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E-book licenciado para Lara Jussim Fonseca Machado laramachado@protonmail.

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Primeira edição, 2020

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SUMÁRIO

4 SOBRE O LIVRO

5 Contatos de emergência

6 Como identificar uma situação de


emergência

7 Check-list dos Primeiros Socorros Felinos

11 CUIDADOS BÁSICOS COM UM GATO


DOENTE

11 Vômito

13 Diarreia

15 Asfixia

24 Sangramento

37 Entorses, luxações e fraturas

41 Queimaduras de incêndio, elétrica e


química

51 Envenenamento

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57 Picadas de abelha e outros insetos

60 Hipertermia (ou insolação)

63 Hipotermia (ou baixa temperatura


corporal)

66 Choque

72 CONCLUSÃO

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SOBRE O LIVRO

Nós odiamos a ideia de


qualquer coisa ruim
acontecendo ao nosso
gato, mas, infelizmente,
apesar do nosso esforço
em tentar evitar, alguns
acidentes ainda acabam
acontecendo, como por
exemplo, intoxicações
acidentais, quedas,
ferroadas de abelha e
eventos de frio excessivo.
Cabe a você tomar uma atitude nesses momentos.

Em situações de emergência como essas, o quadro


de saúde do seu gato pode ter uma piora
significativa em questão de segundos, e nem
sempre é possível chegar ao veterinário a tempo de
salvá-lo. Caso seu gato esteja com diarreia ou se
ele se envolveu em um briga com algum cachorro,
será a você que ele irá recorrer.

Como um dono de gato responsável, é importante


estar preparado para esse momento. Ao longo
deste manual você aprenderá a se preparar para
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qualquer situação de emergência, desde um
simples vômito até um osso quebrado. Apesar de
você não poder substituir um veterinário, as
ferramentas que você aprenderá aqui serão de
grande valia para salvar a vida do seu gato em um
caso extremo.

Contatos de emergência
Primeiramente e mais importante todo dono de
gato deve conhecer os locais de atendimentos de
emergência e possuir as informações de contato
desses lugares. Você deve ter o número do
veterinário e da clínica antes de precisar desse
serviço. Se você a princípio não conhece uma
clínica veterinária que faça atendimentos de
emergência próxima a você, pergunte ao seu
veterinário ou procure na internet, e encontre a
clínica que melhor irá lhe atender em uma
situação como essa.

É recomendável que você mantenha uma cópia das


informações de contato em um local de fácil acesso,
como a porta da geladeira. É recomendável
também que você deixe uma cópia na caixa de
remédios do seu gato, juntamente com o tipo
sanguíneo dele, se possível.

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Como identificar uma situação de
emergência
Conhecer os contatos de emergência e saber
quando acioná-los são coisas fundamentais. Se
você não souber quando seu gato está em uma
situação perigosa, você não saberá quando é o
momento de acionar a emergência, ou se a situação
pode aguardar.

É necessário acionar um profissional quando seu


gato:

 Está indisposto e não quer levantar.

 Está com dificuldade em respirar, urinar ou


defecar.

 Está em estado de choque.

 Está tendo convulsão.

 Perdeu a consciência.

 Não está respondendo.

 Está vomitando sangue.

 Está com diarreia contendo sangue.

 Está com dificuldade em manter o


equilíbrio.
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Check-list dos Primeiros Socorros
Felinos
Mantenha o kit de primeiros socorros do seu gato
em um local acessível, preferencialmente ao lado
do kit de primeiros socorros da sua família.

O kit de primeiros socorros deve estar completo em


todo momento e conter recursos suficientes para
atender a todos os gatos que você possui
simultaneamente. Pois você não quer que um
acidente aconteça e não possuir os recursos
necessários. Muitos itens que você irá precisar
para o kit de primeiros socorros do seu gato são
semelhantes ao kit de humanos, com algumas
exceções.

O kit de primeiros socorros felino deve


conter:

 Luvas cirúrgicas de látex: as luvas são


usadas para proteger o felino de bactérias
ou vírus que podem haver em suas mãos.

 Focinheira para gatos: a focinheira é


usada para evitar que você seja mordido.

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 Fronha ou toalha: usada para envolver o
corpo do gato ao lidar com uma lesão na
cabeça ou nos olhos e evitar que você seja
arranhado.

 Coleira para gatos: a coleira para gatos


com uma guia, de preferência uma coleira
peitoral, impedirá que seu gato fuja e se
esconda.

 Pinça: pinças são ótimas ferramentas para


remover farpas, ferrões de abelhas e
pequenos objetos da boca de um gato.

 Tesoura: a tesoura pode ser usada para


cortar ataduras e para remover o excesso de
pelos ao redor de uma ferida aberta.

 Termômetro digital: o termômetro deve


ser inserido no reto do gato para detectar
febre ou queda de temperatura.
Recomendamos um termômetro digital para
facilitar a leitura.

 Lanterna: a lanterna pequena é útil em


situações de choque e para permitir você
veja claramente o fundo da boca do animal.

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 Cronômetro: um cronômetro pode ajudar o
dono a acompanhar o tempo durante
procedimentos terapêuticos.

 Conta-gotas e seringa: usados para


administrar medicamentos e para limpar
ferimentos locais ou feridas profundas.

 Gaze: a gaze é usada para parar o


sangramento aplicando pressão na ferida,
facilitando a formação de um coágulo.

 Ataduras antiaderentes: as ataduras


antiaderentes são usadas após a ferida ser
limpa para controlar o sangramento e
manter a área aberta limpa.

 Fita microporosa: a fita microporosa é


usada para fixar o curativo.

 Bandagem elástica veterinária (ou


bandagem auto-aderente): a bandagem
veterinária é melhor que ataduras com fita
microporosa, pois enquanto ela protege o
ferimento, aplicando uma leve pressão, ela
não adere ao pelo do gato.

 Álcool: o álcool é usado como antisséptico


para limpar feridas e todas as ferramentas
que você estiver usando.

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 Peróxido de hidrogênio (água
oxigenada): o peróxido de hidrogênio pode
ser usado para limpar feridas e para induzir
vômito em uma situação de envenenamento.

 Leite de magnésia: o leite de magnésia é


usado para proteger o estômago e evitar
erosões no caso de ingestão acidental de um
agente tóxico.

 Carvão ativado: o carvão ativado é usado


para absorver substâncias tóxicas,
prevenindo a absorção de veneno pela
corrente sanguínea.

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CUIDADOS BÁSICOS COM
UM GATO DOENTE

1. Vômito
Mesmo o mais saudável dos gatos terá um pequeno
episódio de vômito de tempos em tempos.

Na maioria das vezes, um gato vomita por causa


de alguma bola de pelo, algo que eles comeram que
perturbou o estômago ou uma viagem de carro
mais demorada que causou ao seu bichano enjoo
devido ao movimento.

Pequenos casos de vômito não são motivo para se


preocupar e podem ser tratados em casa, no
entanto, o vômito também pode ser um sintoma
comum de várias condições graves de saúde.
Portanto, se a condição do gato não melhorar após
48 horas ou se sangue começar a aparecer nos
líquidos expelidos, entre em contato com seu
veterinário.

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Primeiros socorros para vômito felino

 Retenha a comida do seu gato por 12 a 24


horas, dando um tempo ao estômago para
descansar antes de tentar digerir outra coisa.

 Garanta que o gato tenha acesso à água para


evitar a desidratação. Se o seu gato estiver
bebendo água e vomitando, retire a água e
reintroduza-a a ele depois de uma ou duas
horas.

 O vômito geralmente causa desidratação ao


gato. Verifique a hidratação dele puxando a
pele do membro da frente ou de trás. Um gato
hidratado possui a pele bastante elástica,
retornando ao lugar em alguns segundos, como
um elástico. Se a pele demorar a voltar ao
lugar, seu gato está desidratado e precisará
aumentar a ingestão de líquidos.

 Os eletrólitos também são frequentemente


perdidos quando um gato regurgita a comida e,
embora esses eletrólitos que aumentam a
energia se restaurem com o tempo, você pode
fornecer eletrólitos ao seu felino através de
bebidas isotônicas, administrando duas gotas
por via oral a cada meia hora. Atenção: você

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não pode usar esta dica em gatos diabéticos,
pois o açúcar pode causar efeitos negativos.

