicológico) e nos conteúdos a abordar em cada
uma das etapas de um modo geral, e de acordo com a idade dos praticantes, a proposta dos níveis de
desempenho no Futsal foca a sua atenção na compreensão dos conteúdos a abordar que dizem respeito
ao conhecimento do jogo enquanto desporto coletivo e à capacidade que os jogadores terão em resolver
os problemas do jogo de forma coletiva. Para além deste aspeto, a proposta dos níveis de desempenho no
Futsal não estipula a correspondência entre a idade dos praticantes e os conteúdos a abordar, mas centra
a sua atenção na qualidade de jogo evidenciada pelos próprios praticantes.

FUTSAL 17
3. ESCALÕES ETÁRIOS/NÍVEIS DE DESEMPENHO
Num estudo realizado recentemente por Mendes, J.L. (2014) tendo por base os cinco escalões etários
institucionalizados pela FPF, Sub 11, Sub 13, Sub 15, Sub 17 e Sub 19, teve como objetivo a definição de
conteúdos de treino e processos para o ensino do jogo nas diferentes etapas do processo de especialização
desportiva no Futsal. Este trabalho pretendeu balizar uma progressão de ensino / aprendizagem do jogo
de Futsal baseada em competências para a prática do jogo, pela definição de quais os conteúdos (ações
individuais, conhecimento do jogo e seus objetivos, organização posicional e estrutural, e organização
funcional e dinâmica) a abordar em cada nível de desempenho/escalões de formação no Futsal, de acordo
com o apresentado no quadro 3. O referido estudo teve por base a opinião de 44 treinadores em atividade na
época desportiva 2013/2014

QUADRO 3 - Relação dos conteúdos com os respetivos escalões de formação. Mendes, J.L. (2014)

ESCALÕES ETÁRIOS

CONTEÚDOS
ÁREAS SUB 11 SUB 13 SUB 15 SUB 17 e 19

-Aspetos coordenativos, -Aspetos -Idem aos Sub 13; -Diminui a


de lateralidade e coordenativos, -Reforço do importância
Ações
agilidade; de lateralidade e trabalho nas ações dos conteúdos
individuais
-Relacionamento com agilidade; técnicas individuais relacionados com
com e sem
a bola; -Relacionamento defensivas. a coordenação,
bola -Ações técnicas com a bola e todas lateralidade e
individuais ofensivas as ações técnicas agilidade;
com bola. individuais ofensivas -Manter a relevância
-Ações ofensivas com bola; das ações técnicas
(desmarcações) e -Ações ofensivas individuais
defensivas sem bola. sem bola ofensivas com e sem
introduzindo bola e defensivas.
a simulação
e defensivas
introduzindo o
acompanhamento
defensivo.

-Jogo como um projeto -Compreensão -Incrementar -O jogo assume-se


Conhecimento coletivo; -Privilegiar as dos PEJ; exercícios que definitivamente
estruturas 2x2 e 3x3. -Diferenciação de tenham por objetivo como um projeto
do jogo e seus
comportamentos trabalhar as coletivo;
objetivos
em virtude de se ter diferenças entre ter -Jogo com
ou não a posse de ou não a posse de organização
bola; bola; estrutural e
-Continuar a - Trabalhar as ações funcional cada vez
privilegiar as técnicas individuais mais complexa;
estruturas 2x2, 3x3 em contextos -O trabalho
e introduzir 4x4. de organização específico do GR é
coletiva. fundamental, bem
como as situações

18 F.P.F
Os resultados revelam Trabalho específico -Inicio da de bola parada;
que os conteúdos do GR. especialização -Os atletas devem
destas áreas não pelas funções a conseguir modificar
assumem particular desempenhar. comportamentos
destaque neste escalão. -Conhecimento em função da
Organização
das organizações forma de jogar do
posicional e
estruturais com adversário;
estrutural particular destaque -Início do trabalho
para o 1:3:1; das situações de
-Grande relevância risco 5x4+GR.
para o trabalho
específico do GR.

-Defesa individual -Enfase aos métodos


(marcações, de jogo defensivos;
compensações e -Situações de bola
Organização dobras); paradas;
-Início do trabalho -Transições em
funcional
das transições superioridade
e dinâmica
em superioridade e inferioridade
coletiva e inferioridade numérica;
numérica. -Forma de atuar em
função do adversário;
Situações de 4x3+GR.

Segundo Mendes, J.L. (2014) foi possível identificar algumas convergências entre os conteúdos identificados
pelos treinadores para os diferentes escalões de formação e os níveis de desempenho propostos por
Guilherme & Braz (2013), permitindo uma proposta de correspondência entre cada escalão de formação
institucionalizado pela FPF e o nível de desempenho preferencial a atingir no processo de desenvolvimento
desportivo do jogador de Futsal:

- Sub 11 vs Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo;
- Sub 13 vs Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo.
- Sub 15 vs Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo.
- Sub 17 Sub 19 vs Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo.

Consideramos que a conjugação entre os resultados obtidos no estudo de Mendes, J.L. (2014) e a proposta
de Guilherme & Braz (2013) podem ajudar a clarificar a sequência a seguir nas diferentes dimensões da
preparação técnico-tática do jogador de Futsal e a sequência que os conteúdos devem ter.
Apesar da proposta de correspondência entre os escalões de formação institucionalizados pela FPF e os
níveis de desempenho do jogador de Futsal, e considerando que o ensino do jogo não estará dependente
do escalão etário considerado, mas sim, do conhecimento do jogo evidenciado pelos atletas, consideramos
que a apresentação de uma proposta de formação para o Futsal se deve referenciar em função dos níveis de
desempenho e não dos escalões etários.
Tal como Balyi & Hamilton (2004), propuseram que a definição dos conteúdos de treino não devem ter
apenas em consideração a idade cronológica, mas sobretudo maturacional, consideramos que deveremos
ir mais além e atender a outros fatores que condicionam de sobremaneira a intervenção do treinador. Ao

FUTSAL 19
considerarmos as especificidades, por exemplo, espaço de resolução de problemas, tendo por base
dos diferentes distritos de Portugal, e dos clubes a complexidade do próprio jogo, em que as ações
que praticam Futsal, observamos realidades técnicas são vistas como um meio para atingir um
completamente distintas ao nível da idade em fim e não um fim em si mesmo. Este modelo tem
que os jogadores iniciam a sua prática, ao nível do por base os aspetos táticos do jogo, tendo por
número de horas de prática, da assiduidade aos base a compreensão dos princípios de jogo, sobre
treinos e competição (Serrano, Santos, Sampaio os quais assenta a tomada de decisão do que fazer
& Leite, 2013) ou mesmo ao nível do número de e como fazer nas diferentes situações de jogo
equipas e competitividade dos campeonatos (Bunker & Thorpe, 1982).
que disputam, com consequências óbvias nas A metodologia que tem vindo a ser mais utilizada no
capacidades e qualidades dos jogadores e das ensino do jogo de Futsal, vai ao encontro do modelo
equipas. Afigura-se dizermos que atletas que de ensino dos jogos para a compreensão, através
pertencem aos mesmos escalões etários, mas que da decomposição do jogo nas várias unidades
vivem diferentes realidades formativas e de cultura funcionais como são os casos das estruturas
de clube ou da existência ou não de ídolos, ou de (GR+1x1+GR); (GR+2x2+GR), (GR+3x3+GR), e
uma equipa de referência na modalidade na sua (GR+4x4+GR). Esta opção, teoricamente, parece
cidade ou região (aspeto de enorme relevância para apresentar uma certa lógica e coerência, contudo,
o desenvolvimento de peritos (Côté, Macdonald, em termos operacionais denota fragilidades, pois
Baker, & Abernethy, (2006)) terão, certamente, um é necessário perceber-se a diferença entre níveis
comprometimento e dedicação diferentes face de complexidade e de dificuldade das estruturas
à modalidade e deste modo, necessitam de um funcionais passíveis de serem propostas face
acompanhado diferenciado de outros. às capacidades individuais e relacionais dos
De acordo com o referido, de seguida jogadores (Guilherme & Braz, 2013). De acordo
apresentaremos uma proposta metodológica com a proposta de Vilar (2013) a dificuldade de
para operacionalização dos conteúdos de treno no um exercício pode ser definida tendo por base o
ensino do jogo de Futsal tendo por base os níveis de número de possibilidades de ação do portador
desempenho com correspondência aos conteúdos da bola em relação ao número de defensores que
apresentados nos Quadros 1,2 e 3. condicionam essas mesmas possibilidades de ação,
enquanto a complexidade do exercício pode ser
4. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA definida tendo em consideração a quantidade de
OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE informação que os jogadores necessitam atender
TREINO NO ENSINO DO JOGO DE FUTSAL para conseguir identificar as suas possibilidades
de ação, em relação ao que ocorre no jogo. Por
No passado, foi consensual que, no ensino dos exemplo, uma estrutura de GR+2x2+GR possui
JDC, primeiro se deveria dar ênfase às habilidades maior dificuldade, mas menor complexidade do
básicas do jogo, ao ensino hierarquizado das que uma estrutura de GR+4x3+GR. Enquanto que,
técnicas de uma forma isolada e repetitiva, na estrutura de GR+2x2+GR o portador da bola
dotando os jogadores de mais ferramentas tem todas as opções marcadas, mas tem que gerir
para intervirem no jogo. No entanto, verificou- apenas a relação com mais 1 atacante e o GR, na
se que esta abordagem levava a problemas na relação com 2 opositores mais o GR adversário, na
compreensão do jogo (Garganta, 1994). Face ao estrutura de GR+4x3+GR, o portador da bola tem
referido, uma das alternativas proposta ao modelo sempre uma linha de passe livre, ou ele mesmo
anterior foi o modelo de ensino dos jogos para a pode progredir livremente para a baliza em função
compreensão (Teaching Games for Understanding do posicionamento do adversário, mas tem que
– TGfU) que enfatiza que a atenção seja colocada gerir a relação com mais 3 atacantes e o seu GR em
no desenvolvimento da capacidade de jogo através relação a 3 opositores mais o GR adversário.
da compreensão tática do mesmo (Bunker & Quando ao nível do treino, para trabalharmos
Thorpe, 1982). A ideia do modelo anterior tem como ações individuais com bola (condução de bola,
objetivo deixar de ver o jogo como um momento de finta e remate), propomos jogos com a estrutura
aplicação de técnicas, para passar a vê-lo como um GR+1x1+GR, o objetivo principal é ultrapassar o

