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Apostila Escultura Dental
Apostila Escultura Dental
GEOMÉTRICO
(Revisão Anatômica)
4ª Edição
Autores
Autores:
Ângela De Caroli
Cirurgiã-Dentista pela FOUSP-SP.
Mestranda em Dentística pela FOUSP-SP.
Estagiária Didática da Disciplina de Escultura Dental do Departamento de Dentística da
FOUSP-SP.
Edmir Matson
Prof. Titular do Departamento de Dentística da FOUSP-SP.
Prof. Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Ibirapuera.
3
COLABORADORES:
Margareth Oda
Profa. Dra. do Departamento de Dentística e Endodontia da FOUSP-SP
Alessandra Santana
Cecile Irene Daumas
Censo Luiz de Souza Santos
Flavia Viviani Martins
Maitê André Camargo
Maria Inez Roda
Priscila Yumi Nishimura
Rodrigo Otávio Di Napoli Neto
Washington Steagall Junior
Yuri Arakaki
Estagiários Didáticos da Disciplina de Escultura Dental do Departamento de Dentística e
Endodontia da FOUSP-SP
Carla Tâmara
Ex-Monitora da Disciplina de Escultura Dental e Aluna de graduação pela FOUSP-SP
AGRADECIMENTOS
Paulo E. Okihara
Acadêmico – 3º ano noturno da FOUSP-SP
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SUMÁRIO
PREFÁCIO 5
APRESENTAÇÃO 6
PARTE I Revisão Anatômica
Capítulo 1
Características Dentais
1.1 Introdução à Escultura Dental 07
1.2 Nomenclatura dos Dentes 07
1.3 Nomenclatura das Faces dos Dentes 08
1.4 Características Gerais Comuns a todos os Dentes 10
1.5 Estruturas Anatômicas Comuns a todos os Dentes 11
1.6 Estruturas Anatômicas Exclusivas dis Dentes Posteriores 13
Capítulo 2
Relações Interdentárias 20
Capítulo 3
Noções de Oclusão 26
Capítulo 4
Movimentos Mandibulares 31
Capítulo 5
Obtenção de Silhueta 33
Capítulo 6
Incisivo Central Superior 35
Capítulo 7
Segundo Molar Inferir 40
Capítulo 8
Canino Superior 47
Capítulo 9
Pré-Molar Superior 49
Capítulo 10
Primeiro Molar Inferior 53
Capítulo 11
Primeiro Molar Superior 56
Capítulo 12
Escultura de elementos unitários em manequins articulados 59
GLOSSÁRIO DE TERMOS 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70
5
PREFÁCIO
Nossos mestres, Fichman, Santos Jr. Steagall, Matson, Mandetta, entre outros, os quais já
dirigiram a Disciplina de Desenho e Escultura Dental do Departamento de Dentística da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, desenvolveram e aprimoraram o
método geométrico, que dá ao aluno principalmente na prática de escultura dental, a visão
espacial de um dente a ser esculpido, independente de sua habilidade.
Os Autores.
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APRESENTAÇÃO
Esta obra é fruto de uma amistosa parceria entre a equipe de Escultura Dental da Faculdade
de Odontologia da USP e da Gnatus Equipamentos Médico-Odontológicos, empresa esta
que objetiva não apenas a disseminação de conhecimentos específicos para estudantes de
Odontologia, mas, principalmente, a concentração de uma filosofia administrativa no
sentido de desenvolver ações que possam colaborar com o processo de formação de novos
profissionais.
É tão importante para nós quanto lançar um novo produto no mercado. Mas é, certamente,
uma experiência fruto da maturidade que lutamos para conquistar em todos esses anos de
existência.
Não faz muito tempo que as empresas descobriram que podem e devem agir e interagir com
a comunidade. Diante do cenário novo que se traça a cada dia, não podemos esquecer que,
hoje mais do que nunca, temos a oportunidade de estarmos próximos de nossos clientes.
Isso nos permite desenvolver ações contextualizadas, ouvir e direcionar investimentos no
sentido de satisfazê-los.
Através de projetos como este, buscamos estar sempre presentes e interagir com o que
nossa comunidade tem de mais sagrado: sua cultura, suas riquezas, suas raízes, seu
potencial, enfim, peculiaridades que devemos respeitar.
Temos um papel a cumprir e, para que possamos atingir nosso objetivo maior, que é buscar
o desenvolvimento aliado à qualidade de vida, temos de experimentar sempre que possível
essa saída para fora dos limites de nossos setores de produção.
PARTE I
REVISAO ANATÔMICA
Os dentes incisivos centrais, incisivos laterais e caninos são os dentes superiores e a eles
são atribuídos, respectivamente, os números 1, 2, e 3. Os pré-molares e os molares são os
dentes posteriores e a eles atribuímos os números 4, 5, 6 , 7 e 8 (primeiro pré-molar,
segundo pré-molar, primeiro molar, segundo molar e terceiro molar, respectivamente). Os
dentes são dispostos de forma simétrica nas arcadas e para a identificação utilizaremos a
notação da FDI*, com dois algarismos, sendo que o primeiro identifica i quadrante e o
segundo, o dente:
1 2
8765321 12345678
4 3
87654321 12345678
* FDI: Federação Dental Internacional
8
O elemento dental é dividido em duas porções distintas: coroa e raiz. O limite divisório
entre elas é de fácil visualização e se caracteriza como uma linha contínua, sinuosa e de
formato variável que se estende por todos os lados dos dentes. É a linha do colo anatômico,
correspondente à região cervical do dente. A cada um destes lados chamaremos faces.
Podemos classificar estas faces como:
• Faces livres (vestibular, lingual ou palatina): são as faces dos dentes que não matem
contato com outros dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o
lábio e bochechas (vestíbulo bucal) e para a língua ou palato;
• Faces proximais (mesial e distal): são as faces que mantêm contatos com os dentes da
mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o plano sagital mediano, e para
a porção posterior dos arcos dentais. A face distal dos últimos molares não faz contato
com dentes vizinhos;
• Borda incisal: apesar de não ser uma face, é uma característica importante dos dentes
anteriores. É formada pelo encontro das faces vestibular e lingual destes dentes.