 Se o seu gato não vomitar durante o período de


jejum, ofereça a ele uma colher de comida e
aguarde cerca de 20 minutos. Se ele comer e
continuar sem vomitar, ofereça-lhe um pouco
mais, mas não o force a comer. Ele pode
conseguir comer, mas provavelmente ainda
sentirá náuseas e uma quantidade maior de
alimentos pode causar outro episódio de vômito.

 Continue alimentando seu gato com pequenas


refeições pelos próximos 2-3 dias para garantir
que os problemas digestivos estejam sob
controle.
 Retorne aos hábitos alimentares regulares após
o período de 3 dias, mas entre em contato com o
seu veterinário se os sintomas retornarem.

2. Diarreia
Fezes anormalmente moles, com cheiro
desagradável, coloração estranha e idas frequentes
à caixinha de areia são sinais clássicos de diarreia
felina. Assim como seres humanos, sabemos que às
vezes uma mudança em nossa dieta ou alguma
bactéria que ingerimos pode perturbar o trato
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gastrointestinal, e o mesmo vale para os nossos
amados felinos. Se o seu gato estiver com diarreia,
pode ser resultado daquelas sobras de jantar que
você o deixou comer na noite anterior ou apenas
um pequeno incidente que desaparece no dia
seguinte. No entanto, a diarreia também pode
estar ligada a condições de saúde graves, por isso é
importante observar se você de fato tem algo a ver
com a questão das idas frequentes à caixa de areia
ou se algo mais sério pode estar acontecendo.

Primeiros socorros para diarreia


felina

 Suspenda os alimentos por 12 a 24 horas. A


diarreia é uma maneira de remover
rapidamente do corpo uma substância que o
organismo considera ruim. Portanto, se não
houver comida entrando no corpo, também
não haverá saindo do corpo.

 Tente não suspender a água do seu gato,


pois a diarreia faz o corpo perder água e
consequentemente ficar desidratado. Se você
notar a diarreia acontecendo logo após o
gato beber água, você pode suspender a
água temporariamente e reintroduzi-la em
cerca de uma hora.
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 Os alimentos podem ser introduzidos no seu
gato após o breve período de 12 a 24 horas,
mas lembre-se de que a diarreia não
emergencial pode durar até 2 dias, então
você pode ter que recorrer a pequenas
porções de alimentação a cada algumas
horas.

 A diarreia deve desaparecer em 1-2 dias se


não for causada por um quadro de saúde
grave. Se o seu gato ainda estiver com
diarreia após esse período, ou se ele estiver
fraco e desidratado, é hora de entrar em
contato com seu veterinário.

3. Asfixia
A asfixia, embora bastante rara em gatos, é uma
situação de risco de vida que requer atenção
imediata e primeiros socorros. Ao contrário dos
cães, os gatos conseguem avaliar bem se um
pedaço de comida é pequeno o suficiente para ser
engolida, mas se um gato de repente se assusta ou
é carregado enquanto come ou brinca com algum
objeto, o objeto pode ficar alojado em sua garganta.
Objetos como pedaços de ossos ou brinquedos,

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podem ficar presos na laringe e fazer com que o
gato fique sufocado.

Sinais de asfixia:

 O gato está fazendo sons de engasgo ou


tossindo.

 O gato começa a bater com a pata na boca.

 O gato começa a tossir severamente.

 O gato começa a entrar em pânico.

 O gato começa a babar.

 O gato está lutando para respirar.

 O gato não consegue respirar.

Se você notar que seu gato apresenta algum desses


sintomas, é hora de agir. Primeiramente,
instruiremos você a abrir a boca do seu gato para
procurar a obstrução, mas se a obstrução não for
visível, falaremos sobre como executar a manobra
de Heimlich e a reanimação cardiopulmonar (RCP)
em felinos.

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Remoção de uma obstrução visível

Materiais Necessários:

 Cobertor ou toalha

 Lanterna

 Pinças

 Folha contendo número de contato de


emergência

 Uma segunda pessoa para ajudá-lo

Passo 1: Enrole o animal em uma toalha ou


cobertor, mantendo apenas a cabeça visível
(gostamos de chamar isso de burrito de gatinho, já
que você enrolaria um burrito de maneira
semelhante). Envolver o gato o acalmará e
protegerá você de ser arranhado enquanto você
abre a boca do seu gatinho para verificar a
obstrução pelo objeto.

Passo 2: Envolva o seu braço não dominante em


torno do gato enrolado, usando uma mesa para
apoiar o peso do gato. Com a sua mão dominante,
coloque o polegar e o indicador em ambos os lados
da boca do gato, exatamente onde na articulação
da mandíbula e aperte levemente, para fazer o
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gato abrir a boca e permitir que você agarre a
língua dele, e puxe para fora para olhar atrás, em
direção à garganta, em busca da obstrução.

Passo 3: Ilumine a boca do gato e remova a


obstrução visível com uma pinça longa. NÃO use o
dedo para tentar remover o objeto, pois você pode
acabar empurrando o objeto ainda mais para o
fundo da garganta do gato. Se você é incapaz de
ver a obstrução, chame o seu veterinário
urgentemente enquanto você passa para a
Manobra de Heimlich.

Ligue para o seu veterinário e informe-o de que


você poderá dar entrada na clínica em breve com
uma emergência. Seu veterinário pode ficar ao
telefone com você para instruí-lo ou, se o seu
hospital permitir visitas domiciliares, o veterinário

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pode se colocar a caminho da sua residência.
Enquanto isso, abaixo, fornecemos instruções
passo a passo de como executar a Manobra de
Heimlich no seu gato.

Como executar a manobra Manobra de


Heimlich em felinos:

Passo 1: Coloque o felino de lado, no chão ou na


mesa.

Passo 2: Coloque uma das mãos nas costas do


felino e coloque a outra mão em sua barriga, logo
abaixo da caixa torácica.

Passo 3: Usando a mão colocada na barriga,


empurre para cima cinco vezes ritmadas.

Passo 4: Abra a boca do gato, conforme as


instruções dadas anteriormente, e verifique se o
objeto que está causando a obstrução avançou e já
pode ser visto. Se um objeto aparecer, remova o
objeto com a pinça ou passe para o passo 5.

Passo 5: Feche a boca do gato e coloque sua boca


do felino, apenas suficiente para cobrir o nariz,
mas não passe sobre os olhos. Dê cinco respirações
pequenas no nariz do seu gato e continue com as
compressões.

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Passo 6: Repita continuamente as etapas 3 a 5 até
que o objeto apareça. Mas se o objeto não aparecer
e o gato ainda estiver consciente, vá para a clínica
de veterinária de emergência. Se o seu gato ficar
inconsciente devido à falta de oxigênio, chame seu
veterinário e comece reanimação cardiopulmonar
(RCP) conforme instrução abaixo:

Como realizar a Reanimação


Cardiopulmonar (RCP) no seu gato:

RCP, ou Reanimação Cardiopulmonar, pode ajudar


a ganhar algum tempo de vida a caminho do
veterinário. Você saberá se o seu gato precisa de
uma RCP se ele parar de respirar ou se as
gengivas do felino ficarem azuis, uma indicação de
que o oxigênio não está atingindo o corpo como
deveria.

Verifique a respiração do seu gato, observando o


peito em busca de movimento, sentindo a
respiração na sua pele, colocando a mão em frente
ao nariz dele ou verificando a umidade da
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respiração colocando uma colher de metal ou um
espelho compacto na frente do nariz dele. Se
houver algum sinal respiração, a RCP não é
necessária no momento, mas se nenhuma
respiração for detectada, continue para as etapas
detalhadas abaixo:

Passo 1: Abra a boca do felino e verifique se há


objetos causando obstrução e remova quaisquer
obstruções usando uma pinça.

Passo 2: Segure a língua do gato (colocando um


pedaço de gaze da ponta da língua para ajudar a
manter firme) puxe a língua para fora e para o
lado da boca. Feche a boca, mantendo a língua fora
da boca e segure-a gentilmente fechada.

