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Fichamento
Hans Kelsen defende a tese de que não existe diferença qualitativa entre lei
e sentença. Ambas seriam formas de produção do direito. A decisão de um tribunal
constitucional é, a um só tempo, ato de jurisdição e ato legislativo e deve possuir, sem dúvida,
o elemento político. Com essa linha de argumentação, afasta a idéia de que o controle de
constitucionalidade (com forte viés político) não seria ato de jurisdição, ou seja, para ele o
“político” não exclui o “jurídico”.
O autor defende que o Executivo não goza de uma independência maior que
a do Judiciário. Deve ser afastado o argumento de que os juízes poderiam ser facilmente
influenciados pelo Chefe do Executivo. Prova que a tese do “poder neutro” do governante não
merece prosperar, pois o Chefe de Estado não poderia se imiscuir nas decisões tomadas pelos
outros poderes. Onde estaria a neutralidade?
O controle judicial da constitucionalidade
Para Kelsen uma lei incompatível com a Constituição não poderia ser
classificada como “inconstitucional”. Na verdade, ela deveria ser considerada válida até a
superveniência de um processo especial de anulação, ou seja, “[...] Enquanto a corte não
tivesse declarado a lei inconstitucional, devia ser respeitada a opinião do legislador, expressa
em seu ato legislativo”. (p. 305). Vislumbra-se a natureza constitutiva dessa decisão, que se
contrapõe à natureza declaratória do sistema americano.