20 F.P.F
oponente direto e progredir para a baliza com dispõem dessa qualidade técnica que permite que
o intuito de fazer golo. Perante este cenário, é o jogo possa ter continuidade? E o jogador que
pertinente dizermos que as estruturas simples, passa a bola para onde se deve desmarcar? Para a
de complexidade reduzida, estão associadas frente, para trás, para a direita ou para a esquerda?
a níveis de desempenho iniciais ou escalões Admitimos que não e, como tal, advogamos que
etários mais baixos. A questão que se coloca é esta não é a melhor estrutura funcional para iniciar
a de saber se o principiante que evidencia uma o ensino do jogo.
fraca compreensão de jogo e défices técnicos que Analisando agora a estrutura GR+3x3+GR
limitam sobremaneira a sua relação com a bola, tem (estrutura considerada adequada por 59% dos
possibilidades de conseguir obter êxito perante treinadores para o escalão de sub 11 no estudo de
tais condições e exigências. Apesar de ser uma Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola, já tem 3
estrutura simples, devido ao número reduzido de possibilidades de linha de passe, se incluirmos a do
intervenientes, a estrutura GR+1x1+GR requer sem GR (apesar de esta estar condicionada pelo plano
dúvida uma qualidade técnica apurada para que o regulamentar). Por norma em termos posicionais
objetivo do exercício se concretize, pois o seu nível em relação à ocupação de espaços, o portador
de dificuldade é bastante elevado, o que se revela da bola ocupa o corredor central podendo-a
um contrassenso com os níveis de desempenho passar para o colega da direita ou esquerda,
inicias uma vez que a estes níveis estão associadas desmarcando-se de seguida através da realização
grandes debilidades técnicas. Face ao exposto de combinações diretas ou indiretas ou ficar a
consideramos que o praticante irá ter dificuldades dar apoio. Em termos de largura passa a existir
em obter êxito na realização de exercícios com uma ocupação equilibrada no campo, faltando
esta estrutura. Queremos com isto realçar que aqui um jogador em posições mais avançadas par
jogos com número reduzido de jogadores, ou seja, se solucionar o problema da profundidade. Para
menos complexos, podem apresentar um grau de jogadores principiantes com défice ao nível do
dificuldade elevado quanto às qualidades técnicas conhecimento do jogo poderão surgir aqui outros
e de conhecimento de jogo que os praticantes problemas. Segundo Guilherme & Braz (2013) neste
manifestam, condicionando a fluência do jogo e a nível os praticantes ainda não têm compreensão de
evolução do jogador. jogo que lhes permita perceber os posicionamentos
Na realização de exercícios de treino com estrutura que devem adotar em função da dinâmica que o
GR+2x2+GR (estrutura considerada adequada por jogo assume ou de acordo com os princípios de
73% dos treinadores para o escalão de sub 11 no jogo. Referindo ainda os mesmos autores que outra
estudo de Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola dificuldade que esta estrutura apresenta prende-
poderá optar entre duas situações, driblar um se com o facto de evidenciar uma configuração
dos adversários progredindo de imediato para a a atacar e outra a defender. Existe uma inversão
baliza e passar a bola e desmarcar-se fazendo-o de posicionamentos em relação ao jogador do
através de combinações simples ou diretas, ou corredor central que quando ataca se encontra
ficar a dar apoio (princípio da cobertura ofensiva). numa posição mais recuada e quando defende
Tendo já sido acima referidos alguns problemas posiciona-se numa posição mais avançada.
que se podem encontrar para que a primeira Achamos que esta estrutura poderá ter grande
opção tenha sucesso, em relação à segunda, outra relevância no ensino do jogo de Futsal, uma vez que
questão se levanta. Será que nestas idades os exige dos atacantes uma mobilidade permanente
praticantes já possuem um conhecimento do jogo e consequentemente, uma organização e
que lhes permita perceber qual é a melhor opção reorganização constante dos espaços de jogo,
a ser tomada? De facto, a qualidade de passe dos tanto ofensivos como defensivos, características
principiantes é muito débil e, no jogo que propomos, fundamentais para o jogo e jogador de Futsal, mas
os adversários estão sempre a uma distância pelo exposto anteriormente somos de opinião que
reduzida, e como tal a direção do passe tem que não será a mais indicada para se iniciar o ensino do
ser muito precisa. Também no plano da qualidade jogo nos níveis mais baixos.
da receção, pelos mesmos motivos, os praticantes Falta analisar o jogo na estrutura GR+4x4+GR
têm que revelar proficiência. Será que os jogadores (estrutura considerada adequada por 59% dos

FUTSAL 21
treinadores mas apenas para o escalão de sub 13 no
estudo de Mendes, J.L. (2014)). Segundo Guilherme
& Braz (2013) esta é a estrutura que evidencia
menores dificuldades para os principiantes
iniciarem a aprendizagem do jogo, quer a nível
técnico quer a nível tático, o que acaba por ser um
paradoxo em virtude de ser a estrutura de maior
complexidade. Os mesmos autores justificam a
sua opinião referindo que a nível técnico, como a
quantidade de jogadores é elevada, mesmo com
erros, a continuidade de jogo pode ser assegurada
de modo mais efetivo do que em estruturas
mais reduzidas. Ao nível tático, permite que os
praticantes iniciais, sem grande conhecimento
do jogo, ocupem de uma forma mais equilibrada e
organizada os espaços do jogo.
Outra reflexão que merece ser destacada diz Face ao referido, de modo a que os exercícios
respeito à compreensão dos princípios específicos de treino a utilizar permitam desenvolver a
de jogo (ofensivos – penetração, cobertura compreensão dos princípios de jogo ajustados às
ofensiva, mobilidade, espaço; defensivos – capacidades dos jogadores, consideramos que
contenção, cobertura defensiva, equilíbrio, o recurso a estruturas de GR+4x4+GR pode ser
concentração). No estudo levado a cabo por a mais apropriada. No entanto, estas situações
Mendes, J.L. (2014) (ver quadro 3) só no escalão deverão ser manipuladas (variação de espaço,
de Sub 13 os treinadores lhe conferem grau de sectores e corredores a ocupar, tamanho das
importância, embora os mesmos opinem que balizas, número de balizas) de modo a permitir
no escalão etário de Sub 11 o jogo já deve ser realçar os comportamentos individuais e os
trabalhado como um projeto coletivo. Segundo princípios específicos de jogo a trabalhar em cada
Travassos (2014) os princípios específicos de jogo escalão. O recurso a situações de superioridade /
são uma informação essencial para suportar o inferioridade numérica ou da existência de jokers
ensino do jogo como projeto coletivo, pois é através de apoio no exterior do campo a partir da lógica
deles que os jogadores iniciam o desenvolvimento de ocupação espacial da estrutura GR+4x4+GR
de comportamentos coletivos que permitem uma poderão também ser soluções viáveis a explorar
ocupação espacial equilibrada face ao objetivo (por exemplo GR+2x1+GR, GR+3x1+GR, GR+4x2+GR
momentâneo do jogo (atacar ou defender). ou GR+4x3+GR). Do mesmo modo, apesar de
Como pudemos verificar no Quadro 2 - Relação defendermos que a estrutura, GR+4x4+GR,
dos conteúdos com os respetivos níveis de constitui um bom ponto de partida, estamos
desempenho, adaptado de Guilherme & Braz (2013), convictos que outras estruturas funcionais,
os princípios específicos ofensivos (penetração em determinadas fases do processo ensino-
e cobertura ofensiva) e defensivos (contenção) aprendizagem, poderão assumir uma importância
fazem parte dos objetivos no nível básico. Deste muito particular, sobretudo se formos capazes de
modo, consideramos que os princípios específicos adequar as respetivas potencialidades intrínsecas
de jogo devem começar a ser trabalhados desde e a respetiva variação entre complexidade
o início do processo formativo no Futsal. Nesta e dificuldade inerente às mesmas, face às
perspetiva, cremos que a compreensão do jogo necessidades que os praticantes vão revelando ao
e a introdução de regras básicas para potenciar longo do seu percurso evolutivo.
a cooperação entre os jogadores na realização A reflexão que temos vindo a fazer remete-nos
de situações jogadas, como proposto por Balyi para o jogo na estrutura GR+4x4+GR enquanto
& Hamilton (2004) (ver quadro 1) para a etapa estrutura funcional mais adequada para iniciar
“FUNdamental stage” deverão ter por base os o processo de ensino-aprendizagem no jogo
referidos princípios. de Futsal. A questão que agora se coloca é a de

22 F.P.F
esse tipo de passe aconteça em condições
favoráveis, existe a necessidade de os jogadores se
posicionarem e movimentarem.
De acordo com Mendes, J.L. (2014) é no escalão
de Sub 15 que os jogadores devem passar a ter
consciência dos distintos posicionamentos
estruturais e das respetivas funções a
desempenhar tendo em vista a especialização
dos jogadores nas várias posições (fixo, ala e
pivô). Ocupar os espaços defensivos de uma forma
equilibrada e evidenciarem mobilidade ofensiva,
de acordo com as fases/momentos de jogo. De
acordo com o referido, e tendo em consideração que
a definição da organização estrutural e respetivo
sistema a utilizar deve ter um enfoque a partir
do escalão de Sub 15, consideramos que até este
saber qual a estrutura mais indicada para iniciar o escalão os jogadores devem passar por experiências
processo. Será o “1:3:1” o “1:4:0” ou o “1:2:2”? Tanto diferenciadas em termos de posições a ocupar
a proposta de Guilherme & Braz (2013) como no campo, não existindo preocupação com uma
o estudo de Mendes, J.L. (2014) convergem no organização estrutural rígida e claramente definida.
sentido de que a estrutura 1:3:1 é a mais favorável Até ao escalão de Sub 15, o ênfase do treino deverá
para a aprendizagem do jogo, referindo o último, apontar para o desenvolvimento de ações individuais
no seu estudo, que é no escalão de Sub 15 que se com e sem bola, associados ao desenvolvimento do
deve dar particular destaque ao conhecimento conhecimento do jogo, através da articulação entre
das várias organizações estruturais, com especial os princípios específicos do jogo, dotando, deste
ênfase nesta. Como já foi referido anteriormente modo, os jogadores de maior capacidade individual e
esta é a estrutura que permite uma ocupação plasticidade na relação com os colegas e adversários,
mais equilibrada dos espaços de jogo quer em bem como com os diferentes momentos do jogo. Ao
largura e profundidade, quer a defender como a invés o trabalho específico do GR deverá ter ênfase
atacar. Sabe-se que o tipo de passe mais seguro no escalão de Sub 13 assumindo grande relevância a
e simultaneamente mais eficaz é o que se realiza partir dos Sub 15.
na diagonal, isto porque, tendo em consideração o No que concerne ao método de jogo defensivo, os
posicionamento defensivo do adversário, o passe dados do estudo de Mendes, J.L. (2014) apontam
vertical (paralela), é provavelmente mais fácil de que é a defesa individual que melhor se ajusta
ser intercetado pelo defensor do portador da bola, ao ensino do jogo divergindo da opinião de
excetuando situações muito específicas de passes Guilherme & Braz (2013) que referem a defesa à
na paralela, onde a profundidade é conseguida, zona. Independentemente das características dos
mas em espaços afastados da baliza. Por outro métodos anteriormente referidos em que na defesa
lado, o passe lateral é, em muitas circunstâncias, individual o foco é o jogador e na defesa à zona é
um passe de risco, em virtude da proximidade e do o local onde a bola se encontra, ambos convergem
posicionamento fechado dos defensores. Todavia, no sentido de que um dos princípios essenciais
este tipo de passe, quando acontece, é realizado prende-se com a necessidade de uma ocupação de
em espaços mais curtos, após desmarcações de espaço equilibrada face aos referenciais do jogo
apoio, precedidas de desmarcações de rutura (bola e baliza) de modo a que os caminhos para
interrompidas (quebras), de forma a ultrapassar a baliza estejam protegidos e que o defensor do
o posicionamento defensivo próximo dos portador da bola esteja protegido pela cobertura
defensores, anulando o risco existente. Assim, o defensiva. Segundo Guilherme & Braz (2013),
passe em diagonal é o mais frequente e permite, mesmo que o defensor do portador da bola esteja
simultaneamente, uma maior continuidade e protegido por duas coberturas defensivas, uma
segurança do jogo ofensivo. Contudo, para que de cada lado, se estiver na zona central, ou apenas