Passo 3: Ainda segurando gentilmente a boca do


gato, endireite o pescoço do gato e coloque a sua
boca sobre o nariz do gato, além da boca dele.
Lembre-se de que o rosto do gato é pequeno e a
boca humana é bastante grande, então sua boca
não deve cobrir os olhos do gato.

Passo 4: Faça uma respiração curta na boca do


seu gato a cada 4-5 segundos, conforme você
observa o peito do gato. O peito dele deve subir a
cada respiração e cair ao fim da respiração. Se você
não vê um aumento no peito, verifique se o gato

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está com o pescoço reto e se sua boca está alinhada
corretamente.

Passo 5: Continue a respirar a cada 4-5 segundos


até que o felino comece a respirar novamente ou
até chegar ao centro veterinário de emergência. Se
o seu gato não começar a respirar e o coração dele
parar, agora você precisará adicionar Respiração
Artificial (RA) às suas etapas de RCP.

Realização da Respiração Artificial


(AR) - Uma continuação da RCP

Passo 6: Verifique o pulso do seu gato para saber


se o coração realmente parou ou simplesmente
abrandou. O pulso pode ser sentido na veia
jugular, localizada em ambos os lados do pescoço,
ou na parte interna superior da coxa. Você
também pode ouvir o batimento cardíaco colocando
seu ouvido diretamente no lado esquerdo do gato,
logo atrás do cotovelo dele. Se nenhum pulso for
detectado, prossiga para o próximo passo para
realizar a respiração artificial.

Passo 7: Encontre uma superfície plana e coloque


o gato deitado sobre ela, com o lado direito dele
virado para baixo.

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Passo 8: segure o peito do gato com uma mão logo
atrás dos cotovelos dele. Seus quatro os dedos
devem estar embaixo do gato e o polegar na parte
superior, visível, virado para você. Mova o polegar
e os quatro dedos juntos, em um movimento de
apertar o gato, comprimindo o peito dele. O aperto
deve ser rápido e o peito deve ser comprimido até
cerca da metade da espessura inicial.

Passo 9: Faça esse movimento de compressão com


uma mão 15 vezes, em 10 segundos.

Passo 10: Não pare as compressões, continue e


adicione respirações de RCP a cada 10
compressões.

Um veterinário deve sempre ser contatado em


qualquer situação de asfixia, RCP ou AR. Mesmo
que a obstrução seja removida, a respiração seja
restaurada e o coração do gato volte a bater
normalmente. Mesmo assim peça ao seu
veterinário para fazer uma avaliação física no
gatinho. Objetos afiados podem arranhar ou rasgar
a garganta do animal, necessitando de atenção
médica. Danos à caixa torácica dos felinos também
podem acontecer após a realização de uma RCP em
casa, já que os donos de animais ficam nervosos
em casos de emergência e podem acidentalmente
apertar o gato com muita força.
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4. Sangramento
Arranhões, cortes, e feridas são situações comuns
de primeiros socorros com as quais todo
proprietário de animal de estimação deve saber
lidar. Nesta parte do manual dos primeiros
socorros para gatos, você aprenderá como estancar
o sangramento de um local cirúrgico depois que
seu gato voltar para casa de uma cirurgia. Você
também aprenderá a limpar e fazer curativos em
feridas causadas por brigas com outros felinos ou
animais selvagens. Tenha em mente que feridas
profundas ou sangramento excessivo podem ser
estabilizados por você, mas devem ser tratados por
um veterinário. Em casos graves, seu gato pode
precisar de pontos ou até mesmo receber sangue
através de transfusão, caso ele tenha perdido
muito sangue, portanto, cabe a você fazer esse
julgamento.

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Sangramento após a cirurgia

Na verdade, não é incomum o dono do gato notar


um pouco de sangramento no local da cirurgia após
o animal ser liberado da clínica veterinária. Em
casos de castração é muito comum haver
sangramento pós-operatório porque o cirurgião
teve que abrir a cavidade abdominal. Cada vez que
seu gato se move, se estica ou rola, a pontos estão
sendo puxados e às vezes pode ocorrer um
sangramento. Um pouco de inchaço localizado
também é comum, mas geralmente não há motivos
para se preocupar e o felino pode ser cuidado em
casa.

Materiais Necessários:

 Gaze ou bolas de algodão

 Uma toalha fina (que você não se importe de


sujar com um pouco de sangue)

 Bolsa de gelo

 Um cronômetro ou relógio normal

Para cuidar de um sangramento no local cirúrgico


de seu gato, é conveniente encontrar um local
tranquilo da casa, onde você possa se sentar com

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seu felino. Você pode colocar seu gato no seu colo e
cuidar dele assim, ou encontrar uma superfície
confortável para colocá-lo em cima. Tenha em
mente que o gato permanecerá nessa superfície
escolhida até que o sangramento pare, então uma
toalha ou cobertor pode ser colocado para tornar o
local mais confortável para o gatinho.

Passo 1: Reúna todos os materiais necessárias


para evitar ter que entrar e sair da sala, causando
estresse adicional ao gato.

Passo 2: Usando a gaze ou algodão, esfregue


gentilmente o sangue para incentivar a formação
de coágulo, aplicando uma leve pressão.

Passo 3: Enrole a bolsa de gelo na toalha fina,


para evitar que fique frio demais, e coloque o gelo
no local da cirurgia. O gelo deve ser mantido no
local por cerca de 20 minutos, aplicado em dois
intervalos de 10 minutos. Use o cronômetro ou
fique de olho no relógio para acompanhar os
intervalos de tempo, pois é importante não deixar
o gatinho muito gelado, a baixa temperatura pode
queimar a pele.

 Temperaturas frias diminuem a circulação


sanguínea, e é por isso que o corpo treme
quando experimenta uma queda de

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temperatura (o corpo está tentando se
aquecer). Veterinários usam terapia a frio
para retardar a circulação de sangue para
uma área afetada, o que diminui a taxa de
sangramento e propicia a formação de
coágulos. As compressas frias também são
úteis na redução do inchaço e inflamação,
além de reduzir a dor.

Passo 4: Após a aplicação da compressa gelada, o


sangramento deve parar e você pode levar o
gatinho de volta para sua caminha. A área pode
sangrar novamente mais tarde ou em algum outro
dia da recuperação do felino, então, se for
necessário, repita o procedimento.

!NOTA IMPORTANTE! Se o local cirúrgico do


seu felino estiver sangrando em grande
quantidade, você precisará comprimir a ferida com
gaze por um longo período de tempo e entrar em
contato com o cirurgião veterinário. Se as
membranas mucosas (gengivas) estiverem pálidas,
é uma indicação de que seu gato perdeu muito
sangue e deve ser levado imediatamente à clínica
veterinária.

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Sangramentos Acidentais e Brigas

Gatos não castrados, gatos que vivem em


ambientes externos e até mesmo gatos que vivem
em ambientes internos, mas que costumam fugir
são mais propensos a sofrer acidentes e voltar para
casa apresentando um ou outro machucado aberto.
Gatos machos não castrados brigam por território
e por fêmeas e muitas vezes voltam para casa com
ferimentos nas orelhas e na cabeça.

Brigar com outros gatos aumenta o risco de ocorrer


uma infecção bacteriana na ferida aberta e de
contrair doenças infecciosas que apresentam risco
à vida, transmitidas de um felino para o outro
através saliva. Panleucopenia felina (também
conhecida como cinomose felina), leucemia felina
(FeLV) e Imunodeficiência felina (FIV) são os vírus
mais comuns que um gato pode contrair por meio
do contato com outro felino.

Alguns animais selvagens, como guaxinins e


gambás, também tendem a brigar com gatos
simplesmente por comida. Gatos que têm a comida
deixada ao ar livre para que comam à vontade
possuem um alto risco de brigar com animais
selvagens, pois esses animais costumam gostar de
alimentos para gatos. Conflitos com outros
animais podem deixar seu gato moderadamente a
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gravemente ferido, e colocá-lo em risco de contrair
doenças mortais, algumas que podem inclusive ser
transmitidas a seres humanos, como o vírus da
raiva.

Se o seu gato tiver feridas resultantes de brigas


com outros felinos ou animais selvagens, será
necessário limpar e enfaixar a ferida antes de
entrar em contato com o veterinário local.

