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Disciplina: Psicologia Social - 3º Período - Curso de Psicologia 

Data: 07 de fevereiro de 2022. 
Docente: Prof.ª Dra. Juliana Nóbrega.
Discente: Maria Cecília Dias Pereira Bastos.

Fichamento: O Conceito de Representação Social na Abordagem Psicossocial.

As representações sociais são modalidades do conhecimento prático

orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e
ideativo em que vivemos. São formas de conhecimento que englobam fenômenos
sociais, contribuindo para a construção de uma realidade comum. As
representações sociais devem ser compreendidas a partir do seu contexto de
produção, podendo ser encontradas no âmbito individual e coletivo. No sentido
individual são as representações mentais estudadas pela psicologia cognitiva e
psicanálise. Já no sentido coletivo, são elementos da comunicação, objeto de estudo
da Psicologia Social, constituindo formas de conhecimento prático. Ambas as
dimensões constituem pressupostos de natureza epistemológica sobre a natureza
do conhecimento.
As representações sociais ao serem estudadas como formas de
conhecimento prático, inserem-se entre as correntes do conhecimento que estudam
o senso-comum, ou seja, indo contra todos os pressupostos do método das
clássicas teorias do conhecimento, buscando superar a clivagem entre ciência e
senso comum, sendo construções sociais sujeitas as determinações sócio-históricas
de épocas específicas. Esse novo olhar direcionado as representações sociais faz
parte também de uma Revolução Científica, a qual permite liberar o poder de criação
dos conhecimentos práticos, ou das teorias do senso comum e sobretudo de situá-lo
como teia de significados capaz de criar efetivamente a realidade social. Esse
campo de estudo é compreendido de duas maneiras, a primeira é um estudo
pautado no saber epistemológico, já a segunda é uma ênfase a funcionalidade, na
qual há a atividade do sujeito. Nesse último sentido deixa de existir qualquer
separação entre linguagem e ação, o conhecimento estudado via representações
sociais é sempre um conhecimento prático, pois elas são sempre construções
contextualizadas, resultados das condições em que surgem e circulam, esse
posicionamento do sujeito na ação é mais integrador, situando o homem no
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processo histórico, abrindo lugar para as forças ativas da subjetividade, além de que
também é de suma importância para essa construção o afeto, o qual busca a
proteção e legitimação de identidades sociais.
A contribuição da Psicologia Social ao trazer uma visão ampliada para esse
estudo é superar a dicotomia entre individuo e sociedade, e entre psicologismo e
sociologismo, isso é feito visualizando o individuo e suas produções mentais como
produtos de sua socialização em um determinado segmento social.
As representações sociais são estruturas dinâmicas. Essa dinâmica é
explicitada de forma paradoxal, em campos socialmente estruturados na interface de
contextos sociais de curto e longo alcances históricos. O contexto social de longo
alcance é denominado imaginário social, sendo o conjunto cumulativo das
produções culturais que circulam numa determinada sociedade, sendo símbolos,
conceitos, memórias que reforçam o sentido de comunidade. Tais produções são
peneiradas pela visão de mundo do indivíduo (epistéme) e pela disposição adquirida
de pertencer a determinado grupo social (habitus). Ou seja, as representações são
elaboradas a partir de um campo socialmente estruturado e são frutos de um
imprinting social, o qual pode ser modificado por fatos poucos familiares.
Portanto, as representações sociais possuem função social, função afetiva e
função cognitiva. Sendo um campo de estudo que possui múltiplas dimensões, uma
interdisciplinaridade e contradições, assim como o ser humano é multifacetado,
subjetivo, historicamente e socialmente contextualizados, as representações sociais
também são.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SPINK, Mary Jane P. O Conceito de Representação Social na Abordagem

Psicossocial. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 9 (3): p. 300-308, jul/set, 1993.