FUTSAL 23
uma interior se estiver no corredor lateral, em anteriormente, a utilização das referidas situações
virtude da exterior ser a linha limitadora do campo, de inferioridade / superioridade numérica poderão
a(s) cobertura(s) têm, obrigatoriamente, que estar ser utilizadas desde o início da formação dos
posicionada(s) em diagonais recuadas e fechadas, jogadores como forma de compreensão do jogo
isto é, próximas do defensor que está sobre o em estruturas simplificadas ao nível da dificuldade
portador da bola, caso contrário não conseguem e complexidade do jogo, ou no treino de ações
ser eficazes. Neste sentido, as configurações de técnicas em contexto representativo (por exemplo
losango e de triângulo, também para a defesa, são 2x1 ou 3x1 em posse de bola para treino do passe).
catalisadoras e facilitadoras dos comportamentos O mesmo estudo refere que os conteúdos
pretendidos e do entendimento do modo de jogar relacionados com a organização funcional e
para que se possa defender com equilíbrio. dinâmica coletiva apenas devem ser abordados
De acordo com o referido, mais do que discutir com maior ênfase nos escalões de Sub 17 e Sub 19.
se o ensino do jogo se deve iniciar pela defesa Para que isso aconteça, de forma clara, permitindo
individual ou pela defesa zona, consideramos o desenvolvimento da capacidade dos jogadores
que o fundamental, tal como para o processo face às exigências de jogo atuais, é necessário
ofensivo, será que até ao escalão de Sub 13 que todos os conteúdos referidos anteriormente
os jogadores adquiram de forma gradual, estejam consolidados. Nomeadamente, que nos Sub
capacidade de posicionamento individual e 11 e Sub 13 o conhecimento do jogo e as capacidades
equilíbrio coletivo tendo por base os princípios individuais sejam desenvolvidas, para que nos Sub
específicos defensivos. A variação entre alguns 15 se permita o desenvolvimento da organização
comportamentos de defesa zonal ou de defesa posicional e estrutural. Deste modo, nos Sub 17 e
individual, permitirão dotar os jogadores, mais uma 19, será possível proceder-se à especialização de
vez, de maiores capacidades individuais e de um comportamentos individuais e coletivos tendo
grande conhecimento do jogo que lhes permita uma por base o desenvolvimento de uma organização
aprendizagem mais efetiva dos diferentes métodos funcional e dinâmica coletiva que permitam
defensivos no futuro. aprender cada vez mais a competir e a ganhar, tal
Respeitante aos esquemas táticos, o estudo de como proposto por Balyi & Hamilton (2004).
Mendes, J.L. (2014) refere que estes devem assumir Por último, a questão que se coloca é como treinar
maior ênfase no treino a partir do escalão de todos estes aspetos ao longo das diferentes
Sub 15, considerando-se que a utilização destes etapas de aprendizagem do jogo? Consideramos
fragmentos do jogo poderão ser utilizados em que, desde o início do processo de formação, a
escalões mais baixos para o trabalho de ações decomposição da complexidade do jogo, sem lhe
individuais com e sem bola, desde a execução de retirar essência, e mantendo a representatividade
diferentes ações técnicas individuais ofensivas dos exercícios de treino (Travassos, 2014) será
com bola, até a ações técnicas individuais ofensivas importante na operacionalização do processo de
sem bola e defensivas. A utilização deste tipo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho.
situações, com oposição, permitirá em contextos Assim, tentaremos sustentar o processo ensino-
específicos e bem controlados, mantendo grande aprendizagem no desenvolvimento gradual de
parte dos “ingredientes” do jogo, um grande volume estruturas simplificadas de jogo, articulando
na execução das referidas ações. a sua funcionalidade para a melhoria das
Em relação às transições em superioridade/ capacidades individuais e coletivas na prática
inferioridade numérica, e de acordo com o do Futsal (Guilherme & Braz, 2013). Tendo por
estudo de Mendes, J.L. (2014), estas situações base a estruturação de conteúdos e os princípios
após transição de posse de bola, assumem papel anteriormente definidos para sustentar o processo
preponderante como conteúdos prioritários de ensino-aprendizagem, serão apresentados
treino desde logo a partir do escalão de Sub 13, de seguida alguns exemplos de exercícios que
uma vez que o seu entendimento é também ele consideramos adequados para cada um dos níveis
fundamental para a compreensão do jogo e da de desempenho. Estes exercícios têm como objetivo
transição entre os momentos (ataque / defesa) elucidar o tipo de intervenção requerido para
que o caracterizam. No entanto, tal como referido potenciar o processo de aprendizagem do jogo.

24 F.P.F
FUTSAL 25
5. CONSTRUÇÃO DE EXERCÍCIO DE TREINO DE
ACORDO COM OS CONTEÚDOS A ABORDAR NOS
DIFERENTES NÍVEIS DE DESEMPENHO

> 5.1 – Capacidades coordenativas com e sem bola


aplicadas em contextos básicos do jogo

Conteúdos prioritários a desenvolver:


Consideramos que o mais apropriado para este
nível, será melhorar o relacionamento com a
bola através da exercitação, em situações quer
analíticas, quer representativas de jogo, das ações
técnicas individuais ofensivas com bola onde
se dê enfoque a exercícios que visem também o
desenvolvimento das capacidades coordenativas
de multilateralidade e agilidade. Introdução dos
princípios específicos do ataque, a penetração
através da progressão em condução de bola,
drible, finta ou do passe para o colega com o
intuito de se dirigirem as ações técnico-táticas
para a baliza adversária e cobertura ofensiva
de modo a aumentar o número de soluções de
ataque do portador da bola (drible, passe, remate e
desmarcação). Por inerência a contenção por parte
de quem defende, e os princípios posicionais a ela
inerentes, em oposição ao princípio da penetração.
A compreensão destes princípios é fundamental
para que os jovens praticantes comecem a adquirir
conhecimento sobre o jogo e o entendam como
um projeto coletivo. Para tal, consideramos
a realização de jogos de baixa dificuldade e
complexidade com recurso a jokers apropriados
para este nível de desenvolvimento.

26 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da condução
de bola, o mais rápido possível sem perder o
controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e
agilidade.

Organização:
Posicionados conforme figura. No mínimo 1 bola 1
jogador.

Descrição:
Ao sinal do Professor/Treinador dirigem-se zona
adversária com o objetivo de irem “roubar” a bola
adversária (orientar condução para um objetivo).

Variantes:
Colocar várias obstáculos pelo caminho, defensor
na zona de meio campo para impedir progressão,
condução com o pé “fraco” etc.

Comportamentos desejados:
Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola,
orientar rápido a ação para o alvo.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola e o espaço
a proteger.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar
dirigido para o alvo;
- Manter a bola dentro do espaço motor;
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro tentando impedir a progressão dos
jogadores com bola.

FUTSAL 27
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da condução
de bola o mais rápido possível sem perder o
controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e
agilidade. Penetração vs contenção.

Organização:
Cada jogador com uma bola, num espaço
delimitado (área do GR).

Descrição:
Condução de bola. Ao sinal do Professor/Treinador
dirigem-se para a área no lado oposto (orientar
condução para um objetivo).

Variantes:
Colocar várias balizas, zonas de ponto, obstáculos
pelo caminho, defensor na zona de meio campo
para impedir progressão, etc.

Comportamentos desejados:
Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola,
orientar rápido a ação para o alvo.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola e o espaço
a proteger.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar
dirigido para o alvo;
- Manter a bola dentro do espaço motor;
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro tentando impedir a progressão dos
jogadores com bola.

28 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais: passe,
receção, condução de bola e remate. Coordenação,
lateralidade e agilidade

Organização:
Disposição conforme figura.

Descrição:
Percurso técnico: Condução de bola, passe e
remate. O jogador desloca-se seguindo a bola.
Após tempo definido inverter sentido do percurso,
condução de bola e remate com os dois pés.

Comportamentos desejados:
Executar ações técnicas com um mínimo de
correção.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Condução de bola com a cabeça levantada;
- Utilização de ambos os pés.

FUTSAL 29
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Exercitação das ações técnicas individuais, passe
e receção. Contenção com todos os princípios
posicionais que lhe são inerentes.

Organização:
Grupos de 4 ou 5 jogadores, distribuídos num
espaço ± 10mx10m.

Descrição:
Jogo do “meinho”. O defensor que se encontra no
meio, ao tocar na bola troca de posição com o
atacante que a perdeu. Limitar o número de toques
por jogador, colocar objetivos para o número de
passes, etc.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Procura da linha de passe que se
encontra livre, orientar a receção sem perder o
domínio da bola, passe direcionado.
Defensor - revela comportamentos defensivos
inerentes ao princípio da contenção executando um
posicionamento defensivo correto.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Ver o que se passa à volta para escolher a melhor
solução para o passe;
- Imprimir velocidade à bola na execução do passe;
- Receções orientadas;
- O defensor deve orientar corretamente os apoios;
- Posição defensiva com os apoios um à frente do
outros e pernas ligeiramente fletidas.

30 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais.
Penetração através da progressão em condução
de bola, drible ou finta e passe tendo em vista o
objetivo do exercício. Contenção em oposição ao
princípio da penetração.

Organização:
Grupos de dois jogadores, 4 balizas (ou mais) e um
defensor em cada baliza.

Descrição:
Os pares tentam passar a baliza com a bola
controlada. Se o defensor intercetar a bola passa a
atacar e o atacante que a perdeu passa a defender.
Inverter o sentido do percurso.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Não perder o domínio da bola. Passar a
baliza com a bola controlada através de condução,
drible ou passe para o colega. Escolher o melhor
momento para passar a bola.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola, o espaço a
proteger e o atacante sem bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar
dirigido para o alvo;
- Atacar o defensor e passar a bola ao colega livre;
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro tentando impedir a progressão dos
jogadores com bola.

FUTSAL 31
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Melhorar a relação com a bola através da
exercitação das ações técnicas individuais.
Penetração através da progressão em condução
de bola, drible ou finta e passe, cobertura ofensiva
dando solução, através da criação de linha de
passe segura, ao portador da bola. Contenção em
oposição ao princípio da penetração, e retorno
defensivo.

Organização:
GR+2+1x1+GR em dois setores.

Descrição:
Jogo GR+2x1 no setor defensivo. Após a bola
passar para o setor ofensivo, quer seja através do
passe em profundidade quer seja em condução de
bola, joga-se: 1xGR, 2xGR ou 2x1+GR. O defensor
terá que fazer retorno.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Procura da linha segura para executar
o passe com o objetivo de se passar a jogar no
setor ofensivo; orientar a bola para a frente, após
passe em profundidade um dos atacantes deve
penetrar para a baliza.
Defensor - revela comportamentos defensivos
inerentes ao princípio da contenção executando um
posicionamento defensivo correto e modo a evitar
a progressão dos atacantes. Retorno defensivo
rápido por forma a impedir a finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Ver o que se passa à volta para escolher a melhor
solução para o passe imprimindo velocidade à bola;
- Atacar o defensor antes de realizar o passe;
- Após receção da bola, orientá-la para a baliza
adversária;
- O defensor deve orientar corretamente os
apoios em função do local onde se encontra a bola.
Distância ao portador da bola;
- Condicionar a ação do atacante com bola levando-o
para zonas mais laterais;
- Retorno defensivo na direção da baliza.

32 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva.
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola e drible).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (desarme e posicionamento defensivo).

Organização:
Organizar grupos de 3 jogadores.

Descrição:
Jogo 1x1 + Joker. Para o golo ser válido tem que
passar a baliza com a bola controlada.

Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária. Após o passe poderá optar por
entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo
uma linha de passe que permita a continuidade
do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura
ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O portador da bola atacar o defensor;
- Quando realizar o passe ao jogador livre deve:
a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe
segura com objetividade;
b) caso percecione que o colega pode progredir no
terreno ou jogar 1x1 deve, fazer cobertura ofensiva.
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro protegendo sempre espaço entre o
atacante e a baliza.
- Distância ao portador da bola, pé dominante do
adversário,
- Melhor momento para desarmar.

FUTSAL 33
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva,
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (marcação, desarme interceção e
posicionamento defensivo).

Organização:
Organizar grupos de 5 jogadores.

Descrição:
Jogo 2x2 + Joker. Um jogador da equipa que
defende é sempre GR. Criam-se situações de
3x(1+GR).

Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária podendo passar a bola a um
dos colegas que se encontra livre ou driblando o
defensor. Após o passe poderá optar por entre
duas soluções: desmarcar-se oferecendo uma linha
de passe que permita a continuidade do jogo ou
ficar a dar apoio realizando cobertura ofensiva.
Caso opte pela primeira situação o colega que não
recebeu a bola deve realizar cobertura ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O portador da bola atacar o defensor;
- Passar a bola a um dos jogadores livres:
a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe
segura;
b) ocupar uma posição que lhe permita fazer
contenção caso o colega perca a posse de bola.
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro protegendo sempre espaço entre o
atacante e a baliza.

34 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva.
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (desarme e posicionamento defensivo).

Organização:
Organizar grupos de 2 jogadores.

Descrição:
Jogo 2x2. Um dos elementos da equipa que
defende é GR.

Comportamentos desejados:
Atacante com bola - procura dirigir as ações para
a baliza adversária. Após o passe poderá optar por
entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo
uma linha de passe que permita a continuidade
do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura
ofensiva.
Defensor - revela comportamentos defensivos
impeditivos de progressão dos adversários,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O portador da bola atacar o defensor;
- Quando realizar o passe ao jogador livre deve:
a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe
segura com objetividade;
b) caso percecione que o colega pode progredir no
terreno ou jogar 1x1 deve, fazer cobertura ofensiva.
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro protegendo sempre espaço entre o
atacante e a baliza.
- Distância ao portador da bola, pé dominante do
adversário,
- Melhor momento para desarmar.

FUTSAL 35
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva,
Ações técnicas individuais ofensivas com bola
(passe, receção, condução de bola, drible e remate).
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola
(desmarcações). Ações técnicas individuais
defensivas (marcação, desarme interceção e
posicionamento defensivo).

Organização:
Formar equipas de 3 jogadores + 2 Jokers.

Descrição:
Jogo GR + 2 x 2 + GR + 2 Jokers. Dividir o espaço
em 4 quadrados iguais. Em cada quadrado podem
estar, no máximo, dois atacantes e um defensor. O
atacante ao passar a bola a um dos seus colegas
deverá dar apoio. Os defensores devem ocupar
sempre o quadrado onde se encontra a bola.
Criam-se situações de 2x1 em espaços delimitados
com o objetivo de facilitar a progressão para a
baliza adversária aumentando as hipóteses de
finalização. Os Jokers jogam sempre da equipa que
tem a posse de bola.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O portador da bola atacar o defensor; se lateralizar
o passe deverá fazer cobertura ofensiva. Se
verticalizar o passe deverá de imediato ir dar apoio.
- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha
de passe segura de forma a permitir a continuidade
do jogo;
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro protegendo sempre espaço entre o
atacante e a baliza, ocupando o quadrado em que se
encontra a bola.

36 F.P.F
FUTSAL 37
5.2 NÍVEL ELEMENTAR - ENTENDIMENTO DO JOGO ENQUANTO PROJETO COLETIVO
Conteúdos prioritários a desenvolver:
Neste nível propomos a continuidade do trabalho relacionado com o desenvolvimento das habilidades
técnicas no contexto de jogos básicos de Futsal com o objetivo que o jogo tenha continuidade e dinâmica.
Deverá dar-se maior ênfase a exercícios que visem desenvolver as ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulação e desmarcação) através de combinações simples e diretas. Promover exercícios através dos
quais se dê relevância a aspetos relacionados com a cooperação e oposição tendo por base os princípios
específicos da cobertura ofensiva e defensiva com o objetivo de distinguir quais os comportamentos a
adotar em função de se ter ou não a posse de bola. No ataque os jogadores que não têm a bola devem
perceber a importância do apoio ao portador da bola, através de linhas de passe seguras, para que o jogo
tenha continuidade, na defesa o praticante que não está a marcar diretamente o portador da posse de bola
deve realizar ações defensivas com o objetivo de ajudar o jogador que está a realizar contenção com um
posicionamento defensivo adequado em relação ao contexto que se verifica. É importante ainda na defesa,
incrementar o trabalho das ações coletivas elementares defensivas como as marcações, compensações e
dobras. Com o cumprimento destes pressupostos o jogo começa a ser realmente entendido como um projeto
coletivo. Exercícios direcionados para o trabalho específico do GR e para as situações de transição em
superioridade e inferioridade numérica. Para tal, consideramos importante continuar a promover exercícios
com recurso a jokers ou a situações de vantagem numérica em espaços delimitados como elementos
facilitadores da continuidade do processo ofensivo, obrigando também a uma reorganização mais rápida no
processo defensivo.

38 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.
Transições em superioridade/inferioridade
numérica.

Organização:
Formar 2 colunas conforme figura.

Descrição:
Situações de 2x1+GR. O exercício começa com
a reposição do GR num dos jogadores que se
encontram na zona central. Estes ao receberem
a bola atacam 2x1. O defensor se intercetar a
reposição do GR finaliza.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Orientação do jogo para a baliza
adversária o mais rápido possível. Finalização no
menor tempo possível.
Defensor - retarda a progressão e finalização dos
atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza
adversária.
- Atacante com bola deve atacar defensor para
depois fazer o passe.
- Atacante sem bola deve dar linha de passe.
- Defensor deve tentar cortar linha de passe.

FUTSAL 39
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.
Transições em superioridade/inferioridade
numérica.

Organização:
Formar grupos de 3 jogadores.

Descrição:
Situações de GR+3x1+GR. A equipa de 3 (pretos)
ataca consecutivamente as duas balizas.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo em largura (três corredores).
Orientação do jogo para a baliza adversária o mais
rápido possível. Finalização no menor tempo possível.
Defensor - retarda a progressão e finalização dos
atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza
adversária.
- Progressão no campo através da condução de
bola, no corredor central, para diminuir o tempo de
finalização.
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- Deslocamento rápido do defensor com o intuito de
retardar a progressão dos atacantes e provocar erro
no passe.

40 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com
bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulações e desmarcações) através de
combinações simples e diretas. Ações técnicas
individuais defensivas (marcação, desarme
interceção e posicionamento defensivo). PEJ
penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva.

Organização:
Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.

Descrição:
Jogo 3x3, em 20mx20m, delimitado por uma linha
central. A equipa que não tem posse de bola só
pode colocar dois jogadores no meio campo onde a
bola se encontra. Criam-se situações de 3x2.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O atacante com bola deve atacar o defensor direto;
- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha
de passe segura de forma a permitir a continuidade
do jogo;
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- O 1º defensor (contenção) deve defender com os
apoios um à frente do outro protegendo sempre
espaço entre o atacante e a baliza;
- O 2º defensor deve ter preocupação em realizar
cobertura.

FUTSAL 41
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção, posicionamento defensivo e
dobras). PEJ penetração vs contenção; cobertura
ofensiva vs cobertura defensiva.

Organização:
Formar equipas de 2 jogadores + jokers.

Descrição:
Jogo 2x2 + 1 joker que dá profundidade no espaço
delimitado (± 6m) a toda a largura do campo. O
joker se receber a bola pode finalizar ou assistir os
colegas de equipa.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo em largura e profundidade.
Orientação do jogo para a baliza adversária.
Vantagem numérica para a equipa que ataca.
Enquadramento do joker (orientação espacial) para
com a baliza.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço
de jogo em função do local onde se encontra a
bola, o posicionamento dos atacantes e as balizas,
reorganização defensiva rápida caso o joker receba
a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para o
posicionamento dos defensores e ajuste das suas
posições no sentido de conseguirem virar o sentido
do jogo;
- Progressão no campo através do passe em
profundidade para diminuir o tempo de finalização.
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- Deslocamentos rápidos dos defensores face à
profundidade dada pelos atacantes.

42 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com
bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem
bola (simulações e desmarcações) através de
combinações simples e diretas. Ações técnicas
individuais defensivas (marcação, desarme
interceção, posicionamento defensivo e dobras).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva.

Organização:
Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.

Descrição:
Jogo 3x3, em 20mx20m. Um dos elementos da
equipa que não tem a bola é GR. Criam-se situações
de 3x2.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica
para a equipa que ataca.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- O atacante com bola deve atacar o defensor direto;
- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha
de passe segura de forma a permitir a continuidade
do jogo;
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- O 1º defensor (contenção) deve defender com os
apoios um à frente do outro protegendo sempre
espaço entre o atacante e a baliza;
- O 2º defensor deve ter preocupação em realizar
cobertura.

FUTSAL 43
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva.

Organização:
Formar equipas de 2 jogadores + 2 jokers, em meio
campo.

Descrição:
Jogo 2x2 + 2Jokers, em 20mx20m. As balizas
pequenas não pertencem a nenhuma equipa, as
equipas pontuam (golo) sempre que passarem a
bola por entre os mecos e dirigida a um colega que
continua com a posse de bola.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada
do espaço de jogo evitando a aglomeração dos
jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para
a equipa que ataca. Capacidade de virar o sentido de
jogo em função do posicionamento dos defensores.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço de
jogo em função do local onde se encontra a bola, o
posicionamento dos atacantes e as balizas.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para o
posicionamento dos defensores e ajuste das suas
posições no sentido de conseguirem virar o sentido
do jogo;
- Posicionamento ofensivo equilibrado pelos jokers.
- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha
de passe segura de forma a permitir a continuidade
do jogo;
- Quando recebem a bola devem-se orientar de
imediato para a baliza adversária.
- Deslocamentos rápidos dos defensores face à
inferioridade evidente.

44 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura
ofensiva vs cobertura defensiva. Transições em
superioridade/inferioridade numérica.

Organização:
Equipas de 2.

Descrição:
Jogo GR+2x2+GR em meio campo. Sempre que um
atacante falhar um passe tem que ir tocar no poste
da baliza da equipa adversária. Criam-se situações
de GR+2x1+GR.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Orientação do jogo para a baliza
adversária o mais rápido possível. Combinações a
dois jogadores.
Defensores – devem coordenar as suas ações
para retardarem a progressão e finalização dos
atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza
adversária.
- Atacante com bola deve atacar defensor para
depois fazer o passe.
- Atacante sem bola deve dar linha de passe através
de combinações simples e diretas.
- Defensor do portador da bola deve encurtar
espaço para limitar a ação do atacante.
- 2º defensor ter a perceção do espaço existente
entre o portador da bola e o 1º defensor para tomar
a decisão de estar mais expectante para realizar
ações de cobertura ou pressionar mais a linha de
passe para o atacante sem bola.

FUTSAL 45
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva. Ações técnicas individuais
ofensivas com bola (passe, receção, condução de
bola, drible e remate). Ações técnicas individuais
ofensivas sem bola (simulações e desmarcações).
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
Ações coletivas elementares defensivas
(marcações, compensações e dobras).

Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição:
Jogo GR + 2x2 + GR em que cada equipa possui
mais dois jokers, no exterior do campo, que podem
circular livremente no espaço ofensivo criando-se
assim situações de GR + 4x2 +GR com o objetivo
de facilitar a progressão para a baliza adversária
aumentando as hipóteses de finalização. Os jokers
poderão posicionar-se os dois lateralmente ou 1
lateral e 1 linha de fundo.

Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram criar situações de
superioridade numérica, aproveitando os apoios,
para progredir e finalizar. Ao ganhar superioridade
numérica direcionar comportamentos para a baliza
adversária.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes, evidenciando correta colocação dos
apoios em função do local onde se encontra a bola.
O defensor que não está a defender o portador da
bola deve posicionar-se de forma a poder realizar
contenção caso o seu colega seja ultrapassado.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Deve tirar vantagem utilizando o posicionamento
dos apoios exteriores, direcionando os
comportamentos para a baliza adversária.
- O defensor deve defender com os apoios um à
frente do outro protegendo sempre espaço entre
o atacante e a baliza, percebendo a diferença no
posicionamento em função da posição do apoio
exterior (linha lateral ou final);
- O segundo defensor deve realizar cobertura
defensiva para compensações e dobras.

