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Novas Tendencia em Museologia Perspectiv
Novas Tendencia em Museologia Perspectiv
Vol 3
pesquisa em museologia e
perspectivas disciplinares
GT 4 GT 5
GT 6 GT 13
museu do homem do nordeste 16 a 20 de novembro de 2015
2O SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA
16 a 20 de novembro de 2015
Museu do Homem do Nordeste
Recife - PE
Realização
Rede de Professores e Pesquisadores do Campo da Museologia
Museu do Homem do Nordeste – Fundação Joaquim Nabuco
Departamento de Antropologia e Museologia – Universidade Federal de Pernambuco
Apoio
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico – CNPq
Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco – FACEPE
Agradecimentos
Instituto Ricardo Brennand
Laboratório de Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Pernambuco
Museu Cais do Sertão
Paço do Frevo
gt 6 •
Museu e Museologia na
Amazônia: história,
teoria e prática
Resumo
Este trabalho tem o objetivo de desenvolver um contexto de possibilidades e
perspectivas sobre as novas tendências na Museologia. Enfatizando
especificamente esta perspectiva com relação ao campo na região Amazônica,
no Brasil. Uma importante referência para esta premissa está no fato de que se
faz pouco tempo que foi criado o primeiro curso de graduação em museologia
na região. Dessa forma, pensar em uma expansão dos cursos de graduação e a
implementação de programas de pós-graduação é um dos sonhos a ser
concretizado. No entanto, não se pode negar que a região possui uma antiga
“tradição museológica”, principalmente em decorrência das experiências do
Museu Paraense Emílio Goeldi, um dos mais antigos do país. No entanto existe
outros experimentos museológicos único como o Museu Magüta, dos índios
Ticuna no Amazônas e o Museu Sacaca de sustentabilidade, em Macapá, dente
outros. Desse modo, a reflexão deste trabalho está se pautando no contexto
amazônico brasileiro, com suas possíveis diversidades e singularidades.
Abstract
This work aims to develop a context of possibilities and perspectives on new
trends in Museology. Specifically adding the perspective of the field in the
Amazon region, Brazil. An important reference for the premise is the fact that
recently this region had the first class of graduates in Museology at the Federal
University of Pará, the only specific course of higher grade in the region. So, to
think about an expansion of higher-level courses and implementation of a
graduate program is a dream that begins to be desired. However, there is no
denying that the region already has an old “museological tradition”, mainly by
Emilio Goeldi Museum of Pará, one of the oldest in the country; beyond unique
1
Esse artigo e uma modificação do trabalho apresentado no ICOFOM de 2015 na França,
publicado no ISS de 2015.
2
Mestre em Geologia, Professor do Curso de Museologia da Universidade Federal do Pará, E-
mail para contato: diogojmelo@gmail.com
3
Doutorando em Museologia e Patrimônio na UNIRIO, Museóloga da Universidade Federal de
Alfenas, bolsista Capes, E-mail para contato: estudante.lu@gmail.com
4
Doutorando em Educação, UFRJ, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, E-mail
para contato: vinimoncao@gmail.com
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••••••••••
Logo, o “fato museal”, por exemplo, pode ser entendido como uma
relação específica entre o homem e sua realidade, dada pela existência de um
processo social denominado “Museu”, é entendido como uma das vertentes
para a compreensão do pensamento museológico (CÂNDIDA, 2011;
CARVALHO, 2011).
Por exemplo, Peter van Mensh (1994), ao fazer uma leitura sobre o
Museologia apontou a existência das seguintes perspectivas de entendimento e
compreensão para o campo museológico:
consagrar. Algo semelhante ao que Yves Klein fez, quando se apropriou do céu
como uma de suas obras de arte5.
