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Saúde Ambiental e
Saúde do Trabalhador
Saúde Ambiental
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco.
Unidade Saúde Ambiental
Nesta Unidade trataremos das questões que dizem respeito à relação ao meio
ambiente e ao padrão de saúde da população. Para tanto, é necessário que você possa
compreender a estrutura organizacional em nível nacional em que está ancorada o
controle ambiental. Dessa forma, antes de discutirmos propriamente a saúde ambiental
faremos uma breve retrospectiva histórica da organização do Conselho Nacional de
Saúde para que possamos localizar nessa estrutura o controle ambiental.
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Unidade: Saúde Ambiental
Contextualização
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Retrospectiva histórica do Conselho Nacional de Saúde e sua estrutura
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É importante destacar que a colaboração entre os setores da saúde e meio ambiente está
explicitada na Constituição Federal de 1988 – especificamente no artigo 200, inciso VIII – e
inserida no campo de atribuições do SUS (BRASIL,1988).
A Lei Orgânica da Saúde, n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, ressalta a colaboração na
proteção e recuperação do meio ambiente, em defesa da saúde humana – artigo 6, inciso V – e, em
seu âmbito administrativo, as atribuições de acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de
saúde da população e das condições ambientais – artigo 15, inciso III – (BRASIL, 1990).
No Brasil a relação entre ambiente e impacto à saúde ganhou grande apoio nacional e
internacional após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro. Nessa Conferência foram assumidos
compromissos relativos a um conjunto de políticas de meio ambiente e de saúde com foco no
desenvolvimento sustentável (ROHFS et al., 2011).
Assim, com base no Decreto n.º 3.450/00 da Funasa, foi iniciada a implantação da área
de Vigilância Sanitária em Saúde Ambiental (VSA), tendo como uma de suas competências a
gestão do sistema nacional de vigilância ambiental.
Estruturar e operacionalizar a vigilância ambiental em saúde demanda articulação com
diversos ministérios, entre os quais: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Trabalho;
Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Educação; Ministério do Planejamento; além
de outros órgãos e agências do Governo Federal.
É importante destacar ainda que, por meio da Programação Pactuada Integrada de
Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI-ECD) e dos projetos estruturantes com apoio financeiro
do Projeto Vigisus e outras fontes de financiamentos, a Funasa promoveu o desenvolvimento e
estruturação da área de vigilância ambiental em saúde nas secretarias estaduais e municipais de
saúde (BRASIL, 2002).
A seguir apresentaremos a Estrutura Organizacional da Coordenação Geral de Vigilância
Ambiental em Saúde (Cgvam), que lhe permitirá visualizar como as relações estão estruturadas.
Figura 1.
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É importante destacar que para a execução de suas funções, a Cgvam possui, necessariamente,
um caráter integrador, inter e intrassetorial e que a divisão apresentada acima de Coordenação
de Vigilância e Controle dos Fatores de Risco Biológicos (Cofab) e Coordenação de Vigilância
e Controle dos Fatores de Risco Não Biológicos (Conab) não implica em dissociação entre as
áreas. Muito pelo contrário, a integração é fator imprescindível (BRASIL, 2002).
A seguir, detalharemos as coordenações Cofab e Conab.
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As ações de vigilância à saúde ambiental ocorrem em uma intersecção das áreas
técnicas com a Cgvam e a Unidade de Resposta Rápida (URR), conforme os
exemplos apresentados a seguir.
Siglas Significados
Vigidesastres Vigilância em desastres de origem natural e acidentes com produtos perigosos.
Vigiar Vigilância em saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos.
Desenvolve ações para assegurar a qualidade dos sistemas e soluções
Vigiagua
alternativas de abastecimento de água.
Programa de vigilância ambiental em saúde de populações expostas ou sob o
Vigisolo
risco de exposição a solo contaminado.
Atua na proteção da população aos riscos da exposição a radiações ionizantes
Vigifis
e não ionizantes.
Programa de vigilância em saúde ambiental relacionado aos acidentes com
Vigiapp
produtos perigosos.
Atua na vigilância em saúde ambiental relacionada às substâncias químicas e
Vigiquim aos riscos decorrentes da contaminação natural ou antrópica provocada pelas
substâncias químicas.
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Destaca-se que todos os programas são direcionados por meio das diretrizes do programa
nacional de vigilância ambiental, contudo, há que se destacar que a operacionalização de cada
programa se dará de acordo com as características de cada centro urbano envolvido.