46 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Ações técnicas individuais ofensivas com bola.
Ações técnicas individuais ofensivas sem bola.
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme, interceção e posicionamento defensivo).
PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.

Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição:
GR+4x4+GR, em cada quadrado pode estar 2
atacantes e 1 defesa, o atacante que passar a bola
pode dar apoio ao atacante, mas quando perder
a posse de bola regressa ao seu quadrado. Criar
situações de 2x1, para facilitar a progressão e
finalização.

Comportamentos desejados:
Atacantes - Vantagem numérica para a equipa que
ataca no espaço delimitado.
Defensores - impedem a progressão e finalização
dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza
adversária.
- Atacante sem bola deve dar linha de passe através
da procura de linha de passe.
- Defensor deve posicionar os apoios em função do
pé dominante do atacante e da ocupação do espaço
pelos atacantes.

FUTSAL 47
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs
cobertura defensiva. Ações técnicas individuais
ofensivas com bola (passe, receção, condução de
bola, drible e remate). Ações técnicas individuais
ofensivas sem bola (simulações e desmarcações).
Ações técnicas individuais defensivas (marcação,
desarme interceção e posicionamento defensivo).
Ações coletivas elementares defensivas
(marcações, compensações e dobras). Situações de
superioridade numérica em espaços delimitados.

Organização:
Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição:
Jogo GR + 4x4 + GR. A equipa que não tem a posse
de bola terá que ter 2 jogadores na zona ofensiva e
2 jogadores na zona defensiva; a equipa que ataca
pode ter sempre 3 jogadores no espaço onde se
encontra a bola.

Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram progredir no terreno e criar
situações de finalização em superioridade numérica,
explorando os desequilíbrios momentâneos impostos
pelas regras do exercício.
Defensores - procuram coordenar as suas ações
para ocupação equilibrada do espaço em função da
bola e das distâncias entre os jogadores, de modo a
impedirem a progressão e finalização dos atacantes,
evidenciando correta colocação dos apoios em
função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Tirar vantagem da superioridade numérica no
espaço delimitado;
- O colega livre deve procurar criar linha de passe
segura, cobertura ofensiva, para dar continuidade
ao jogo;
- Reforçar a necessidade de ajuste constante nos
posicionamentos em função dos comportamentos
dos colegas e principalmente dos adversários.

48 F.P.F
FUTSAL 49
5.3 NÍVEL INTERMÉDIO - ORGANIZAÇÃO POSICIONAL E ESTRUTURAL PARA AS DIFERENTES
FASES/MOMENTOS DO JOGO

Conteúdos prioritários a desenvolver:


Aumentar a complexidade do contexto para desenvolver as habilidades específicas do jogo em função das
apetências dos praticantes. No ataque, introdução aos princípios específicos da mobilidade e espaço os
quais se assumem como preponderantes para se conseguir jogar com mais largura e profundidade com o
objetivo de se dar mais dinâmica e continuidade ao jogo. Promover exercícios para desenvolver a articulação
funcional nas várias organizações estruturais, com especial incidência no sistema 1:3:1. Em termos defensivos
os princípios do equilíbrio e concentração que irão ser o suporte básico da organização defensiva coletiva.
Ações coletivas elementares defensivas complexas através da aprendizagem dos princípios inerentes aos
métodos de jogo defensivos. Neste nível as situações de estratégia ofensivas/defensivas (fragmentos do
jogo) assumem alguma relevância. Exercícios que promovam a sistematização dos conteúdos de atacar em
superioridade numérica igualdade numérica e de defender em inferioridade numérica. O trabalho específico
do GR é fundamental. Pretende-se cada vez mais um aumento significativo da qualidade de jogo quer em
termos individuais quer coletivamente.

50 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio.
Exercitação das ações técnicas individuais em
contexto de jogo.

Organização:
3 equipas de 3 jogadores.

Descrição:
Jogo 3x3x3. A equipa de posse de bola tenta passar
a bola entre os cones (espaço de passagem) para
a equipa de cinzento. A equipa que está no meio
tenta intercetar a bola, caso o consigam invertem
os papéis.

Comportamentos desejados:
Atacantes - procuram através do passe encontrar
situações favoráveis que lhes permitam passar a
bola sem que seja intercetada.
Defensores – articularem a 1ª e 2ª linha defensivas
para que não permitam o sucesso do passe. Caso
o passe seja efetuado com sucesso, reorganização
defensiva rápida.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Desmarcação sem bola para receber o passe.
- Posicionamento dos atacantes em largura.
- Postura do defensor em função do pé hábil do
atacante e do espaço de passagem.
- Articular ações entre os jogadores da 1ª e 2ªlinhas
defensivas.

FUTSAL 51
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.

Organização:
Grupos de 3 + 2 jokers.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR + 2 jokers que servem de apoios
laterais com o objetivo de dar continuidade ao jogo
face à superioridade numérica que proporcionam.

Comportamentos desejados:
Atacantes – largura e profundidade na posse da
bola. Exploração dos apoios nas alas para encontrar
situações de finalização. Mobilidade dos jogadores
sem bola para dar continuidade ao jogo.
Defensores – pressão ao portador da bola. Melhoria
da coordenação entre os jogadores da 1ª e 2ª linha.
Coberturas defensivas constantes para impedirem a
progressão dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para aproveitarem
a superioridade numérica quer em largura quer em
profundidade.
- Perceber as situações espaciais que possibilitam
ações na estrutura 1:3:1.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola, do posicionamento dos atacantes e dos jokers.

52 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo. Articulação funcional na estrutura
1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade
numérica.

Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios
ao receberem a bola passam a jogar. O jogador que
fez o passe sai e assume as funções de apoio. Os
apoios podem deslocar-se ao longo de toda a zona
lateral.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do
jogo, permanente procura e criação de espaços
para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional
dos apoios em função do posicionamento
defensivo adversário. Criação de situações de
superioridade numérica para finalizar com especial
relevância para 1xGR.
Defensores – procuram coordenar as suas ações
para impedirem a progressão e finalização dos
atacantes. O defensor que se encontra do lado
contrário à bola deve adotar um posicionamento
que permita impedir situações de 1xGR. Coberturas
defensivas constantes e reorganização defensiva
rápida se apoio exterior entrar em campo.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Orientação do jogo dos apoios para finalização com
exploração de situação 1xGR.
- Aproveitar a vantagem posicional dos apoios para
criar situações de finalização.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Equilíbrio defensivo com o terceiro defensor a
assumir um posicionamento que impeça situações
de 1xGR.

FUTSAL 53
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo. Articulação funcional na estrutura
1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade
numérica.

Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado da baliza, na linha de fundo. Os apoios
ao receberem a bola devem assistir. O GR não pode
sair do enfiamento dos postes.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos
apoios em função da profundidade que dão ao jogo.
Defensores – procuram coordenar as suas ações
para impedirem a finalização dos atacantes. Fecho
das linhas de passe em profundidade. Reorganização
defensiva rápida sempre que a bola entre nos apoios
por forma a evitar a finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Focar a atenção dos apoios para assistirem rápido
os atacantes em função do espaço que criam.
- Focar a atenção dos jogadores em função das
tarefas e funções a desempenhar na estrutura 1:3:1.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola, do posicionamento dos atacantes e dos apoios
fechando linhas de passe em profundidade.

54 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.

Organização:
Grupos de 3 + 3 jokers.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR + 3 jokers. 2 são apoios laterais
para dar largura e 1 de fundo para dar profundidade
com o objetivo de haver continuidade face à
superioridade numérica que proporcionam. Os
apoios jogam a dois toques.

Comportamentos desejados:
Atacantes – largura e profundidade na posse
da bola. Exploração dos apoios nas alas e no
fundo para encontrar situações de finalização.
Mobilidade dos jogadores sem bola para dar
continuidade ao jogo. Orientação do jogo para a
baliza adversária.
Defensores – pressão ao portador da bola.
Melhoria da coordenação entre os jogadores da
1ª e 2ª linha. Coberturas defensivas constantes
para impedirem a progressão dos atacantes.
Reorganização permanente em inferioridade de
forma a reduzir os espaços de finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para aproveitarem
a superioridade numérica quer em largura quer em
profundidade.
- Perceber as situações espaciais que possibilitam
ações na estrutura 1:3:1.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola, do posicionamento dos atacantes e dos jokers.
- Realçar a possibilidade de algumas trocas
defensivas para potenciar a ocupação espacial em
função dos atacantes e da bola

FUTSAL 55
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.

Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um
de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios
têm uma bola no pé e poderão entrar em campo
sempre que o colega sair do espaço de jogo, do
mesmo lado, com a bola controlada.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos
apoios em função do posicionamento defensivo
adversário. Criação de situações de superioridade
numérica para finalizar.
Defensores – procuram coordenar as suas ações para
impedirem a progressão e finalização dos atacantes.
O defensor que se encontra do lado contrário à bola
deve adotar um posicionamento que permita impedir
situações de 1xGR. Coberturas defensivas constantes
e reorganização defensiva se apoio exterior entrar
em campo.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Orientação do jogo dos apoios para finalização com
exploração de situação 1xGR.
- Aproveitar a vantagem posicional dos apoios para
criar situações de finalização.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Equilíbrio defensivo com o terceiro defensor a
assumir um posicionamento que impeça situações
de 1xGR.

56 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.

Organização:
Grupos de 5 jogadores + GR

Descrição:
O jogo inicia-se GR+3x3+GR tendo cada equipa
2 apoios laterais (1 de cada lado) que circulam
no exterior nas laterais do campo. No ataque,
sempre que se pretender tirar vantagem pelo
posicionamento dos apoios poder-se-á fazê-lo
através do passe passando a equipa a atacar com 4
elementos + GR. Por sua vez, sempre que a situação
anterior se verifique, o defensor do lado contrário
deverá também entrar, para que as equipas joguem
com o mesmo número de jogadores.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do
jogo, permanente procura e criação de espaços
para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional
do apoio.
Defensores – fecho da equipa, em largura, e
reorganização defensiva permanente para impedir
a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Aproveitar a vantagem de ter superioridade
espacial e numérica momentânea para criar
situações de finalização. Atacante ao receber a bola
deve estar posicionado de modo a direcionar de
imediato as suas ações para a baliza e receber a bola
de forma orientada para ganhar vantagem espácio-
temporal.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Funções e responsabilidades de cada defensor em
função do local em que a bola se encontra.

FUTSAL 57
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.

Organização:
Grupos de 3.

Descrição:
Jogo GR+3x2+2+GR. Os 3 atacantes, que se
situam na zona de meio campo, recebem bola do
GR e escolhem o sentido do ataque. Os outros
dois defensores fazem retorno defensivo para
tentarem anular a situação evidente de 3x2. O jogo
termina quando a bola sair.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Receção orientada para a baliza
adversária. Velocidade na condução de bola para
conseguirem finalizar em superioridade numérica.
Dar solução de passe ao portador da bola.
Defensores – Equilíbrio defensivo de forma a retardar
a progressão do ataque, esperar que os jogadores
que fazem retorno cheguem para se anular a situação
de inferioridade numérica.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Finalizar a situação de superioridade numérica
evidente.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas
de passe em profundidade.

58 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada
vez mais complexo. Transições em superioridade/
inferioridade numérica.

Organização:
Grupos de 3.

Descrição:
Os 3 atacantes atacam consecutivamente as
duas balizas. O exercício inicia-se com reposição
do GR, os atacantes atacam os dois defensores,
após finalizarem a ação ou perderem a posse de
bola atacam a outra baliza onde já se encontra
um defensor. Um dos outros dois defensores faz
retorno defensivo. Criam-se situações de 3x2, 3x1
ou 2x1.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Receção orientada para a baliza
adversária. Velocidade na condução de bola para
conseguirem finalizar em superioridade numérica.
Dar solução de passe ao portador da bola.
Defensores – Equilíbrio defensivo de forma
a retardar a progressão do ataque e esperar
que o jogador que faz o retorno chegue. Evitar
finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Finalizar a situação de superioridade numérica
evidente.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas
de passe em profundidade.

