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EQUIPAMENTO DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI) NA APLICAÇÃO DE
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar

1ª. Edição – 2021

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Gerente Administrativa Departamento de Comunicação e Marketing


Patrícia Fédor Valmir Mello
Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

EPI: EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
No uso de defensivos agrícolas, o controle de risco no indivíduo é feito através da utili-
zação dos Equipamentos de Proteção Individual, ou EPI. Eles são usados para proteger
as pessoas dos riscos relacionados à exposição aos defensivos, e, portanto, comple-
mentar a outras medidas de controle.

O uso e o fornecimento do Equipamento de Proteção


Individual estão previstos na NR 31!

Uma vez que todas as medidas na fonte e na trajetória já tenham sido tomadas para a
segurança do trabalhador, este deve saber selecionar o EPI adequado. Os equipamen-
tos são desenvolvidos, testados e aprovados para situações específicas, por isso é im-
portante escolher o EPI de acordo com as normas regulatórias ou com a orientação das
bulas e rótulos de cada produto.

VESTIMENTAS PARA APLICAÇÃO


DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
As vestimentas para exposição a defensivos agrícolas são específicas para cada produto
e forma de aplicação, por isso é necessário verificar a adequação da vestimenta através
do símbolo que está na etiqueta. Elas podem apresentar os seguintes símbolos:

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Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

As vestimentas também são divididas em três níveis de proteção: C1, C2 e C3. Confira
na tabela mais informações sobre os níveis:

Aplicação com exposição baixa ou Esse nível não é


C1
muito baixa. aceito no Brasil.

Aplicação com exposição de baixa a média,


É o nível mais
C2 que normalmente ocorre quando não se mo-
comum no Brasil.
lha a roupa.

Aplicação com exposição de média a alta,


C3 quando é provável que operador molhe a -
maior parte do corpo, e no preparo da calda.

Para vestimentas de corpo inteiro, é importante checar se todas as peças foram apro-
vadas para serem usadas em conjunto, caso contrário podem não ser eficazes.

COMO USAR CORRETAMENTE


O EPI
É fundamental estar atento ao modelo, material e cor do EPI, pois de acordo com a
temperatura e nível de exposição no manuseio do produto, serão necessários EPI com
características diferentes. O tamanho da vestimenta é tão importante quanto os outros
cuidados a serem tomados na seleção desses equipamentos de proteção, pois peças
menores ou maiores podem não proteger o operador da forma adequada. Por isso, de-
ve-se conferir se as vestimentas são do tamanho correto da pessoa que irá utilizar. O
aplicador também deve se atentar à roupa que será utilizada por baixo do EPI. O ideal é
usar roupas de algodão fino, leves e claras, que sejam confortáveis para ele.
Confira a ordem em que devem ser vestidos os EPI:

Ordem para vestir:


1 2 3 4 5 6 7 8

Calça Jaleco Botas Avental Respirador Viseira Touca Luvas


facial árabe

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Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

Além da ordem para vestir os EPI, cada um deles apresenta particularidades que devem
ser respeitadas. Veja na tabela como vestir o EPI:

Deve-se vestir primeiro a calça do EPI e em seguida o


jaleco, certificando-se que fique sobre a calça e per-
feitamente ajustado. As vedações que possuem velcro
devem ser fechadas e os cordões colocados para den-
Calça e jaleco
tro da roupa.
Caso o jaleco de EPI possua capuz, deve-se assegurar
que esteja devidamente vestido sobre a cabeça, caso
contrário facilitará o acúmulo e retenção do produto.

Devem ser impermeáveis e calçadas sobre meias de


algodão de cano longo. A boca da calça sempre deve
Botas
ficar por fora do cano das botas, a fim de impedir escor-
rimento de produto para o interior do calçado.

Deve ser colocado de forma que os dois elásticos fi-


quem fixados corretamente e sem dobras, um na parte
superior da cabeça e o outro na parte inferior, na altura
do pescoço, sem apertar as orelhas. O respirador deve
Respirador
se encaixar perfeitamente na face do trabalhador, não
permitindo que haja abertura para a entrada de par-
tículas, névoas ou vapores. O trabalhador deve estar
barbeado para usar o respirador.

A viseira deve ser ajustada firmemente na testa, mas


sem apertar a cabeça. Ela deve ficar um pouco afasta-
da do rosto ou possuir mecanismos para não embaçar.
A touca deve ser colocada sobre a viseira. O velcro do
Touca árabe
fechamento da touca árabe, quando houver, deve ser
ajustado sobre a viseira facial, assegurando que toda a
face esteja protegida, assim como o pescoço e a cabeça.