Gatos com a vacinação em dia têm menos chances


de contrair doenças através de mordidas e saliva
de outros animais, mas o veterinário poderá
avaliar a situação com base na data em que a
vacina foi administrada. Se o seu gato tiver com a
vacinação atrasada, você precisará ser observar os
sinais e sintomas dessas doenças, para identificar
uma possível contaminação do seu gato.

Nesta seção do Primeiros Socorros Felino,


abordaremos como limpar e enfaixar uma ferida
adequadamente, bem como a maneira segura de
levar seu gato machucado para a clínica
veterinária.

!NOTA IMPORTANTE! Se o sangramento do seu


gato é abundante e puder ser fatal, pule a etapa de
limpeza e instruções de bandagem. Enrole seu gato
em uma toalha e leve imediatamente o seu felino a
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um centro veterinário de emergência. Veja as
informações de transporte no último conjunto de
instruções sobre sangramentos acidentais e brigas.

Materiais Necessários:

 Focinheira de gato

 2 pares de luvas cirúrgicas (proteção contra


o vírus da raiva)

 Seringa

 Toalha

 Peróxido de hidrogênio (água oxigenada)

 Álcool

 Bolas de algodão

 Gaze

 Atadura antiaderente

 Bandagem veterinária

É importante se proteger antes de limpar e


enfaixar as feridas que os felinos adquiriram em
brigas, por isso você deve colocar uma focinheira
no gatinho e vestir luvas cirúrgicas. Focinheiras
impedem que você seja mordido e mantém seu gato
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calmo. Elas podem ser compradas comercialmente,
mas você também pode criar uma focinheira com
ataduras, como na imagem abaixo:

Limpando a ferida:

Passo 1: Coloque a focinheira no gato e coloque as


luvas de látex.

Passo 2: Mergulhe uma bola de algodão em


peróxido de hidrogênio e passe sobre a ferida
retirando os detritos. A limpeza deve começar no
centro da ferida e ir para fora, em direção ao pelo,
para evitar uma nova contaminação da ferida.
Para cortes profundos e mordidas, primeiramente
limpe a seringa com álcool para evitar que

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possíveis bactérias ou vírus entrem em contato
com a abertura da pele, então encha a seringa com
peróxido de hidrogênio e coloque a ponta da
seringa na abertura da ferida (seringas com pontas
finas, como as usadas em consultórios
odontológicos, são mais adequadas). Empurre o
êmbolo da seringa permitindo que o peróxido de
hidrogênio lave a ferida e remova elementos
estranhos no fundo da ferida. Continue a limpar
e/ou lavar a ferida até ter certeza de que ela esteja
apropriadamente limpa.

Passo 3: Usando uma toalha, limpe o peróxido de


hidrogênio que umedeceu o pelo do animal. NÃO
esfregue a ferida diretamente com a toalha, pois as
fibras da toalha e quaisquer outros elementos
estranhos que possam estar na toalha podem
contaminar a ferida.

Passo 4: Deixe a área afetada secar levemente,


deixando a ferida descoberta por cerca de um
minuto.

Cobrindo a ferida

Passo 1: Coloque luvas limpas e aplique pressão


na ferida usando gazes. Continue a aplicar pressão
para favorecer a formação de coágulo. Pode ser que

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a compressão não pare completamente o fluxo de
sangue.

Passo 2: Coloque curativos antiaderentes novos


na ferida e prenda os curativos com ataduras e fita
microporosa ou com bandagem veterinária. O
curativo deve ser confortável, mas não apertado,
pois a circulação sanguínea pode ser cortada nessa
área do corpo e causar necrose (tecido morto).

 Para lesões nos membros:

o Enrole a perna do gato começando do


pé subindo até a coxa ou corpo do
gato. NÃO comece a enrolar do corpo
para baixo, em direção ao pé, pois o
sangue é direcionado para o pé.

o SEMPRE deixe os dedos dos pés


descobertos. Você e o veterinário
precisarão verificar o fluxo sanguíneo
para o pé, observando se os dedos
estão ficando azul ou roxo.

o Depois de envolver uma lesão no


membro, dê uma pequena beliscada
no dedo do pé, para causar uma leve
dor e fazer o felino mover a perna,
assim você pode garantir que o
curativo não está apertado demais.
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Passo 3: Verifique se não há dobras ou vincos no
curativo, pois a pele pode ficar presa no tecido e
necrosar (morrer). Quando você estiver certo de
que o curativo está confortável, não muito
apertado e sem dobras, você pode usar a fita
microporosa para prender o curativo. Se você
estiver usando a bandagem veterinária, ela é
autoaderente e dispensa o uso de fita microporosa.

Dica: A bandagem veterinária é um ótimo


curativo de autocompressão e é uma ferramenta
muito útil de se ter em mãos, especialmente para
casos hemorrágicos. A bandagem veterinária pode
ser usada sozinha, com ataduras antiaderentes ou
sobre gaze para sangramentos graves.

Transportando um gato com


sangramento

O veterinário ou emergência deve ser contatado


antes de você transportar o gato ferido, para avisar
a clínica que você está chegando. Ligar com
antecedência permitirá ser atendido mais
rapidamente nessa situação de emergência e a
equipe veterinária poderá se preparar para a sua
chegada.

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Materiais Necessários:

 Cobertores ou toalhas quentes

 Caixinha de transporte para gatos

 Uma outra pessoa para dirigir ou segurar o


gato no banco de trás do carro.

Passo 1: Prepare a caixinha de transporte com


cobertores macios. Recomendamos o
preenchimento das laterais da caixa
transportadora, bem como o chão, para evitar que
o felino se desloque durante a viagem.

Passo 2: Coloque o felino na caixa transportadora


e enrole outra toalha ou cobertor ao redor dele
para mantê-lo seguro. Coloque uma toalha
dobrada embaixo da cabeça do gato e sob a parte
do corpo que está sangrando para evitar o acúmulo
de sangue nessa área.

Passo 3: Leve a caixa transportadora para o carro,


colocando o felino no banco de trás e prendendo a
caixa com cinto de segurança.

Dica: A segurança deve sempre ser a prioridade


número 1 no transporte de animais. Colocar o gato
no banco de trás pode salvá-lo em um eventual
acidente de trânsito. Recomendamos ter alguém no
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banco de trás com o gato para impedir que a caixa
se mova e para manter o felino calmo.

Dica: Viagens de carro estressam e assustam os


gatos, portanto, uma focinheira de gato que cobre
os olhos pode ser útil nessa situação.

Passo 4: Ao chegar à clínica veterinária, entre no


consultório antes de trazer seu felino ferido. Avise
a equipe veterinária que chegou, faça seu cadastro
ou forneça as informações solicitadas e peça que
um membro da equipe veterinária o ajude a trazer
o gatinho para dentro.

!NOTA IMPORTANTE! Faça o possível para


manter a calma desde a etapa de limpeza dos
ferimentos do gato até o momento de chegar ao
consultório veterinário. Os gatos conseguem
identificar as emoções humanas e você pode acabar
estressando o felino com suas ações. Fale com seu
gato em um tom gentil e calmo.

Dependendo do estado do seu gato, pode ser


necessário aguardar um pouco na sala de espera
do consultório veterinário. Lembre-se de ser
paciente com a equipe veterinária e mantenha em
mente que o atual paciente que o médico está

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tratando pode estar em um estado pior do que o
seu felino. Esse outro paciente também é um
querido membro da família de quatro patas, de
uma das pessoas sentadas ao seu lado na sala de
espera, por isso é importante ser respeitoso,
mesmo quando você estiver em uma emergência.

5. Entorses, luxações e fraturas


Brincadeiras ativas, quedas, acidentes de carro e
outras lesões por impacto podem causar ao gato
desde uma entorse até uma fratura óssea.

Uma entorse é uma lesão na articulação que faz


com que os tendões ou ligamentos se estiquem
excessivamente ou até rasguem. Uma entorse pode
frequentemente fazer com que um gato desloque
uma parte do corpo, porque o impacto é maior do
que esses tecidos conseguem suportar. É como um
cabo desgastado de uma ponte, um cabo rasgado
ou esticado demais simplesmente não consegue
supor todo o peso como deveria. Entorses e
luxações podem ser difíceis de detectar, pois esses
tipos de lesões podem fazer com que o felino
apenas manque um pouco.