FUTSAL 59
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos:
Trabalhar o jogo como um projeto coletivo.
Penetração vs contenção e cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio,
espaço vs concentração. Exercitação das ações
técnicas individuais em contexto de jogo cada vez
mais complexo.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR+ Joker.

Descrição:
Jogo GR+3x3+GR com 1 joker.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional do apoio.
Defensores – fecho da equipa, em largura, e
reorganização defensiva permanente para impedir a
abertura de espaços para o adversário finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Focar a atenção dos jogadores para a vantagem
posicional em função de terem mais um jogador.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Reorganização constante e articulação entre os
jogadores da 1ª e 2ª linhas devido a jogarem em
inferioridade numérica.

60 F.P.F
FUTSAL 61
5.4 NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO – ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA COLETIVA PARA A VARIABILIDADE
DO JOGO

Conteúdos prioritários a desenvolver:


No nível de especialização, o treino das habilidades específicas deve acontecer em contextos de elevadas
exigências procurando a especialização e o desenvolvimento das características necessárias para que
os jogadores possam competir para ganhar. Deve-se continuar a consolidar os conteúdos propostos
anteriormente. Assim, neste nível, pretende-se aprimorar todos os princípios específicos, defensivos e
ofensivos, de forma a preparar os praticantes para poderem assumir níveis de jogo de maior complexidade
e em função da variabilidade do mesmo. Em termos ofensivos e no que diz respeito às várias organizações
estruturais os praticantes devem perceber quais são as tarefas e funções a desempenhar em função das
posições específicas que ocupam, do que é o jogo e os contextos momentâneos que o mesmo sugere
permitindo assim que identifiquem os momentos em que devem ter posse de bola ou progredirem para a
baliza adversária. Interligar sistemas de jogo e a respetiva articulação funcional por forma a contrariar a
organização defensiva adversária. Na defesa identificar momentos para pressionar e recuperar a bola ou
retardar a progressão dos adversários para a baliza. Variação do método defensivo em função do ataque
adversário e das linhas de pressão defensivas. Enfoque às situações específicas do jogo GR +4x3+GR e
5x4+GR.

62 F.P.F
EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
Jogo 4x4 em que um dos elementos da equipa que
defende tem uma bola na mão. Este para poder
jogar tem que a passar a um colega de equipa.
Quando a equipa recuperar a bola devem passar a
bola que anda na mão a um elemento da equipa que
ficou a defender.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Procurar tirar vantagem posicional em
relação ao defensor que tem a bola na mão.
Defensores – Capacidade de comunicação para
fazer variar a bola na mão em função do contexto
de jogo. Fecho da equipa em largura e profundidade
para evitar situações de finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem
posicional em função do local onde se encontra o
defensor com a bola na mão.
- Focar a atenção dos jogadores no seu
posicionamento em relação à bola e ao defensor
com bola na mão de modo a dar objetividade na
exploração do jogo.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Funções e responsabilidades de cada defensor em
função do local em que a bola se encontra.

FUTSAL 63
EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
Jogo GR+4x+4+GR, todos os jogadores têm
uma bola na mão. O treinador diz o nome de um
praticante, este coloca a bola no chão e desenvolve-
se o jogo (reorganização defensiva). Ao perder a
posse de bola chama um 2º jogador (Idem). E assim
sucessivamente.

Comportamentos desejados:
Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo,
permanente procura e criação de espaços para
finalizar. Capacidade de exploração de soluções de
jogo individuais e coletivas em função da bola em
jogo e do posicionamento adversário.
Defensores – reorganização defensiva permanente
tendo por base a bola em jogo. Pressão sobre a bola
para condicionar atacante com bola em função do
comportamento coletivo da defesa, e concentração
defensiva para impedir progressão, situações de
1x1 com vantagem para atacante com bola e remate
exterior à baliza.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem
posicional quando colocam a bola no chão.
- Direcionar a atenção dos defensores para
a reorganização defensiva constante com
preocupação no fecho das linhas de passe em
largura e profundidade.
- Funções e responsabilidades de cada defensor em
função do local em que a bola se encontra.

64 F.P.F
EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
Jogo GR+4x+4+GR. Jogo formal, quando a bola sai,
ou sempre que os treinadores o entendam, colocam
uma nova bola em jogo em substituição da que se
encontra em jogo.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional da nova bola em jogo através de ajustes
rápidos em função da posição da bola no campo e do
tipo de defesa adotado pela equipa adversária.
Defensores – Reorganização defensiva em função
da nova bola em jogo. Manter 3 linhas defensivas.
Guarda Redes procura ajudar na coordenação dos
seus colegas e é capaz de alterar posicionamento
na baliza em função do posicionamento da bola e
companheiros.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Grande mobilidade tendo por base princípios
específicos e de estratégia da equipa para explorar
pontos fracos do adversário.
- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem
posicional quando se coloca nova bola em jogo.
- Direcionar a atenção dos defensores para
a reorganização defensiva constante com
preocupação no fecho das linhas de passe em largura
e profundidade.
- Focar a atenção na coordenação entre as 3 linhas
defensivas e capacidade de concentração para fechar
linhas de passe e remate.

FUTSAL 65
EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
3 equipas. Jogo GR+4x+4+GR. Joga uma equipa
contra a outra estando uma terceira de fora com
dois jogadores de cada lado do campo. Sempre que
um dos elementos da equipa passe a bola a um dos
apoios exteriores, saem todos os elementos e entra
a equipa que está de fora prosseguindo o jogo.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional do elemento que entra em jogo e
restantes colegas com o objetivo de criar rápidas
situações de finalização devido à vantagem
posicional.
Defensores – Reorganização defensiva em função
da entrada da nova equipa em jogo. Manter 3 linhas
defensivas revelando sempre equilíbrio defensivo.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Grande mobilidade tendo por base princípios
específicos e de estratégia da equipa para explorar
pontos fracos do adversário.
- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem
posicional dos apoios exteriores.
- Direcionar a atenção dos defensores para
a reorganização defensiva constante com
preocupação no fecho das linhas de passe em
largura e profundidade.
- Focar a atenção na coordenação entre as 3 linhas
defensivas e capacidade de concentração para
fechar linhas de passe e remate.

66 F.P.F
EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Transições em superioridade e
inferioridade numérica. Variação posicional do
ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
O exercício começa 1x1, passado “x” tempo
entra um jogador de uma equipa e joga-se 2x1 e
posteriormente 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 até chegar ao
4x4. Depois faz-se na ordem decrescente até
chegar novamente ao 1x1.

Comportamentos desejados:
Atacantes – explorar e aproveitar vantagem
numérica dos elementos que vão entrando para
criar situações de finalização.
Defensores – impedir situações de finalização em
inferioridade numérica.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Finalizar a situação de superioridade numérica
evidente.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas
de passe.

FUTSAL 67
EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Transições em superioridade e
inferioridade numérica. Variação posicional do
ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização:
Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição:
Jogo formal. Quando uma equipa passar o meio
campo com a bola controlada pode atacar para
qualquer das balizas. Criam-se situações de
superioridade numérica.

Comportamentos desejados:
Atacantes – explorar e aproveitar vantagem
numérica da decisão de inverter o sentido do
ataque após ter passado o meio campo.
Defensores – impedir situações de finalização em
inferioridade numérica. Reorganização defensiva
rápida.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Focar a atenção dos atacantes para a importância
da progressão no recinto de jogo.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas
de passe para que a equipa de posse de bola não
tenha a opção de atacar ambas as balizas.

68 F.P.F
EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa.

Organização:
Equipas de 5 elementos.

Descrição:
O Jogo começa 5x4+GR. Os elemento da equipa de
5 jogadores atuam de uma forma mais posicional,
sem mobilidade, e têm por objetivo através do
passe fazer a bola chegar a um dos pivôs. Quando a
bola chegar a um destes elementos o pivô que não a
recebeu sai e joga-se 4x4 até que a equipa que está
a atacar perca a posse de bola.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional de ter um elemento a mais para quando
a bola chegar a um dos pivôs criarem situações de
finalização.
Defensores – Fechar linhas de passe em
profundidade. Reorganização defensiva rápida
sempre que a bola chegue a um dos pivôs.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Direcionar a atenção dos defensores em função da
bola e do posicionamento dos atacantes.
- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas
de passe em profundidade para que a bola não
chegue aos pivôs.

FUTSAL 69
EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Situações de
risco 5x4+GR.

Organização:
Equipas de 5 elementos.

Descrição:
Jogo formal GR+4x4+GR. Sempre que uma equipa
consiga passar o meio campo e continuar de posse
de bola tem que atacar 5x4+GR.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem
posicional de ter um elemento a mais para
conseguir criar situações de finalização.
Defensores – Pressão e concentração sobre a bola
para não abrir espaços nas diagonais e dificultar a
circulação de bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem a superioridade numérica.
- Direcionar a atenção dos jogadores para as
variações na ocupação de espaço e coordenação
entre jogadores face a possíveis comportamentos
da equipa adversária.

70 F.P.F
EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Esquemas
táticos (pontapés de linha lateral).

Organização:
Equipas de 5 elementos.

Descrição:
Estão várias bolas ao longo das linhas laterais. Jogo
formal GR+4x4+GR. A jogada começa sempre com
a marcação de um pontapé de linha lateral e termina
quando a equipa que defende recuperar a posse de
bola ou que esta saia do campo de jogo.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação
dos esquemas táticos para criar situações de
finalização.
Defensores – Evitar que o adversário consiga
finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para
aproveitarem as situações estratégicas.
- Direcionar a atenção dos jogadores para as
variações na ocupação de espaço e coordenação
entre jogadores face a possíveis comportamentos da
equipa adversária com o objetivo de evitar situações
de finalização.

FUTSAL 71
EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho
Especialização

Conteúdos:
Penetração vs contenção, cobertura ofensiva
vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio
e espaço vs concentração. Trabalho das ações
técnicas individuais em intensidade e contextos
com exigências e características similares aos
da competição. Variação posicional do ataque.
Reorganização constate da defesa. Esquemas
táticos (pontapés de canto).

Organização:
Equipas de 4 elementos.

Descrição:
O exercício inicia-se com a marcação de um
pontapé de canto. Quando a equipa finalizar ou
quem defende intercetar a bola inicia-se uma
situação de superioridade numérica (3x2) para
a baliza contrária onde estão dois defensores. A
equipa que defendeu o pontapé de canto marca a
seguir na outra baliza.

Comportamentos desejados:
Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação
dos esquemas táticos para criar situações de
finalização.
Defensores – Evitar que o adversário consiga
finalizar e sair em rápidas transições.

Aspetos a realçar pelo treinador:


- Direcionar a ação e atenção dos atacantes para a
baliza para aproveitarem as situações estratégicas.
- Enquadramento com a baliza e movimentos
sincronizados para finalizarem.
- Direcionar a atenção dos jogadores para as
variações na ocupação de espaço e coordenação
entre jogadores face a possíveis comportamentos
da equipa adversária com o objetivo de evitar
situações de finalização.

72 F.P.F
FUTSAL 73
6. BIBLIOGRAFIA

Balyi, I., & Hamilton, A. (2004). Long-term athlete development: trainability in childhood and adolescence. Olympic
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Voser,R. (2001). Futsal. Princípios técnicos e táticos. Rio de Janeiro: Sprint.