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Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

As luvas são o último equipamento a ser vestido. De-


vem ser usadas de forma a evitar o contato do produto
tóxico com as mãos. As luvas precisam ser do tamanho
das mãos do usuário, não devendo ser muito justas, para
facilitar a colocação e retirada, nem muito grandes, pois
podem atrapalhar o tato e causar acidentes.
Luvas As luvas devem ser colocadas normalmente para den-
tro das mangas do jaleco, mas se o jato de pulverização
for dirigido para cima da linha dos ombros do traba-
lhador, elas devem ficar por fora das mangas do jaleco,
para que o produto não escorra para dentro das luvas e
atinja as mãos.

O avental deverá ser utilizado apenas em atividades


que seja necessária a proteção complementar, como a
preparação da calda, quando se trabalha com o produ-
Avental to concentrado. Deve ficar na parte da frente do jaleco
durante o preparo da calda, ou na parte de trás do jale-
impermeável co durante as aplicações com equipamento costal. Por
ser impermeável, o avental deve ser retirado logo após
o final da atividade, como forma de melhorar o conforto
térmico.

No momento de retirar o EPI, é necessário lavar as luvas e as botas ainda vestidas e


evitar que as áreas em que há produto entrem em contato com o corpo. Veja a ordem
da retirada dos EPI:

Ordem para retirar:


1 2 3 4 5 6 7 8

Touca Viseira Avental Jaleco Botas Calça Luvas Respirador


árabe facial

Desprender o velcro da touca e retirá-la com cuidado.


Touca árabe Em seguida, desprender o velcro da viseira e colocá-la
em local de forma a evitar arranhões.

Deve ser retirado desatando-se o laço da cintura e pos-


Avental
teriormente a fixação dos ombros ou pescoço.

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Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

Desamarrar o cordão da cintura e abrir o velcro do pes-


coço, se houver. Em seguida, curvar o tronco para baixo e
Jaleco puxar a parte superior (os ombros) simultaneamente, de
maneira que o jaleco não seja virado do avesso, evitando
que a parte contaminada atinja o rosto.

Durante a pulverização, principalmente com equipa-


mento costal, as botas são as partes mais atingidas
Botas pela calda. Lave as botas com sabão neutro antes de
tirá-las. Devem ser retiradas em local limpo, onde o
aplicador não suje os pés.

Desamarrar o cordão e deslizar a calça pelas pernas sem


Calça virar do avesso, para evitar que a parte externa (conta-
minada) atinja o corpo.

Puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos poucos,


para que elas possam ir se desprendendo simultanea-
Luvas
mente. Não devem ser viradas do avesso, o que dificul-
taria o próximo uso ou contaminaria a parte interna.

Deve ser o último EPI a ser retirado. Ele deve ser higie-
nizado e guardado separado dos demais equipamentos,
Respirador
dentro de um saco plástico limpo, para evitar contami-
nação das partes internas e dos filtros.

LIMPEZA DO EPI
Após a jornada de trabalho é importante que o EPI seja higienizado, para evitar conta-
minação. Nunca se deve usar um EPI que não tenha sido higienizado. A forma correta
de limpeza do EPI está descrita na etiqueta das peças ou no manual de utilização.
Existem medidas que devem ser tomadas para a limpeza de todos os EPI:

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Equipamento de proteção individual (EPI) na aplicação de defensivos agrícolas

Usar luvas e avental para limpar o EPI.


Lavar e guardar os EPI separados das roupas comuns.
Não deixar o EPI de molho, nem usar tira-manchas, branqueadores ou amaciantes,
pois isso pode eliminar o produto que impede que a água penetre no tecido.

Mas lembre-se que algumas peças exigem cuidados específicos.

Depois de retirar e fazer a higienização do EPI, deve-se


tomar banho, sem utilizar água muito quente!

Também é necessário fazer o teste de hidrorrepelência, para saber se a vestimenta ain-


da é capaz de proteger o aplicador. Esse teste é feito da seguinte forma: respingar água
sobre a peça e aguardar dez minutos. Caso o tecido absorva as gotas, a peça pode ter
perdido a proteção e precisa ser descartada.
Para descartar, o ideal é lavar e cortar as vestimentas, para que não sejam reutilizadas.
Elas podem ser descartadas no lixo comum, ou conforme a orientação do fabricante.

Seguindo essas recomendações, é possível garantir a proteção


dos aplicadores, suas famílias e do meio ambiente!

REFERÊNCIAS
Conteúdo elaborado por: Prof. Hamilton Ramos, CEA/IAC.

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