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Resumo
O trabalho aborda os processos de tramitação de documentos no Comércio Exterior no Brasil. A necessidade
de agilizar os procedimentos logísticos esbarra na lentidão de uma série de procedimentos quase todos
necessários, mas de execução ineficientes. Esta ineficiência se reflete nos custos de transporte e é, ela mesma,
fator inibidor de incorporação de novas tecnologias no setor logístico nacional. Este estudo foi feito como
parte de uma pesquisa de dissertação de mestrado analisando o Corredor Centro-Leste e seu potencial de
transporte de conteineres. Nesta ocasião ficou patente a necessidade de combinar uma análise do sistema de
transporte com a dos procedimentos de documentação associados ao Comércio Exterior. Procurou-se
apresentar os procedimentos principais em termos de fluxogramas . Propõe-se o uso da tecnologia do EDI
como instrumento fundamental para agilização dos processos.
Summary
This work presents some aspects of the documentation process in the international Commerce in Brazil. The
acceleration of logistic procedures is inhibited by the low speeds of commercial transactions. The
inefficiency can be observed in the transportation’s costs which is itself a barrier to the introduction of new
technologies in the national logistic sector. This study has been conducted as part of a research for a master
thesis which analyses the Centro-Leste Corridor of Transportation and its potential to transport containers. In
the study became evident the need to combine the analysis of the transportation system and of the
transactions documentation related to the foreign commerce. The main processes are described as flowcharts.
Finally the EDI technology is suggested as the main tool to accelerate the processes.
1 - INTRODUÇÃO
Um fator que muito tem afetado o uso do transporte multimodal na logística internacional
está relacionado com os inúmeros procedimentos para a legalização da transação
comercial. Os entraves institucionais têm sido uma das causas do atraso nos procedimentos
logísticos. Pode-se levantar a hipótese de que a demora na tramitação burocrática da
importação-exportação seja um fator que requer urgentes inovações tecnológicas no setor.
2 - EXPORTAÇÃO
O exportador, ao iniciar o contato com o cliente importador deve discutir todos os pontos
da transação comercial, como cumprimento das condições de embalagem, prazo de entrega,
condições de pagamento, transporte e documentação procurando identificar todos os atos e
fatos ligados à transação. Como resultado desta etapa inicial, o exportador envia um
documento, denominado Fatura Pro-Forma, que relaciona todos os itens inerentes ao
produto a ser comercializado e todas as condições da transação.
5 4
B e n e fic i á r io A v isa d o r
(E x p o r t a d o r ) (País Exportador)
6
Transportador 1 3 7
9 2
Tom ador B a n c o E m ite n t e
(Im p o r t a d o r )
10 8
Fonte: Garcia,L. 1995 p. 75
Pode-se observar que a rotina de exportação, via operação de pagamento por carta de
crédito (à vista ou a prazo), segue as seguintes etapas:
1. Envio da Fatura Pro Forma
2. Importador inicia o processo: O Importador solicita a um banco no exterior a emissão
da Carta de Crédito ao Exportador;
3. Aviso de abertura de crédito: O banco emite a Carta de Crédito e a envia a outro banco
avisador no país do Exportador.
4. Aviso de emissão de carta de crédito: O banco avisa ao exportador a carta de crédito
emitida a ele.
5. Exportador providencia documentação de embarque
6. Envio da Documentação para o importador via o banco avisador
7. Conferência da documentação e envio ao banco emitente
8. Envio da documentação pelo banco emitente ao importador
9. Início do desembaraçamento alfandegário
10. Fim do desembaraçamento alfandegário
Apólice de Seguros
3 - IMPORTAÇÃO
Na primeira rotina (figura3), estão descritas as etapas iniciais que a transação comercial
deve executar para o embarque e posterior desembarque e interiorização dos conteineres,
que é o termo empregado no transporte multimodal de conteineres de uma zona primária,
que é o porto, para uma zona secundária, que é o terminal ou Estação Aduaneira, situada
fora da zona de influência do porto. O processo de despacho alfandegário só pode ser
requerido quando (i)o importador ou seu consignatário já estiver de posse da documentação
enviada pelo exportador e (ii)depois do importador ter iniciado o processo de importação
ao requerer a declaração de importação. Normalmente o início do despacho alfandegário se
dá quando a mercadoria já está para ser desembarcada ou quando já foi desembarcada no
porto. A partir do momento da chegada da mercadoria dá-se início ao processo de despacho
alfandegário, que é o mais demorado.