FUTSAL 75
APRESENTAÇÃO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

APRESENTAÇÃO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal


PRINCÍPIOS
• Regime Jurídico Formação Contínua

• Reduzida oferta de formação específica (Futsal)

• Formação inicial dos professores deficitária (Futsal)

• Futsal é a modalidade mais praticada no DE

• PEN Futsal > Formação de RH

Formação de Professores
OBJETIVOS
• Conhecer a origem e história da modalidade;

• Conhecer e interpretar as leis de jogo de Futsal;

• Perceber a estrutura e funcionalidade do jogo de Futsal, como


complemento ao ensino do futebol (Programa de Educação
Física);

• Dominar metodologias de ensino/aprendizagem das ações


individuais e coletivas específicas da modalidade;

• Conhecer os diferentes níveis de desempenho e consequentes


conteúdos;

OBJETIVOS
• Aplicar metodologias de ensino adequadas a cada nível de
desempenho;

• Conhecer e aplicar os vários tipos de jogos de aprendizagem de


Futsal e adequa-los ao nível de desempenho dos alunos;

• Dominar e aplicar as principais progressões dos vários


conteúdos de aprendizagem;

• Conhecer os vários momentos/fases do jogo e consequentes


implicações no ensino/treino;

• Articular o ensino do Futsal com outros jogos desportivos


coletivos.
CRONOGRAMA

AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO

TRABALHO INDIVIDUAL:

• Elaborar uma sequência de 2 exercícios para cada


um dos 4 níveis de aprendizagem.

• Entregar em papel no final do último dia da ação


(dia 07).

Formadores

Luís Miguel Oliveira


luismsoliveira@gmail.com

André Teixeira
teix.andre@gmail.com
24-06-2015

HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

ORIGEM

1
24-06-2015

ENQUADRAMENTO

PORTUGAL

2
24-06-2015

DIAGNÓSTICO
ENQUADRAMENTO DA MODALIDADE ??????

NEGATIVISMO CONSTANTE!

FUTSAL EM NÚMEROS

• Praticado em 145 países.

• 47 países prevêem iniciar competições de Futsal no curto


termo.

• 2, 1 milhões de atletas federados (87,75% masculinos e


12,5% femininos)

• Fonte: FIFA Circular no. 1016, 24 January 2006

3
24-06-2015

Evolução em Portugal
1985 F. P. F. F. P. Fut. Salão

1991 F. P. Futsal

1997 F. P. F. F. P. Fut. Salão

*Adaptado de Rocha, J. , 2000 – Curso de treinadores da AFB – Nível I

Futsal em Portugal – Nota histórica


• 26 anos de História.

• Acordo de integração entre as Federações Portuguesas de Futebol e de Futsal foi


assinado em 1997.

• Portugal foi o 6º país Europeu a promover competições de Futsal.

• Modalidade colectiva com forte expressão no ambiente Escolar e Universitário.

• Modalidade desportiva com elevado potencial de desenvolvimento.

• Quadros competitivos regulares nos 20 distritos.

• Praticantes federados de Futsal na época 2010/11: 28.819 (24094 ; 3836 )

• Quadros competitivos nacionais – masculino, com 3 divisões e 108 clubes.

• 3 Taças Nacionais: Sénior Feminino, Júnior A e B masculino

• Mais de 250.000 praticantes de Futsal a nível recreativo/lazer

4
24-06-2015

O “PESO DA HISTÓRIA”

Modalidade Criação POR Fed. Intern. JO


Basquetebol 1891 1913 1932 1936

Voleibol 1896 1938 1947 1964


1936
Andebol 1919 1939 1927
1974
1971
Futsal 1930 1985 ?
1989
Fonte: Sítios na internet da FIFA & FPF, FIBA & FPB e IHF & FAP

Desenvolvimento Futsal – 3 décadas

Factores DD - Portugal D80 D90 D00 D10 Fem


Praticantes Federados 72177 15879
FPF 3039 15636 29222 28819 3999
ME/DE 20340 31703 8383
FADU 6505 11655 3497
Equipas FPF 217 1116 2087 2110 359
ME/DE ND ND 1356 1476 431
FADU 420 660 233
Instalações (pavilhões) 895*

Treinadores (RH) 0 0 2735 1606

* Fonte – carta desportiva nacional – IDP (2001)


Fonte: Sítios na internet e relatórios da FPF, FADU, Desporto Escolar, Carta das Instalações Desportivas Artificiais, 2001 – IDP e
IDRAM; Associações de Futebol filiadas na FPF (2005), Associação Nacional de Treinadores de Futebol, ANTF, Março de 2007

5
24-06-2015

Resultados e Desenvolvimento (1/2)


Competição D80 D90 D00 D10

Mundial FIFA 1 (89) 2 (92/96) 3 (00/04/08) 1 (12)

4 (01/03/05/07)
Europeu UEFA 1 (99) 2 (10/12)

Torneio Mundial 3 (10/11/12)

UEFA Champions L. 8 4

1 (2008) Portugal
Europeu Sub-21
não participou
3º Mundial’00 2º Europeu’10
4º CMU’00 2º CMU/10
4º CMU’96 4º Europeu’07 1º/2º CEU’10
PORTUGAL
4º CMU’98 1º CMU’08 2º/3º CEU’11
2º CMU/08 2º TM/10
1º Champions L 3º TM/11

Resultados e Desenvolvimento (2/2)

Competição D80 D90 D00 D10


Mundial
1 5 5 2
Universitário
82 90/92/94/96/98 00/02/04/06/08 10/12
(CMU)
Europeu 6
3
Universitário 04/05/06/07/08/0
10/11/12
(CEU) 9

6
24-06-2015

Espaços de formação do Futsal em Portugal?

A visão da FPF está alinhada com a visão do Governo,


no que concerne à relevância do sistema educativo como
elemento indispensável no processo de desenvolvimento
desportivo do país.

7
24-06-2015

ORGANIZAÇÃO DO FUTSAL
 Entidades que enquadram e animam o processo de desenvolvimento desportivo. Estas
entidades podem ser Nacionais, Internacionais, governamentais e não governamentais
(Pires, G, 1986).

Escolas

Secretaria de Estado da Juventude e do desporto MCIES ME

Praticantes Federados - evolução

Evolução do número de praticantes federados de Futsal

30000

25000

20000

15000

10000

5000

8
24-06-2015

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGAL


Na FPF

• 22 Associações Distritais e Regionais têm competições de Futsal.

• 38% dos atletas federados são do escalão sénior.

• 77% dos atletas Federados Sénior são do género masculino

• 23% dos atletas Federados Sénior são do género feminino

• 62% dos atletas Federados são dos escalões de formação .

• 93% dos atletas federados na formação são do género masculino.

• 7% dos praticantes federados na formação são do género feminino.

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGAL


Na FPF

Distribuição percentual das equipas de Distribuição


31
Futsal pelo território nacional equipas de %
Futsal
NUTS II
• 2337 equipas de Futsal inscritas nas 31
22 Associações Distritais e Época
Regionais
%
2011/12
NUTS II Equipas
Açores 192 8%
20%
Madeira 23 1%
Norte 728 31%
5%
Centro 723 31% 1
Lisboa 470 20% %
Alentejo 126 5% 3%
8%
Algarve 75 3%
Fonte: FPF

9
24-06-2015

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGAL


Praticantes federados de Futsal – FPF 2011/12

TOTAL 29334
Masculino 25455 87%
Feminino 3879 13%

Sénior 10926 38%


Masculino 8355 77%
Feminino 2571 23%

Formação 18408 62%


Masculino 17100 93%
Feminino 1308 7%

Diagnóstico Nacional

9000

8000

7000

6000

5000
Masculino
Feminino
4000

3000

2000

1000

0
Seniores JA JB JC JD JE JF JG

Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2010/11)


Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2011/12)

10
24-06-2015

Diagnóstico Nacional

25000

20000

15000
MASCULINO
FEMININO

10000

5000

0
Seniores Formação Total

Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2011/12)

Gráfico 2 – Relação de praticantes Federados Seniores/Formação (Dados FPF, época 2010/11)

Diagnóstico Nacional

Seniores
Formação

Gráfico 3 – Relação de praticantes Federados Seniores/Formação (Dados FPF, época 2011/12)

11
24-06-2015

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGAL


Praticantes com quadros competitivos regulares em 2011/12

TOTAL DE PRATICANTES 73485


FUTSAL

FPF 29334
ESCOLAR 44151
2º e 3º ciclos 32496

ensino superior 11655

Fonte: FPF, Ministério da Educação (GCDE), FADU

ESCOLA?????????????

12
24-06-2015

Futsal
•É a modalidade mais praticada no âmbito do Desporto Escolar e Desporto Universitário.

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGAL


A realidade do Futsal na Escola

 Mais de trinta mil praticantes nos quadros competitivos de Futsal em 2011/12,


(30% praticantes do género feminino e 70% praticantes do género masculino).
 70% dos jovens que participam em quadros competitivos de Futsal na Escola
competem nos escalões Infantil e Iniciado, constituindo a base da formação inicial
da modalidade.
 Dos 308 concelhos do país, os quadros competitivos de Futsal na Escola tem uma
penetração em 243 concelhos (79%).
 1466 equipas, necessitam de 1466 treinadores. Apesar de haver qualificação
pedagógica dos Professores, há claramente défice de formação específica da
modalidade.
 3127 jovens árbitros participam na formação ministrada nas escolas. Alguns destes
jovens são potenciais árbitros para abraçar uma carreira na arbitragem.

Adaptado do Projecto de Desenvolvimento e qualificação formativa do Futsal da FPF, elaborado por Jorge Braz, Março de 2010

13
24-06-2015

Desporto Escolar
600

500

400
INF A
INF B
300 INIC
JUV
JUN
200

100

0
ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL

Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal masculinos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)

Desporto Escolar

160

140

120

100 INF A
INF B
80 INIC
JUV
60 JUN

40

20

0
ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL

Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal femininos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)

14
24-06-2015

Futsal

Cooperação!
Partilha de boas práticas e interesses!

12000

10000

8000

6000
Federado
4000
Escolar
2000

0
Escolar
Seniores
Juniores
Juvenis Federado
Iniciados
Infantis

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado

15
24-06-2015

14000

12000

10000

8000

6000 Escolar
Federado
4000

2000

0
Seniores
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado

8000

7000

6000

5000
Federado
4000 Escolar

3000

2000

1000

0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado MASCULINOS

16
24-06-2015

2500

2000

1500
Federado
Escolar
1000

500

0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado FEMININOS

Eixos de Intervenção

2500

2000

1500 Escolar
Federado
1000

500

0
Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Gráfico 6 – Relação entre praticantes Femininos de Futsal do DE e FPF

17
24-06-2015

Eixos de Intervenção

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0
Juniores
Juvenis
Iniciados
Infantis

Gráfico 7 – Relação entre praticantes Masculinos de Futsal do DE e FPF

Situação Atual
• No FUTSAL FEDERADO, tem havido um aumento de praticantes nos
escalões de formação. No entanto, os escalões com menor número de
praticantes, são os referentes às etapas iniciais de formação. Deveria ser
exactamente o contrário.

• No FUTSAL ESCOLAR, as etapas de formação inicial (infantis e


iniciados) representam 69% dos praticantes.

18
24-06-2015

Futuro?

IMAGEM?

19
24-06-2015

IMPACTO SOCIAL?

VISÃO? / ANÁLISE?

20
24-06-2015

VISÃO

2020
Futsal é reconhecido como um dos
desportos com maior relevância social em
Portugal.

21
24-06-2015

Elementos centrais da estratégia


Slogan:
Ataque contra
ataque

Estratégia

Diferenciação: Focus:
- Sistema Educativo - Reconhecimento
- Critérios de Social
qualidade - Qualificação RH

Estratégica – Foco total


Primeiro: fortalecer a ligação e Depois: efectuar a ligação ao
laços internos para tornar o meio exterior para construir
Futsal um parceiro atractivo reconhecimento.

Investidores

Clubes
Televisão
Marketing

DE/DU FPF/AD

Público Patrocinadores

22
24-06-2015

EVOLUÇÃO DO JOGO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

ESTRUTURA – FUNÇÃO!