• Face oclusal: é a face dos dentes posteriores voltada para o arco antagonista.
Fig. 1.3.1 Vista vestibular. Dente 23 Fig. 1.3.2 Vista proximal. Dente 23
I. Para efeito de ilustração todos os desenhos terão sua raiz ou base desenhadas para baixo.
II. II. M = mesial, D = distal, L = lingual
10
Fig. 1.4.3 Convergência das faces Fig. 1.4.4 Convergência das faces
proximais em vista vestibular vestibular e lingual em vista
(sentido vertical). proximal (sentido vertical).
1. Linha do colo
É uma linha contínua e sinuosa que divide o dente em cora e raiz. Em relação à borda
incisal ou face oclusal, é côncava nas faces livres e convexa nas proximais (fig. 1.5.1).
2. Bordas
São segmentos de reta que delimitam a transição entre faces dentais, levando o nome das
faces que delimitam (fig. 1.5.2 e fig. 1.5.3)
Fig. 1.5.2 Borda vestíbulo-distal. Dente 21 Fig. 1.5.3 Borda mésio-lingual. Dente 21
3. Bossas
São elevações ou saliências de esmalte que se sobressaem nas faces dentais (fig. 1.5.4 e
1.5.5).
As bossas vestibular, mesial e distal têm localização comum a todos os dentes, a saber:
• Bossa vestibular: terço cervical
• Bossa mesial: terço incisal ou oclusal
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• Bossa distal: terço incisal ou oclusal, porém sempre localizada mais próxima do terço
médio que a bossa mesial.
A bossa lingual ou palatina varia do grupo anterior para o posterior, localizando-se no terço
cervical dos dentes anteriores e no terço médio das coroas dos dentes posteriores.
4. Linha equatorial
É a linha de maior contorno da coroa dental (resultante da união de todas as bossas), que
passa portanto, pelas áreas de maior convexidade das faces dentais. A linha equatorial
divide a coroa dental em duas áreas: uma área retentiva localizada cervicalmente à linha
equatorial, e uma área retentiva localizada cervicalmente à linha equatorial, e uma área
expulsiva localizada oclusal ou incisalmente à ela. Em virtude características funcionais das
faces vestibulares dos dentes inferiores e linguais ou palatinas dos dentes superiores, a área
expulsiva apresenta maior grau de expulsividade nos terços oclusais (fig. 1.5.6).
5. Cristais Marginais
São saliências de esmalte de configuração cilindróide. Nos dentes anteriores localizam-se
nas porções proximais da face lingual, estendendo-se da borda incisal ao cíngulo. Nos
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dentes posteriores localizam-se nos terços proximais da face oclusal e unem as cúspedes
linguais às vestibulares.
1. Cíngulo
É uma saliência de esmalte no terço cervical da face lingual (fig. 1.6.1).
2. Fossa lingual
É uma depressão da face lingual delimitada pela borda incisal, cristas marginais e cíngulo
(figura 1.6.1).
3. Forame cego
É uma depressão puntiforme formada pela falta de coalescência do esmalte, na região entre
cíngulo e fossa lingual. Não está sempre presente (figura 1.6.1).
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4. Sulcos de desenvolvimento
São depressões lineares, paralelas ao longo eixo do dente, localizadas nas faces vestibulares
de dentes anteriores, dividindo-as em segmentos. Têm desenvolvimento variável e são mais
freqüentes em dentes jovens (fig. 1.6.2).
Fig. 1.6.2
Dente 21
5. Lóbulos de desenvolvimento
São segmentos das faces vestibulares, delimitados pelos sulcos de desenvolvimento. Em
número de três, tendem a ser melhor visualizados em dentes reém irrompidos, chegando a
entalhar as bordas incisais, formando os mamelos incisais (figura 1.6.2).
6. Crista mediana
É uma elevação de esmalte presente na face lingual dos caninos. O terço incisal do canino
pode ser considerado uma cúspide, e assim, a aresta transversal lingual correspondente à
crista mediana, que é mais volumosa junta a ponta da cúspide e vai perdendo volume em
direção ao cíngulo. Pode apresentar-se também como uma elevação mais suave nos incisos
centrais e laterais superiores e é praticamente inexistente nos incisivos inferiores (fig.
1.6.3).
7. Borda Incisal
É o encontro da face vestibular com a face lingual (fig. 1.6.4).
Nos dentes posteriores, as estruturas de maior interesse se localizam nas faces oclusais.
A face oclusal pode ser classificada em anatômica e funcional. Entendes-se por face oclusal
anatômica a região contida entre as arestas longitudinais das cúspides e as arestas das
cristas marginais transversais. Durante a fisiologia mastigatória não é apenas a face oclusal
anatômica que participa do processo de trituração dos alimentos. Portanto, a face oclusal
funcional corresponde à face oclusal anatômica acrescida dos terços oclusais das faces
linguais superiores e terços oclusais das faces vestibulares inferiores.
As faces oclusais anatômicas apresentam uma série de elementos descritivos, os quais
detalharemos a seguir.
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1. Cúspide
São estruturas de formato piramidal, consideradas unidades funcionais dos dentes
posteriores. A cúspide recebe o nome da face a qual apresenta proximidade; por exemplo,
cúspide mésio-vestibular do 1º molar inferior. Cada cúspide pode ser comparada
geometricamente a uma pirâmide de base quadrangular, exceto a cúspide mésio-palatina do
1º molar superior, que apresenta a base pentagonal. Enquanto as cúspides possuem
normalmente quatro vertentes, a cúspide mésio-palatina do º molar superior é formada por
cinco vertentes. Essa conformação confere detalhes anatômicos bem definidos: ápice,
vertentes, arestas e sulcos.
O ápice da cúspide em realidade é arredondado, e sofre desgaste ao longo do tempo em
decorrência da própria fisiologia mastigatória (fig. 1.7.2).
3. Vertente
São as faces da cúspide, normalmente em número de quatro. Cada cúspide apresenta duas
vertentes internas ou triturantes, que estão situadas no interior da face oclusal anatômica, e
duas vertentes externas ou lisas, que estão situadas nas faces vestibulares e linguais ou
npalatinas. Tanto as vertentes internas quanto as externas são ainda classificadas em
mesiais ou distais, de acordo com a proximidade de uma ou outra face, a fim de que sejam
diferenciadas (fig. 1.7.3).