Fraturas, ou ossos quebrados, por outro lado,


podem ser detectados quando um felino não coloca
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seu peso sobre o pé ou não usa aquele membro.
Fraturas são rachaduras no osso, e podem ser
fechadas ou expostas. Na fratura fechada a pele
fica inteira, e não é possível olhar diretamente o
osso quebrado. Nas incidências de fraturas
expostas, o osso quebrado rasga a pele e fica
exposto ao ambiente, e o dono do gato pode ter
certeza de que esse osso está realmente quebrado.

As informações que você verá nesta parte do


manual concentram-se em como estabilizar a
entorse, luxação e fraturas do seu gato e
transportá-lo com segurança para receber
atendimento médico de um profissional
qualificado.

!NOTA IMPORTANTE! NÃO tente imobilizar o


membro quebrado do seu gato em casa. Mexer na
área afetada pode piorar a lesão e atrasar o tempo
de cicatrização, além de causar muita dor ao gato e
também há grandes chances de você ser mordido.

Materiais Necessários:

 Pelo menos mais uma pessoa para auxiliar

 Focinheira de gato

 Cobertores e/ou toalhas


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 Quadro grande (do tamanho do gato) ou
caixa de transporte com teto removível

 Gaze

 Ataduras antiaderentes

 Fita microporosa

 NÃO USE BANDAGEM VETERINÁRIA


NESSE CASO

Passo 1: Ligue para o veterinário. Informe ao


médico ou membro da equipe o que aconteceu,
quaisquer ossos visíveis (se houver) e o tempo
aproximado que você levará para chegar lá.

Passo 2: Coloque a focinheira no gatinho ou faça


uma focinheira de atadura. Até o melhor dos gatos
morderá seu dono se sentir muita dor, então a
focinheira é necessária para proteger você e outras
pessoas que estiverem ajudando.

Passo 3: Se o osso tiver perfurado a pele, coloque


algumas gazes antiaderentes na área aberta e
prenda levemente o curativo com atadura e fita
microporosa. Você não deve usar bandagem
veterinária aqui porque a natureza compressiva
desse material pode fazer a lesão piorar. Se o seu
gato apresentar tensão, luxação ou fratura sem

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perfuração da pele, você não precisa concluir esse
passo.

Passo 4: Imobilize o felino colocando-o em um


quadro grande ou caixinha de transporte com teto
removível. Nesta situação de primeiros socorros, é
muito importante impedir o gato de se mover e
prejudicar ainda mais o membro. Portanto, o
quadro ou a caixa de transporte são usados para
mover o gato, pois mantêm o corpo do felino no
mesmo local. O quadro ou a parte inferior do
transportador devem ser acolchoados com o
cobertor ou a toalha. Coloque o cobertor dobrado
embaixo e ao redor da área afetada para manter o
gato protegido, mas não enrole nada em torno dele.
O gato pode ser preso à superfície plana usando
toalhas longas enroladas ao redor do corpo e do
quadro ou com ataduras.

Passo 5: Peça ajuda para transportar o gato


imobilizado para o banco traseiro do seu carro. O
auxiliar deve ficar com o gato para impedir que ele
se mova e mantenha a calma. E se você estiver
usando uma caixa transportadora destacável,
coloque o teto novamente na plataforma da
transportadora e prenda o felino com um cinto de
segurança. Se você estiver usando um quadro para
imobilizar o felino, pode ser útil trazer toalhas

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extras ou até travesseiros para cobrir a área ao
redor do felino imobilizado.

Etapa 6: Ao chegar à clínica veterinária, entre no


consultório antes de trazer seu felino ferido. Avise
a equipe veterinária que chegou, faça o cadastro ou
informe os dados solicitados e permita que um
membro da equipe veterinária o ajude a trazer o
gatinho para dentro.

Dica: Viagens de carro estressam e assustam os


gatos, portanto, uma focinheira de gato que cobre
os olhos pode ser útil nessa situação. Mantenha a
focinheira no felino durante todo trajeto de carro e
visita veterinária por razões de segurança.

6. Queimaduras de incêndio,
elétrica e química
Todos nós já ouvimos a expressão "a curiosidade
matou o gato" e é verdade. Nossos gatos são tão
curiosos, que às vezes ignoram o perigo a que se
expõem.

Velas domésticas, luzes de Natal e purificadores de


ar automáticos são apenas alguns de nossos

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utensílios domésticos comuns que parecem
despertar o interesse de nossos felinos brincalhões.

Embora o felino possa ser cauteloso no começo, a


curiosidade o atiça e ele acaba enfiando o nariz
naquela vela, mastigando as luzes de natal ou
espetando o rosto naquele purificador de ar
automático. Incêndios, choques elétricos e
queimaduras químicas podem causar danos graves
aos olhos, pele ou vias respiratórias dos felinos. É
importante que você saiba como avaliar a
gravidade da queimadura e que tipo de
procedimento de primeiros socorros executar para
poder ajudar seu animal de estimação.

Gravidade das queimaduras

 Queimaduras de primeiro grau: se o seu


gato queimou apenas a camada superior da
pele, apresentando mínima dor e
vermelhidão, ele tem uma queimadura de 1º
grau.

 Queimaduras de segundo grau: se o seu


felino tiver queimado mais do que apenas a
camada superior da pele e você pode ver que
a pele está começando a formar bolhas, seu
gato tem um segundo grau de queimadura.

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 Queimaduras de terceiro grau: se a pele
do seu gato está deteriorada, a camada
superior da pele foi queimada e os tecidos
delicados mais profundos estão visíveis, seu
gato possui um terceiro grau de
queimadura.

As queimaduras de primeiro e de segundo grau são


as mais baixas em gravidade, tornando mais fácil o
tratamento com métodos terapêuticos. Contudo,
queimaduras de terceiro grau são mais graves e
podem requerer enxertos de pele em combinação
com o tratamento terapêutico da queimadura.

Em qualquer situação de queimadura, os


proprietários dos animais precisam consultar um
veterinário o mais rápido possível. Nessa parte do
manual dos primeiros socorros para gatos,
instruiremos você sobre como cuidar de uma
queimadura de fogo, queimadura elétrica ou
queimadura química na pele do seu gato, olhos e
órgãos respiratórios.

Materiais Necessários:

 Focinheira de gato

 Panos

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 Toalha pequena

 Toalha grande ou fronha

 Conta-gotas

 Seringa

 Bolsa de gelo

 Água destilada

 Escova

 Sapatos com sola de borracha

 Luvas de proteção elétrica

 Luvas de látex

Queimadura de fogo

Passo 1: Apague a fonte de fogo e, se o seu gato


tiver pegado fogo, mergulhe a toalha na água e
envolva o gato na toalha para abafar o fogo.

Passo 2: Coloque a focinheira no felino para evitar


mordidas.

Passo 3: Enrole a bolsa de gelo em uma toalha de


mão úmida (o pano precisa ser úmido, pois a
toalha seca retira a pele do animal queimado) e
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coloque no local da queimadura por 30 minutos.
Troque o pano por um novo a cada 10 minutos e
continue a molhar o pano para manter a área
fresca. POMADAS NÃO DEVEM SER
APLICADAS.

Passo 4: Avalie o dano. Faça uma estimativa


sobre o grau de queimadura do seu gato
observando a cor e a presença de bolhas. Esta
informação será útil quando você ligar para o
veterinário.

Passo 5: Ligue para o veterinário, fornecendo os


detalhes que você observou no passo 4 e informe a
ele quanto tempo você levará até a clínica.

Passo 6: Coloque o felino na caixinha de


transporte de gatos, mantendo a bolsa de gelo
revestida pela toalha na área afetada.

Queimaduras elétricas

Passo 1: Desligue a energia da sua casa para


garantir que você não seja eletrocutado.

Passo 2: Calce sapatos com solado de borracha e


as luvas de proteção elétrica (se disponíveis) antes
de desconectar a fonte elétrica. Vestir
equipamentos de proteção adequados, como

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sapatos e luvas, impedirá que uma corrente
elétrica passe pelo seu corpo. Afinal, você não quer
fazer uma visita ao hospital também!