Qual a estrutura adequada na aprendizagem do jogo?

1
24-06-2015

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

• A organização estrutural, também denominada na


literatura por sistema de jogo, relaciona-se com a
disposição inicial dos jogadores em campo
(Guilherme Oliveira 2004). No Futsal, são várias as
organizações estruturais que podem ser assumidas
pelas equipas. Todavia, atualmente, as mais
utilizadas são as denominadas de “1-3-1” e de “1-4-
0”. Porém, em circunstâncias específicas o “1-2-2”
também se apresenta como uma alternativa válida.

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL

• A organização funcional está relacionada com a


dinâmica que os jogadores e a equipa conseguem
imprimir à organização estrutural. Assim, a
organização funcional assume-se como um conjunto
de padrões de ação específicos dessa equipa em
interação, que fazem emergir uma determinada
forma de jogar, manifestando-se como princípios de
jogo específicos dessa equipa (Guilherme Oliveira
2004).

2
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
EVOLUÇÃO DA DINÂMICA DE JOGO NA ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA

O Futsal, como JDC, evolui ao longo dos tempos nas suas


características mais particulares, com incidência na dinâmica
funcional do jogo e na sua organização, quer ofensiva, quer
defensiva…

4:0
3:1
2:2
Evolução / Complexidade

Jogo de Futsal

Organização
No futsal estrutural
atual destacam-se três sistemas de
jogo ofensivo:

Organização funcional

3
24-06-2015

SISTEMAS DE JOGO

Complexidade Crescente
4:0
Evolução

3:1

2:2
José Luís Mendes

SISTEMAS DE JOGO

SISTEMA 2:2 – surgiu como a primeira


tentativa de organização ofensiva,
baseada na observação de outras
modalidades.

8 José Luís Mendes

4
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 2:2

- Primeira tentativa de organização;

- Estático e muito recuado;

- Defesa “à zona”;

- Predominância no contra-ataque;

Sistema Tático 2:2 - Poucas coberturas defensivas;

- Ênfase nas situações de 1x1;

SISTEMAS DE JOGO

SISTEMA 3:1 – surgiu inicialmente de


uma forma mais estática e
posteriormente com maior mobilidade
entre todos os jogadores de campo. É
dos sistemas mais versáteis (utilizados)
na actualidade.

10 José Luís Mendes

5
24-06-2015

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

• Vantagens

• Possibilita a alternância do jogo ofensivo


(pivot estático ou móvel);

• Potência uma melhor gestão do tempo


de posse de bola;

José Luís Mendes

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

• Vantagens

• Reduz a possibilidade de contra-ataques adversários,


se mantivermos sempre coberturas ofensivas;

• Liberta espaços na zona de finalização;

• Adapta-se facilmente a qualquer método defensivo


adversário.

José Luís Mendes

6
24-06-2015

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

• Vantagens

• Existe uma referência ofensiva (pivot);

• Permite inúmeras soluções ofensivas


dada a maior proximidade dos
jogadores;
José Luís Mendes

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

• Desvantagens

• Necessidade de ter um bom pivot na equipa;

• Se for demasiado estático torna-se previsível


para o adversário colocar constantemente
bolas no pivot;

• Um fixo que jogue na antecipação pode


anular o jogo para o pivot;
José Luís Mendes

7
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 3:1

- Evolução na mobilidade…;

- Racionalização evoluída do espaço;

- Especialização dos jogadores;

- Circulações táticas pré-definidas;

Sistema Tático 3:1 - Coberturas ofensivas e defensivas;

- Sistema mais utilizado atualmente

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 3:1

O sistema 3:1 é o que melhor se adequa à aprendizagem do


jogo de Futsal porque:

 Permite um posicionamento equilibrado dos jogadores;


 Potencia a mobilidade e as trocas posicionais;
 Facilita a organização defensiva à zona.

8
24-06-2015

ESTRUTURA / FUNÇÃO

• Estrutura:

• Duas formas geométricas, muito importantes como


referências posicionais tanto ofensivas como
defensivas;

• Potencia passes na diagonal – ideal;

• Coberturas ofensivas/defensivas facilitadas.

SISTEMAS DE JOGO

SISTEMA 4:0 – é o sistema de jogo


mais recente e explora o sentido de
jogo colectivo com constante apoios ao
portador da bola.

18 José Luís Mendes

9
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 4:0

- Mobilidade constante dos jogadores;

- Elevado sentido de jogo coletivo;

- “Universalidade” dos jogadores;

- Apoios constantes na zona da bola;

Sistema Tático 4:0 - Importância das transições…;

- Sistema mais recente;

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL
FRAGMENTOS – “BOLAS PARADAS”
CONSTANTES DO JOGO

Dado o espaço em reduzido onde se desenvolve o jogo e a


frequência com que surgem situações de bola parada, estes
momentos tornam-se, muitas vezes, preponderantes no desfecho
do jogo!

Rigidez tática
ou…

…Criatividade??

10
24-06-2015

ESTRUTURA / FUNÇÃO

Demonstração em Vídeo de vários exemplos!

11
24-06-2015

O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLETIVO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo


de Futsal

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL


CAPÍTULO 3

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO DE FUTSAL

1
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

O Futsal, juntamente com modalidades como o


Basquetebol, o Andebol e o Futebol são designados por
Jogos Desportivos Colectivos (JDC).

Os JDC são considerados como desportos de


situação, isto é, onde as ações de jogo possuem uma
natureza complexa, que determina sempre alguma
forma de imprevisibilidade. (Pittera & Morino, 1984 cit.
por Faria & Tavares, 1996).

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

Segundo Garganta (1999), a identidade dos


JDC revela-se pela:

 …variação nas habilidades motoras em função das


condições do contexto;

 …relação de forças para disputam da posse de bola


(oposição)

 …estratégias/princípios individuais e coletivas que


guiam comportamento decisional para alcançar um
objetivo (cooperação)

2
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Cooperação
Constantes interações entre
os jogadores no espaço e
Oposição
tempo…

…onde os factores decisionais, táticos e


estratégicos são fundamentais para o
desenvolvimento das ações de jogo
(Arroyo et al., 2003)

3
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Constantes interações entre jogadores e adversários no


espaço e tempo

Sistema Complexo

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Nos JDC todas as ações realizadas são fortemente determinadas do


ponto de vista tático (Konzag, 1983)

Futsal AÇÃO TÁTICA

Exploração do contexto de jogo para percecionar as suas


possibilidades de ação faces às suas caraterísticas individuais e dos
adversários…

…de modo a ajustar as suas ações para superarem a organização


estrutural do jogo

4
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


CARACTERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO
ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Compreensão do Jogo de Futsal

Informação Espácio – Temporal e comunicação

Tomada de decisão / Ação tática

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL


CAPÍTULO II

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

5
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Performance de um jogador é condicionada: Perceção


- perceção dos contextos de jogo
- Capacidade para ajustar as suas ações aos
contextos de jogo

O treino deverá permitir:


- exploração da informação do contexto que
caracteriza os diferentes momentos de jogo…

- Descoberta das ações que resolvem


funcionalmente a situação do jogo Acção

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

…o treino de determinados modelos de execução individuais ou


padrões de comportamento coletivos de forma isolada podem estar…

….completamente desajustados da realidade que o jogo impõe!

6
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Comportamentos dos jogadores ou equipa só assumem


significado quando:

- Intencionalmente procuram a resolução de um problema

- Contextualizados pela dinâmica situacional do jogo

- Têm por base informações espácio-temporais que guiam a sua


ação

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Ações individuais surgem pela identificação de


possibilidades de ação:

Passe tende a ocorrer quando os


jogadores detetam uma janela
espácio-temporal favorável
formada pelos dois defesas, e a
distância ao primeiro defesa
(Travassos et al., 2012)

7
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Para melhorar o comportamento coeltivo, é necessário


que a informação verbal e não-verbal que caracteriza o jogo…

…assuma o mesmo significado para todos os membros


da equipa em função das suas próprias características
(Eccles & Tenenbaum, 2004)

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL


CAPÍTULO III

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

8
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

No Futsal, devido ao pouco espaço para cada jogador e à pressão


sobre a bola, torna-se essencial que os jogadores tomem
continuamente decisões

Tomada de Decisão
Transição no curso de ação dos indivíduos face às
possibilidades de ação disponíveis

Características individuais Nível de perícia

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

Treinar a tomada de decisão significa, descobrir como é que um


indivíduo poderá agir num contexto particular de ação!

Intervenção do treinador deverá ser no sentido de focar a


atenção dos jogadores na informação relevante do contexto…

…de modo a que estes fiquem sensibilizados para a sua


utilização e aumentem a probabilidade de resolver cada problema do
jogo com maior sucesso (Passos et al, 2012) .

9
24-06-2015

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL


CAPÍTULO IV

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

É interessante constatar que existem jogadores que


quase sempre escolhem a melhor solução apesar dos
escassos décimos de segundo que têm para decidir
(Araújo, 1997).

Devido à quantidade de variações que ocorrem no jogo de


Futsal num curto espaço de tempo…

…torna-se difícil para um jovem jogador / aluno identificar a


informação mais importante, para guiar a sua ação num
determinado momento!

10
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Não raramente, a aprendizagem das habilidades isoladas


transformou-se num fim em si mesmo, perdendo a sua conexão com
a aprendizagem do jogo (Oliveira, 2012)…

…tornando o ensino do jogo baseado na forma de execução de


uma dada ação para garantir a estabilidade desse comportamento no
tempo.

Passes
Passe
Quando e
Sucessivos
como
executar??
Repetição
Analítica
Estabilidade

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Manipulação lançamento da bola:


Máquina (sem informação jogo) Lançador (com informação jogo)

Pinder et al. (2009)

11
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Manipulação do número de possibilidades de ação para o passe

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Apenas a 4ª condição (Passe com escolha, frente,


não mostrou diferenças em
diagonal, lado)
relação ao comportamento em jogo
(Travassos, 2012)

12
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Mais do que ensinar os jogadores/alunos a executarem como os


melhores…

…deveremos ensiná-los a explorarem as suas possibilidades de


ação em situações específicas de jogo tal como os melhores o fazem!

Acoplamento Variabilidade Capacidade


Exercício de
informação-Ação das condições adaptação ao
Passe
de prática jogo

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Processo central do ensino do Futsal:


- a exploração do contexto de jogo para a identificação de
possibilidades de ação, tal como ocorrem no jogo

Construção dos exercícios tendo


Exercício
A por base unidades funcionais do
jogo:
Exercício
B

Jogo de
Futsal

13
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Para isso é fundamental que:

 O feedback do Professor/ Treinador permita a descoberta guiada


das melhores ações…

... de acordo com as suas possibilidades de ação individuais e


coletivas identificadas!

A compreensão de como poderemos manipular as variáveis


dos exercícios de treino para alcançar os objectivos, torna-
se fundamental!

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL


CAPÍTULO V

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO


MANIPULAÇÃO DAS VARÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

14
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

Tendo em conta estudos recentes, relativamente aos JDC,


alguns autores consideram que deverá existir uma inversão no
ensino do jogo:

Jogos
Açoes
Reduzidos /
Individuais
Condicionados

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

De acordo com Newell (1986), a manipulação dos exercícios


pode ser feita através da manipulação de 3 constrangimentos:

…do individuo…

• Características estruturais do indivíduo


• Características funcionais do indivíduo

…da tarefa…

• Regras, regulamentos, espaço, alvos e objectos utilizados no jogo

…do contexto…

• Condições ambientais onde são desenvolvidas as tarefas (tipo de piso, altitude,


iluminação, humidade…)

15
24-06-2015

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

…da tarefa…
Manter o permitir a exploração
Simplificar o jogo e
acoplamento das possibilidades de
ampliar informação
perceção-ação ação

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO


PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO
MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

Que constrangimentos manipular e porquê?

16

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