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Quando em um alto posto, não tiraniza os subordina- era o comportamento esperado do homem

dos. Quando em um cargo subordinado, não corteja favo- moral diante das diversas situações da vida?
res dos superiores. Ele ajusta sua conduta pessoal e não b) Para se atingir a vida do homem moral,
busca nada dos outros; logo, não se queixa. Não se queixa o confucionismo também defendia que
de Deus e tampouco se lamenta dos homens. seus praticantes adotassem certos mode-
Portanto, o homem moral vive o curso regular de sua los de conduta diante dos outros. Como o
vida, aguardando calmamente pelo desígnio de Deus, en- homem moral deveria se comportar com
quanto a pessoa vulgar opta por caminhos perigosos, espe- os outros, segundo o texto?
rando por golpes incertos da sorte. c) As ideias do confucionismo se desenvolve-
WILHELM, Richard; QIAN, Sima; MING, Ku Hung. Introdução ram durante um período muito turbulen-
a Confúcio. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011. p. 121-122. to da história do território chinês, o Pe-
a) Aqueles que defendiam e praticavam os ríodo dos Reinos Combatentes. Relacione
princípios do confucionismo buscavam a turbulência desse período com os ideais
atingir um modo de vida, chamado “Ho- defendidos no trecho acima e justifique
mem moral”. De acordo com o texto, qual sua resposta.

2 A Índia antiga Formação e expansão da Índia (2500 a.C. a 1500 a.C.)


80º L

Banco de imagens/Arquivo da editora


Por volta de 3000 a.C., os povos que
Kamboja
habitavam o noroeste do subcontinente
H
indiano começaram a erguer cidades ao Gandhara IM
A
longo do rio Indo (onde hoje se localiza o LA
Harappa Kuru IA
atual Paquistão; veja o mapa ao lado). Eram
núcleos urbanos bem estruturados, com In
do Matsya
o Panchala
Ri Surasena Malla
avenidas largas; seus habitantes eram os Mohenjo-Daro R io
Vriji
Kosala Gan
ges
dravidianos, cujas casas de tijolos de barro Vatsa

cozido contavam com eficientes sistemas Trópico de Câncer Kasi


Anga
Cedi Magadha
de água e esgoto. Avanti

Os dravidianos criaram a técnica de


confeccionar roupas de algodão que co-
mercializavam com outros povos. Além de Asmaka
GOLFO DA
parte dessa produção têxtil, eles vendiam OCEANO BENGALA

também joias, pedras semipreciosas, uten- ÍNDICO

sílios domésticos, brinquedos, etc. Avanço dos povos


árias (1500 a.C.)
Asmaka Antigos reinos
indianos
Os arianos e o hinduísmo Território da
civilização harapense
Por volta de 1800 a.C., os dravidianos 0 325 650
(2500 a.C. a 1800 a.C.)
Cidades
começaram a abandonar as cidades em km

direção ao vale do rio Ganges e ao sul da Adaptado de: WORLD History Atlas:
Índia atual. As razões para esse desloca- Mapping the Human Journey.
London: Dorling Kindersley, 2005. Ariano: forma genérica
mento são desconhecidas. No entanto,
pela qual são chamadas as
alguns estudiosos apontam como causa pessoas de pele clara
a invasão do vale do Indo pelos arianos por volta de 2000 a.C. Nômades, originárias de algumas das
cerca de cinquenta tribos
provenientes da Ásia Central, os arianos subjugaram os dravidianos e do- nômades que habitavam a
minaram a região. Alguns desses grupos (também conhecidos como in- região do Cáucaso (área que
abrange parte dos territórios
do-europeus), depois de se instalarem no vale do rio Indo, avançaram em atuais da Rússia, Geórgia,
direção ao vale do Ganges. Azerbaijão e Armênia).