Passo 3: Cuide do seu felino eletrocutado e avalie


a queimadura. Se o seu gato tiver queimado a pele,
siga os mesmos passos para queimaduras de fogo,
mas se ele tiver queimado a boca continue para o
passo 4.

Passo 4: Enxague a boca dele com água destilada


usando a seringa. Lave a boca de 3 a 4 vezes e, se
puder, coloque um pequeno pedaço de gelo sobre a
área. Avalie o dano, certificando-se de observar a
aparência da queimadura a fim de transmitir as
informações ao veterinário por telefone.

Passo 5: Ligue para o veterinário, fornecendo os


detalhes que você anotou no passo 4 e informe a
ele quanto tempo você levará até a clínica.

Passo 6: Coloque o felino em uma caixa


transportadora de gatos. Preencha a parte inferior
da transportadora com uma toalha e dobre outra
toalha para colocar sob a cabeça do gato, para
mantê-la elevada.

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Queimaduras Químicas

Passo 1: Vista luvas de látex e uma camisa de


mangas compridas para evitar que o produto
químico entre em contato com a sua pele. Se o
produto químico for tóxico ou um produto seco,
você pode cobrir o nariz e a boca para evitar inalar
a substância.

Passo 2: Avalie seu gato e determine a extensão


da queimadura química. A substância atingiu os
olhos, boca, nariz ou pele do gato? Talvez o produto
químico tenha atingido apenas uma das partes do
corpo do seu gato ou talvez todas tenham sido
afetadas. Você precisará fazer o seu melhor
julgamento nessa etapa.

Passo 3: Coloque a focinheira no seu gato, caso a


substância contaminante não tenha atingido a
boca dele. Siga as instruções com base no tipo de
queimadura química que seu gato sofreu:

 Contato químico com a pele

 Agentes químicos úmidos:

o Coloque o gato na banheira ou


chuveiro.

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o Lave a área atingida
abundantemente com água levemente
morna por 15 minutos. NÃO USE
SABÃO, SHAMPOO OU POMADAS.

 Agentes químicos secos:

o Vá para um local bem ventilado.

o Escove o produto químico para fora do


pelo.

 Contato químico com os olhos

 Coloque a focinheira no gato.

 Enrole o corpo, incluindo os membros e as


patas do seu gato, em uma toalha ou fronha.
Somente a cabeça deve ficar exposta para
evitar arranhões.

 Encha o conta-gotas com água destilada.

 Lave os olhos do animal várias vezes até que


o produto químico seja removido.

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 Contato químico com a boca ou nariz

 Enrole o corpo, os membros e as patas do


gato em uma toalha ou fronha. Somente a
cabeça deve ficar exposta para evitar
arranhões.

 Limpe o nariz e o rosto com um pano úmido.

 Encha a seringa com água destilada e lave a


boca do bichano por alguns minutos.

Passo 4: Seque o felino se ele estiver molhado e


coloque-o em uma caixinha de transporte de gato.

Passo 5: Ligue para o veterinário fornecendo os


detalhes que você anotou e avise quanto tempo
você levará para se dirigir até a clínica.

7. Envenenamento
O consumo, inalação ou absorção de uma
substância tóxica é a situação mais comum que os
veterinários presenciam em clínicas veterinárias.
Gatos podem ser envenenados por plantas,
alimentos, medicamentos, produtos para o lar,
produtos para automóveis, inseticidas e
rodenticidas. Venenos podem afetar o corpo do

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felino de diferentes maneiras, como por exemplo,
causando hemorragia interna (sangramento
interno), ou a substância pode levar os órgãos
internos do corpo lentamente à falência. Às vezes
um veneno é eliminado do corpo por meio de
vômito, micção ou defecação, mas outras
substâncias podem corroer o esôfago e precisam
ser absorvidas para dentro do corpo antes de
serem eliminadas.

O que pode causar intoxicação no


gato?

Os elementos que podem envenenar o seu gato


dependem muito da sua localização geográfica,
pois algumas regiões abrigam diferentes criaturas
com potencial venenoso. Listamos os casos mais
comuns de intoxicação, mas para uma lista
completa de elementos venenosos em sua região, e
outros venenos não listados aqui, procure fazer
uma pesquisa de acordo com a região da sua
residência.

 Rodenticidas e inseticidas

o Isca para rato

o Isca para camundongo

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o Isca para formiga

o Pulverizadores ou spray inseticida

 Produtos para automóveis

o Anticongelante

 Produtos para o lar

o Alvejante

o Produtos de limpeza

o Detergente

o Spray de cabelo

o Perfume

o Fumaça de cigarro

 Plantas

o Plantas decorativas

o Lírios

o Poinsétias de Natal

o Azaleia

o Dieffenbachia (comigo-ninguém-pode)

o Hera
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o Narciso

o Maconha

 Alimentos

o Café, chá e outros produtos com


cafeína

o Cebola

o Alho

o Chocolate

 Medicamentos

o Tylenol (Paracetamol), aspirina e


outros medicamentos para dor

o Pílulas dietéticas

o Antidepressivos

o Medicamentos contra o câncer

o Medicamentos para TDAH

Sinais que o gato foi envenenado

Se você viu seu gato consumir um produto tóxico,


você pode ter certeza de que ele foi envenenado,
mas se você não estava lá para testemunhar a
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ingestão, pode dizer se ele foi envenenado pelos
sinais que ele apresentar. Um felino que foi
envenenado pode:

 Salivar ou babar.

 Pigarrear ou tossir.

 Esfregar os olhos ou o rosto.

 Os olhos podem lacrimejar ou ficar


vermelhos.

 Vomitar ou tentar vomitar.

 Vomitar sangue.

 Apresentar diarreia com ou sem sangue.

 O gato pode parecer desequilibrado e


descoordenado.

 O felino pode cair ou deitar-se, incapaz de


ficar em pé ou andar.

 O felino pode perder a consciência.

 O gato pode entrar em choque ou ter uma


convulsão.

Qualquer um destes sinais é uma indicação de que


seu gato pode ter entrado em contato com uma
substância venenosa e necessita de primeiros
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socorros felinos imediatamente. Nesta seção do
manual, você aprenderá a cuidar de um felino que
foi envenenado.

Materiais Necessários:

 Informações de contato da clínica


veterinária de emergência

 Peróxido de hidrogênio

 Colher de chá, copo de medição ou seringa

 Toalha ou Cobertor

 Caixinha de transporte de gatos

Passo 1: Avalie a situação. Você tem alguma pista


do que pode ter envenenado seu gato? Você pode
procurar por alguma embalagem ou garrafa vazia
em que o produto estava ou talvez uma planta
mastigada em casa. Se o seu felino vomitou ou
defecou, você pode encontrar pedaços de material
não digeridos no vômito.

Passo 2: Entre em contato com a clínica


veterinária, ela será capaz de orientá-lo sobre o
que fazer. Informe o produto que você suspeita que
envenenou seu felino e os sintomas que ele está
apresentando. Dependendo do que o profissional
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lhe disser por telefone, você pode precisar preparar
a sua caixinha de transporte e se encaminhar para
a clínica veterinária. Se você foi aconselhado a
induzir vômito, apenas leia os seguintes tópicos e
prossiga para o passo 3. Se você foi aconselhado a
NÃO induzir o vômito e se encaminhar para a
clínica veterinária, certifique-se de cumprir os
seguintes passos antes de pular para o passo 3:

 Leve a garrafa vazia, a embalagem, a caixa


ou a planta mastigada com você para a
clínica. Saber o produto exato que causou a
toxicidade ajudará o veterinário a encontrar
uma forma de tratamento rapidamente.

 Colete uma amostra do vômito ou diarreia


do felino se nenhuma pista do produto tiver
sido encontrada. Uma amostra pode ser
coletada em um saco ziploc ou em um
recipiente plástico que você não tenha
intenção de usar novamente. O veterinário
pode usar a amostra para encontrar a
substância tóxica ativa e iniciar o
tratamento.

Passo 3: O vômito é induzido apenas quando o


produto não irá corroer o esôfago (garganta) do
gato ou se não causar sangramento interno.
Materiais como produtos químicos e venenos de
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ratos geralmente se enquadram na categoria de
"não induzir vômito". Contudo, se a toxina é
segura para ser vomitada, vá para um local da
casa que possa ser facilmente limpo (como o
banheiro ou o lado de fora da casa).

Passo 4: Você precisará de uma seringa ou copo


que medição, colheres de chá e uma garrafa de
peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Você
precisará dar peróxido de hidrogênio ao seu gato
por via oral, então sugerimos envolver o felino em
um cobertor grande e segurá-lo sob o seu braço
dominante. Você precisará de 1 colher de chá de
peróxido de hidrogênio para cada 2,5 Kg do seu
gato (peso total do gato ÷ 2,5 Kg = dosagem total
de peróxido de hidrogênio). Por exemplo: se o seu
gato pesar um total de 5 Kg, será necessário dar 2
colheres de chá de peróxido de hidrogênio ao felino.
Você pode repetir esta dosagem a cada dez
minutos até que o felino vomite, mas NÃO dê mais
do que três colheres de chá de cada vez.

Passo 5: O felino deve vomitar uma boa


quantidade de material e você pode ter certeza que
a maior parte da toxina foi removida do corpo dele.
Dê ao felino uma tigela de água cerca de 5 a 10
minutos após o vômito para incentivar a micção e
eliminação da toxina.

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Passo 6: Chame seu veterinário para informar
que o felino vomitou e pergunte a ele se você deve
levar o animal até a clínica. Se você precisar ir até
lá, você pode envolver o gatinho em uma toalha ou
cobertor, colocando-o na caixinha de transporte. Se
você não precisar visitar o veterinário, você deve
ficar de olho no seu gatinho para garantir que sua
condição não piore ao longo do dia.

8. Picadas de abelha e outros


insetos
A primavera, o verão e até alguns dos dias mais
quentes das outras estações podem causar um
aumento de insetos no ar e potencializar o perigo
para o seu gato. Abelhas, vespas e aranhas podem
picar nossos queridos felinos, causando inchaços
faciais ou de pele que requerem alguns cuidados e
primeiros socorros. Alguns felinos são altamente
alérgicos a picadas de insetos e podem ter
problemas para respirar, vomitar, desenvolver
urticária ou até desmaiar. Se o seu gato
apresentar algum sintoma de alergia a insetos,
você precisa procurar atendimento médico
veterinário imediatamente.

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Nesta seção do manual, você aprenderá a remover
corretamente um ferrão de inseto, suprimir o
veneno de uma picada e reduzir o inchaço.

Materiais Necessários:

 Focinheira de gato

 Pinça

 Bolas de algodão

 Bolsa de gelo

 Pano fino

 Bicarbonato de sódio

 Vinagre

Ferroadas

Passo 1: Coloque a focinheira no seu gato (apenas


se a ferroada não tiver sido no rosto do animal).

Passo 2: Com a pinça, segure o ferrão perto da


pele, evitando o saco de veneno. O saco de veneno é
a parte mais gorda do ferrão que está preso à pele
do seu gato, e que se for espremido, causará uma
injeção adicional da substância no gato.

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Passo 3: Enrole a bolsa de gelo em um pano fino e
aplique compressas frias na área afetada por 10
minutos. A temperatura fria reduzirá o inchaço e
evitará a acumulação de fluidos sob a pele. Se a
ferroada estiver dentro da boca, tente colocar uma
pedrinha de gelo na boca do felino.

Passo 4: Se a ferroada estiver na pele, crie uma


pasta usando o bicarbonato de sódio e a água para
colocar na área afetada. A pasta deve ter uma
consistência espessa de creme dental e irá
neutralizar o veneno da ferroada. No entanto, se o
seu gato foi ferroado por uma vespa, o vinagre
funcionará melhor para neutralizar o veneno ao
invés de bicarbonato de sódio

Picadas

Passo 1: Coloque a focinheira no seu gato (apenas


se a picada não tiver sido no rosto do animal).

Passo 2: Enrole a bolsa de gelo em um pano fino e


aplique compressas frias na área afetada por 10
minutos. A temperatura fria reduzirá o inchaço e
evitará a acumulação de fluidos sob a pele. Se a
picada estiver dentro da boca, tente colocar uma
pedrinha de gelo na boca do felino.

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Passo 3: Se a picada estiver na pele, crie uma
pasta usando o bicarbonato de sódio e a água para
colocar na área afetada. A pasta deve ter uma
consistência espessa de creme dental e irá
neutralizar o veneno da picada.

!NOTA IMPORTANTE! Se em sua região


geográfica existem muitas aranhas venenosas e
seu gato foi picado na boca, apresenta edema facial
grave ou não consegue respirar, NÃO DEMORE a
levar seu felino para a clínica veterinária.

9. Hipertermia (alta temperatura


corporal)
A hipertermia, que ocorre geralmente em
decorrência da insolação, é uma ocorrência comum
que acontece quando o gato é superaquecido. Gatos
deixados no carro com as janelas fechadas ou em
ambientes externos com condições climáticas
extremamente quentes podem fazer o gato exceder
sua temperatura corpórea normal, desenvolvendo
hipertermia, o que representa um risco de vida.

Os gatos têm uma temperatura corpórea mais alta


do que os humanos, com uma média de 38 a 39
graus Celsius. Quando a temperatura do corpo do
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gato excede os 39ºC ele é considerado hipertérmico,
o que significa que o gato está mais quente do que
deveria.

Você saberá que seu felino está ficando muito


quente quando ele começar a ofegar, abrir boca
para respirar ou ficar com a respiração difícil. O
felino pode parecer fraco, abatido, deitado sem
querer se levantar e quando o calor aumenta, o
felino pode vomitar ou até desmaiar por conta do
calor extremo.

Nesta seção do manual, você aprenderá a cuidar de


um felino hipertérmico e como lidar com uma
situação de insolação de emergência.

Materiais Necessários:

 Termômetro digital

 Toalhas

 Ventilador (es)

 Área sombreada

 Água disponível

 Pote de água

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Passo 1: Meça a temperatura do felino inserindo o
termômetro no reto do gato e esperando o
termômetro atingir a temperatura máxima. A
temperatura inicial será útil quando você estiver
trabalhando para reduzir a temperatura, pois você
precisará ter uma ideia de quanto a temperatura
caiu.

Passo 2: Leve o felino para uma área sombreada,


fora do sol e coloque um ventilador na frente dele.
NÃO LEVE O GATO AO AR CONDICIONADO.

Passo 3: Umedeça toalhas e coloque-as nas costas,


pescoço e parte de baixo do corpo do felino. NÃO
DERRAME ÁGUA SOBRE O GATO NEM O
COLOQUE EM UMA PISCINA OU BANHEIRA
DE ÁGUA. NÃO COLOQUE GELO NO GATO.

!NOTA IMPORTANTE! Um gato hipertérmico


pode entrar em choque se a temperatura cair
muito rapidamente. Condicionadores de ar, água
fria, piscinas e gelo podem fazer com que o felino
entre em choque, portanto, essas medidas NUNCA
devem ser usadas para reverter a hipertermia.

Passo 4: Ligue para o veterinário. Informe ao


médico sobre os sintomas que seu gato está
apresentando, sua temperatura atual e o que você

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fez até agora para reverter a hipertermia. O
veterinário pode solicitar que você traga seu gato
para a clínica, ou, se o gato estiver estável, poderá
solicitar que você monitore o felino.

Passo 5: A hipertermia geralmente causa


desidratação ou perda de água corporal. Tente dar
ao seu gato pequenas quantidades de água,
incentivando-o a beber. O felino pode vomitar a
água, o que fará com que o corpo perca ainda mais
água. Se a água provocar vômito ao felino, aguarde
15-20 minutos antes de dar-lhe mais água.

10. Hipotermia (baixa


temperatura corporal)
Hipotermia é o termo usado quando a temperatura
do corpo cai perigosamente e o corpo do gato fica
muito frio. A hipotermia é uma condição que
representa risco de vida, sendo mais comum nos
meses de inverno, quando as temperaturas podem
cair para zero, mas também pode estar relacionada
à condições de saúde como insuficiência renal.