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior, por apresentar uma base virtual
pentagonal, possui três vertentes internas ou triturantes, as quais denominaremos mesial,
média e distal (fig. 1.7.4).
4. Arestas
São segmentos de retas formados pela união de vertentes de uma mesma cúspide ou de uma
crista transversal, normalmente em número de quatro para cada cúspide. As arestas que
separam as vertentes externas das internas, paralelamente ao eixo mesio-distal da coroa, são
denominadas arestas longitudinais. As arestas que separam duas vertentes internas ou
externas entre si, perpendicularmente ao eixo mésio-distal da coroa, são denominadas
arestas transversais (fig. 1.7.5).
As arestas longitudinais são ainda classificadas em mesiais ou distais, enquanto que as
arestas transversais são classificadas em internas ou externas.
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superios, como exceção às regras, apresenta
duas arestas transversais internas, denominadas mesial e distal.
5. Sulcos Principais
São depressões que separam as cúspides. Os sulcos principais mésio-distais separam as
cúspides vestibulares das linguais, enquanto que os sulcos principais ocluso-vestibulares e
oclusos-linguais separam cúspides vestibulares ou linguais entre si.
Os sulcos principais meio-distais não são rigorosamente retilíneos, apresentando
sinuosidades e, por vezes, até mesmo interrupções em seu trajeto, como veremos no
primeiro molar superior. Seu posicionamento no sentido vestíbulo-lingual também pe
variável, o que explica diferenças volumétricas entre cúspides vestibulares e linguais. Nos
dentes inferiores, os sulcos principais mésio-distais apresentam-se deslocados para lingual.
Nos dentes superiores, apresentam-se deslocados para no primeiro pré-molar, centralizados
no segundo pré-molar e deslocados para vestibular nos molares (fig. 1.7.6).
Exemplos de sulcos em um 1º molar inferior: sulco mésio distal ou sulco principal (1), sulco ocluso – lingual
(2) e culco ocluso – vestibular (3), além de sulcos secundários (seta).
6. Sulcos secundários
São depressões que entalham as vertentes das cúspides, com trajeto curviíneo em relação a
aresta transversal. São mais profundos e estreitos próximo ao sulco principal mésio-distal
de onde partem e mais rasos e largos a medida que se distanciam dele. Facilitam o
escoamento de alimentos e o deslize de cúspides durente a função mastigatória (figura
1.7.6-seta).
molar inferior também apresenta uma ponte de esmalte unindo sua cúspide vestibular à
cúspide lingual, porem de forma transversal e não oblíqua.
8. Fossa central
Depressão na porção da central da superfície oclusal de um molar. Corresponde ao encontro
dos sulcos principais mésio-distal, ocluso-vestibular e/ou ocluso-lingual (fig. 1.7.8). No
primeiro molar onferior, considera-se o encontro entre os sulcos mésio-distal, sulco acluso-
vestibular-mesial e ocluso-lingual como fossa central e o encontro entre o sulco ocluso-
vestibular-distal e o sulco mésio-distal como fossa distal.
9. Fóssula
Depressão rasa e de formato piramidal presente na superfície oclusal dos dentes posteriores.
É formada pelo encontro de 3 vertentes internas: uma da cúspide vestibular, uma da cúspide
lingual e uma da crista marginal. Pode ser mesial e distal (fig. 1.7.8).
10. Fosseta
Depressão em forma de ponta localizada nas faces vestibulares e linguais dos molares,
corresponde ao término dos culcos oclusos-vestibulares e ocluso-linguais (fig. 1.7.8).
Há dois tipos de relação de contato entre os dentes: relação interproximal e relação oclusal.
A relação interproximal caracteriza-se pelo contato estabelecido entre as faces proximais de
dentes adjacentes de mesmo arco. A relação oclusal pe descrita como relação de contato
entre dentes antagônicos, ou seja, de arcos opostos.
Relações Interproximais
Para melhor compreendermos como se estabelece a relação interproximal dos dentes, bem
como suas dimensões, é necessário o conhecimento da anatomia envolvida, ou seja, das
faces proximais e estruturas adjacentes:
• Dimensões
Mesial maior que distal, tanto no sentido vestíbulo-lingual quanto no sentido cérvico-
oclusal.
Cada dente faz contato proximal com dois outros dentes, sendo que a face mesial toca a
face distal de seu dente vizinho. A exceção é observada nos incisivos centrais que fazem
contato entre si por mesial e os terceiros molares, que só contatam por mesial.
No arco inferior, podemos observar que os contatos interproximais, numa vista vestibular,
localizam-se mais oclusalmente.
Numa vista oclusal, localizam-se no terço vestibular devido à implantação e inclinação ds
dentes no arco, e à localização das respectivas bossas proximais (fig. 2.4).
O contato proximal determina áreas ou espaços distintos (fig. 2.5). Numa vista vestibular,
teremos dois espaços:
• Sulco interdental (ou interproximal): é o espaço que parte da área de contato em
direção incisal/ oclusal. Nos dentes posteriores, é o espaço que se estende da área de
contato até a aresta das cristas marginais transversais, sendo formado pelas vertentes
externas de duas cristas marginais vizinhas (crista marginal transversal mesial de um dente
e distal de seu adjacente). Nos dentesm anteriores, esse sulco é formado a partir do contato
interproximal até o ângulo inciso-proximal.
• Espaço interdental (ou interproximal): é o espaço existente a partir da área de
contato interproximal em direção à porção cervical da coroa. Este espaço situa-se entre as
faces proximais de dentes vizinhos de mesmo arco, e normalmente é preenchido pela papila
gengival interdentária. Tanto o espaço interdental quanto o sulco interproximal podem ser
observados em uma vista vestibular e lingual, sendo normalmente de formato triangular.
Nesses dois casos, as bases dos triângulos são virtuais (base cervical e base oclusal,
respectivamente).
Ao observarmos a relação interproximal por uma vista oclusal, teremos a formação de duas
áreas:
• Ameia vestibular: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em
direção vestibular.
• Ameia lingual: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em
direção lingual.
As ameias linguais são maiores que as ameias vestibulares devido à própria posição da
área de contato (terça vestibular), já que as faces linguais de todos os dentes são menores
que as faces vestibulares, com exceção do 1º molar superior.
As paredes das ameias são formadas pelas faces proximais dos dentes e a base desse
triângulo (vestibular ou lingual) é virtual.
23
Ao observarmos a anatomia dos arcos dentários, podemos constar que esxistem detalhes
anatômicos que se repetem e se relacionam entre si, apresentando relativa semelhança (fig.
2.6).
lingual encontra-se no terço médio. Além disse podemos observar uma relativa constância
na convexidade dessa face e um alinhamento na altura das cúspides.
Fig. 2.8 Alinhamento dos sulcos mésio-distais dos dentes posteriores e alinhamento das arestas longitudinais.
Hemiarcos superior e inferior.
26
Fig. 3.1 Representação esquemática das cúspides de suporte (cúspides VIPS) dos primeiros molares
superiores e inferiores em corte frontal.
Posições mandibulares
1. Oclusão Central
A Oclusão Central (OC) pode ser definida como o posicionamento da mandíbula em
relação à maxila de maneira que consigamos o máximo número de contatos oclusais entre
os dentes dos arcos superior e inferior.
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Numa oclusão ideal estes contatos se dariam de forma bilateral e simultânea de maneira
mais intensa entre os dentes posteriores e menos intensa entre os dentes posteriores e menos
intensa entre os anteriores.
A Oclusão Central é também denominada de Posição de Máxima Intercuspidação (PMI),
ou Mpaxima Intercuspidação (MIC), ou ainda Oclusao Habitual (OH).
Esquematicamente teríamos uma situação de engrenamento intenso entre os arcos dentais
como representado na figura abaixo (fig. 3.2).
Fig. 3.2 Vista Lateral dos hemiarcos dentais evidenciando a Oclusão Central (OC).
2. Relação Central
A Relação Central (RC) pode ser entendida como uma posição postural da cabeça da
mandíbula dentro da cavidade articular. Esta relação independe da presença de dentes,
sendo assim, podemos descrevê-las também em indivíduos edêntulos.
Quanto às ATMs, as cabeças da mandíbula assumiriam uma posição de equilíbrio em
relação às cavidades articulares, de forma que não haja tensões ou esforços exagerado nos
músculos, ligamentos e discos articulares diretamente relacionados a estas articulações.
Há grande controvérsia entre os diversos autores que estudam oclusão quanto ao
posicionamento exato da cabeça da mandíbula durante a posição de RC. Entretanto, nos
parece ser mais coerente a escola que determina a posição ântero-superior na cavidade
articular.
28
Fig. 3.3 Vista lateral de um crânio destacando os pontos carnais násio (1) e gnático (2) bem como a
mensuração da DVR.
Fig. 3.4 Vista lateral de um crânio destacando os pontos carnais násio (1) e gnátio (2), bem como a
mensuração da DVO.
Curvas de oclusão
Entende-se por Curvas de Oclusão as curvas virtuais formadas a partir das posições
características dos elementos dentais em seus respectivos arcos dentais.
São elas:
- Curva de Balkwill-Spee
- Curva de Wilson
1. Curva de Balkwill-Spee
Por definição, a Curva de Balkwill-Spee ou Curva Sagital de Oclusão seria a curva formada
quando da união virtual da ponta de cúspide do dente canino com as pontas de cúspides
vestibulares dos dentes posteriores num hemiarco superior. Esquematicamente, teríamos
uma curva ântero-posterior ascendente em direção distal quando de uma vista sagital do
hemiarco em questão (fig. 3.5).
2. Curva de Wilson
A Curva de Wilson ou Cruva Transversal de Oclusão pode ser definida como uma curva
látero-lateral que passa sobre a cúspide vestebular e lingual de um dado dente posterior
posicionado em seu hemiarco e também sobre as mesmas cúspide vestibular e lingual de
um dado dente posterior posicionado em seu hamiarco e também sobre as mesmas cúspides
do dente correspondente a este mesmo dente no hemiarco oposto, quando de uma vista
frontal.
Como exemplo teríamos uma curva de oclusão passando sobre as cúspides mésio-vestibular
e mésio-lingual do primeiro molar inferior direito e também sobre as mesmas cúspides do
primeiro molar inferior esquerdo. Formar-se-ia uma curva de oclusão cuja concavidade é
voltada para o arco superior. É importante ressaltar que esta mesma curva pode ser
reproduzida na arcada inferior (fig. 3.6).
Fig. 3.6 Corte frontal das arcos superior e inferior demonstrando a Curva de Wilson.
A formação da Curva de Wilson deve-se à direção de implantação dos dentes nos alvéolos
dentais com suas inclinações características.
31
Fig. 4.1 Em OC (máxima intercuspidação) há contato entre o bordo incisal do inciso central inferior e a face
lingual do incisivo central superior (figura 4.1.a). O movimento de protrusão caracteriza-se por contato apenas
entre dentes anteriores (figura 4.1.b). Os incisivos centrais superiores e inferiores são os responsáveis pela
guia anterior.
Para uma maior compreensão dos contatos que podem ocorrer nos movimentos de
lateralidade, é importante entender o movimento de um dente posterior inferior em relação
ao seu antagonista, durante uma fase do ciclo mastigatório.
Os contatos não se dão exatamente entre ponta de cúspide e fundo de fóssula, mas ocorrem
nas vertentes, bem próximo dessa situação. Ocorrem também entre ponta de cúspide e
crista marginal transversal.
Partindo de máxima intercuspidação há uma abertura do plano oclusal, os alimentos são
posicionados entre os dentes com o auxílio da língua e das bochechas. Os dentes inferiores
deslocam-se para esse lado até que as cúspides superiores e inferiores estejam
emparelhadas (lado de trabalho). Inicia-se a trituração dos alimentos com o fechamento do
plano oclusal, onde a ponta de cúspide toca em um ponto da vertente interna do dente
antagonista e se desloca até o fundo da fóssula, ou esse contato ocorre apenas no final do
movimento.
Para uma análise prática do tipo de guia de desoclusão, faz-se o movimento inverso ao do
ciclo mastigatório, partindo da posição de máxima intercuspidação, a mandíbula se desloca
para um determinado lado (trabalho), mantendo contato entre os dentes desse lado.
No lado de trabalho podem ser encontrados três tipos de guias de desoclusão:
1. Guia canino: o canino inferior desliza na concavidade palatina do canino superior
na lado de trabalho, desocluindo os demais dentes, tanto do lado de trabalho quanto do lado
de balanceio.
2. Função parcial de grupo: os caninos e pré-molares tocam simultaneamente seus
correspondentes antagonistas, no lado de trabalho, havendo desoclusão dos demais dentes.
Nesta modalidade de desoclusão, sempre há toque de caninos antagonistas e mais um, dois
ou três dentes adjacentes e seus antagonistas Antero-posterior. Ou seja: podemos ter toque
entre os dentes 3 e 4 inferiores com 3 e 4 superiores, ou dentes 3, 4 e 5 inferiores com 3, 4 e
5 superiores, ou ainda, dentes 3, 4, 5 e 6 inferiores com 3, 4, 5 e 6 superiores.
3. Função total em grupo: os caninos (3), pré-molares (4,5) e molares (6,7) de um
arco, tocam simultaneamente seus homólogos do arco antagonista no lado de trabalho,
havendo total desoclusão no lado de balanceio (fig. 4.3).
Fig. 4.3 Guia Canino. Vista lingual, observar o guia canino no lado de trabalho (direto). Se fosse lateralidade
em função parcial de grupo existiria toque também nos primeiros pré-molares ou em ambos os pré-molares do
lado de trabalho; e se fosse função total de grupo, além de toque nos pré-molares, existiria também toque nos
molares. Observar o lado do balanceio (esquerdo), onde não há contato.
33
PARTE II
* Pode ser utilizado qualquer tamanho de bloco de cera para treino. Sugerimos que se
comece com o macro modelo devido a facilidade de visualização de detalhes, e, após algum
treinamento, utilize-se um bloco de cera compatível com o tamanho do dente natural.
Obtenção da silhueta
Em um papel quadriculado, delimitamos um retângulo de 5,0 cm X 2,0 cm, dentro do qual
iremos desenhar a silhueta do dente que desejamos esculpir. Desenhe as faces de maior
tamanho, as mesiais e as vestibulares e, no caso do 1º molar superior, a mesial e a palatina.
Este desenho poderá ser copiado de algum modelo e, mesmo que o modelo seja menor,
poderá ser ampliado; ou ainda, poderá ser desenhado livremente utilizando os seus
conhecimentos de anatomia dental.
Após o desenho feito, recorte-o, obtendo-se assim a silhueta do dente.
No início de cada capítulo, fazemos a projeção de cada dente no bloco de cera.
É importante, nesse recorte, que a face vestibular e a lingual estejam paralelas entre si, isto
pe obtido com o auxilio de uma placa de vidro e uma lamínula. Apóia-se a parte plana do
bloco de cera, não recortada, na placa de vidro e com a lamínula, também apoiada na placa,
tenta-se contato em toda a superfície testada. Pequenos recortes de ajuste podem ser feitos
com a lamínula.
• Desenho da projeção vestibular no recorte da projeção proximal (fig. 6.5).
• Recorte da projeção vestibular (fig. 6.6).
36
Após o recorte das projeções é importante observar se as vistas vestibulares e lingual estão
em igual proporção, assim como as vistas mesial e distal. Observar também se o
posicionamento das bossas e a linha de colo está correto. Os passos seguintes são:
As linhas demarcadas podem ser avivadas com talco, para facilidade da visualização.
Após a demarcação das linhas, procederemos ao recorte da parte expulsiva e retentiva dos
dentes. A referência para o recorte será dada pela interseção das linhas longitudinais (a
partir do bordo incisal) e transversais (linha do colo e linha das bossas).
37
Fig. 6.8 Pontos ‘b” e “c” interseção das linhas longitudinais com linhas de bossa. Pontos “d” e “e” interseção
das linhas longitudinais com linha de colo.
Unir pontos “b” e “c” e recortar plano “a, b, c”. Unir ponto “d” e “e” e recortar plano “b, c, d, e”.
Assim como nos incisivos, após o recorte das projeções, é importante observar se as vistas
vestibular, lingual e proximais, assim como as posições das bossas e da linha de colo, estão
corretas. Os passos seguintes são:
41
Fig. 7.6: Como é uma projeção das faces, as bossas são demarcadas em uma linha (a1, a2); a linha do colo (b),
apesar de nos dentes posteriores estar próximo de um plano em todo o contorno do dente, nas proximais
fazendo uma ligeira curvatura; as linhas longitudinais (c1, c2, c3, c4) partem da ponta de cúspide e seguem
reto, seguindo o longo eixo do dente.
Pontos importantes são a interseção dessas linhas longitudinais com as linhas de bossas e a linha do colo.
• Une-se, agora o encontro dessas mesmas linhas longitudinais com a linha do colo,
tanto por proximal, como por vestibular.
Fig. 7.7: Da interseção das linhas longitudinais com as linhas transversais, encontramos pontos nas bossas e
na linha do colo. Unimos esses pontos com uma reta, logicamente marcando o bloco de cera, obtendo assim a
figura 7.7.
Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo”, recortaremos a porção retentiva e
expulsiva. Seguindo a seqüência:
• Recorte da porção expulsiva mésio-vestibular e disto-vestibular.
• Recorte a porção retentiva disto-vestibular e mésio-vestibular.
• Recorte da parte retentiva e expulsiva mésio-lingual e disto-lingual.
• É importante observar que as linhas de demarcação são respeitadas, pois elas são
os limites do contorno. Serão desgastadas durante o arredondamento do dente, que é a
última fase da escultura.
43
Fig. 7.8, 7.9 e 7.10: os pontos “a, b, c, d, e” formam uma figura geométrica com 3 planos, plano “a, b, c” “a,
e, d” e plano “e, c, d”. Unindo-se os pontos “a, b, d” obtemos um novo plano que é a parte expulsiva (acima
da linha de maior contorno) do dente. O mesmo procedimento obtém-se a parte retentiva.
