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CURSO DE

TRANSTORNOS
DE
APRENDIZAGEM

Material de Estudo
AULA 3 – Leitura - Compreensão

Professora Responsável:
Psicopedagoga Jéssica Cavalcante

www.institutoneuro.com.br
TRANSTORNOS
DE
APRENDIZAGEM
Curso com carga horária de 250 horas.

Elaborado e ministrado por Jéssica Cavalcante.

Disponível em www.institutoneuro.com.br
A autora reserva-se no direito de
proibir o compartilhamento e distribuição
desse documento.
Protegido por direitos autorais.
Manuseio exclusivo dos alunos do curso,
vinculados no site do Instituto Neuro.

Todo o conteúdo apresentado nesse


documento foi baseado em livros
renomados e artigos científicos. Algumas
citações são feitas ao longo do documento,
outras estão apresentadas na seção de
Referências, no final do mesmo.
Leitura - Compreensão
Existem boas evidências de que
possa haver dificuldades na compreensão
leitora na ausência de problemas com o
reconhecimento de palavras e de que os
transtornos da linguagem oral não sejam
sinônimos de dislexia.
Os principais déficits em habilidades acadêmicas usados
para definir os TAs no domínio da compreensão leitora são, dito de
forma simples, déficits em uma variedade de habilidades que
permitem que o leitor extraia o significado do texto. Isso envolve
um conjunto complexo de processos que, em muitos sentidos,
correspondem à capacidade de compreender a linguagem, e
muitos modelos da compreensão leitora e de seu desenvolvimento
enfatizam a relação íntima entre os processos de compreensão
leitora e oral/auditiva, observando também as diferenças nos
sistemas da linguagem através do olho e do ouvido o ato de fazer
inferências provavelmente se baseia em processos semelhantes de
compreensão leitora e da audição, mas a compreensão de textos
também exige processos que são mais específicos, como a
sensibilidade à estrutura da história.
A compreensão leitora pressupõe a
capacidade adequada de decodificação e se
aproxima dos níveis de compreensão auditiva à
medida que as habilidades de decodificação se
tornam precisas e fluentes.
Os modelos cognitivos da compreensão (Perfetti et al.,
2005) envolvem processos relacionados com o código superficial
(a decodificação, o acesso ao significado da palavra e a sintaxe)
para construir representações baseadas no texto (referência
pronominal, derivar significados de palavras a partir do contexto,
fazer inferências de conexão dentro do texto) e construir um
modelo mental para a situação descrita pelo texto (usar o
conhecimento geral para fazer inferências, integrar os objetivos do
leitor).
As diferenças individuais na compreensão podem surgir a
partir de falhas em qualquer um desses processos ou em
processos cognitivos mais gerais, como nas operações com a
memória de trabalho e a recuperação da memória de longo prazo,
envolvidos na construção de representações do texto e do modelo
de situação.
Memória de trabalho
Uma habilidade cognitiva específica que costuma ser
identificada como fonte de dificuldade em estudos de
indivíduos com poucas habilidades de compreensão é a
memória de trabalho.
A compreensão auditiva e da leitura impõe demandas
sobre a memória de trabalho como um recurso de
armazenamento, no qual palavras e frases são mantidas para
processamento mais prolongado e para integração com
conhecimento prévio e como um espaço de trabalho mental,
no qual é possível revisar interpretações de textos anteriores
em relação a novas informações.
INTERVENÇÕES NA
COMPREENSÃO LEITORA
As abordagens gerais costumam ser classificadas em dois tipos diferentes de
instrução:
- instrução em habilidades específicas e
- instrução em estratégias
Conforme sugere o nome, a instrução em habilidades específicas
concentra-se em ensinar habilidades que possam ser aplicadas a textos, como
o vocabulário, encontrar a ideia principal, fazer inferências e encontrar fatos.
O vocabulário pode ser ensinado por meio de abordagens de instrução
explícita ou de abordagens contextuais.
Habilidades como encontrar a ideia principal e fazer inferências
podem ser ensinadas por meio de leitura de trechos curtos e de resposta a
questões para que essas abordagens sejam efetivas, o professor deve
proporcionar a instrução de maneira explícita e sistemática. Ao contrário da
instrução em habilidades específicas, a instrução em estratégias é considerada
como [instrução em] processos cognitivos que exigem tomar decisões e
pensar de forma crítica. O professor é visto como um gestor e um facilitador,
que proporciona instrução direta em estratégias, mas que também estimula a
independência.
Recomendações para melhorar a
compreensãovleitora
1. Fornecer instrução explícita nas estratégias e nos processos que sustentam
a compreensão.
2. Ensinar compreensão nas áreas disciplinares.
3. Motivar a aprendizagem autodirigida dos estudantes para ler e para
escrever.
4. Usar aprendizagem cooperativa com textos variados.
5. Aplicar intervenção em grupos pequenos para alunos que apresentem
dificuldades com a compreensão da leitura, com a escrita e com áreas
disciplinares.
6. Usar textos diversos com níveis de dificuldade e temas variados.
7. Usar bastante escrita em todas as áreas temáticas.
8. Desenvolver tecnologias como ferramentas de instrução.
9. Apresentar avaliações do progresso dos alunos e da eficácia do
programa.
10. Propiciar tempo extra para o letramento. No ensino médio, são
necessárias 2 a 4 horas de instrução em letramento e em prática de
língua e em outras disciplinas por dia.
11. Proporcionar capacitação profissional contínua em letramento.
12. Avaliar os resultados dos alunos e do programa.
13. Formar equipes de professores entre áreas disciplinares que se
reúnam regularmente.
14. Proporcionar liderança de professores e de diretores que entendam a
instrução em leitura.
15. Os distritos escolares devem ter um plano amplo e coordenado de
letramento da pré-escola ao ensino médio, que seja interdisciplinar,
interdepartamental, intersérie e coordenado com recursos externos e a
comunidade.

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