Deste ponto, entende-se que este tipo de análise que se pretende realizar
nos proporciona uma infinidade de leituras do Museu, da Museologia e de suas
perspectivas de atuação. Ao pensarmos historicamente e entendermos que a
Museologia inicialmente se afirmou por uma prática referente ao espaço museu,
e que no foco de seu olhar se encontrava os objetos de suas coleções. Podemos
perceber o quanto esta realidade se modificou e se reestruturou ao longo do
tempo. Não que estes objetos tenham perdido o seu valor, mas que outras
questões e outros valores se fizeram presentes ao longo da história da
Museologia.
5
Yves Klein é famoso por se utilizar do azul em suas obras, logo em um dia de céu limpo,
pegou e assinou no ar, fazendo uma alusão de que o céu era uma obra de arte sua. Um
mecanismos de apoderação realizado nas artes depois do ready-made de Marcel Duchamp.
6
Rodolfo Garcia apesar de ser o fundador do Curso Técnico de Museus, sendo diretor interino
na ocasião do Museu Histórico Nacional, seu nome normalmente é sobrepujado pelo de
Gustavo Barroso, grande mentor das questões museológicas e patrimoniais no Brasil na década
de 1930 e como posteriormente assumiu a direção do museu e do curso fez com que seja
considerado o patrono da Museologia Brasileira.
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Por muito tempo estes dois cursos foram praticamente os únicos do país
ligados a esta área do conhecimento. As exceções foram o curso de Museologia
da Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro e da especialização em
Museologia da Universidade de São Paulo. Desta forma podemos pontuar que a
Museologia no Brasil, do ponto de vista da produção acadêmica, esteve por
longas décadas se constituindo por base em três núcleos de formação, Rio de
Janeiro, Bahia e São Paulo.
7
A Amazônia Legal compreende além dos estados da região norte do Brasil (Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), os estados de Mato Grosso e parte do
Maranhão (MONTYSUMA, 2012).
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peixes-boi de água doce, macacos, jacarés e onças, assim como uma forte
presença de índios.
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Para termos um pouco da noção da grandeza desse estado, ele é a décima terceira maior
subdivisão mundial, e se fosse um país seria o vigésimo segundo maior país do mundo. Seu
território é equivalente aos territórios da Tailândia, Camboja, Laos e Vietnam somados.
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Não podemos negar que em muitos dos casos a floresta se faz presente
na cidade, demonstrando mesmo em poucos momentos e locais a força natural
deste território. Da mesma maneira, os aspectos culturais, principalmente de
grupos indígenas, ribeirinhos e quilombolas que habitaram e habitam esse
território. Apesar de não estarem em destaque aparentemente na sociedade,
basta apenas um pequeno olhar direcionado para perceber a sua marcante
presença, através de comidas, costumes e ritos, inclusive na arte contemporânea
da região.
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Áreas de transição entre ecossistemas distintos.
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MUSEUS DA AMAZÔNIA
10
A legislação que define essas ações é a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), que legisla os Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2012).
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O Complexo Feliz Luzitânia encontra-se em uma das áreas centrais da cidade de Belém,
referente a parte mais antiga da cidade, estando localizado nesta área a maioria dos museus do
Sistema Integrado de Museus do Estado do Pará.
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O Mangal das Garças pode ser entendido como um espaço museológico, pois constitui-se em
um parque (zoológico) especializado em aves regionais.
13
Assembleia de Deus é uma religião de segmento cristão, protestante, do grupo das igrejas
neopentecostais e sua origem remonta ao estado do Pará.
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Consiste em uma sala com peças anatômicas em formol, assim como modelos didáticos para
o ensino de anatomia. Sendo que está mais para um depósito do que para museu.
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Consiste em um laboratório didático e experimental de física, onde seus experimentos são
utilizados para divulgação científica.
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Espaço a céu aberto dentro do Campus do Guamá da Universidade Federal do Pará onde
são realizadas diversos projetos e programas de extensão, se tornado desta forma um espaço
de divulgação da ciência e de diversas experimentações ligadas a sustentabilidade, Educação
Ambiental e Patrimonial. Inclusive são desenvolvidas diversas experimentações expográficas
nestes bosques.
17
Laboratório de Astronomia que realiza atividades de divulgação científica e observações do
céu.