Fig. 7.11, 7.12 e 7.13: O mesmo procedimento executado por próximo-vestibular é feito com relação as faces
próximo-linguais. Obtendo-se desta forma a parte retentiva e expulsiva dessas faces.
Após essa fase, nós obtemos as vertentes proximais externas das cúspides. Em uma visão
oclusal (figura 7.14), observamos que as arestas longitudinais estão em uma posição mais
externa à sua posição real do dente. Procederemos agora, o recorte das vertentes distais das
cúspides mesiais e as vertentes mesiais das cúspides distais. A definição dessas vertentes
define também a parte externa dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso-lingual e o
posicionamento correto das arestas longitudinais. A seqüência do recorte é:
• União das pontas de cúspides vestibulares.
• União das pontas de cúspides linguais.
• Traçar direção do sulco vestibular (até a metade o terço médio da face vestibular).
• Recorte das vertentes que formam os sulcos, tendo como referencia a união das
cúspides (arestas longitudinais) e as linhas longitudinais.
44
Fig. 7.14 e 7.15: Vista oclusal após o recorte da parte expulsiva e retentiva da coroa. Observar que a aresta
longitudinal vestibular encontra-se mais vestibularizada (a), o mesmo ocorre por lingual. O posicionamento
correto desses detalhes anatômicos (a2) é o primeiro passo para a escultura da vertente externas meisal; outra
linha que se traça neste momento pe a referência do sulco mésio-vestibular (b) e mésio-lingual.
Fig. 7.16, 7.17 e 7.18: Detalhes da escultura das vertentes que formam o sulco ocluso-vestibular (porção
vestibular).
Fig. 7.19: Após o término da escultura geométrica das paredes axiais, passamos para oclusal. Nesta fase os
sulcos principais mésio-distal e vestíbulo-lingual (s) e as arestas longitudinais vestibular e lingual (a2),
encontram-se posicionados. O importante é definir a posição das arestas das vertentes internas, no exemplo a
arestas interna da cúspide mesial (a).
Fig. 7.20, 7.21, 7.22 e 7.23: Observar o detalhe da marcação dos limites das arestas internas (a), o triângulo
formado está na parte mais externa do dente no limite da cera e vamos aprofundá-lo até o vértice (observar
figuras 7.24 e 7.25). A partir de dois planos internos, “1” e “2”, Fig. 19 transformamos em uma única
vertente. O mesmo procedimento é feito em todas as vertentes internas das cúspides.
Fig. 7.24 e 7.25: Vista vestibular e palatina do final dos cortes geométricos. Observar que as linhas de
referências não foram tocadas, o que vai propiciar um dente do tamanho planejado.
46
Fig. 7.26, 7.27, 7.28 e 7.29: O arredondamento, fase final da escultura, torna-se bastante fácil, entretanto o
conhecimento da anatomia é fundamental para que se proceda esse passo.
47
Este dente tem dois detalhes anatômicos importantes: o tamanho menor da cúspide lingual
em relação ao da vestibular e o deslocamento dela para mesial.
Três passos devem ser seguidos para a obtenção desses detalhes:
• Linha longitudinal lingual deslocada para mesial (fig. 9.8).
• Antes de se realizar o corte geométrico da face oclusal, diminuir o volume da
cúspide lingual (fig. 9.11, 9.12 e 9.13)
• Deslocar a aresta transversal da cuspide lingual para a mesial (fig. 9.15).
Fig. 9.11: Vista por Fig. 9.12: Desenha-se Fig. 9.13: Aspecto da vista
oclusal após o recorte o contorno oclusal, oclusal após o recorte dos
axial. Observar que a marcando-se as excessos axiais.
cúspide lingual arestas.
encontrase com muito
volume.
Fig. 9.14 e 9.15: Definir as arestas medianas a partir das pontas de cúspides e as fóssulas proximais.
Recorte das vertentes internas mesiais e a vertente interna da crista marginal transversal. Notar que a
aresta interna da cúspide lingual está deslocada para mesial.
52
Fig. 10.9, 10.10, e 10.11: Com as vertentes externas das cúspides já recortadas, obteve-se os sulcos
ocluso-vestibulares e ocluso-lingual (seta). A partir das pontas de cúspides, demarcar as arestas das
vertentes internar. Observar na figura 10.10 o aspecto geométrico da escultura oclusal, e na figura 10.11, o
início do arredondamento dessa face.
Fig. 10.12: Vista por oclusal da face Fig. 10.13: Vista disto-oclusal do dente
oclusal após o arredondamento. após o arredondamento.
Dentre todos os dentes do arco, o primeiro molar superior é o único que apresenta uma
distância mésio-distal da face lingual maior do que a mesmo distância por vestibular.
Possui também como característica a ponte de esmalte, que nada mais é do que a
continuidade de uma aresta da cúspide mésio-lingual com a aresta da cúspide disto-
vestibular, interrompendo o sulco mésio-distal.
Uma outra característica desse dente é que a cúspide mésio-lingual possui cinco vertentes,
sendo duas externas (ou lisa) e três internas (ou triturantes).
Os detalhes a serem observados no recorte geométrico desse dente são:
• A silhueta é uma vista lingual, pois esta é face maior que a vestibular (fig. 11.4).
• As arestas internas da cúspide mésio-lingual são em número de duas, portanto,
este dente tem três vertentes internas nesta cúspide.
Fig. 11.1: Silhueta Fig. 11.2: Silhueta Fig. 11.3: Detalhes da face
proximal. lingual. oclusal.
57
Fig. 11.6: Vista oclusal após o recorte Fig. 11.7: Demarcação do sulco mésio-
expulsivo e retentivo das faces axiais. distal (interrompido na região da ponte
Observar a demarcação do sulco ocluso- de esmalte) e as fóssulas mesial (seta) e
lingual deslocado para distal, pois a distal.
cúspide disto-lingual é a menor neste
dente.
58
Fig. 11.9, 11.10 e 11.11: Detalhes da escultura das vertentes internas das cúspides mesiais do primeiro
molar superior.