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»» Avaliar o potencial de risco à saúde representado pela água consumida, de modo a
desencadear as medidas necessárias para que o sistema ou solução alternativa mantenha
ou recupere as condições de segurança da água.
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Tem como princípio geral a promoção da saúde da população exposta aos poluentes
atmosféricos. São priorizadas regiões onde sejam constatadas atividades de natureza econômica
ou social que gerem poluição atmosférica de modo a caracterizar um fator de risco às populações
expostas. Seus objetivos são:
»» Prevenir e reduzir os agravos à saúde da população exposta aos fatores ambientais
relacionados aos poluentes atmosféricos;
»» Avaliar os riscos à saúde decorrente da exposição aos poluentes atmosféricos;
»» Identificar e avaliar os efeitos agudos e crônicos decorrentes da exposição aos poluentes
atmosféricos;
»» Estimular a interssetorialidade e interdisciplinaridade entre os órgãos que possuam
interface com a saúde, no que diz respeito às questões de qualidade do ar;
»» Subsidiar o setor ambiental na formulação e execução de estratégias de controle da
poluição do ar, tendo em vista a proteção da saúde da população;
»» Adoção das unidades sentinelas com a participação das secretarias municipais de saúde
para realizar o monitoramento dos indicadores fundamentais de saúde (sintomas: tosse,
sibilância, dispneia, bem como os agravos: bronquite, asma e IRA) em crianças menores
de cinco anos.
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Controle dos animais Sinantrópicos
Define-se como animal sinantrópico aquele que pode transmitir doenças, causar agravos à
saúde humana ou de outros animais e que por ter se adaptado a viver junto ao homem, está
presente nas cidades, tais como: abelhas; aranhas; baratas; carrapatos; escorpiões; formigas;
lacraias ou centopeias; morcegos; moscas; mosquitos; pombos; pulgas; ratos; taturanas e vespas.
Na busca por alcançar o controle da propagação desses animais no meio urbano é necessário
intervir nos fatores que favorecem a sobrevivência desses, a saber: água, alimento e abrigo.
Assim, como a água não é um fator limitante em nosso meio, é necessária nossa intervenção
nos outros dois fatores, de modo que essas espécies indesejáveis não se instalem ao nosso redor.
A seguir você saberá como ocorre o controle das zoonoses nos grandes centros
urbanos, como em São Paulo, por exemplo.
Vigilância zoosanitária
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo foi criado em 1973 com a missão de
conter a doença da raiva nesse município, obtendo pleno êxito, dado que os últimos casos de
raiva humana e animal foram registrados em 1981 e 1983.
Atualmente o CCZ é o órgão responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas
por animais (zoonoses), por meio do controle de populações de animais domésticos (cães,
gatos e espécies de grande porte) e controle de populações de animais sinantrópicos (morcegos,
pombos, ratos, mosquitos, abelhas, entre outros).
Frente à excelência do trabalho produzido no CCZ em diversas áreas e, pela experiência bem
sucedida transmitida a centenas de outros municípios do Brasil e do exterior, essa instituição
é credenciada pelo Ministério da Saúde como “Centro de Referência Nacional para Zoonoses
Urbanas” e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “Centro Colaborador para
Treinamento e Pesquisa em Zoonoses Urbanas” (BRASIL, 2014).
O Centro de Controle de Zoonoses tem como missão: “Desenvolver trabalhos de prevenção,
proteção e promoção à saúde pública, por meio de vigilância e controle de animais domésticos,
de animais sinantrópicos, saneamento ambiental e educação em saúde” (BRASIL, 2014). Assim,
desde 1987 foi implantado o serviço de vistoria zoosanitária, que tem como objetivo diminuir os
riscos à saúde humana ocasionados pela convivência homem-animal inadequada, bem como
evitar que os animais sejam submetidos a abusos ou maus tratos.
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Nesse sentido, as visitas são desencadeadas por meio das solicitações encaminhadas pela
população em geral, órgãos públicos e outros – como associações protetoras de animais,
associações de moradores, delegacias do meio ambiente, Ministério Público, entre outros.
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Material Complementar
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Cronologia histórica da saúde pública: uma visão
histórica da saúde brasileira. Brasília, DF, [20--]. Disponível em: <http://www.funasa.gov.
br/site/museu-da-funasa/cronologia-historica-da-saude-publica>. Acesso em: 29 set. 2014.
Vídeo Complementar:
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Referências
______. Lei n.º 8.080/90, dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o financiamento dos serviços correspondentes e das outras providências.
Diário Oficial da União. Brasília, DF, 19 set. 1990.
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Anotações
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