Oriente antigo: China, Índia e Japão • Capítulo 4 79


FiLme Depois da invasão, os árias (como se autodenominavam essas tribos)
passaram a viver como sedentários e incorporaram muitos elementos das
Veja o filme O
Mahabharata, línguas dravidianas a seu idioma, o sânscrito. As crenças religiosas tam-
de Peter Brook, 1989. bém se misturaram, dando origem ao hinduísmo, conjunto de doutrinas
Dois clãs rivais lutam pelo
e práticas religiosas que passou a reger quase todos os aspectos da vida
domínio do mundo.
cotidiana e da organização social dessa população. Muitas dessas crenças
persistem até hoje na Índia.
Os fundamentos do hinduísmo estão registrados no Rig Veda, ou Livro do
conhecimento, coletânea de 1028 hinos que acabaria por denominar todo o
período em que a Índia antiga esteve sob o domínio dos árias: época védica
(de 1500 a.C a 500 a.C.).
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste

sociedade de castas capítulo uma proposta para abordar as relações entre religião e
organização social na Índia Antiga.
Casta: grupo social Inicialmente, os árias organizavam-se em comunidades subordinadas a
fechado, que determina uma
estratificação em várias
um chefe, o rajá, e a um sacerdote, o purohita. Os sacerdotes criaram comple-
camadas sociais rígidas, xos rituais religiosos que originaram uma corrente dentro do hinduísmo, o
compostas de pessoas que bramanismo, que lhes conferiu enorme poder junto à população e perante
exercem a mesma profissão,
religião, hábitos ou origem o próprio rajá.
étnica. Nesse sistema, não há Eles criaram diversos preceitos que passaram a ser adotados por grande
mobilidade, ou seja, não se
pode passar de uma casta
parte da sociedade hindu, como a ideia de reencarnações sucessivas e a instau-
para a outra. ração de um rígido sistema de castas.
As castas consideradas mais importantes eram formadas pelos árias.
Os sacerdotes encontravam-se no topo da hierarquia social, na casta dos
brâmanes. A seguir, vinham sucessivamente os xátrias (nobres, guerreiros
e administradores), os vaixás (comerciantes) e os sudras (artesãos e tra-
balhadores manuais não arianos). Os últimos no sistema de castas eram
os párias, pessoas excluídas da sociedade, sem direito de estudar, ouvir os
hinos védicos nem viver nas cidades.
Entre os séculos VII a.C. e VI a.C., já no final
da época védica, governantes, comercian-
oc
k tes e a população pobre passaram a
st
er
questionar os privilégios dos sacer-
t
ut
Sh
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dotes. Como resultado desse movi-


fk
ka
d io

mento, surgiram duas correntes


Ra

reformistas no hinduísmo: o bu-


dismo e o jainismo.

Afresco representando
o deus hindu Brahma, criador do
Universo, em mural na cidade de
Nawagarh, Índia. Foto de 2015.

80
Tanto o budismo como o jainismo afirmavam que cabia ao ser humano
realizar seu próprio destino, sem necessidade da adoração de deuses. Tam-
bém condenavam o sistema de castas e as regalias dos brâmanes. Com sua
doutrina, o budismo conquistou um grande número de seguidores, contri-
buindo para o enfraquecimento dos sacerdotes védicos.
Foi também nessa época que a junção de tribos árias resultou na forma-
ção de pequenos reinos. Os dezesseis estados mais poderosos lutaram pelo
controle da região. O reino de Magadha saiu vencedor e, por séculos, domi-
nou o vale do Ganges e as rotas de comércio ao longo do rio.

Parivartan Sharma/Reuters/Latinstock
Um trabalhador limpa um esgoto subterrâneo na cidade de Noida, na Índia, em 2010. Pessoas como ele
pertencem à casta dos dalits, que atuam em áreas de limpeza, como aterros, coleta de lixo, varrição de ruas, etc.

3 O Japão dos samurais


O Japão é um arquipélago formado por quatro ilhas principais e cerca de
quatro mil ilhotas. A região foi ocupada, há cerca de 30 mil anos, por povos
caçadores e coletores originários das atuais regiões da Sibéria, na Rússia, e
Coreia. Nesse território formaram-se diversos reinos independentes até que,
por volta de 660 a.C., eles foram unificados por um líder chamado Jimu, que
recebeu o título de imperador.
O primeiro grande período de desenvolvimento se deu entre 300 a.C. e
300 d.C., na Era Yayoi, quando os japoneses, influenciados pelos chineses,
aprenderam a cultivar e irrigar o arroz, a fabricar objetos de bronze e de fer-
ro, a tecer e a utilizar a escrita ideográfica.

Oriente antigo: China, Índia e Japão • Capítulo 4 81

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