59
Até esta etapa, realizamos a escultura de elementos dentais pela técnica geométrica, tendo
como referências para tal escultura as características gerais de tamanho, convergência e
convexidade das faces dentais e nos passos preconizados pela técnica de escultura.
A partir desta etapa executaremos a escultura de elementos dentais montados em manequim
articulado. Para tanto, além dos conceitos anatômicos assimilados e praticados nos
capítulos anteriores deveremos usar como referências para escultura, os detalhes comuns
dos dentes do mesmo arco, o relacionamento do dente a ser esculpido com os dentes
adjacentes (relação interproximal) e do arco antagonista (relação oclusal). Utilizaremos
uma técnica mista de enceramento progressivo para escultura dos contornos axiais do dente
e de amassamento de cera plastificada para registro das estruturas oclusais.
Relacionando-se o dente esculpido com seus adjacentes e antagonistas, buscamos um
equilíbrio oclusal do arco, além de uma harmonia estética. Diversos são os detalhes a serem
observados, tais como forma e localização de bossas, arestas, vertentes, sulcos, etc; bem
como o alinhamento vestíbulo-lingual de faces, bordas incisais e pontas de cúspides,
paralelismo de estruturas homólogas, posição e profundidade dos sulcos principais, curvas
de Spee e Wilson. A reprodução fiel destas referências deve também ser acompanhada do
estabelecimento dos contatos oclusais e observação dos movimentos oclusais durante estes
movimentos. Rever capítulos 1 a 4.
• Contatos proximais
• Posicionamento de bossas vestibular e lingual
• Inclinação da face vestibular
• Contatos oclusais nas cristas marginais transversais
• Guias de desoclusão anterior e guia canina
• Altura e posicionamento vestíbulo-lingual da Borba incisal
• Contatos proximais
• Posicionamento de bossas vestibular e lingual
• Inclinação da face vestibular
• Contorno e convergência das faces proximais e livres
• Posicionamento de pontas de cúspides
• Posicionamento de sulcos principais
• Posicionamento e altura de cristas marginais
• Inclinação de arestas e vertentes
• Paralelismo entre estruturas homólogas
• Contatos oclusais
• Guias de desoclusão
Material necessário
60
Técnica de escultura
• Preparo do troquel: deve-se marcar com lapiseira fina o limite do preparo dental.
Esta marcação pe em seguida fixada com cola e o troquel posicionado na arcada do
manequim.
• Isolamento com vaselina sólida da porção radicular do troquel, dos dentes
adjacentes e do arco antagonista.
• Plastificação da cera e obtenção dos primeiros pontos de referência: contatos
proximais, bossa vestibular e arestas da face vestibular.
• Preenchimento e obtenção do contorno da face vestibular.
• Determinação da bossa lingual e contorno da face lingual.
• Enceramento e obtenção do contorno axial do dente, estabelecendo-se inclinação
e convergência das faces livres e proximais e o correto limite cervical linha de colo).
• Plastificação da cera na face oclusal (posteriores) ou lingual (anteriores) e
estabelecimento dos contatos oclusais. Nessa fase realizaremos o amassamento da cera
plastificada através do estabelecimento dos contatos oclusais entre as duas arcadas do
manequim.
• Observação da imagem negativa do dente antagonista impressa na cera e
interpretação das marcas obtidas.
• Remoção dos ecessos de cera.
• Escultura da face funcional, tendo como referência as marcas obtidas e as
características anteriormente citadas.
• Acabamento da cera, através do alisamento com Hollemback, Lê Cron, meia de
seda e escova dental.
• Verificação oclusal com talco pincelado sobre as faces de contato oclusal.
• Verificação e conferência dos movimentos excursivos mandibulares e da ausência
de interferências.
61
Fig. 12.1: O primeiro passo do Fig. 12.2: A escultura das faces livres é
enceramento é i estabelecimento dos iniciada pelo estabelecimento das bossas e
pontos de contatos proximais e i das linhas longitudinais, que unem as
contorno das faces mesial e distal. pontas das cúspides à linha de colo do
dente.
Fig. 12.3: O preenchimento das Fig. 12.4: A face oclusal deve ser
paredes axiais deve seguir os limites preenchida em excesso, e a cera
estabelecidos pelos contatos plastificada para registro das relações
proximais, linha longitudinais e oclusais com o arco antagonista.
bossas, bem como tamanho e
convergências das faces.
Termos de Orientação
Ângulo axial: encontro de duas faces axiais; ex.: mésio-vestibular, mésio-lingual, disto-
vestibular e disto-lingual, etc.
Antagonista: antagônico, que atua no sentido oposto, contrário. Pág. 28, fig. 2.1.
Arco antagonista: arcada oposta. O arco inferior se opõe ao superior, e vice-versa. Pág. 11.
Borda incisal: borda cortante dos dentes anteriores, originada do encontro da face vestibular
com a face lingual ou palatina dos mesmos. Pág. 20, fig. 1.6.4.
Convergência para...: perda de volume para.... Ex.: Em vista oclusal, as faces vestibulares e
linguais convergem para distal, ou seja, perdem volume de mesial para distal, devido à
diferença de tamanho das faces proximais. PÁG. 15, fig. 1.4.1, 1.4.2, 1.4.3 e 1.4.4.
Faces: lados ou superfícies das coroas dentais. São elas: mesial, distal, lingual, vestibular e
oclusal. Pág. 12.
Faces axiais: faces paralelas ao longo eixo do dente, ex.: face vestibular, lingual, mesial e
distal.
Face distal: face do dente que dista da linha média seguindo a curvatura do arco dental.
Face lingual: face do dente voltada para a língua (nos dentes superiores e o termo mais
usado é face palatina devido à adjacência ao palato).
Face mesial: face do dente que se aproxima da linha média seguindo a curvatura do arco
dental.
Face vestibular: face dos dentes anteriores e posteriores voltada à abertura da cavidade oral,
ao vestíbulo.
Face oclusal: anatômica ou funcional. Relativo a dentes posteriores. Ver definição pág. 21 e
fig. 1.7.1.
Face proximal: face axial de um dente voltada para o dente adjacente. São as faces mesiais
e distais. Pág.: 12.