Gatos criados em ambientes externos ou gatos de


ambientes internos que saem, gatos jovens, idosos,
pequenos e de pelo curto são comumente mais
afetados por hipotermia. A temperatura média de
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um felino é entre 38 e 39 graus Celsius, então
qualquer temperatura abaixo de 38ºC é
considerada hipotérmica. Um gato com hipotermia
irá tremer, se arrepiar e encolher o corpo em uma
tentativa de se manter aquecido.

O felino pode ficar fraco, com pulso fraco ou até


perder a consciência à medida que a condição
piora. Se o seu felino perder a consciência, você
deve procurar atendimento veterinário
imediatamente!

Nesta seção do manual dos primeiros socorros para


gatos, você aprenderá a cuidar de um felino em
situação hipotérmica.

Materiais Necessários:

 Termômetro digital

 Vários cobertores

 Garrafa de água morna

Passo 1: Leve seu gato para dentro de casa (se ele


ainda não estiver) e coloque-o em uma área quente
a casa.

Passo 2: Meça a temperatura do felino inserindo o


termômetro no reto do gato e esperando o
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termômetro atingir a temperatura máxima. A
temperatura inicial será útil quando você estiver
trabalhando para aumentar a temperatura, pois
você precisará ter uma ideia de quanto a
temperatura subiu.

Passo 3: Envolva o felino em cobertores ou toalhas


quentes. Você pode até aquecer os cobertores na
secadora por alguns minutos antes de embrulhar o
gatinho. NÃO USE AQUECEDORES.

!NOTA IMPORTANTE! Almofadas térmicas


podem queimar o gato.

Passo 4: Se disponível, coloque uma garrafa de


água morna (não quente) nos cobertores para obter
mais calor.

!NOTA IMPORTANTE! NÃO USE SECADORES


DE CABELO, AQUECEDOR DE AMBIENTE OU
OUTROS DISPOSITIVOS DE AQUECIMENTO.

Passo 5: Ligue para o seu veterinário e informe-o


quanto tempo você vai levar para chegar na clínica
veterinária.

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11. Choque
O choque é caracterizado pela oxigenação tecidual
insuficiente, ou seja, um felino está em estado de
choque quando está com falta de oxigênio para os
tecidos do seu corpo (células), ou, em outros casos,
o corpo tem oxigênio suficiente, mas os tecidos são
incapazes de usá-lo. Choque é uma condição de
risco de vida que pode ser causada por qualquer
coisa que interferira no sistema cardiovascular ou
em como o coração fornece oxigênio para o corpo.

Um felino que está engasgado, por exemplo, pode


entrar em choque porque seus pulmões não
conseguem absorver oxigênio para dar ao coração,
onde seria entregue aos tecidos do corpo. Outros
problemas comuns que resultam em choque
incluem: insuficiência cardíaca, queimaduras
graves, infecções graves, reações alérgicas a
picadas de abelhas e envenenamento.

Se o seu gato for atingido por um carro e os


pulmões forem colapsados, ou o coração for
danificado, haverá um choque em decorrência da
falha desses órgãos.

Um gato em estado de choque só pode ser salvo por


um profissional veterinário qualificado, portanto,
nessa seção do manual vamos focar nos sinais a

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serem observados e a maneira correta de
estabilizar um felino em choque.

Como identificar um gato em estado


de choque

O choque tem três estágios, não progressivo (ou


compensado), onde o organismo consegue se
reestabelecer através de mecanismos
compensatórios, não necessitando intervenção,
progressivo, onde o choque piora contínua e
progressivamente, mas pode ser revertido se o
tratamento for realizado rapidamente, e
irreversível, que apresenta grave evolução,
causando a morte de células e órgãos vitais, não
podendo ser revertido por nenhum meio conhecido,
levando o paciente à morte, mesmo que esteja vivo
no momento.

Nos estágios iniciais do choque, o gato pode


parecer animado, as pupilas podem estar
dilatadas, os olhos arregalados e a frequência
cardíaca muito alta. No entanto, os sinais iniciais
de choque também podem ser mais brandos, se a
condição que causou o choque foi uma experiência
de menos adrenalina, como a ingestão de uma
substância tóxica.

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A excitação do choque geralmente é provocada pela
adrenalina de uma briga ou um incidente de
atropelamento, e quando o felino entra no estágio
dois do choque, a adrenalina desaparece causando
sintomas de:

 Pulso fraco.

 Gengivas pálidas ou com coloração azulada.

 Frequência cardíaca elevada, mas irregular.

 O gato pode respirar superficialmente e


puxar o ar frequentemente.

 Os olhos podem parecer desfocados e o felino


pode não responder bem ao movimento ou
luz (sem dilatação ou contração da pupila).

 O estado mental irregular.

Quando um animal de estimação é levado ao


hospital e acredita-se estar em choque, o
veterinário verificará se seu gato é capaz de
responder a estímulos externos. Você pode
determinar o estágio de choque em que está o
felino, executando um procedimento simples em
casa, você estará simplesmente verificando se seu
gato ainda está respondendo aos estímulos. Você
pode fazer o teste, respondendo às seguintes
perguntas:
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 Meu gato vira a cabeça ou olha na minha
direção quando eu estralo meus dedos atrás
de suas orelhas?

 Meu gato pisca quando eu toco o canto do


olho dele com o dedo?

 A pupila do meu gato (o pequeno círculo


preto no centro do olho) aumenta de
diâmetro quando eu acendo uma lanterna
no olho dele. (Não é raro que apenas um dos
olhos responda em um caso de choque).

 A pupila do meu gato encolhe quando retiro


a lanterna do olho dele?

Se o seu felino não responder a esses testes, ou se


apenas um olho responder aos estímulos visuais e
de toque, é provável que seu gato esteja em um
estágio avançado de choque.

Nesta seção do manual, você aprenderá a cuidar de


um felino em choque e como transportá-lo ao
veterinário.

Materiais Necessários:

 Vários cobertores

 Focinheira de gato
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 Materiais para curativo (se o seu gato
estiver sangrando ou tiver evidência de uma
fratura osso)

 Instruções de RCP (se seu gato não estiver


respirando)

Passo 1: Ligue para o veterinário imediatamente


e informe ao médico o que aconteceu
(atropelamento, ingestão de toxinas, etc.). Dê ao
veterinário uma estimativa de quanto tempo você
vai levar para preparar seu gato e chegar lá.
Avance para o passo 2 se o seu gato estiver sem
respirar, tiver uma ferida aberta ou ossos
quebrados. Prossiga para o passo 3 se o passo 2
não se aplica à sua situação.

Passo 2: Faça a RCP se o seu gato não estiver


respirando (consulte a seção de asfixia para obter
as instruções). Se o seu gato estiver sangrando ou
tiver alguma fratura óssea, faça um curativo (veja
as seções de sangramento e fraturas).

Passo 3: Enrole seu gato em um cobertor quente


para evitar hipotermia.

Passo 4: Coloque a focinheira no gatinho para


evitar que você seja mordido, mas coloque
SOMENTE se ele não precisou de RCP.

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Passo 5: Coloque o felino em uma caixinha de
transporte de gato acolchoada, revestindo as
laterais do transportador com cobertores.

Um gato em estado de choque tem um tempo


de vida muito limitado. Então leve seu gato
para a emergência da clínica veterinária o
mais rápido possível.

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CONCLUSÃO

Nunca esperamos que nossos gatos sofram


acidentes, ingiram substâncias venenosas ou
requeiram cuidados médicos de emergência, mas
infelizmente acidentes acontecem.

Nós somos responsáveis por cuidar de nossos


gatos, eles confiam em nós para terem comida,
abrigo e amor, mas o mais importante, nossos
gatos confiam em nós para mantê-los seguros.
Nem sempre podemos estar lá quando um animal
selvagem morde nossos gatos ou quando eles
mastigam uma planta tóxica, mas sabemos o que
fazer quando identificarmos uma situação de
emergência.

Recorra aos Primeiros Socorros Felinos desde


casos de vômitos até convulsões e receba as
informações necessárias para salvar a vida de seu
gato. Para um gato em uma situação de
emergência, VOCÊ é a chance dele de sobreviver,
portanto não a reduza!

Eduque-se e aprenda tudo o que você puder sobre


primeiros socorros para gatos.

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