18
Sociomuseologia ou Museologia Social são termos referente a processos museológicos e
tipologias de museus oriundas do desdobramento da “Nova Museologia”, ondo os autores que
defendem a terminologia a entendem como uma Museologia voltada para as questões dos
movimentos sociais e consequentemente, agente transformadora de realidades.
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Vale destacar o Museu do Marajó, criado pelo padre Giovanni Gallo, que
apesar de se constituir também com uma configuração fortemente vinculada ao
patrimônio arqueológico, apresenta diversas experimentações museológicas
singulares. Principalmente considerando que este museu foi criado em Santa
Cruz do Arari e depois transferido para Cachoeira do Arari, duas pequenas
cidades no arquipélago fluvial do Marajó, em que seu principal acesso se dá
por via pluvial.
Este projeto, que foi denominado de Museu Contextual, nos traz uma
experiência interessante, pois o museu se configurou e foi pensado como uma
espécie de museu de território, no entanto, este museu aparentemente só existiu
no momento de execução do projeto, pois não possui nenhuma constituição
administrativa e nenhum segmento social e burocrático que responda
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Figura 2 Capela do Senhor dos Passo, mais conhecida como Igreja de Pedra é um dos marcos históricos
da cidade de Vigía e um dos patrimônios identificados e musealizados pelo “Museu Contextual”. Nota-se
ao lado da porta da igreja placas de identificação do patrimônio, colocadas pelo projeto citado.
“... mostrar as relações que o homem amazônico mantém com o meio natural
que ele explora através do seu saber tradicionais. O museu reproduz no centro
da cidade de Macapá a vida dos ribeirinhos, índios, castanheiros, caboclos,
quilombolas. O museu abre uma reflexão sobre as possíveis alternativas ao
modelo predatório de desenvolvimento para a Amazônia, cujo saldo é o
desmatamento e as queimadas, a perda da biodiversidade e o aquecimento
global” (OLIVEIRA & JESUS, 2013, p.7).
vão ver e vão nos respeitar” (Boletim do Museu Magüta, 1993 apud FREIRE,
2009, p.221).
Figura 4 Vista do Museu do Seringal e parte do seu interior. Localizado nos arredores da cidade de
Manaus, no estado do Amazonas, nas margens do Rio Negro.
Figura 5 Vista geral da área onde se localiza o Museu da Ferrovia Madeira Mamoré e seu interior.
Localizado na cidade de Porto Velho, Rondônia.
2013 Museu da Imagem e do Som do Pará: Lugar de Memória e Deyse Ane Ribeiro Marinho
Esquecimento
2013 Museu, Educação e Público: No Museu de Arte Sacra de Elinelma Pereira do Nascimento
Belém
2013 A Poética Museal de Antônio Juraci Siqueira Jaddson Luiz Sousa Silva
2013 Olhar Museológico para Arqueologia: potencialidades de Raiza Cristina dos Santos
Musealização do Sítio Colonial “Engenho Murucutu” em Gusmão
Belém – PA.
2014 Público Familiar no Parque Zoobotânico do Museu Emilly Cristine Barbosa dos
Paraense Emílio Goeldi Santos
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2014 Os Arquivos do Pe. Giovanni Gallo: “Os Arquivos de Glêice Stefani Cardoso Costa
Giovanni Gallo: a construção de um museu na Ilha do
Marajó”
2014 “Hoje Tem Visita Lá no Museu”: Estudo Museológico de Kaliane Barros de Souza
Visita Orientada no Parque Zoobotânico do Museu
Paraense Emílio Goeldi
Referências
FREIRE, José Ribamar Bessa. A descoberta do museu pelos índios. In: ABREU,
Regina; CHAGAS, Mário (Orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios
contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009, p. 217-253.
LUX, Vidal. O Museu Kuahí: uma inserção dos Povoa Indígenas do Baixo
Oiapoque no contexto regional e nacional. In: Redes Casas do Patrimônio –
Pará, 2013. Retirado: http://casadopatrimoniopa.wordpress.com.