O
Oclusal: em direção à superfície mastigatória de um dente posterior.
Termos anatômicos
Ameia: espaço em forma de “V” entre as superfícies proximais de dois dentes adjacentes
em contato, somente observado em vista oclusal. Pode ser vestibular ou lingual. Pág. 32.
Área de contato proximal: região da superfície mesial ou distal de um dente, que toca o
dente adjacente do mesmo arco. Pág. 32, fig. 2.5
Arestas: segmentos de reta formados pela união de vertentes de uma mesma cúspide. Pág.
23.
Arestas longitudinais: separam as vertentes externas das internas. Podem ser classificadas
em mesiais ou distais. Pág. 23, fig. 1.7.5.
Arestas transversais: separam as vertentes mesiais das distais. Podem ser classificadas em
internas ou externas. Pág. 23, fig. 1.7.5.
Balanceio, lado de: lado oposto ao de trabalho, durante o movimento de lateralidade. Pág.
43, fig. 4.2.
Bordas: segmentos de reta que delimitam a transição entre faces dentais. Temos a borda
incisal, mésio-vestibular, mésio-lingual, disto-lingual e disto-vestibular. Pág. 16.
Bossas: elevações ou saliências de esmalte que se sobressaem nas faces axiais. São elas:
mesiais, distais, linguais e vestibulares. Pág. 16.
Cíngulo: saliência de esmalte no terço cervical da face lingual dos dentes anteriores, não
confundir com bossa lingual. Pág. 18, fig. 1.6.1.
Crista: elevação linear que une cúspides ou reforça a periferia de certas faces dos dentes.
Pág. 18.
Crista mediana: elevação de esmalte na face lingual dos dentes anteriores. Mais evidente
em caninos superiores, onde acompanha a aresta transversal lingual. Pág. 20, fig. 1.6.3.
Crista oblíqua ou ponte de esmalte: união de arestas transversais internas de uma cúspide
vestibular a uma lingual. Pág. 25.
Cristas marginais: saliências de esmalte presentes na periferia das faces linguais dos dentes
anteriores e das faces oclusais dos dentes posteriores. São as cristas marginais mesiais e
distais. Pág. 18, fig. 1.5.7 e 1.5.8.
Espaço funcional livre: espaço formado pela diferença entre DVR e DVO. Pág. 39.
Forame cego: depressão puntiforme formada pela falta de coalescência de esmalte, presente
entre o cíngulo e a fossa lingual. Pág. 19, fig. 1.6.1.
Fossa lingual: depressão ampla e rasa na face lingual dos dentes anteriores. Pág. 19, fig.
1.7.8.
Fóssula: depressão rasa e de formato piramidal presente na superfície oclusal dos dentes
podteriores. É formada pelo encontro de 3 vertentes internas: uma da cúspide vestibular,
uma da cúspide lingual e ma da crista marginal. Pode ser mesial e distal. Pág. 26, fig. 1.7.8.
Fosseta: depressão em forma de ponta localizada nas faces vestibulares e linguais dos
molares, corresponde ao término dos sulcos ocluso-vestibulares e ocluso-linguais. Pág. 2.,
fig. 1.7.8.
Função total de grupo: os caninos, pré-molares e molares tocam seus antagonistas, durante
o movimento de lateralidade, no lado de trabalho, com desoclusão dos demais dentes. Pág.
44.
Guia anterior: é a trajetória descrita pelos incisivos inferiores sobre as faces palatinas dos
incisivos superiores, durante o movimento protrusivo, partindo da posição de oclusal
central até a posição de topo-atopo. Pág. 42.
68
Guia canino: é a trajetória percorrida pelo canino inferior sobre a face palatina do canino
superior, no lado de trabalho, durante o movimento de lateralidade, partindo da posição de
oclusão central até a posição de topo-a-topo, com desoclusão dos demais dentes. Pág. 43,
fig. 4.3.
Linha do colo: linha cervical; linha contínua e sinuosa que divide o dente em cora e raiz.
Junção amelocementária ou esmalte-cemento. Pág. 16, fig. 1.5.1.
Linha equatorial: linha de maior contorno axial da coroa dental, resultante da união das
bossas. Pág. 17, fig. 1.5.6.
Lóbulo: relativo a face vestibular dos dentes anteriores. Ver definição pág. 20 e fig. 1.6.2.
R.
S
69
Silhueta dental: desenho da face de um dente. Ex.: silhueta mesial ou vista mesial; silhueta
vestibular ou vista vestibular. Pág. 46, fig. 6.1 e 6.2.
Sulco principal: relativo a face oclusal. Ver definição pág. 24 e fig. 1.7.6.
Sulco secundário: relativo a face oclusal. Ver definição pág. 24 e fig. 1.7.6 – seta.
Trabalho, lado de: lado para o qual a mandíbula se movimenta, durante o movimento de
lateralidade. Pág. 42, fig. 4.2.
Vertente externa ou lisa: vertente da cúspide localizada fora da face oclusal anatômica.
Pode ser classificada em mesial ou distal. Pág. 22 e fig. 1.7.3.
Vertente externa distal: vertente localizada na porção externa e distal de uma cúspide. Pág.
22 e fig. 1.7.3.
Vertente externa mesial: vertente localizada na porção externa e mesial de uma cúspide.
Pág. 22 e fig. 1.7.3.
Vertente interna distal: vertente localizada na porção interna e distal de uma cúspide. Pág.
22 e fig. 1.7.3.
Vertente interna mesial: vertente localizada na porção interna e mesial de uma cúspide.
Pág. 22 e fig. 1.7.3.
70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anatomia Dental
CEDIC – Centro de Divulgação Científica, 1998
2. Cantisano, Waldemar
Anatomia Dental
3 ed. Guanabara Koogan, 1978
7. Figún, M.E.
Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada
3 ed. Editorial Médica Panamericana, 1994
8. Ishikiriama, Aquira
Manual de Desenho e Escultura Dental
2 ed. Faculdade de Odontologia de Bauru, 1983
10. Madeira, M. C.
Anatomy da Face
2 ed. Sarvier, 1997
19. Tunes, F. S. M.
Escultura Dental
1992