Rotina de Importação
Início
Pedido de Compra
Confirmação Pedido
Banco Avisa da
Aviso ao Banco
Abertura Crédito
Embarque Navio
Aviso da Chegada
Conteiner
Recebimento
Desemb.Conteiner Transf. outro Modal Impostos
Adm. Porto
Vistoria Cont.
Liberação de DTA
Envio ao EADI
Alocação Pátio
Desemb. Alfandegário
Nacionalização da
Desembaraço Porto? N mercadoria
Receb. Mercadoria
S
Vistoria
Retorno Conteiner Aduaneira e
LCL FCL Sanitária(MS)
Rio 18 1 3 2 5 30-33
Rio 15 1 3 2 5 28-32
2 -5 dias 31.5-35
Embituba 18 1 3 2.5 5
A figura mostra dois fluxos, sendo um de transporte e outra de trânsito de mensagens via
EDI. A proposta prevê que o fornecedor e o cliente estejam ligados por mensagens EDI
aos transportadores, agentes de carga, bancos e ao sistema da Alfândega para agilizar o
trânsito da documentação.
Todas as mensagens podem ser enviadas em padrão internacional EDIFACT, sendo que,
cada usuário poderá utilizar qualquer software do mercado, desde que compatível ao
padrão X.400, adotado pela Embratel. Todas as mensagens EDI são enviadas para uma
caixa postal no STM-400 (Sistema de Transmissão de Mensagens - padrão X-400), da
VAN ( Value Added Network - Rede de Valor Adicionado) na Embratel, onde cada
usuário ligado a rede poderá resgatar suas mensagens durante 24 horas por dia. Segundo
Alves(1997), o usuário paga por transação utilizada (byte ou documento trafegado mais
tempo de conexão), ou assinatura mais utilização da caixa postal.
Embratel
STM-400
Siscomex
Mantra
SERPRO
Alfândega Alfândega
Transportador
Agente Carga
Importador
Fornecedor Cliente
Exportador Importador
Banco
Legenda:
Fluxo do Transporte
Fluxo da Mensagem
As faturas e nota fiscal podem ser enviadas pelo sistema para a confirmação da transação
entre fornecedor-exportador para cliente-importador, bem como os contratos de transporte
e agenciamento de carga entre o importador e o agente e, entre o importador e o
transportador. Os bancos podem estar também ligados ao sistema para efetuarem os avisos
de abertura de carta de crédito e todas as transações e avisos de pagamento aos
contratantes.
Pela proposta, após a chegada do conteiner ao porto dá-se o início as mensagens para o
Siscomex. Cabe ao importador ou o seu agente enviar mensagem para liberação de
Declaração de importação, pedidos de Trânsito Aduaneiro (para levar a carga até uma
EADI- Estação aduaneira de interior) e o pedido de desembaraçamento alfandegário. Estas
mensagens podem ser enviadas a Alfândega que, por sua vez, enviará os dados ao
Siscomex (exportação e importação). Caberá a este sistema retornar a mensagem de
autorização de DTA- declaração de trânsito aduaneiro, desconsolidação e vistoria
aduaneira. Esta liberação, poderá ser efetuada na próprio EADI, desde que este possua
condição de estar ligado ao sistema e que já se tenha sido liberada a DTA para trânsito da
mercadoria entre o porto e o terminal interior.
5-CONCLUSÕES
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS